Pintura nos Estados Unidos: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Bierstadt - Among the Sierra Nevada Mountains - 1868.jpg|thumb|400px|Albert Bierstadt: ''Entre as montanhas da Sierra Nevada''. [[Smithsonian American Art Museum]]]]
{{Cultura dos Estados Unidos}}
Apesar de possuir uma história relativamente curta dentro da arte ocidental, a '''pintura nos Estados Unidos''' evoluiu tão rápido como a economia e sociedade desse grande país, para se tornar nos dias de hoje uma das mais insignes e ativas escolas nacionais em todo o mundo. Depois de um início dependente da informação
== Durante a colônia ==
Os primeiros tempos coloniais foram virtualmente um deserto em termos de arte. Não havia escolas nem artistas, mas no [[século XVII]] já havia se formado uma elite agrária em [[Maryland]], [[Pennsylvania]] e [[Virginia]] que importava produtos de luxo e objetos de decoração da Europa, possivelmente também [[pintura]]s. A maior parte do que se produziu localmente nesta arte durante o [[Período colonial dos Estados Unidos|período colonial
[[Ficheiro:George Berkeley by Jonh Smibert.jpg|left|thumb|150px|Jonh Smibert: ''Retrato de George Berkeley'', c. 1730. [[National Portrait Gallery de Washington]]]]
A [[Europa]], em particular a [[Inglaterra]], foi a referência para a arte norteamericana neste período, já que cerca de 70% dos colonos era descendente de ingleses. Assim, da Europa vieram os primeiros pintores a trabalharem no EUA, especificamente nas [[Treze Colônias]] do nordeste, já que o restante do seu atual território ainda pertencia à [[Espanha]] e era povoado por indígenas, e outros tantos, talentos autóctones, se deslocaram para a metrópole a fim de estudar e aprender o ofício. De fato, parte apreciável da primeira pintura colonial norteamericana foi produzida por estrangeiros e no estrangeiro.<ref name=autogenerated11 />
Em [[1728]] se assinala a presença em [[Newport (Rhode Island)|Newport]] do pintor escocês [[John Smybert]], que emigrara a fim de se tornar professor de artes na escola que o bispo [[George Berkeley]] planejava fundar nas [[Bermudas]], mas acabou se estabelecendo em [[Boston]]. Logo em seguida o retratista suíço [[Jeremiah Theus]] aparece em [[Charleston (Carolina do Sul)|Charleston]] para pintar ao longo de muitos anos personagens da elite local. Outro precursor foi o viajante austríaco [[Philip von Reck]], que deixou inestimável série de [[desenho]]s e [[aquarela]]s ilustrando aspectos humanos, naturais e sociais da [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]] . Ao mesmo tempo, a economia local se encontrava em uma fase de expansão e havia considerável importação de mobília, louças, pratas e pinturas para adornar as mansões especialmente dos fazendeiros do sul.<ref>Jaffee, David. ''Art and Identity in the British North American Colonies, 1700–1776''. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000. [http://www.metmuseum.org/toah/hd/arid/hd_arid.htm]</ref><ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=John_Smybert&oldid=254868321 ''John Smybert''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref>''Images of Southeastern Natives In von Reck's drawings.'' Amohkali Creek: Information and Resources from the 18th Southeast [http://southeasterntrading.com/amohkali/images_vonReck.htm] {{Wayback|url=http://southeasterntrading.com/amohkali/images_vonReck.htm
Na década de [[1750]] Boston já era uma rica cidade portuária, com intenso comércio internacional e significativa classe abastada consumidora de arte. Ali nasceu em [[1738]] um dos primeiros grandes pintores norteamericanos, [[John Singleton Copley]]. Apesar de seu filho afirmar que ele fora completamente autodidata, e ele mesmo dizer que em sua época nada de bom havia em termos de arte na sua região, seu trabalho, de qualidade superior e caráter [[Academismo|acadêmico]], mostra que ele deve ter aprendido pelo menos através da observação e cópia de obras importantes em alguma casa rica. De qualquer forma, o ambiente local, por desenvolvido que estivesse, ainda era limitado para seu talento e ele mudou-se para Londres em [[1774]], jamais retornando. Fixou-se em Londres, ingressou na [[Royal Academy]], fez o ''Grand Tour'' europeu, adquiriu fama, entrou em contato com figuras ilustres e realizou obra numerosa e de alto nível, num estilo que transitou do fim do [[Rococó]] até o [[Romantismo]], e seu exemplo foi a influência dominante em seu país até no [[século XIX]].<ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=John_Singleton_Copley&oldid=264052344 ''John Singleton Copley''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref name="autogenerated8">Jaffee, David. ''Art and Identity in the British North American Colonies, 1700–1776''. [http://www.metmuseum.org/toah/hd/arid/hd_arid.htm]</ref>
O outro grande nome da época foi [[Benjamin West]], cuja carreira foi semelhante à de Copley. A primeira parte de sua vida artística passou produzindo retratos em [[Filadélfia]], que competia com Boston em termos de importância e logo adiante assumiria a primazia cultural. Em [[1756]] produziu uma tela intitulada ''A morte de Sócrates'', que lhe abriu as portas do patronato do Dr. [[William Smith]], através de quem conheceu [[John Wollaston]], com quem aperfeiçoaria sua técnica. Em [[1760]] William Smith e [[William Allen (lealista)|William Allen]] financiaram sua viagem à Europa, e ele se dirigiu a [[Roma]] para estudar. Três anos após estabeleceu residência em Londres, onde logo ganhou o favor do rei [[Jorge III]] e mais tarde foi um dos fundadores da Royal Academy, a qual presidiu até sua morte sucedendo [[Joshua Reynolds]]. West se tornou um dos líderes do movimento neoclássico-romântico inglês e um dos principais nomes europeus em sua geração no campo da pintura histórica, retirando inspiração de temas da antiguidade clássica, mas também não esqueceu suas raízes, e deixou importantíssima obra com temática norteamericana. Fez diversos discípulos conterrâneos, como [[Charles Willson Peale]] (fundador da [[Pennsylvania Academy of the Fine Arts]]), [[Rembrandt Peale]], [[Gilbert Stuart]], [[John Trumbull]] e [[Thomas Sully]], todos grandes artistas, e sua influência foi similar à de Copley para a pintura norteamericana.<ref name=autogenerated2 /><ref name=autogenerated8 /><ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Benjamin_West&oldid=245844911 ''Benjamin West''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref>
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À medida que o [[Romantismo]] se intensificava na primeira metade do século XIX, o interesse dos pintores passou das cenas históricas para a magnífica paisagem norteamericana, que logo se tornou o veículo por excelência para a expressão dos sentimentos [[Nacionalismo|nacionalistas]]. O cenário selvagem do interior inspirou toda uma geração de artistas baseados na costa leste, já bastante civilizada, mas que em larga medida ainda desconhecia as belezas naturais de seu país.
O fundador desta influente escola foi [[Thomas Cole]], um [[Idealismo|idealista]] estimulado pela teoria inglesa do [[Sublime]] e pelas [[novela]]s de [[James Fenimore Cooper]], que iniciou uma grande tradição de pintura que vigorou por três gerações com notável unidade de princípios, e que apresentava a paisagem sob cores dramáticas, evocativas e às vezes fantasiosas. Mas distinguiu-se de seus pares pela associação do paisagismo com a [[alegoria]], deixando séries impactantes como ''A viagem da vida'', onde representa as quatro fases da vida humana em termos místicos, e ''A trajetória do Império'', uma dramática reflexão sobre os rumos por vezes violentos e materialistas que os impérios tomam e que os levam à inevitável decadência, num momento em que muitos viam o modelo pastoril como a única via legítima de uma sociedade perdurar e ser feliz. [[Asher Brown Durand]] foi seu companheiro, mas mantinha uma visão mais naturalista da arte inspirado pela obra de [[John Constable]], crendo que o artista ''"deve aceitar escrupulosamente tudo o que (a natureza) lhe apresentar até que ele se torne em algum grau íntimo de sua infinitude… nunca deve profanar sua santidade afastando-se voluntariamente da verdade"''. Depois da morte de Cole ele assumiu a liderança dos pintores de [[Nova Iorque]], e presidiu a National Academy of Design, na época a instância oficial mais importante da arte norteamericana. Entre [[1855]] e [[1856]] ele publicou suas ''Letters on Landscape Painting'' (''Cartas sobre a Pintura de Paisagem''), que estabeleceram as diretrizes do [[Naturalismo]] idealizado que marcou o estilo da escola.<ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=The_Course_of_Empire&oldid=263484673 ''The Course of Empire''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref>[http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Asher_Brown_Durand&oldid=13256147 ''Asher Brown Durand''. Wikipédia, a enciclopédia livre]</ref><ref name="autogenerated10">Avery, Kevin J. ''The Hudson River School''. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000. [http://www.metmuseum.org/toah/hd/hurs/hd_hurs.htm]</ref>
A segunda geração conta com [[Frederic Edwin Church]] e [[Albert Bierstadt]], cuja fama foi enorme. Aprofundaram o paisagismo grandioso de seus antecessores, levando-o a uma dimensão heróica. Viajaram extensamente pelo interior. Church foi além, chegando ao [[Ártico]] e à [[América do Sul]] em busca de cenários que pudessem maravilhar o público, expressando tangivelmente o sonho do [[Destino Manifesto]], crença de que o povo americano estava destinado por [[Deus]] a comandar o mundo. Obras suas como ''Os icebergs'' e ''As cataratas de Niágara'' atraíram multidões. A recepção dos trabalhos de Bierstadt não foi menos favorável; um crítico do ''The Leader'' urgia o público para que acorresse à exposição da tela ''As montanhas do Yosemite'' pois ''"saberiam que o mundo está progredindo e que os americanos são um grande povo"''. A influência da obra de ambos como estímulo para a colonização do oeste foi considerável.<ref name=autogenerated10 /><ref>{{Citar web |url=http://www.rwnaf.org/albert_bierstadt.html |titulo=Adair, Everl. ''Albert Bierstadt''. The R.W. Norton Art Gallery |acessodata=2009-01-27 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080509181735/http://www.rwnaf.org/albert_bierstadt.html |arquivodata=2008-05-09 |urlmorta=yes }}</ref> Outros autores significativos da Escola do Rio Hudson foram [[Robert Scott Duncanson]], [[Sanford Robinson Gifford]], [[William Hart]], [[William Stanley Haseltine]], [[Hermann Ottomar Herzog]], [[Thomas Hill]], [[Worthington Whittredge]] e [[Thomas Moran]].
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Enquanto a Escola do Rio Hudson entrava em declínio, um movimento de renovação na pintura se fazia notar na obra de artistas influenciados por Barbizon, como George Inness, [[Leon Dabo]] e outros [[Tonalismo|tonalistas]], que praticavam um paisagismo evanescente com tons rebaixados, buscando efeitos sutis e poéticos de atmosfera e luz.<ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Tonalism&oldid=257570705 ''Tonalism''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref> Independentes também deram uma contribuição importante, como [[Edward Mitchell Bannister]] com seus retratos e temas pastorais, [[James Carroll Beckwith]] e seu internacionalismo, [[Frederick Arthur Bridgman]] preferindo assuntos do oriente, [[Kenyon Cox]], [[Charles Sprague Pearce]], [[Francis Davis Millet]], [[Maxfield Parrish]] e [[Henry Oliver Walker]] praticando um [[Simbolismo]] alegórico que ora era afim da [[Art Nouveau]] ora ressuscitava o Neoclassicismo.
Reações também aconteceram na formação de grupos dissidentes da National Academy of Design, como o que fundou em [[1875]] a [[Art Students League of New York]], e o integrado por [[Albert Pinkham Ryder]], [[John LaFarge]], [[Julian Alden Weir]] e outros, que em [[1877]] criaram a [[Society of American Artists]], de tendências impressionistas, que logo se fragmentou para originar o grupo [[The Ten]], em nova dissidência.<ref name="autogenerated4">Weinberg, H. Barbara. ''American Impressionism''. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000. [http://www.metmuseum.org/toah/hd/aimp/hd_aimp.htm]</ref><ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Society_of_American_Artists&oldid=221693937 ''Society of American Artists''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref>''Art Students League of New York''. Wikipedia, The Free Encyclopedia. Retrieved [http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Art_Students_League_of_New_York&oldid=264683831]</ref>
O período de florescimento do Impressionismo nos EUA coincidiu com uma paixão generalizada pela França e pela atraente efervescência de sua vida cultural, onde em torno do estereótipo do "artista-boêmio" formou-se uma aura de enorme fascínio para a nova geração de pintores americanos. Muitos deles acorreram para [[Paris]], e desenvolveram significativa atividade ali, para depois voltando à terra natal, introduzir-lhe as novidades. Esta escola rápido caiu nas graças das elites que até há pouco colecionavam arte
Ao mesmo tempo, com uma visão diferenciada, estavam realistas como [[Thomas Eakins]] e [[Winslow Homer]], herdeiros da técnica da Escola do Rio Hudson mas escolhendo uma abordagem mais direta e verídica de seus sujeitos, divergindo também na temática. Eakins fixou-se na figura humana, deixando notável série de retratos e imagens de desportistas em ação, e Homer, considerado por muitos o maior pintor norteamericano do século XIX, dedicou-se à representação da luta dos marinheiros contra o mar e do diálogo entre a fragilidade e transiência da vida humana e a atemporalidade da natureza. Sua escola realista sobreviveria até o início do século XX, para então centrar-se no retrato das cidades e seus problemas sociais.<ref>Weinberg, H. Barbara. ''Thomas Eakins (1844–1916): Painting''. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000. [http://www.metmuseum.org/toah/hd/eapa/hd_eapa.htm]</ref><ref>Weinberg, H. Barbara. ''Winslow Homer (1836–1910)''. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000. [http://www.metmuseum.org/toah/hd/homr/hd_homr.htm
Uma derivação de grande interesse do Realismo é a dos pintores que levaram os pressupostos desse estilo ao extremo, chegando a produzir obras cuja verossimilhança com a natureza busca a precisão da [[fotografia]]. Seus mais excelentes representantes são [[De Scott Evans]], [[John Haberle]], [[William Harnett]] e [[John Frederick Peto]]. Suas pinturas, de uma técnica impecável, se caracterizam pelo arranjo aparentemente caótico ou casual dos objetos reunidos na tela, mas de fato uma observação mais atenta revela que há um enorme rigor intelectual na ordenação da composição em busca de um equilíbrio de grande força e ao mesmo tempo refinada sutileza. Cada item recebe execução detalhada. Os objetos usualmente se mostram em seu tamanho real e raramente são cortados pelas bordas do quadro, uma vez que isso imediatamente evidenciaria que se trata de uma pintura. Outros recursos que aumentam a ilusão de realidade são o hábil manejo das sombras e do espaço.<ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=John_F._Peto&oldid=256708853 ''John F. Peto''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=John_Haberle&oldid=243581650 ''John Haberle''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=William_Harnett&oldid=253157289 ''William Harnett''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref>
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Na alvorada do século XX o Realismo norteamericano atinge sua fase de maior expansão. Com cerca de 40% da população concentrada em centros urbanos, naturalmente o interior deixa de ser o tema preferencial dos pintores e a própria pintura se urbaniza. Um importante realista e professor, [[Robert Henri]], se torna o fulcro dessa mudança. Junta mais sete estudantes e forma o grupo [[The Eight]], cuja primeira exposição, na [[Macbeth Gallery]] de Nova Iorque em [[1908]], causou sensação. Eram eles, além de Henri, [[Arthur Bowen Davies]], [[Maurice Prendergast]], [[Ernest Lawson]], [[William Glackens]], [[Everett Shinn]], [[John French Sloan]] e [[George Luks]].
Com suas telas de docas portuárias, cenas do poluído e apinhado cotidiano citadino, dos bairros pobres com seus edifícios decadentes e multidões de operários, bêbados e prostitutas, logo alguns passam a ser conhecidos como a [[Ash Can School]] (ou Ashcan), cujo nome, em tradução livre, significa "escola da lata de lixo". A Ash Can não foi um grupo realmente organizado nem unido em termos de estilo. Seus primeiros integrantes, que estavam associados aos The Eight, incluíam Henri, Glackens, Luks, Shinn e Sloan, mas logo o nome se aplicou a [[Edward Hopper]], [[George Bellows]], [[Mabel Dwight]] e vários outros. Em sua ostensiva oposição ao Impressionismo e em sua recusa à tradição acadêmica, são considerados os fundadores da pintura moderna nos EUA.<ref>''American Realists of the Early 1900s.'' National Gallery of Art, Washington, DC. 2009 [http://www.nga.gov/collection/gallery/gg71/gg71-over1.html#jump] {{Wayback|url=http://www.nga.gov/collection/gallery/gg71/gg71-over1.html#jump
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O movimento negro também adquire força através da chamada [[Renascença do Harlem]], centrada na defesa dos direitos humanos e na correção das desigualdades sociais que afligiam as comunidades afro-americanas. Seus líderes foram [[Aaron Douglas]] e o fotógrafo [[James VanDerZee]], contando com a participação de muitos outros como [[Romare Bearden]], [[Jacob Lawrence]] e [[Palmer Hayden]].<ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Harlem_Renaissance&oldid=267002696 ''Harlem Renaissance''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref>
A vitória dos EUA na I Guerra foi decisiva para que o Modernismo norteamericano se desenvolvesse de uma forma distinta do seu correspondente europeu. Longe do terror que se abateu sobre a Europa e com uma economia impulsionada pela indústria, os Estados Unidos saem da guerra numa posição fortalecida no cenário mundial, originando um sentimento geral de autoconfiança e indiretamente estimulando as vanguardas como uma forma de assegurar a independência cultural em relação à Europa.<ref name=autogenerated9 /> Esse clima de otimismo não desapareceu de todo ao longo da [[Grande Depressão]] de [[1930]], ainda que encontrasse céticos especialmente entre a geração mais velha dos modernistas, que em parte se retraiu. Apesar da falência da economia, os programas de ajuda social do [[New Deal]] lançados pelo governo contemplam também os artistas, e eles se sentiram unidos em torno de um objetivo comum de reconstrução nacional e de fazer uma arte americana para os americanos. É a fase do muralismo norteamericano, inspirado na tradição renascentista italiana e no exemplo do muralismo socialmente engajado dos mexicanos [[Diego Rivera]], [[José Orozco]] e [[David Siqueiros]].<ref name=autogenerated7>{{Citar web |url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_1741500820_4/United_States_Culture.html#s20 |titulo=''United States: Culture: Visual Arts''. Encyclopedia Encarta |acessodata=2009-01-28 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090204222829/http://encarta.msn.com/encyclopedia_1741500820_4/United_States_Culture.html#s20 |arquivodata=2009-02-04 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="autogenerated3">''Modern art despite Modernism. Backward March! in the Americas: The American Scene''. The Museum of Modern Art, New York [http://www.moma.org/exhibitions/2000/madm/go.html]</ref><ref>Burton Jim. ''New Deal Art During the Great Depression: Saving a Piece of Labor History''. WPA Murals [http://www.wpamurals.com/detroit.htm]</ref> A conclusão da ferrovia ''Santa Fe Railroad'' em [[1935]] integrou definitivamente o país interligando a costa oeste com a costa leste. Em torno de [[Santa Fe]] e [[Taos]] se formam comunidades de artistas importantes cujos temas focavam a paisagem e o povo local.
A despeito do esforço governamental no sentido de elevar o ânimo da nação, o encanto da primeira geração moderna com o progresso, que parecera inabalável e ilimitável, em parte se quebrara. A pintura dessa fase teve muito, então, de realismo, resgatando a figuração e retratando o povo americano nas circunstâncias difíceis que atravessava, ora com dureza, cinismo e ironia, ora com uma compaixão pungente. [[Thomas Hart Benton]], [[Grant Wood]], [[Honoré Sharrer]], [[Jacob Lawrence]], [[Ben Shahn]], [[Paul Cadmus]], [[Andrew Wyeth]] e [[Edward Hopper]] exemplificam bem a atmosfera de sentimentos ambivalentes da época, em parte desiludidos, em parte esperançosos com as possibilidades futuras de renovação de um país que apesar de todos os percalços tinha uma grandeza tão promissora.<ref name=autogenerated7 /><ref name=autogenerated3 />
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:: ''"Em certo momento a tela começou a parecer para sucessivos pintores americanos como uma arena onde atuar, antes do que um espaço sobre o qual reproduzir, redesenhar, analisar ou "expressar" um objeto, verdadeiro ou imaginário. O pintor já não iniciava seu trabalho com uma imagem prévia na mente; ele ia com seu material de pintura na mão para diante de um outro material à sua frente. A imagem seria o resultado desse encontro"''.<ref>Rosenberg, Harold. ''The American Action Painters''. The London Magazine. Vol. 1, nº 4. [http://www.poetrymagazines.org.uk/magazine/record.asp?id=9798]</ref>
[[Ficheiro:Spiked Red.jpg|thumb|left
Assim se tornavam elementos centrais dessa nova versão do Abstracionismo a cor, as formas, a materialidade e o movimento do próprio ato de pintar, donde o nome que se deu a essa escola: [[Action painting]], ou "Pintura de ação". [[Jackson Pollock]] nos anos 1950 tipifica a prática: estendia uma grande tela no chão e ia caminhando sobre ela e derramando tinta, em uma atuação que não deixava de ter conotações ritualísticas e simbólicas. Foi uma prática influenciada pelo [[Surrealismo]], uma vez que diversos autores defendiam a expressão das forças do [[inconsciente coletivo]], sendo o automatismo, o acaso e a espontaneidade na execução dados importantes.<ref name=autogenerated6>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Abstract_expressionism&oldid=266949201 ''Abstract expressionism''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref>
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Ao contrário dos tempos anteriores, onde a crítica de arte se fazia sobre princípios estéticos, agora o julgamento passava a se basear mais no gosto popular, apoiando grupos antes à margem do circuito oficial, buscando contextualizar a produção recente contra um panorama de tempo e sociedade atuais onde ela acontecia. Abandonava-se o conceito de "grande arte", democratizando as expressões artísticas e incluindo a cultura antes marginalizada no ambiente da galeria e do museu.<ref name=autogenerated7 />
O Abstracionismo se tornou a forma dominante de pintura nos EUA até os [[anos 1960]], e se ramificou em uma variedade de subcorrentes que se sobrepõem e cuja definição clara é pouco consensual. Entre os expressionistas abstratos estavam [[Franz Kline]], [[Jane Frank]] e [[Willem de Kooning]], que também adaptou o estilo em obras semifigurativas. [[Robert Motherwell]], [[Barnett Newman]] e [[Kenneth Noland]] exemplificam a pintura [[Color Field]] ("Campo de Cor"), expandindo o gesto e adotando largas áreas de cor, abandonando a agressividade e emocionalismo dos expressionistas e desenvolvendo uma ênfase na [[gestalt]] e na linguagem especificamente colorística. [[Mark Rothko]] passa desta tendência para uma abstração mais geometrizada e tranquila, dando origem ao [[Abstracionismo pós-pictórico]] de [[Gene Davis]], [[Paul Feeley]], [[John Ferren]], [[Sam Francis]], [[Helen Frankenthaler]],
De lá surge o [[Minimalismo]], com sua rejeição da subjetividade e da gestualidade heróica do expressionismo abstrato, centrando suas pesquisas na fenomenologia da experiência da contemplação da obra, também enfatizando uma apreciação gestáltica. Suas pinturas têm planos de cor com limites definidos, usualmente em tons frios ou rebaixados, e uma construção auto-referencial. Praticaram nesta corrente [[Robert Mangold]], [[Brice Marden]], [[Agnes Martin]] e [[Robert Ryman]].<ref>[http://www.guggenheim.org/new-york/collections/collection-online/show-full/movement/?search=Minimalism ''Minimalism''. The Solomon Guggenheim Foundation]</ref> Outra variante é a pintura [[Hard-edge]] ("Bordas duras", ou "Limites nítidos") de [[Al Held]], [[Ellsworth Kelly]], [[Alexander Liberman]], [[Ad Reinhardt]], [[Jack Youngerman]], [[Karl Benjamin]], [[Helen Lundeberg]] e [[Lorser Feitelson]], com sua economia de formas, concentração na cor e ausência de texturas, sobre telas de formatos pouco usuais.<ref name=autogenerated6 /><ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Hard-edge_painting&oldid=265505253 ''Hard-edge painting''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref>[http://www.guggenheim.org/new-york/collections/collection-online/show-full/movement/?search=Hard-edge%20painting ''Hard-edge painting''. The Solomon Guggenheim Foundation]</ref>
A última derivação abstrata a aparecer nesse período foi a [[Op art]], cujo nome é uma abreviatura de "Arte óptica", que define sua proposta de realizar uma arte onde os efeitos e ilusões puramente visuais são o centro do interesse, desejando escapar do subjetivismo da pintura dita "expressiva". Herdava a simplificação formal do Minimalismo, levava a geometrização ao extremo e elaborava sobre a falibilidade da compreensão pelo cérebro dos estímulos que os sentidos captam e sobre como a [[visão]] trabalha ao distinguir os planos da figura e do fundo. Dentre seus melhores representantes estão [[Victor Vasarely]], [[Richard Anuszkiewicz]] e [[Bridget Riley]].<ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Op_art&oldid=266803030 ''Op art''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref name="autogenerated12">Alcaine, Kathy & Kennan, Tracy. ''Pop Art, Op Art and Minimalism: Late 20th Century American Art from NOMA’s Collection''. New Orleans Museum of Art [http://www.noma.org/educationguides/PopArt.pdf] {{Wayback|url=http://www.noma.org/educationguides/PopArt.pdf
▲A última derivação abstrata a aparecer nesse período foi a [[Op art]], cujo nome é uma abreviatura de "Arte óptica", que define sua proposta de realizar uma arte onde os efeitos e ilusões puramente visuais são o centro do interesse, desejando escapar do subjetivismo da pintura dita "expressiva". Herdava a simplificação formal do Minimalismo, levava a geometrização ao extremo e elaborava sobre a falibilidade da compreensão pelo cérebro dos estímulos que os sentidos captam e sobre como a [[visão]] trabalha ao distinguir os planos da figura e do fundo. Dentre seus melhores representantes estão [[Victor Vasarely]], [[Richard Anuszkiewicz]] e [[Bridget Riley]].<ref>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Op_art&oldid=266803030 ''Op art''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref><ref name=autogenerated12>Alcaine, Kathy & Kennan, Tracy. ''Pop Art, Op Art and Minimalism: Late 20th Century American Art from NOMA’s Collection''. New Orleans Museum of Art [http://www.noma.org/educationguides/PopArt.pdf] {{Wayback|url=http://www.noma.org/educationguides/PopArt.pdf |date=20080518011030 }}</ref>
=== Pintura pop ===
{{AP|[[Arte Pop]]}}
Duas décadas depois do fim da guerra os EUA experimentavam uma fase de enorme prosperidade econômica, que em seu bojo trazia novos dados culturais e também muitos problemas sociais novos e ainda não resolvidos. Apesar da opulência da sociedade, ou por causa dela, o [[consumismo]] se tornava um hábito. Os negros ainda sofriam forte discriminação e se batiam por seus direitos civis, a [[Guerra do Vietnã]] deixava marcas profundas na sociedade, o crime e a violência chegavam a níveis sem precedentes. De outro lado, se popularizavam o [[cinema]] e a [[TV]] como entretenimento e o [[rock and roll]] levava multidões ao delírio.<ref name=autogenerated12 />
A cultura popular estava prevalecendo e em muitos pontos pouco se distinguia da erudita, e se [[cultura de massa|massificava]] a cada dia. Igualmente era maciça a presença da [[publicidade]], das [[artes gráficas]] - incluindo os [[quadrinhos]] - e dos novos meios de comunicação. De fato, a publicidade, tendo assimilado muitos recursos formais do Modernismo, atuava com grande qualidade estética e sofisticação. Assim, a pintura teve de procurar formas mais dramáticas de expressão para se distinguir no meio de uma verdadeira inundação de imagens do mundo comercial. Estava pronto o terreno para o aparecimento de outra grande corrente artística do pós-guerra, a [[Arte Pop]].<ref name=autogenerated12 /><ref name=autogenerated5>[http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Pop_art&oldid=267066447 ''Pop art''. Wikipedia, The Free Encyclopedia]</ref>
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{{artigos principais|[[Neo-expressionismo]], [[Bad painting]], [[Hiper-realismo]]}}
O assíduo uso de colagens e o fácil trânsito entre o objeto e a pintura realizado pelos pintores Pop, junto com a progressiva desmaterialização da pintura operada pelos minimalistas e o exemplo do trabalho de [[Marcel Duchamp]], fornecem os elementos para a formação de uma nova corrente, a dos artistas conceituais. Aqui a pintura como gênero autônomo virtualmente desaparece, já que o interesse maior é pela
A ruptura com as antigas formas de criação, significação e apreciação da arte é assim completa. Suas virtudes foram a de expandir o campo filosófico da arte e a de fortalecer o elo entre artista e público, exigindo deste uma participação mais ativa na apreciação da proposta apresentada e mesmo em sua criação. [[Sol LeWitt]] e [[Joseph Kosuth]] foram os líderes do movimento.<ref name=autogenerated7 />
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== Pintura contemporânea ==
Depois da triunfal recuperação da pintura nos anos 1980, saindo de um período conceitualista em que se julgou que ela morrera, ficou claro que quaisquer
Colhemos apenas alguns nomes ao acaso, dentre a quantidade de pintores significativos na cena atual norteamericana: [[Barkley Hendricks]], com seus retratos de negros ricos e sofisticados; [[Rodney McMillian]], que associa pintura e instalação; [[Chuck Close]], um hiper-realista que faz uma releitura do [[Pontilhismo]]; [[Richard Whitney]] e [[Glennray Tutor]], também hiper-realistas; [[David Brega]], continuando a antiga tradição de naturezas-mortas em ''trompe l'oeil''; [[Joseph McGurl]], que recupera o grande paisagismo romântico; [[Robert Neffson]], com seus imponentes panoramas urbanos; [[Zhen-Huan Lu]] com suas marinhas e cenas domésticas; [[Keith Haring]], cortejando o ''[[graffiti]]'' (é autor também de murais ''out-door''); [[Julian Schnabel]] e [[David Salle]], importantes neo-expressionistas, [[Antonia Gerstacker]], de inspiração Pop e ingênua, [[Brice Marden]], minimalista, e [[Eugene James Martin]], um abstrato com influência Pop.
=== Arte indígena e ''graffiti'' ===
Também é de citar a atuação recente de inúmeros pintores de origem indígena, que ora trabalham sobre suas tradições ora assimilam as grandes correntes universalistas. Alguns deles são [[Gregory Lomayesva]], que se vale da herança hispano-americana e [[Hopi]] para recriar ícones religiosos e abstrações; [[Tommy Wayne Cannon]], ativo até
Uma forma de pintura popular importante em tempos recentes é a do ''[[graffiti]]'', associado à música [[Hip-hop]] e ao ''underground'', mas que desde
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Ficheiro:E.J.Martin.1990.jpg|Eugene Martin: ''Golfista da meia-noite'', 1990
Ficheiro:Kathleen Kucka Building as nature 2007.jpg|Kathleen Kucka: ''Fazendo como a natureza'', 2007
File:Charles Thomson. Artist and Model.jpg|Charles Thomson: ''O artista e seu modelo'', 2008
Ficheiro:The Artwork of Larry D. Alexander 004.jpg|Larry Alexander: ''Tia Ira Mae''
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*[[História da pintura]]
*[[Cultura dos Estados Unidos]]
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