Prefeitura pretoriana da África: diferenças entre revisões
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Depois que Belisário voltou para Constantinopla, ele foi sucedido na posição de mestre dos soldados da África por seu [[doméstico (Império Romano)|doméstico]] (principal assessor), o [[eunuco]] [[Salomão (general)|Salomão]] de [[Dara (Mesopotâmia)|Dara]]. As tribos dos mauros que viviam em [[Bizacena]] e na [[Numídia]] quase que imediatamente se rebelaram e Salomão marchou com suas forças, que incluíam tribos mouras aliadas, contra eles. A situação era tão crítica que Salomão também foi encarregado da autoridade civil, substituindo o primeiro prefeito, [[Arquelau (prefeito pretoriano)|Arquelau]], no outono de 534. Salomão conseguiu derrotar os mauros de Bizacena em Mama e, novamente, desta vez decisivamente, na [[Batalha de Burgaão]] no início de 535. No verão, ele iniciou a campanha contra Iabdas e os aurásios, que estavam devastando a Numídia, mas não teve sucesso. Salomão então começou a erigir fortalezas ao longo das fronteiras e das principais estradas, esperando assim conter [[raide]]s mouros.
==== Motim militar ====
Na [[Páscoa]] de 536, porém, uma revolta militar em larga escala irrompeu, provocada pela insatisfação dos soldados com Salomão. Ele, juntamente com [[Procópio de Cesareia|Procópio]], que era seu secretário, conseguiram escapar para a Sicília, que [[Guerra Gótica (535–554)|havia sido recém-conquistada]] por Belisário. Os tenentes de Salomão, Martinho e Teodoro, ficaram para trás, o primeiro tentando alcançar as tropas na Numídia enquanto os segundo lutava para manter Cartago.<ref>Procópio, BV II.XIV</ref> Ao saber do motim, Belisário, com Salomão e 100 homens de confiança, zarparam para a África. Cartago estava sob o cerco de 9 000 rebeldes, incluindo muitos vândalos liderados por um tal [[
Germano conseguiu convencer muitos dos rebeldes a se juntarem a ele por sua postura conciliatória e pagando os débitos vencidos. Eventualmente, na primavera de 537, os dois exércitos se enfrentaram em Escalas Veteres, o que resultou numa dura vitória para Germano.
==== Segunda revolta moura e a revolta de Guntárico ====
[[Imagem:Mosaic of Justinian I - San Vitale - Ravenna 2016.jpg|thumb|upright=1.3|[[Justiniano I]] e seus oficiais. [[Belisário]] pode ser o homem barbado à sua direita.<br><small>{{ca.}} 547. [[Mosaico]] [[bizantinos|bizantino]] na [[Basílica de São Vital]] em [[Ravena]]. </small>]]
A África desfrutou de paz e prosperidade por alguns anos até a chegada da [[Praga de Justiniano|grande praga]] de 542, que provocou um grande sofrimento na população da província. Ao mesmo tempo, o comportamento arrogante de alguns governadores romanos alienou alguns líderes dos mouros, como Antalas em Bizacena, e levou-os a se revoltar e a atacar o território romano. [[batalha de Cílio|Numa batalha em Cílio]] contra os mouros, por volta de 544, os romanos foram derrotados e o próprio Salomão foi morto.<ref>Procópio, BV II.XXI</ref><ref>Bury (1923), Vol. II, p. 145</ref> Ele foi sucedido por seu sobrinho, [[Sérgio (general)|Sérgio]], que, como duque da Tripolitânia, havia sido um dos principais responsáveis pela revolta. Sérgio era impopular e dispunha de limitadas habilidades, ao passo que os mouros, agora reunidos ao renegado
Justiniano então enviou [[Areobindo (senador)|Areobindo]], um [[senador romano|senador]] e marido de sua sobrinha [[Prejecta]], mas que, para além disso, não tinha distinção nenhuma, com uns poucos homens para a África, não para substituir Sérgio, mas para dividir com ele o comando. Sérgio foi encarregado da guerra na Numídia, enquanto que Areobindo tentou subjugar Bizacena. Areobindo enviou um força sob o comando do habilidoso general João contra Antalas e
O homem que Justiniano enviou para substituí-lo foi o talentoso general [[João Troglita]], cujos feitos foram celebrados no poema épico ''João'', escrito por [[Flávio Crescônio Coripo]]. Troglita já havia servido na região sob Belisário e Salomão e já tinha uma carreira de sucesso no oriente, onde fora nomeado [[duque da Mesopotâmia]] (''dux Mesopotamiae''). Apesar de suas forças serem numericamente inferiores, ele conseguiu vencer diversas tribos mouras e, no início de 547, derrotou decisivamente Antalas e seus aliados, expulsando-os de Bizacena. Como relembra Procópio:
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