Adolf Bertram (Hildesheim, Baixa Saxônia, 14 de março de 1859 - Javorník (Jeseník) 6 de julho de 1945) foi Arcebispo de Breslau (que veio a ser denominada de Wrocław, em polonês) e criado cardeal da Igreja Católica pelo Papa Bento XV, no concistório de 5 de dezembro de 1919, com o título de Prebítero de Santa Inês Extra-muros.

Adolf Bertram
Cardeal da Santa Igreja Romana
Arcebispo de Wroclaw
Adolf Bertram
Atividade eclesiástica
Diocese Arquidiocese de Breslávia
Nomeação 27 de maio de 1914
Predecessor Dom Georg Cardeal von Kopp
Sucessor Dom Bolesław Cardeal Kominek
Mandato 1914 - 1945
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 31 de julho de 1881
Nomeação episcopal 26 de abril de 1906
Ordenação episcopal 15 de agosto de 1906
por Dom Georg Cardeal von Kopp
Nomeado arcebispo 13 de agosto de 1930
Cardinalato
Criação 4 de dezembro de 1916 (in pectore)
5 de dezembro de 1919 (Publicado)

por Papa Bento XV
Ordem Cardeal-presbítero
Título Santa Inês Fora das Muralhas
Brasão
Lema Veritati et caritati
Dados pessoais
Nascimento AlemanhaHildesheim
14 de março de 1859
Morte Javorník (Jeseník)
6 de julho de 1945 (86 anos)
Nacionalidade alemão
Funções exercidas -Bispo da Hildesheim (1906-1914)
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Carreira

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Adolf Johannes Bertram era filho de Franz Bertram, um comerciante, e Karoline Müller. Estudou no Seminário de Hildesheim, na Universidade de Munique, na Universidade de Innsbruck e na Universidade de Würzburg, onde obteve o doutorado em teologia (1883). Na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma obteve o doutorado em Direito Canônico em 1884.[1]

Foi ordenado sacerdote da Diocese de Hildesheim em 31 de julho de 1881, em Wurtzburgo.[2] Ele se adaptou às mudanças da monarquia para a democracia parlamentar e para o regime ditatorial. Ele era hostil à democracia como muitos outros líderes da Igreja da época, mas reconheceu a inevitabilidade de sua vinda, e rejeitou grande parte da ideologia nazista, apesar de seu endosso a Adolf Hitler como o chefe de estado legítimo.[1]

Após sua ordenação, Bertram realizou estudos adicionais e foi Capelão do Colégio Teutônico de S. Maria dell'Anima, Roma(1881-1884. Ministério pastoral em Hildesheim (1884-1905). Colaborador nos assuntos da cúria episcopal e do vicariato geral (1884-1889); bibliotecário da catedral (1886); assessor do vicariato geral (1889); vigário da catedral (1893); cônego do capítulo da catedral (1894); conselheiro da cúria episcopal (1898). Vigário geral de Hildesheim, 15 de fevereiro de 1905; vigário capitular, 19 de dezembro de 1905.[1]

Bertram foi eleito bispo de Hildesheim em 26 de abril de 1906 e recebeu a confirmação pontifícia em 12 de junho, de Papa Pio X. Foi consagrado bispo em 15 de agosto do mesmo ano, por Georg Cardeal von Kopp, Príncipe-Bispo de Breslau. Os principais co-consagradores foram Heinrich Hubert Aloysius Voß, Bispo de Osnabrück, e Wilhelm Schneider, Bispo de Paderborn.[1][2]

Oito anos mais tarde, em 27 de maio de 1914, Adolf Bertram foi eleito pelo capítulo da catedral como bispo de Breslau, e confirmado em 8 de setembro de 1914 pela Santa Sé.[1] Membro da Câmara dos Lordes da Prússia, 1916.[2]

Em 4 de dezembro de 1916, Bertram foi criado cardeal in pectore por Bento XV; sua nomeação foi publicada em 5 de dezembro de 1919 e foi designado para a igreja titular de Sant'Agnese fuori le mura em 18 de dezembro.[2]

Presidente da Conferência dos Bispos Católicos de Fulda, 1920-1945. Em 1920, durante a luta eleitoral da Alta Silésia, ele proibiu o clero de participar de qualquer agitação política, o que causou a hostilidade dos nacionalistas poloneses. Durante o governo do Nacional-Socialismo, ele teve dificuldades porque defendeu o direito dos católicos de língua polonesa de ensinar e pregar na língua nativa. Participou do conclave de 1922, que elegeu o Papa Pio XI.[1]

O Papa Pio XI o promoveu a sé metropolitana de Breslávia em 13 de agosto de 1930, onde serviu até sua morte.[2]

Com o bispo Clemens von Galen de Münster, o bispo Konrad von Preysing de Berlim, o cardeal Karl Joseph Schulte de Colônia e o cardeal Michael von Faulhaber de Munique, cardeal Bertram desafiou o nazismo por suas políticas racistas e anticristãs.[1] Assim, foi um dos colaboradores da redação da encíclica Mit brennender Sorge que condenou os erros do regime nazista na Alemanha.[3][4]

Contudo, o cardeal Bertram manteve um entusiasmo firme por Adolf Hitler após a assinatura da Concordata de 1933 e lhe enviou saudações pessoais de aniversário todos os anos. Participou do conclave de 1939, que elegeu o Papa Pio XII. Apesar dos rumores, o cardeal Bertram nunca organizou uma missa de réquiem pela morte de Hitler. Ele foi criticado tão vigorosamente quanto defendido.[1]

Em janeiro de 1945 - antes de Breslávia ser cercado pelas tropas soviéticas, o cardeal idoso, a conselho de seu médico, foi ao Castelo de Johannesberg, na parte alemã dos Sudetos de sua diocese, e morreu lá em 6 de julho de 1945.[4] Foi enterrado no cemitério de Jauernig, em uma sepultura dupla ao lado do príncipe-bispo Franz Joseph Christian de Hohenlohe-Waldenburg-Bartenstein; seus restos mortais foram transferidos para a catedral metropolitana de Breslávia em 9 de novembro de 1991.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i «The Cardinals of the Holy Roman Church - Biographical Dictionary - Consistory of May 17, 1706». cardinals.fiu.edu. Consultado em 29 de outubro de 2024 
  2. a b c d e «Adolf Cardinal Bertram [Catholic-Hierarchy]». www.catholic-hierarchy.org. Consultado em 29 de outubro de 2024 
  3. Cornwell, John. Hitler's Pope. 1999. ISBN 0-670-88693-9.
  4. a b «Seiten des Apostolischen Visitators Breslau». web.archive.org. 14 de março de 2007. Consultado em 29 de outubro de 2024 
 
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