Antraquinona

composto químico
Antraquinona
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC Antraquinona
Outros nomes 9,10-antracenodiona, antradiona, 9,10-antraquinona, antraceno-9,10-quinona, 9,10-diidro-9,10-dioxoantraceno, Hoelite, Morkit, Corbit
Identificadores
Número CAS 84-65-1
PubChem 6780
SMILES
Propriedades
Fórmula química C14H8O2
Massa molar 208.2 g mol-1
Aparência laranja amarelado, cinza claro ao verde acinzentado sólido
Densidade 1,44 g·cm-3[1]
Ponto de fusão

286 °C[1]

Ponto de ebulição

380 °C[1]

Solubilidade em água Insolúvel [1]
Solubilidade Solúvel em etanol e éter dietílico[2]
Solúvel em benzeno aquecido [2]
Pressão de vapor 13 mPa (50 °C)[1]
Riscos associados
Frases R R43
Frases S S36/37
Ponto de fulgor 185°C
Compostos relacionados
Quinonas relacionados Benzoquin-1,4-ona (um anel)
Naftoquinona (dois anéis)
Alizarina (1,2-di-hidroxi-antraquinona)
2-Etil-antraquinona
Compostos relacionados Antraceno (hidrocarboneto)
Alizarina (1,2-Diidroxiantraquinona)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Antraquinona é um composto de fórmula (C14H8O2). Foi obtido pela primeira vez em 1827 pela hidrólise do antraceno, e atualmente preparado pela condensação do anidrido ftálico com o benzeno. Sólido rosáceo, sublimável, sua nitração ou sua sulfonação fornecem intermediários para a síntese dos corantes antraquinônicos. Introduzindo radicais OH, NH2, NR2 tornam-se poderosos corantes, ou os corantes antraquinônico.

As antraquinonas são também conhecidas por antranóides, derivados antracênicos ou derivados hidroxiantracênicos e são uma subclasse dos compostos denominados quinonas. Nas plantas as antraquinonas são produzidas após a formação das antronas e antronóis, isto por que as antraquinonas são formadas por reações como auto-oxidação das antronas livres ou ainda pela ação de enzimas da própria planta. As antronas que dão origem as antraquinonas, também podem ser transformadas em diantronas e naftodiantronas, no entanto, apenas as antraquinonas é que possuem ação farmacológica (laxativa).

Quanto às propriedades físicos-químicas analisando de modo geral, as quinonas se apresentam na forma de substâncias cristalinas de coloração amarela até vermelha. As antraquinonas possuem coloração laranja ou vermelha e são as mais estavéis em soluções aquosas acidificadas em relação às diantronas e naftodiantronas.

As antraquinonas hidroxiladas assim como as demais quinonas hidroxiladas em meio alcalino irão produzir o ânion fenoxilato que irão se apresentar em uma coloração purpúra.

Não diferente disso, as antraquinonas que possuem hidroxilas no carbono 1 e 8 se apresentam com uma acidez comparada ao dos ácidos carboxílicos por se apresentarem com uma estrutura viníloga com o ácido carboxílico, por essas características o teste utilizado para a sua identificação é a reação de Borntrager que é realizada em meio alcalino.

As antraquinonas são frequentemente encontradas nas famílias Rubiaceae, Caesalpiniaceae, Rhamnaceae, Polygonaceae, Liliaceae, Verbenaceae e Asphodedelaceae e entre suas ações farmacológicas a principal é o efeito laxativo. Na planta as antraquinonas desempenham a função de defesa contra patógenos devido ao seu efeito anti-fúngico.

Ações biológicas e farmacológicas

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Ação biológica

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  • Papel de defesa contra insetos e outros patógenos;
  • Toxicidade para cupins (aumenta resistência da matéria);
  • Atividade alelopática (inibe o crescimento de outras espécies, evitando competição, papel principalmente as naftoquinonas)

Ação farmacológica

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  • Ação laxativa: para apresentar essa ação é necessária a existência de hidroxilas nas posições C-1 e C-8. Babosa, Ruibarbo, Senna, Cáscara sagrada têm efeitos purgativos catárticos quando usados em doses altas.
  • Outras ações: Atividade antibacteriana, antifúngica, antiviral contra poliovírus dos tipos 2 e 3e antitumoral – principalmente das naftaquinonas, porém essas ações são mais importantes para as plantas visto que apresentam elevada toxicidade para as células animais.

Mecanismos de atividade laxativa dos antranóides

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  • Estimulação direta da contração da musculatura lisa do intestino, aumentando a motilidade intestinal;
  • Inibição da reabsorção de água através da inativação da bomba de Na+/ K+ - ATPase;
  • Inibição dos canais de Cl-
  • Glicosídeos – maior potência farmacológica, porém tem menores índices de absorção (biodisponibilidade). Ação laxante em doses elevadas.

Aplicações industriais

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Uma importante aplicação industrial de antraquinonas é na produção de peróxido de hidrogênio. 2-Etil-9,10-antraquinona ou algum outro derivado de alquila relacionado é usado, além da própria antraquinona.[3]

 
Produção catalítica de peróxido de hidrogênio através do processo com antraquinona

Fitoterapia

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Plantas que contém antraquinonas

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  • Sene
  • Cáscara-sagrada
  • Ruibado
  • Babosa
  • Ipê-roxo
  • Hena

Referências

  1. a b c d e Registo de CAS RN 84-65-1 na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA, accessado em 8 de Janeiro de 2008.
  2. a b Thieme Chemistry, ed. (2009). RÖMPP Online - Version 3.5. Stuttgart: Georg Thieme Verlag KG 
  3. Goor, G.; Glenneberg, J.; Jacobi, S. (2007). «Hydrogen Peroxide». Ullmann's Encyclopedia of Industrial Chemistry. Weinheim: Wiley-VCH. doi:10.1002/14356007.a13_443.pub2