Nota: Este artigo é sobre juiz brasileiro de futebol. Para o atirador português, veja Armando Marques (tiro).

Armando Nunes Castanheira da Rosa Marques (Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1930Rio de Janeiro, 16 de julho de 2014) foi um árbitro de futebol brasileiro.[1]

Armando Marques
Armando Marques
Nome completo Armando Nunes Castanheira da Rosa Marques
Nascimento 6 de fevereiro de 1930
Rio de Janeiro,  Rio de Janeiro,  Brasil
Morte 16 de julho de 2014 (84 anos)
Rio de Janeiro,  Rio de Janeiro,  Brasil
Nacionalidade brasileiro
Filiação FERJ, FPF e CBF

Carreira

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Histórico

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Marques apitou várias decisões do Campeonato Brasileiro: a primeira partida das finais de 1962, as duas partidas das finais de 1963 e 1964, a segunda partida das finais de 1965 e 1966, o jogo-desempate das finais de 1967 (Taça Brasil), o jogo decisivo de 1969 e as decisões de 1971 e 1974.

Além disso, apitou as finais dos Campeonatos Cariocas de 1962, 1965, 1968, 1969 e 1976, dos Campeonatos Paulistas de 1967, 1971 e 1973, e do Campeonato Mineiro de 1967.[2]

Marques também arbitrou dois jogos em Copa do Mundo: um em 1966 (Alemanha Ocidental 2–1 Espanha, em 20 de julho) e outro em 1974 (Iugoslávia 0–2 Alemanha Ocidental, em 26 de junho de 1974). Além dessas partidas, foi o primeiro assistente em duas partidas pela Copa de 1974 (Alemanha Oriental 1–0 Alemanha Ocidental, em 22 de junho, e Polônia 2–1 Iugoslávia, em 30 de junho) e o segundo assistente em uma partida pela Copa de 1966 (Uruguai 2–1 França, em 20 de julho) e em outra pela Copa de 1974 (Itália 3–1 Haiti, em 15 de junho).

Considerado um dos melhores árbitros do futebol brasileiro enquanto esteve em atividade, era amado e odiado pelos torcedores e jogadores, e ficou conhecido por erros históricos que cometeu.

Anulou um gol de Leivinha, do Palmeiras, ao assinalar que foi com a mão, em jogo contra o São Paulo que decidiu o Campeonato Paulista de 1971.[3] Entretanto, as imagens mostraram que o gol foi marcado com a cabeça. O São Paulo, que tinha a vantagem do empate, vencia por 1 a 0, resultado que se manteve até o fim e deu o título ao clube do Morumbi.

Em 26 de agosto de 1973, em outra final do Campeonato Paulista, encerrou a cobrança de pênaltis quando o Santos vencia por 2 a 0, mas ainda com possibilidade de empate por parte da Portuguesa, que ainda tinha duas cobranças por fazer.[3][4] Seu erro causou a divisão do título do campeonato entre os dois clubes.[5][6]

Outro erro histórico foi na final do Campeonato Brasileiro de 1974, entre Vasco da Gama e Cruzeiro, no Estádio do Maracanã. O time mineiro precisava de apenas um empate, mas o Vasco vencia a partida por 2 a 1, quando Armando Marques anulou um gol legítimo de Zé Carlos, do Cruzeiro.[3] A partida terminou com o mesmo placar, e o Vasco sagrou-se campeão.[7]

Após a carreira

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Ao encerrar a carreira no futebol, sua popularidade o levou a apresentar um programa de auditório na extinta TV Manchete (emissora da qual ele já também fora comentarista de arbitragem), em 1993. Havia um quadro em que ele contava e admitia alguns erros que cometera durante sua carreira.

De 1997 a 2005, comandou a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF,[3] continuando a causar polêmica e algumas suspeitas por conta de suas escolhas das arbitragens do Campeonato Brasileiro de Futebol.

Foi suspenso do comando da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF em janeiro de 2002 após o árbitro paulista Alfredo Loebeling ter dito a Luiz Zveiter, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva que o dirigente o pressionou para alterar a súmula de um jogo da Série B do Nacional. Marques coagiu o árbitro Alfredo Loebeling a alterar a súmula de uma partida do Campeonato Brasileiro entre o Figueirense e o Caxias. A torcida catarinense invadiu o campo e obrigou o juiz a encerrar o jogo antes do tempo regulamentar. No relatório, porém, Loebeling disse que já havia finalizado quando o incidente ocorreu. Isto deu vantagem ao Figueirense, que subiu da Série B para a Séria A com a vitória.[8]

Deixou a presidência da Comissão Nacional de Arbitragem devido ao escândalo de manipulação de resultados conhecido como Máfia do Apito. Edson Rezende, ex-árbitro e ex-delegado da Polícia Federal, assumiu de forma interina o cargo. Durante o escândalo, Edilson Pereira de Carvalho acusou Armando Marques de lhe pressionar para ajudar o Flamengo em um jogo contra o Juventude, em Caxias do Sul, pela Copa do Brasil de 2001. Edílson ainda acusaria Reinaldo Carneiro Bastos, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, e o próprio Armando Marques, de ter lhe pedido para que tentasse manipular outros resultados. Edilson citou cinco partidas: Flamengo x Juventude (2001), Nacional x Boca Juniors (Mercosul, 2001), Santos x São Caetano (2004), Corinthians x Portuguesa Santista (2005) e Mogi Mirim x Santos (2005).[9]

Marques morreu em 16 de julho de 2014, no Rio de Janeiro, por insuficiência renal.[10][3]

Referências

  1. «Ex-Árbitros». www.apitonacional.com.br. Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  2. Janeiro, Por GloboEsporte comRio de. «Ex-árbitro, Armando Marques morre aos 84 anos de insuficiência renal». globoesporte.com. Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  3. a b c d e «Ex-árbitro Armando Marques morre no Rio aos 84 anos». Terra. Consultado em 11 de março de 2022 
  4. «Armando Marques comenta como é a sua relação com Pelé: 'Somos amigos'». Programa do Jô. Consultado em 11 de março de 2022 
  5. «Há 45 anos, erro de Armando Marques fez Santos e Portuguesa dividirem título - Esportes». Estadão. Consultado em 11 de março de 2022 
  6. «O juiz perde a conta e o Santos perde metade do título Paulista». Santos Futebol Clube. Consultado em 11 de março de 2022 
  7. «Protagonistas da final de 74, Cruzeiro e Vasco se enfrentam pela Série B». www.uol.com.br. Consultado em 11 de março de 2022 
  8. «Cronologia da Crise do Apito». Folha de S.Paulo. Folha de São Paulo de 18 de janeiro de 2002. Consultado em 29 de julho de 2024 
  9. «Cronologia da Crise do Apito». GE. Globoesporte de 18 de utubro de 2005. Consultado em 29 de julho de 2024 
  10. «Ex-árbitro, Armando Marques morre aos 84 anos de insuficiência renal». Globo Esporte. 17 de julho de 2014. Consultado em 17 de julho de 2014 
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