Bila
Bila ou Bilah (em hebraico: בִּלְהָה, transl. Bilah, em hebraico tiberiano: Bilhāh, "hesitante", "tímida") foi uma matriarca bíblica, e, de acordo com o Livro de Gênesis, uma das servas de Labão, que ele ofereceu à sua filha Raquel, para ser sua serva, por ocasião do casamento de Raquel com Jacó. (Gên 29:29). Não conseguindo engravidar, Raquel teria entregue Bila a Jacó como concumbina, para que Bila gerasse filhos de Jacó. Bila teve dois filhos, Dan e Naftali.
Bila | |
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Filho(s) | Dã Naftali |
Menção bíblica | Livro de Gênesis |
Bila está enterrada na Tumba das Matriarcas em Tiberíades. No Livro de Crônicas, os irmãos de Simei teriam vivido em uma cidade chamada Bila e nos territórios vizinhos antes do reinado de Davi, possivelmente o nome dessa cidade é em homenagem a matriarca.
Bila e Raquel
editarIsso se passou em Padã-Arã, situada na região do planalto setentrional da Mesopotâmia. Bila ainda era menina quando foi dada a Raquel como serva. Bila, porém deixou a condição de serva ao se deitar com Jacó na permissão de Raquel, passando então a ser também uma das esposas de Jacó. Raquel, com o passar do tempo, mostrou ser estéril, ela deu Bila a Jacó como concubina, para que, por meio de sua serva, Raquel pudesse ter filhos, assim como Sara, esposa de Abraão, o havia feito. (Gênesis 16:2)
Sua descendência
editarDeste modo, Bila teve dois filhos, Dã e Naftali, cujos descendentes formaram duas das doze tribos de Israel. (Gênesis 30:3–8; Gênesis 35:25; I Crônicas 7:13) Quando Jacó voltou à terra de Canaã, Bila, junto com seus filhos, foi pessoalmente apresentada a Esaú, irmão gémeo de Jacó.
Bila é ancestral de pessoas importantes como Aisamaque, Aoliabe, Jeorão, Salum e principalmente, o filho de Manoá, Sansão.
Bila e Rubem
editarDepois da morte de Raquel, os servos de Jacó retiraram a sua cama da tenda onde dormia todas as noites na companhia de sua esposa preferida, Raquel, e colocaram na tenda de Bila, acreditando que seria a vontade de Raquel por se mostrar ser muito afetiva a Bila, mas Jacó não quis dormir na tenda de Bila e de nenhuma de suas outras esposas; Jacó preferiu dormir sozinho na cama de sua saudosa amada, se consolando de sua grande dor e melancolia na perda de seu único e verdadeiro amor. Rúben, o filho primogênito de Jacó e Lia, porém percebeu a rejeição de seu pai a suas esposas com seu luto longo e infinito e então despertou desejos por Bila, esposa mais nova e mais formosa de seu pai, depois de Raquel. Numa certa noite, Rúben astuciosamente entrou na tenda de Bila se passando por Jacó, e se deitou com ela, mas logo pela manhã seu pai já havia descoberto a farsa, e Rúbem perde o direito de ter uma herança em dobro quando ele é acusado de adultério com Bila (veja Gênesis 35:22, Gênesis 49:3–4; Deuteronômio 21:17).
Na visão rabínica
editarA maioria dos rabínicos interpretaram a história de maneira diferente, dizendo que o rompimento das camas de Bila e Jacó por Rúben não foi por causa do sexo com Bila. Enquanto Raquel estava viva, dizem esses rabinicos, Jacó manteve sua cama na tenda dela e visitou as outras esposas na delas. Quando Raquel morreu, Jacó mudou sua cama para a tenda de Bila, que foi orientado por Raquel, para manter a proximidade de sua esposa favorita. No entanto, Rúben, o mais velho de Lia, sentiu que este movimento menosprezou a sua mãe, que também era a primeira esposa, e por isso mudou a cama de Jacó para a tenda da sua mãe e removeu ou derrubou a de Bila. Essa invasão da privacidade de Jacó foi vista com tanta gravidade que a Bíblia a equipara ao adultério, e Rubem perdeu seu direito de primogênito a uma dupla herança. [1]
Nos apócrifos
editarO Testamento apócrifo de Naftali diz que o pai de Bila e Zilpa se chamava Roteus. Ele foi levado ao cativeiro, mas resgatado por Labão, o pai de Raquel e Lia, que deu a Roteus uma esposa chamada Euna, que era sua mãe. [2]
Por outro lado, o primeiro comentário rabínico Pirke De-Rabbi Eliezer e outras fontes rabínicas (Midrash Rabbah e em outros lugares) afirmam que Bila e Zilpa também eram filhas de Labão, por meio de suas concubinas, tornando-as meias-irmãs de Raquel e Lia. [3]
Árvore genealógica
editarTerá | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sara | Abraão | Agar | Harã | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Naor | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ismael | Milca | Ló | Iscá | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ismaelitas | 7 filhos | Betuel | 1ª filha | 2ª filha | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Isaque | Rebeca | Labão | Moabitas | Amonitas | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Esaú | Jacó | Raquel | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Bila | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Edomitas | Zilpa | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
1.Rúben 2.Simeão 3.Levi 4.Judá 9.Issacar 10.Zebulom 11.Diná | 7.Gade 8.Aser | 5.Dã 6.Naftali | 12.José 13.Benjamim | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Referências
- ↑ Fraade, Steven D. (2011). Legal fictions : studies of law and narrative in the discursive worlds of ancient Jewish sectarians and sages. Georgetown University Law Library. [S.l.]: Leiden ; Boston : Brill
- ↑ «The Forgotten Books of Eden: The Testament of Naphtali: Chapter I». www.sacred-texts.com. Consultado em 25 de agosto de 2021
- ↑ «Chapter Two. The Author-Ity Of Pirqe De-Rabbi Eliezer». BRILL. 1 de janeiro de 2010: 23–33. Consultado em 25 de agosto de 2021