Brás de Barros
Brás de Barros, O.S.H. (Braga, 1500 – Sintra, 31 de março de 1559) foi um prelado e humanista português do século XVI.[1]
Brás de Barros | |
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Nascimento | 1500 Braga |
Ocupação | escritor |
Biografia
editarD. Frei Brás de Barros era filho natural de Valentim de Barros e de Beatriz Pereira e foi legitimado com seu irmão mais velho em Coimbra a 29 de Julho de 1506 e pelo subsequente casamento de seus pais. Era primo-irmão de João de Barros.[1]
Recebeu o Hábito de Monge da Ordem de São Jerónimo no Convento da Penha Longa, em Sintra, onde professou a 30 de Setembro de 1516, acolhendo-se, depois, ao Convento da Pena, também em Sintra, no qual ratificou a Profissão Solene a 15 de Agosto de 1525.[1]
Foi, com Frei Diogo de Murça, estudar Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade de Lovaina, donde regressou com fama de grande letrado.[1]
D. João III de Portugal nomeou-o Reformador da Congregação da Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho ou Cónegos Regulares da Ordem da Santa Cruz e restaurador dos seus estudos. O mais notável mosteiro da Ordem, em Portugal, era o de Santa Cruz, em Coimbra. Nessa cidade começou a desempenhar-se da sua missão, a 13 de outubro de 1527, e concluiu-a em 1544, reduzindo os cónegos à primitiva Observância. Em Santa Cruz restaurou os estudos com notável brilho, para o que mandou vir da França dois doutores portugueses que se tinham formado na Universidade de Paris - Pedro Henriques e Gonçalo Álvares. Começaram esses dois professores a exercer o seu magistério no colégio, em 1528, ganhando tal fama que ali mandaram muitos nobres instruir os seus filhos. Para estes se fundou, dentro do Mosteiro, o Colégio de São Miguel, ao passo que, para os estudantes pobres, foi criado o Colégio de Todos-os-Santos. Dezasseis anos se mantiveram ali os colégios, até que, em 1544, o Prior-Geral D. Dionísio de Morais lhes mandou construir edifícios próprios, à entrada da Rua de Santa Sofia. Porém, poucos anos depois, D. João III pediu ao Prior-Geral que lhe cedesse os edifícios para neles instalar o Colégio Real das Artes e Humanidades.[2]
Edificou o Mosteiro da Serra do Porto.
Nomeado Frei Brás de Barros 1.º Bispo de Leiria, foi confirmado nessa dignidade pelo Papa Paulo III, a 22 de maio de 1545. Tomou posse a 28 de julho do mesmo ano e tratou logo de pôr em ordem o governo da Diocese, o que lhe acarretou questões com o Cabido da Sé de Leiria. Em 1553, renunciou ao Bispado e, enquanto não chegava a Bula competente, retirou-se para Lisboa e de lá passou ao Mosteiro do Mato da sua Ordem, de onde continuou a expedir o despacho do Governo Diocesano. A Bula da Resignação, do Papa Paulo IV, chegou em 1556. Três anos depois, falecia o Bispo.[3]
Escreveu:
- Livro das Constituições e costumes que se guardam em o mosteiro de Santa Cruz dos Cónegos regrantes, etc., Coimbra, 1532, 1544, 1553.[3]
- Constituições do bispado de Leiria, publicadas no tempo do seu sucessor no Bispado, Coimbra, 1601.[3]
- Espelho de perfeição em língua portuguesa, traduzido do original de Frei Henrique Harphio, Coimbra, 1553 — esta obra foi proibida pela Inquisição de Espanha e figura no Índex Expurgatório de 1790, p. 127, sob o nome de Henrique Harphio.[3]
Existe um quadro seu no Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra.[1]
Referências
- ↑ a b c d e Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 4. 299
- ↑ Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 4. 299-300
- ↑ a b c d Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 4. 300
Fontes
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Precedido por Cargo inexistente (primeiro Bispo da Diocese) |
Bispo de Leiria 1545 - 1556 |
Sucedido por Sancho de Noronha e Faro |