Engenharia de petróleo
Engenharia de Petróleo é o ramo da engenharia que trata de todos os aspectos relacionados à produção, transporte, processamento e distribuição de hidrocarbonetos, que podem ser óleo ou gás natural. As atividades são divididas geralmente em duas grandes áreas: upstream, refere-se às atividades de exploração e produção e downstream, que refere-se às atividades de refino e distribuição.[2]
O engenheiro
editarO Engenheiro de Petróleo detém conhecimentos diversos para atuar nas disciplinas que abrangem a engenharia de petróleo.
De uma forma geral, o Engenheiro de Petróleo supervisiona e otimiza operações de perfuração e produção em campos de petróleo, que são encontrados em diversas regiões do mundo desde Campos Terrestres até em águas profundas.
O Engenheiro de Petróleo estuda e analisa dados de geologia, geofísica e engenharia para prever a máxima recuperação dos hidrocarbonetos presentes nos reservatórios de hidrocarbonetos, bem como as respectivas taxas de produção em campos de extração de petróleo. Também cuida dos equipamentos relacionados à exploração de petróleo.
Dentre as carreiras da engenharia de petróleo temos a engenharia de perfuração e completação de poços de petróleo, engenharia de produção e otimização da produção do petróleo, engenharia de gerenciamento de reservatórios, engenharia de análise de poços e engenharia de sistemas de perfuração e produção de petróleo no mar, desenvolvimento sustentável de campos de petróleo, além de toda gestão dessas áreas nas coordenações de projetos.
Campos de trabalhos
editarO engenheiro de petróleo tem como campo de atividade: petroleiros, refinarias, plataformas marítimas e petroquímicas. Com competências nas áreas de engenharia, geofísica, mineração e geologia, ele trabalha na descoberta de reservatórios de petróleo e procura maneiras eficientes de realizar perfurações nos reservatórios de petróleo.
Compete a esse profissional desenvolver projetos eficientes que visem à exploração e à produção do reservatório sem riscos e prejuízo ao meio ambiente. Cuida também do transporte do petróleo e seus derivados, desde o local da exploração até a chegada na refinaria.
Áreas de atuação
editarA Engenharia de petróleo normalmente é dividida em seis áreas básicas:
- Engenharia de reservatórios.
- Engenharia de equipamentos e perfuração.
- Engenharia de completação.
- Processo de produção.
- Economia do petróleo.
- Tecnologia offshore.
- Transporte do petróleo.
- processamento de petróleo em refinarias.
- distribuição dos combustíveis e demais derivados.
Brasil
editarNo Brasil, a profissão do engenheiro de petróleo é reconhecida pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) na sua Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973. Essa resolução, em seu art. 16, estabelece que o engenheiro de petróleo está habilitado a desempenhar todas as 18 atividades estabelecidas para o exercício profissional da engenharia, "referentes a dimensionamento, avaliação e exploração de jazidas petrolíferas, transportes e industrialização do petróleo; seus serviços afins e correlatos". O primeiro curso de Engenharia de Petróleo do Brasil foi criado em 1994 pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) em seu Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP).
Até a criação do curso de Engenharia de Petróleo da UENF, havia somente cursos em nível de mestrado e doutorado. O curso de pós-graduação em Engenharia de Petróleo da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) foi criado em 1987, com a criação do Departamento de Engenharia de Petróleo da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM/DEP), resultado do convênio de cooperação científica firmado entre a Petrobrás e a UNICAMP, devido a necessidade de formação de profissionais especializados nas áreas de exploração e produção de óleo e gás, atendendo à demanda nacional e internacional de recursos humanos na indústria do petróleo. Devido ao caráter multidisciplinar do programa o corpo docente permanente contava com uma sensível contribuição de professores participantes e visitantes. A participação externa foi gradativamente substituída, através da formação e contratação de doutores na área, atendendo-se à demanda de ensino e pesquisa do programa.
Também em 1987 foi criado o Centro de Estudos de Petróleo (CEPETRO) , e com apoio da PETROBRAS, foram criados no mesmo ano o Departamento de Engenharia de Petróleo e o Curso de Mestrado em Engenharia de Petróleo, ambos na Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP. Em 1990, criou-se o Programa de Mestrado em Geoengenharia de Reservatórios de Petróleo no Instituto de Geociências. Em 1993, implantou-se um programa de Doutorado em Engenharia de Petróleo. Atualmente, o CEPETRO apoia cursos e projetos na área de Ciências e Engenharia de Petróleo, contemplando as áreas de Exploração Petrolífera e Geoengenharia de Reservatórios Petrolíferos, atendendo às atividades de Geologia, Engenharia de Reservatórios, Perfuração e Completação de Poços, Produção Petrolífera e Gestão de Recursos Petrolíferos e Processamento Sísmico.
Atualmente os cursos oferecidos pela UNICAMP, com o apoio do CEPETRO, são o Mestrado e Doutorado em Ciências e Engenharia de Petróleo, os Cursos de Extensão de Engenharia do Gás Natural e Regulação no Setor de Petróleo, disciplinas de ênfase em Engenharia de Petróleo na Graduação da Faculdade de Engenharia Mecânica e Graduação em Geologia no Instituto de Geociências.
Em São Paulo, foi criado o primeiro curso de graduação na área de Engenharia de Petróleo pela Universidade de São Paulo (USP) em 2002. Esse curso é desenvolvido pela Escola Politécnica e está sob administração do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo (PMI).
Em 2004, a primeira turma de Graduação em Engenharia de Petróleo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi criada. Contando com o apoio direto do Centro de Pesquisa da Petrobrás (CENPES) e com as muitas empresas instaladas no Parque Tecnológico da UFRJ, o curso de Engenharia de Petróleo da UFRJ é tido, hoje, como uma das melhores do Brasil, junto com o LENEP e a PUC. Na Universidade Federal da Bahia (UFBA) o curso de Engenharia de Petróleo foi criado em 2005 e é uma habilitação do curso de Engenharia de Minas, fundado em 1977.[3]
No final do ano de 2005, foi criado o curso de Engenharia de Petróleo na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A criação do curso visou a formação de profissionais especializados a esta área, levando em consideração o fato de que o estado ocupa o 2º lugar dentre os maiores produtores de petróleo e gás do país. A Engenharia de Petróleo da UFES tem foco nos segmentos de Exploração e Produção (E&P) da indústria do petróleo. Durante o curso aprende-se também geologia geral, análise de bacias sedimentares, geologia do petróleo, geofísica de exploração, processamento de petróleo e gás, engenharia de dutos e sistemas submarinos, por exemplo. O curso foi o mais bem avaliado entre as graduações em Engenharia de Petróleo do país, obtendo nota máxima no ENADE 2012 e o maior Conceito Preliminar de Curso (CPC).
No ano de 2008, a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) instituiu o curso de Engenharia de Petróleo no município de Canoas, no Rio Grande do Sul, sendo pioneiro na Região Sul do Brasil, visando promover a formação de Recursos Humanos qualificados com conhecimentos e habilidades para atuar nas etapas da cadeia produtiva de petróleo e gás natural, atuando em ampla frente de tarefas e situações (produção, transporte, processamento, distribuição e utilização dos produtos), levando em conta aspectos econômicos, sociais e ambientais e contribuindo para o Desenvolvimento Tecnológico do País.
O primeiro curso de Engenharia de Petróleo ofertado na Baixada Santista, no estado de São Paulo, foi ministrado pela Universidade Santa Cecília - (Unisanta), em Santos. O primeiro vestibular ocorreu em junho de 2008.
Em 2009, foi criado o curso de Engenharia de Petróleo na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no estado do Rio Grande do Sul.
Em dezembro de 2010, a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), por meio do Centro de Educação Superior da Foz do Itajaí, sediado em Balneário Camboriú, acatando decisão estratégica do Conselho Universitário (CONSUNI), implantou o curso de graduação em Engenharia de Petróleo. É o segundo curso da área no Sul do Brasil, cujo início das aulas da primeira turma se deu em agosto de 2011.
No ano de 2011, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), por meio da resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFERSA (CONSEPE/UFERSA) criou o curso de engenharia de petróleo para atender as necessidades do mercado de petróleo da região do semiárido e da Bacia Potiguar localizada no estado do Rio Grande do Norte. A região é conhecida por ser produtora de petróleo em terra e no mar ao longo de várias décadas, e observou-se, portanto, a necessidade da criação do curso de engenharia de petróleo para suprir as necessidades do mercado local, bem como das regiões circunvizinhas. Com o advento do curso, a instituição possui como meta a formação de um profissional altamente qualificado para o atendimento das demandas relacionadas ao seguimento de exploração, produção, gerenciamento e transporte de óleo e gás.
Portugal
editarEm Portugal, existem atualmente quatro cursos superiores específicos na área de engenharia de petróleo: a licenciatura em engenharia de petróleos - ramo refinação do Instituto Piaget de Vila Nova de Santo André, o mestrado e o doutoramento em engenharia de petróleos do Instituto Superior Técnico e a licenciatura em Tecnologias de Petróleo da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do Instituto Politécnico de Setúbal.
A licenciatura em engenharia de petróleos do Instituto Piaget e de Tecnologias do Petróleo do Politécnico de Setúbal, sendo respectivamente, os primeiros cursos do ensino superior privado e público do género em Portugal, é fundamental para a consolidação da engenharia portuguesa nesta área, beneficiando de uma proximidade com as plataformas tecnológicas da Galp e da Repsol em Sines, que torna possível uma interação estratégica entre ensino e indústria. Os cursos visam dotar os diplomados de competências científicas e técnicas para o exercício profissional na indústria de petróleo e petroquímica e indústrias afins, áreas que possibilitam uma elevada empregabilidade e mobilidade e a nível mundial.
Ver também
editarReferências
- ↑ Guia do Estudante.
- ↑ THOMAS, Jose Eduardo. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. São Paulo: Interciência, 2004.
- ↑ UFBA - Engenharia de Minas
Ligações externas
editar- «Guia do Engenheiro de Petróleo». - Guia sobre a carreira de engenheiro de petróleo.
- «Engenharia de Petróleos». - Guia do Curso de Engenharia de Petróleos (ISEIT - PORTUGAL).
- «Licenciatura em Engenharia de Petróleos». - Engenharia de Petróleos no ISEIT – Instituto Universitário.
- «UENF». - Graduação em Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo.
- «UFF». - Graduação em Engenharia de Petróleo.
- «UFRJ». - Graduação em Engenharia de Petróleo.
- UFBA - Graduação em Engenharia de Minas e Petróleo (habilitação).
- «UFES». - Graduação em Engenharia de Petróleo.
- «UDESC». - Graduação em Engenharia de Petróleo.
- «UNICAMP». - Departamento de Engenharia de Petróleo.
- [www.ufpel.edu.br/engenhariadepetroleo «UFPel»] Verifique valor
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(ajuda). - Graduação em Engenharia de Petróleo. - «UFCG». - Unidade Acadêmica de Engenharia de Petróleo (Bacharelado em Engenharia de Petróleo)
- «UFERSA». - Graduação em Engenharia de Petróleo.
- UFCG - Mestrado em Engenharia de Petróleo e Gás