Grande Oriente do Brasil
O Grande Oriente do Brasil (GOB) é a mais antiga Potência Maçônica brasileira (associação de Lojas Maçônicas, também chamada de Obediência Maçônica). O GOB participou ativamente em momentos cruciais da história brasileira, como a abolição da escravatura, a Proclamação da República e a Independência do Brasil.[1]
Grande Oriente do Brasil | |
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Sede do Grande Oriente do Brasil em Brasília. | |
GOB | |
Lema: | Novae, sed antiquae Novo, porém antigo |
Fundação: | 17 de junho de 1822 (202 anos) |
Jurisdição: | Brasil |
Sede: | Palácio Maçônico "Jair de Assis Ribeiro" Brasília, Brasil |
Primeiro Grão-Mestre: | José Bonifácio |
Grão-Mestre Atual: | Ademir Cândido da Silva |
Número de Lojas: | 2.400 |
Número de Afiliados: | 97.000 |
A Maçonaria (forma reduzida e usual de Franco-Maçonaria) é uma sociedade discreta, de carácter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia e igualdade, fraternidade[2][3] e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática e filosófica. A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria e pugna pelo aperfeiçoamento moral, social e intelectual da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade. Seus fins supremos são Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autônomas, designadas por oficinas, ateliers ou (como são mais conhecidas e corretamente designadas) Lojas — "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si."
O Grande Oriente do Brasil possui, hoje, aproximadamente 3.200 Lojas e cerca de 97 000 filiados. É a maior Obediência Maçônica do mundo latino e obtém o reconhecimento de toda a Maçonaria Regular. Destacam-se suas fraternais relações com a Grande Loja Unida da Inglaterra (com o Primeiro Tratado realizado em 1919, e depois ratificado em 1935), e com todas as Obediências Maçônicas regulares da Europa e América do Norte.
História
editarFoi fundado em 17 de junho de 1822, a partir de três Lojas Maçônicas: Comércio e Artes, União e Tranqüilidade e Esperança de Nictheroy.[4]
Seu primeiro Grão-Mestre foi José Bonifácio de Andrada e Silva que após a fundação do Grande Oriente do Brasil passou a ser membro da Loja Maçônica Esperança de Nictheroy.[5]
Em 4 de outubro de 1822, veio o segundo Grão-Mestre, o então Príncipe Regente e logo depois Imperador D. Pedro I.
Em 1843, instalou-se o GOB no Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro.[6]
Em 1960, sua sede administrativa se mudou para Brasília, com sua instalação em 1978 no Palácio Maçônico "Jair de Assis Ribeiro", uma homenagem ao Soberano Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente do Brasil e do Grande Oriente do Estado de Goiás, chamado de "O Construtor" . O imponente edifício, suspenso e em formato triangular, possui área construída de mais de 7.800 metros quadrados.
Independência do Brasil
editarO GOB fez a Independência do Brasil, o maior acontecimento da Nação. Numa data posterior, o segundo grande acontecimento do Brasil, a Proclamação da República, foi realizada pelo então, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil: O Marechal Deodoro da Fonseca.[7]
Histórico de Grão-Mestres
editar- 1° (1822-1822): José Bonifácio de Andrada e Silva
- 2° (1822-1822): D. Pedro I
- 3° (1831-1837): José Bonifácio de Andrada e Silva
- 4° (1837-1850): Antônio Francisco de Paula de Holanda Cavalcanti de Albuquerque, Visconde de Albuquerque
- 5° (1850-1863): Miguel Calmon du Pin e Almeida, Marquês de Abrantes
- 6° (1850-1863): Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias (Honorário)
- 7° (1863-1864): Bento da Silva Lisboa, Barão de Cairu
- 8° (1864-1871): Joaquim Marcelino de Brito
- 9° (1871-1880): José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco
- 10° (1880-1885): Francisco José Cardoso Júnior
- 11°(1885-1889): Luís Antônio Vieira da Silva, Visconde de Vieira da Silva
- 12° (1889-1890): João Batista Gonçalves Campos, Visconde com grandeza de Jari
- 13° (1890-1892): Manuel Deodoro da Fonseca
- 14° (1892-1901): Antônio Joaquim de Macedo Soares
- 15° (1901-1904): Quintino Antônio Ferreira de Sousa Bocaiuva
- 16° (1904-1916): Lauro Nina Sodré e Silva
- 17° (1905-1905): Francisco Glicério de Cerqueira Leite (Interino)
- 18° (1917-1919): Nilo Procópio Peçanha
- 19° (1922-1925): Mario Marinho de Carvalho Behring
- 20° (1925-1926): Vicente Saraiva de Carvalho Neiva
- 21° (1926-1927): João Severiano da Fonseca Hermes
- 22° (1927-1933): Octávio Kelly
- 23° (1933-1940): José Maria Moreira Guimarães
- 24° (1940-1952): Joaquim Rodrigues Neves
- 25° (1953-1954): Benjamin de Almeida Sodré
- 26° (1954-1963): Cyro Werneck de Sousa e Silva
- XX (1964-1968): Álvaro Palmeira
- 27° (1968-1973): Moacyr Arbex Dinamarco
- 28° (1973-1978): Osmane Vieira de Resende
- 29° (1978-1983): Osires Teixeira
- 30° (1983-1987): Jair Assis Ribeiro
- 31° (1987-1988): Enoc Almeida Vieira
- 32° (1988-1993): Jair Assis Ribeiro
- 33° (1993-2001): Francisco Murilo Pinto
- 34° (2001-2008): Laelson Rodrigues
- 35° (2008-2018): Marcos José da Silva
- 36° (2018-2019): Ricardo Maciel Monteiro de Carvalho (interino)
- 37° (2019-2023): Múcio Bonifácio Guimarães
- 38° (2023-atual): Ademir Cândido da Silva
Referências
- ↑ Grande Oriente Estadual do Pernambuco
- ↑ «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - Significado de maçonaria». Priberam. Consultado em 5 de maio de 2010
- ↑ «Maçonaria». dicionário online de português. Consultado em 5 de maio de 2010
- ↑ CASTELLANI, José. História do Grande Oriente do Brasil. Brasília: Gráfica e Editora do Grande Oriente do Brasil. 1993.
- ↑ ASLAN, Nicola. Pequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros". Rio de Janeiro: Editora Maçônica, 1973.
- ↑ PROBER, Kurt. A Verdadeira História do Palácio Maçônico do Lavradio". Rio de Janeiro.
- ↑ Grande Oriente Estadual do Pernambuco[ligação inativa]