Movimento Nacional Feminino

O Movimento Nacional Feminino (MNF) (1961-1974) foi uma organização de suporte do Estado Novo criada por iniciativa de Cecília Supico Pinto e apoiada por António de Oliveira Salazar, voltada para a organização das mulheres em torno do apoio à Guerra Colonial, em particular quando o conflito em Angola, Moçambique e Guiné se intensificou.[1]

Movimento Nacional Feminino
(MNF)
Lema "Por Deus e pela Pátria"
Tipo Organização feminina
Fundação 28 de abril de 1961
Extinção 1974
Sede Rua Presidente Arriaga 6, Lisboa
Fundador(a) Cecília Supico Pinto

Esta organização não teve qualquer papel na reivindicação por alterações no papel das mulheres na sociedade portuguesa no tempo do Estado Novo. Pretendia sim demonstrar que a realidade política e social existente garantia às mulheres o exercício de direitos necessários e suficientes.

História

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Após a comoção gerada pelo golpe fracassado de assalto ao navio Santa Maria, Cecília Supico Pinto, esposa de Luís Supico Pinto, antigo ministro de Salazar, criou um movimento que veio a designar-se Movimento Nacional Feminino. Esta era pertencente à alta burguesia mais afecta ao regime.

Oficialmente o MNF foi criado no dia de aniversário de Salazar (28 de Abril) de 1961[2]. Recebeu o apoio governamental, assim como a influência das Vicentinas.

Iniciativas

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Uma das primeiras iniciativas do MNF foi a criação das madrinhas de guerra, de apoio moral e material aos soldados da Guerra Colonial e às suas famílias.

Em Julho de 1961 o general Gomes de Araújo, subsecretário adjunto da Defesa Nacional considerou o MNF como a entidade indicada para o fornecimento e distribuição dos aerogramas militares. Entre 1961 e 1974 o MNF editou mais de 300 milhões de aerogramas (com o preço de 20 centavos cada), dos quais 40 milhões até 1967. [3]

Publicou, sem grande sucesso, as revistas Presença e Guerrilha. A primeira era uma publicação mensal dirigida por Luíza Manoel de Vilhena, e a segunda uma revista mensal para militares, dirigida por Cecília Supico Pinto e tendo como chefe de redacção, primeiro, Martinho Simões e depois, Mário Matos Lemos.

No Natal de 1971 lançou um disco Natal, com Amália, Eusébio, Agostinho, Hermínia, Florbela Queirós e Francisco Nicholson.

Fundadoras

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  • Maria Luísa Bobone;
  • Teresa Mónica;
  • Maria da Glória Barros e Castro, presidente das Vicentinas;
  • Madalena da Câmara Fialho, professora do Colégio de Odivelas;
  • Deolinda Santos, directora do Colégio de Odivelas.

Membros

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  • Ivone Ferreira;
  • Maria Alice Vinhas;
  • Margarida Sousa Machado;
  • Maria Luísa Reymão Nogueira.

Referências

  1. MASCARENHAS, João Mário (coord.); NEVES, Helena; CALADO, Maria (textos). O Estado Novo e as Mulheres: O Género como Investimento Ideológico e de Mobilização. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 2001.
  2. FERREIRA, Verónica (Janeiro de 2018). As voltas do passado: A Guerra Colonial e as Lutas de Libertação. Movimento Nacional Feminino. Lisboa: Edições Tinta-da-china. pp. 89–95. ISBN 9789896714406 
  3. Martins, Fernando (sem data). Amor em tempo de guerra: As "Madrinhas de Guerra" no contexto da Guerra Colonial Portuguesa (1961-1974), CIDEHUSe Departamento de História da Universidade de Évora.
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