Solo é um aparelho em quase todas as ginásticas — exceto a ginástica de trampolim —, além de ser uma prova. Na ginástica artística é as duas coisas,[1] nas demais modalidades é somente o trabalhado em si. Desde 1900, nos Jogos de Paris, está presente em Olimpíadas — como um dos aparelhos pertencentes a disputa de exercícios combinados — e desde 1932, como um exercício individual.

Solo
Solo (ginástica)
A ginasta Jade Barbosa nos
Jogos Pan-americanos de 2007
Olímpico desde 1932 H / 1952 S
Desporto Ginástica artística
Praticado por Ambos os sexos
Masculino Max Whitlock
 Reino Unido
Feminino Simone Biles
 Estados Unidos
Campeões Mundiais
Antuérpia 2013
Masculino Kenzo Shirai
 Japão
Feminino Simone Biles
 Estados Unidos

História

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O acrobata italiano, Archange Tuccaro (1536—1616) escreveu um livro de aproximadamente 400 páginas sobre saltos livres. Tal livro fora publicado no ano de 1598, ilustrando e descrevendo cada uma das rotinas acrobáticas. Desse modo, pode-se dizer que Tuccaro é o pai desta metodologia de exercícios livres, hoje chamada de solo.[2]

Mais recentemente, os exercícios de solo — tido como livres, por aparatos não serem usados — foram preteridos até o ano de 1923, quando um protocolo com sugestões fora enviado à FIG. Neste documento foram sugeridos regulamentos para a prova em campeonatos mundiais para as competições do individual geral e em finais por aparelhos. Em 1930, fora disputada a primeira prova em um Campeonato Mundial e em 1932, a primeira prova realizada em uma competição Olímpica.[3]

A disciplina de exercícios no solo foi introduzida no programa olímpico nos Jogos de 1932. O primeiro campeão olímpico foi o húngaro Istvan Pelle. O atleta mais bem sucedido dos Jogos Olímpicos ainda é Nikolai Andrianov, da antiga União Soviética, com três medalhas consecutivas — duas de ouro e uma de prata. O evento de senhoras estreou em Helsínquia 1952, e foi conquistado por Ágnes Keleti da Hungria. Larissa Latynina, da União Soviética, foi campeã olímpica do solo em três Jogos consecutivos, entre 1956 e 1964.

Aparelho

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O solo, enquanto aparelho propriamente dito, é um estrado de dimensão 12 m x 12 m[4] — medida esta para provas de ginástica artística —, feito de um material elástico que amortece eventuais quedas e ajuda ao impulso dos saltos. Suas dimensões, conforme mudam-se as modalidades, diminuem ou aumentam. Para a ginástica rítmica, são 14 m x 14 m,[4] por exemplo.

Área de competição

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Os tamanhos foram determinados pelas normas de aparelhos da Federação Internacional de Ginastica (FIG). As dimensões são as mesmas para as atletas femininas e para as masculinas.

Área de atuação: 1200 cm × 1200 cm ± 3 cm

Diagonais: 1697 cm ± 5 cm

Borda: 100 cm

Zona de segurança: 200 cm

 
Limites e dimensões do piso

Características das competições

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O solo, nas modalidades rítmica, aeróbica e acrobática, não é uma prova em si, mas o aparelho onde são realizados todos os eventos destas ginásticas anteriormente citadas. O tablado acabou por popularizar-se sob o nome de solo e assim é chamado e reconhecido.

Na ginástica aeróbica, suas dimensões são 10 x 10 m e nele realizam-se as performances onde os próprios ginastas são os aparelhos, que demonstram sincronia, flexibilidade e energia. Já na ginástica acrobática, as dimensões do tablado são iguais as da modalidade artística, 12 x 12 m, e nele os atletas também são os aparelhos, que executam os movimentos com precisão, sincronia, força e coordenação.[5] Por fim, na rítmica, o solo é onde as ginastas realizam, dentro das dimensões de 13 x 13 m ou 14 x 14 m,[6] os movimentos com flexibilidade, coordenação, sincronia e leveza. Durante essas competições rítmicas as atletas usam aparelhos que as complementam em suas rotinas.

Ginástica artística

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Sua sigla, para provas internacionais regulamentadas pela Federação Internacional de Ginástica, é FX.

O solo é um aparelho na ginástica artística, disputado como modalidade olímpica por ambos os sexos. Os exercícios no solo fazem parte do concurso geral, onde se selecionam os oito melhores atletas para a final da especialidade. O tablado amortece eventuais quedas e ajuda ao impulso dos saltos. A prova consiste em executar diversos exercícios acrobáticos, com movimentos de equilíbrio, estáticos e de força. Para as provas femininas existe ainda a elegância, expressão coreográfica e a sincronia com a música como exigências.[7]

 
A norte-americana Shawn Johnson em Pequim 2008.

Os exercícios têm uma duração de 50s a 70s para os homens, e 70s a 90s para as mulheres. Os exercícios femininos têm a particularidade de incluir acompanhamento musical, escolhido pelas atletas e pelos treinadores. A única restrição é que a música seja instrumental, podendo conter também voz humana desde que não cantada/com letra. Uma coreografia é frequentemente aproveitada para vários exercícios de solo, em particular os realizados no mesmo evento desportivo. O contrário é menos comum: a atleta Dina Kotlonga da Rússia, foi notada nos Jogos de Pequim de 1996, por apresentar duas coreografias completamente diferentes para o concurso geral e para a final de solo, por exemplo.

O exercício tanto no masculino quanto no feminino possui movimentos próprios. A maioria das coreografias inclui de três a cinco séries acrobáticas. Segundo o Código de Pontos, o ginasta precisa demonstrar competência em diversos elementos obrigatórios. Para as senhoras, estas incluem expressão artística, um giro de pelo menos 540 graus, um duplo salto e séries acrobáticas realizadas para a frente e para trás. No exercício masculino são obrigatórias sequências de piruetas, acrobacias e paradas de mãos na lateral do aparelho (quina do tablado).[8] Tanto na ginastica masculina como na feminina os atletas precisam "cravar" todos os movimentos para não serem descontados, pois as acrobacias são avaliadas em força, precisão e equilíbrio, além da parte artística exclusivamente na ginástica feminina.

A pontuação depende do grau de dificuldade, expressão artística (na ginástica feminina), demonstração dos elementos obrigatórios e qualidade geral do exercício. São feitas deduções para erros de execução, quedas e faltas, como a saída do perímetro do estrado. Os ginastas podem usar pó de lubrificante nas mãos e pés[7] para dar maior aderência.

Algumas das faltas que penalizam os atletas são:

  • no final do movimento (rotativo), na chegada ao solo, o ginasta dá um passo à frente para se equilibrar;
  • sair da área demarcada de 12 x 12 m;
  • falta de altura na execução de um elemento;
  • falta de sincronia com a música (terminar sua coreografia antes ou depois do término da mesma).

Tais deduções são feitas de 0,1 à 1,0, em valor, para erros pequenos a erros gravíssimos.

Pontuação e regras

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As rotinas de exercícios no solo duram até 90 segundos, e há um cronômetro para esse evento.[9] A rotina é coreografada com antecedência, e é composta por elementos acrobáticos e de dança.[9]

As pontuações são baseadas na dificuldade, arte, demonstração dos elementos necessários e qualidade geral do desempenho. A pontuação é dividida em duas partes, D-score e E-score, que são somadas para obter a pontuação geral.[9]

D-score valor das dificuldades[9]
Dificuldade Valor
A 0.1
B 0.2
C 0.3
D 0.4
E 0.5
F 0.6
G 0.7
H 0.8
I 0.9
J 1.0

Campeões Olímpicos

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Masculino

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Olimpíada 20px Ouro 20px Prata 20px Bronze
Los Ángeles 1932   István Pelle   Georges Miez   Mario Lertora
Berlim 1936   Georges Miez   Josef Walter   Konrad Frey
  Eugen Mack
Londres 1948   Ferenc Pataki   János Mogyorósi-Klencs   Zdenek Ruzicka
Helsinque 1952   William Thoresson   Jerzy Jokiel
  Tadao Uesako
não concedido
Melbourne 1956   Valentin Muratov   Nobuyuki Aihara
  Viktor Chukarin
  William Thoresson
não concedido
Roma 1960   Nobuyuki Aihara   Yuri Titov   Franco Menichelli
Tóquio 1964   Franco Menichelli   Yukio Endo
  Viktor Lisitsky
não concedido
México 1968   Sawao Kato   Akinori Nakayama   Takeshi Katō
Munique 1972   Nikolai Andrianov   Akinori Nakayama   Shigeru Kasamatsu
Montreal 1976   Nikolai Andrianov   Vladimir Marchenko   Peter Kormann
Moscou 1980   Roland Brückner   Nikolai Andrianov   Alexander Dityatin
Los Ángeles 1984   Li Ning   Lou Yun   Koji Sotomura
  Philippe Vatuone
Seul 1988   Serguéi Jarkov   Vladímir Artiómov   Yukio Iketani
  [ou Yun
Barcelona 1992   Li Xiaoshuang   Yukio Iketani
  Grigori Misiutin
não concedido
Atlanta 1996   Ioannis Melissanidis   Li Xiaoshuang   Alexei Nemov
Sidney 2000   Igors Vihrovs   Alexei Nemov   Yordan Yovchev
Atenas 2004   Kyle Shewfelt   Marian Drăgulescu   Yordan Yovchev
Pequim 2008   Zou Kai   Gervasio Deferr   Anton Golotsutskov
Londres 2012   Zou Kai   Kōhei Uchimura   Denis Ablyazin
Rio de Janeiro 2016   Max Whitlock   Diego Hypólito   Arthur Mariano
Tóquio 2020   Artem Dolgopyat   Rayderley Zapata   Xiao Ruoteng

Galeria dos Campeões Olímpicos

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Feminino

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Olimpíada 20px Ouro 20px Prata 20px Bronze
Helsinque 1952   Ágnes Keleti   Maria Gorokhovskaya   Margit Korondi
Melbourne 1956   Ágnes Keleti
  Larisa Latynina
no otorgada   Elena Leuşteanu
Roma 1960   Larisa Latynina   Polina Astakhova   Tamara Lyukhina
Tóquio 1964   Larisa Latynina   Polina Astakhova   Anikó Ducza
México 1968   Věra Čáslavská
  Larisa Petrik
no otorgada   Natalia Kuchinskaya
Munique 1972   Olga Korbut   Ludmilla Tourischeva   Tamara Lazakovich
Montreal 1976   Nellie Kim   Ludmilla Tourischeva   Nadia Comăneci
Moscou 1980   Nadia Comăneci
  Nellie Kim
no otorgada   Maxi Gnauck
  Natalia Shaposhnikova
Los Ángeles 1984   Ecaterina Szabo   Julianne McNamara   Mary Lou Retton
Seul 1988   Daniela Silivaș   Svetlana Boginskaya   Diana Dudeva
Barcelona 1992   Lavinia Miloșovici   Henrietta Ónodi   Cristina Bontaș
  Tatiana Gutsu
  Shannon Miller
Atlanta 1996   Lilia Podkopayeva   Simona Amânar   Dominique Dawes
Sidney 2000   Elena Zamolodchikova   Svetlana Khorkina   Simona Amânar
Atenas 2004   Cătălina Ponor   Nicoleta Daniela Șofronie   Patricia Moreno
Pequim 2008   Sandra Izbașa   Shawn Johnson   Nastia Liukin
Londres 2012   Aly Raisman   Cătălina Ponor   Aliya Mustafina
Rio de Janeiro 2016   Simone Biles   Aly Raisman   Amy Tinkler
Tóio 2020   Jade Carey   Vanessa Ferrari Angelina Melnikova
  Mai Murakami

Galeria das Campeãs Olímpicas

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Ginastas de destaque

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Ver também

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Referências

  1. Admilson. «Ginástica artística - Aprenda a praticar». Ginástica 30 anos. Consultado em 11 de novembro de 2008. Arquivado do original em 3 de fevereiro de 2009 
  2. «Archange Tuccaro (1536 - 1616)» (em inglês). About.com. Consultado em 11 de novembro de 2008 [ligação inativa]
  3. «History of FLOOR EXERCISES (I)» (em inglês). About.com. Consultado em 11 de novembro de 2008 [ligação inativa]
  4. a b «International sprung floor for Artistic Gymnastics» (em inglês). Consultado em 11 de novembro de 2008 
  5. Van Deusen, Amy. «The Types of Gymnastics - Acrobatic Gymnastics» (em inglês). About.com. Consultado em 11 de novembro de 2008 
  6. «Sprung floor for Rhythmic Gymnastics» (em inglês). Consultado em 11 de novembro de 2008 
  7. a b «Regras da ginástica Artística». Só Ginástica. Consultado em 11 de novembro de 2008 
  8. «Rules > Apparatus Norms» (em inglês). FIG site. Consultado em 11 de novembro de 2008. Arquivado do original em 21 de julho de 2011 
  9. a b c d «WAG Code of Points 2017-2020» (PDF) (em inglês). Gymnastics. Consultado em 7 de outubro de 2023 

Bibliografia

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  • Dicionário Enciclopédico Koogan-Larousse-Seleções, Ed. Seleções do Reader's Digest, 1981.

Ligações externas

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