Vitória, Anatólia e Audax

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Vitória, Anatólia e Audax são três jovens, duas moças e um rapaz, venerados como mártires e santos pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa. Vitória e Anatólia são mencionadas no Martirológio Romano (sem Audax) na data de 10 de julho[1]. Anatólia foi mencionada pela primeira vez na "De Laude Sanctorum", composta em 396 por Vitrício, bispo de Ruão (330-409). Ela e Vitória aparecem juntas no "Martyrologium Hieronymianum" na data de 10 de julho. Vitória é mencionada também, sozinha, em 19 de dezembro[2]. As duas aparecem em mosaicos na Basílica de Sant'Apollinare Nuovo, em Ravena, entre as santas Paulina e Cristina. Uma "Passio SS. Anatoliae et Audacis et S. Victoriae", do século VI, que acrescentou o nome de Audax, foi mencionada por Adelmo (m. 709) e Beda (m. 735), que listaram as três em seus martirológios. César Barônio lista Anatólia e Audax em 9 de julho e Vitória, em 23 de dezembro[2].

Santa Vitória, Santa Anatólia e Santo Audax
Vitória, Anatólia e Audax
As duas irmãs, Santa Anatólia e Santa Vitória.
Nascimento ?
?
Morte 250
Trebula Mutuesca (Vitória); Tora (Anatólia e Audax)
Veneração por Igreja Católica; Igreja Ortodoxa
Festa litúrgica 10 de julho
Padroeira Sant'Anatolia di Borgorose, Monteleone Sabino
Portal dos Santos

A lenda dos três santos conta que, na época do imperador romano Décio, Anatólia e Vitória eram irmãs cujo casamento fora arranjado com dois nobres romanos pagãos. Elas resistiram e seus pretendentes as denunciaram como sendo cristãs, recebendo por isso a permissão para aprisioná-las em suas propriedades até elas se convencessem a renunciar às suas crenças.

O noivo de Anatólia, Tito Aurélio, desistiu e devolveu-a às autoridades. O de Vitória, Eugênio, perseverou, mas acabou também devolvendo-a.

A lenda conta que Vitória foi esfaqueada no coração em 250 em Trebula Mutuesca (Monteleone Sabino). Um floreio de sua hagiografia afirma que o assassino imediatamente foi acometido de lepra e morreu seis dias depois.

Anatólia foi assassinada no mesmo ano em "Thora" (identificada como a moderna Sant'Anatolia di Borgorose). A lenda conta que ela foi primeiro trancada num quarto com cobras venensas e, quando elas se recusavam a picá-la, um soldado chamado Audax foi enviado para matá-la. As cobras o atacaram, mas Anatólia o salvou das picadas. Impressionado pelo exemplo, ele se converteu e foi martirizado pela espada junto com ela.

Popularização do culto

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Depois da translação de suas relíquias, o culto dos três se espalhou pela Itália. O corpo de Santa Vitória foi transferido, em 827, pelo abade Pedro de Farfa de Piceno para monte Matenanano por causa das invasões árabes[2]. A cidade de Santa Vittoria in Matenano é uma homenagem a ela. Ratfredo, o próximo abade de Farfa, levou o corpo da santa para a abadia em 20 de junho de 931.

Os corpos de Anatólia e Audax foram trasladados pelo abade Leão para Subiaco por volta de 950. Em data desconhecida, uma escápula de Anatólia foi transladada para a moderna Sant'Anatolia di Borgorose e um braço, para a moderna cidade de Esanatoglia.

Os corpos de Anatólia e Audax ainda descansam em Subiaco, na basílica de Santa Escolástica, sob o altar do Santíssimo[2]. Atualmente o corpo de Santa Vitória está abrigado num altar em Santa Maria della Vittoria, em Roma.

Referências

  1. Martyrologium Romanum (Libreria Editrice Vaticana, 2001 ISBN 88-209-7210-7)
  2. a b c d Santa Vittoria

Ligações externas

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