Mostrar código-fonte de Martin Luther King Jr.

{{ver desambig|este=o líder dos direitos civis||Martin Luther King (desambiguação)}}
{{Info/Biografia
 |prefixo_honorífico    = [[Reverendo|O Reverendo]]
 |nome                  = Martin Luther King Jr.
 |imagem                = Martin Luther King, Jr..jpg
 |imagem_legenda        = Martin Luther King Jr. em 1964
 |nome_completo         = Martin Luther King Jr.
 |nascimento_data       = {{dni|lang=br|15|1|1929|si}}
 |nascimento_local      = [[Atlanta]], [[Geórgia (estado)|Geórgia]]
 |morte_data            = {{nowrap|{{morte|lang=br|4|4|1968|15|1|1929}}}}
 |morte_local           = [[Memphis (Tennessee)|Memphis]], [[Tennessee]]
 |nacionalidade         = {{USAn|o}}
 |ocupação              = [[pastor (religião)|pastor]], [[Ativista dos direitos humanos|defensor de direitos humanos]], [[Ativismo|ativista]]
 |etnia                 = [[Afro-americano]]
 |nome_mãe              = Alberta Williams King
 |nome_pai              = [[Martin Luther King (pai)]]
 |nobel                 = sim
 |principais_trabalhos  = ''"[[Eu Tenho um Sonho]]"'' (1963)
 |prêmios               = [[Nobel da Paz]] (1964)<br />[[Medalha Presidencial da Liberdade]] (póstumo)<br />[[Medalha de Ouro do Congresso]] (póstumo)
 |parentesco            = 
 |cônjuge               = [[Coretta Scott King]] (1953-1968)<!-- período em que esteve casado: 1953 até sua morte -->
 |filhos                = Yolanda King<br />[[Martin Luther King III]]<br />Dexter Scott King<br />Bernice King
 |religião              = [[Igreja Batista|Batista]]
 |influências           = [[Jesus Cristo|Jesus]], [[Abraham Lincoln]], [[Mahatma Gandhi]], [[Howard Thurman]], [[Leo Tolstoy]]
 |influenciados         = 
 |website               = 
 |rodapé                = 
 |assinatura            = [[Ficheiro:Martin Luther King Jr Signature2.svg|150px|class=skin-invert]]
}}
'''Martin Luther King Jr.''' (nascido '''Michael King Jr.'''; [[Atlanta]], {{dtlink|lang=br|15|1|1929}} – [[Memphis (Tennessee)|Memphis]], {{dtlink|lang=br|4|4|1968}}) foi um [[pastor (religião)|pastor]] [[Igreja Batista|batista]] e [[político|ativista político]] [[Estados Unidos|estadunidense]] que se tornou a figura mais proeminente e líder do [[Movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos|movimento dos direitos civis nos Estados Unidos]] de 1955 até seu assassinato em 1968. King é amplamente conhecido pela aplicação do princípio da [[desobediência civil]]<ref name=":1">{{citar web|ultimo=Passos|primeiro=David|ultimo2=Fernandes|primeiro2=Ranier|url=https://dspace.doctum.edu.br/bitstream/123456789/1782/1/DESOBEDI%C3%8ANCIA%20CIVIL%20SOB%20A%20%C3%89GIDE%20DA%20CONSTITUI%C3%87%C3%83O%20FEDERAL%20BRASILEIRA%20DE%201988.pdf|titulo=DESOBEDIÊNCIA CIVIL SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988|data=2018}}</ref> e da [[não-violência|não violência]]<ref name=":1" /> à luta por [[direitos políticos]], inspirado por suas crenças [[cristianismo|cristãs]] e pelo ativismo não violento de [[Mahatma Gandhi]].

King liderou em [[1955]] o [[boicote aos ônibus de Montgomery]] e posteriormente se tornou o primeiro presidente da [[Conferência da Liderança Cristã do Sul]] (abreviado em inglês como SCLC). Como presidente da SCLC, ele liderou sem sucesso em 1962 a luta contra a segregação em [[Albany (Geórgia)|Albany]], e foi um dos participantes que organizaram os protestos não violentos de 1963 em [[Birmingham (Alabama)|Birmingham]]. King ajudou na organização da [[Marcha sobre Washington]] onde ele ditou seu famoso discurso "[[Eu Tenho um Sonho]]" (em inglês: "''I Have a Dream''") aos pés do [[Memorial de Lincoln]].

Em 14 de outubro de 1964, King ganhou o [[Prêmio Nobel da Paz]] por combater o [[racismo nos Estados Unidos]] através da [[resistência não-violenta|resistência não violenta]]. Em 1965, ele ajudou a organizar as [[Marchas de Selma a Montgomery]]. Nos seus últimos anos, ele ampliou seu ativismo contra a [[pobreza]] e a [[Guerra do Vietnã]]. O diretor do FBI [[J. Edgar Hoover]] achava King um radical e fez dele alvo do [[COINTELPRO|programa de contrainteligência]] a partir de 1963. Os agentes do FBI o investigaram por possíveis laços comunistas, ameaçaram tornar público suas supostas relações extraconjugais e o denunciaram para agentes governamentais e, em 1964, mandaram a King uma carta ameaçadora anônima, o qual ele interpretou como uma tentativa de alguém a incentivá-lo a cometer suicídio.

Antes de sua morte, King estava planejando uma ocupação em [[Washington, D.C.]], que seria denominada [[Campanha dos Pobres]], quando ele foi [[Assassinato de Martin Luther King Jr.|assassinado]] em 4 de abril de 1968, em [[Memphis (Tennessee)|Memphis]]. Sua morte causou forte reação e foi seguida por manifestações em várias cidades dos Estados Unidos. Alegações que o assassino convicto de King, [[James Earl Ray]], ter sido coagido ou agido em conjunto com agentes do governo persistiram por décadas após o tiroteio. King foi premiado postumamente com a [[Medalha Presidencial da Liberdade]] e a [[Medalha de Ouro do Congresso]]. O [[Dia de Martin Luther King]] foi estabelecido como feriado em cidades e estados dos Estados Unidos a partir de 1971; o feriado foi promulgado a nível federal por uma legislação assinada pelo presidente [[Ronald Reagan]] em 1986. Centenas de estradas nos EUA foram renomeadas em sua honra, e um [[Condado de King (Washington)|condado em Washington]] foi dedicado a ele. O [[Martin Luther King Jr. Memorial]] no [[National Mall]] em Washington D.C. foi inaugurado em sua homenagem em 2011.

== Primeiros anos e educação ==
=== Nascimento e mudança de nome ===

King nasceu com o nome de '''Michael King Jr.''' em 15 de janeiro de 1929, em [[Atlanta (Geórgia)|Atlanta]], [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], sendo o segundo de três filhos do [[Reverendo]] [[Martin Luther King (pai)]] e Alberta King.<ref name="marshall">{{citar livro|título=All Deliberate Speed: Reflections on the First Half Century of Brown v. Board of Education |publicado=W. W. Norton & Co |página=[https://archive.org/details/alldeliberatespe00ogle/page/138 138] |último =Ogletree |primeiro =Charles J. | isbn=0-393-05897-2 |ano=2004 | url=https://archive.org/details/alldeliberatespe00ogle/page/138 }}
</ref> A mãe de King o nomeou Michael, o qual está certificado na certidão de nascimento do médico responsável,{{sfn|Oates|1993|p=4}} embora o Senhor King depois declararia que "Michael" foi um erro do próprio médico.<ref name=Snopes>{{citar web|url=https://www.snopes.com/history/american/mlking.asp |título=Four Things About King |último =Mikkelson |primeiro =David |data=19 de julho de 2003|website=Snopes |publicado=[[Snopes.com]] |acessodata=14 de março de 2011}}</ref> A irmã mais velha de King é Christine King Farris e seu irmão mais novo foi A.D King.{{sfn|King|1992|p=76}} O avô materno de King foi Adam Daniel Williams,<ref name="The King Center">{{citar web
 |url=http://www.thekingcenter.org/upbringing-studies
 |título=Upbringing & Studies
 |publicado=The King Center
 |acessodata=2 de setembro de 2012
 |arquivodata=22 de janeiro de 2013
 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130122161058/http://www.thekingcenter.org/upbringing-studies
}}
</ref> que era pastor na área rural da Geórgia e se mudou para Atlanta em 1893<ref name="bio">{{citar web|título=Martin Luther King Jr. |url=https://www.biography.com/activist/martin-luther-king-jr |website=Biography |publicado=A&E Television Networks, LLC |acessodata=22 de janeiro de 2020|língua=en-us}}</ref><ref name="bf"/><ref name="bio"/> tornado-se pastor da [[Igreja Batista Ebenézer]] no ano seguinte. Williams era descendentes de afro-irlandeses.<ref>{{citar web|título=King, James Albert|url=http://mlk-kpp01.stanford.edu/index.php/encyclopedia/encyclopedia/enc_king_james_albert_1864_1933/|acessodata=24 de junho de 2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141217012826/http://mlk-kpp01.stanford.edu/index.php/encyclopedia/encyclopedia/enc_king_james_albert_1864_1933/|arquivodata=17 de dezembro de 2014}}</ref><ref>{{citar web|último =Nsenga|primeiro =Burton|título=AfricanAncestry.com Reveals Roots of MLK and Marcus Garvey|url=http://www.theroot.com/africanancestry-com-reveals-roots-of-mlk-and-marcus-gar-1790862357}}</ref><ref>{{citar livro|primeiro =Alondra|último =Nelson|título=The Social Life of DNA|páginas=160–161|data=2016|isbn=9780807027189}}</ref> Ele casou-se com Jannie Celeste Parks, e conceberam a mãe de King, Alberta. Os pais de King Sr. eram [[parceria rural|parceiros-proprietários]]: James Albert e Dalia King de [[Stockbridge (Geórgia)|Stockbridge]].<ref name="bf">{{citar web|título=Birth & Family |url=http://www.thekingcenter.org/birth-family |website=The King Center |publicado=The Martin Luther King, Jr. Center for Nonviolent Social Change |acessodata=22 de janeiro de 2020 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130122161032/http://www.thekingcenter.org/birth-family |arquivodata=22 de janeiro de 2013}}</ref><ref name="bio"/> Michael King Sr. e Alberta começaram a namorar em 1918, e se casaram em 25 de novembro de 1926. Até a morte de Jennie em 1941, eles viveram juntos no segundo andar da casa Vitoriana dos pais de King Sr, onde tiveram e criaram seus filhos.<ref name="bio"/>{{sfn|Oates|1993|p=4}}{{sfn|Oates|1993|p=7}}{{sfn|Oates|1993|p=13}}

Logo depois de casar-se com Alberta, King Sr. se tornou pastor assistente da Igreja Batista Ebezener.{{sfn|Oates|1993|p=7}} Adam Daniel Williams morreu de um [[acidente vascular encefálico]] na primavera de 1931.{{sfn|Oates|1993|p=7}} Naquele outono, King Sr. tomou o lugar de pastor da igreja, que graças ao seu ministério aumentou sua audiência de seiscentos para alguns milhares.{{sfn|Oates|1993|p=7}}<ref name="bio"/> Em 1934, a igreja o mandou para uma viagem multimilionária pela [[Itália]], [[Tunísia]], [[Israel]] e finalmente [[Alemanha]] para o encontro da [[Baptist World Alliance]] (BWA).<ref name="deneen">{{citar jornal|primeiro =DeNeen L.|último =Brown|jornal=The Washington Post|acessodata=20 de janeiro de 2019 |título=The story of how Michael King Jr. became Martin Luther King Jr.|data=15 de janeiro de 2019|url=https://www.washingtonpost.com/history/2019/01/15/story-how-michael-king-jr-became-martin-luther-king-jr/}}</ref> O tour terminou com a visita a lugares de [[Berlim]] associados ao líder da [[reforma protestante]] [[Martinho Lutero]].<ref name="deneen"/> Enquanto esteve lá, Michael King Sr. testemunhou a ascensão do [[nazismo]].<ref name="deneen"/> Em reação a isto, a BWA declarou: "Esse congresso lamenta e condena as violações da lei de Deus, o Pai Celestial, toda a antipatia racial, e toda forma de opressão ou discriminação injusta contra judeus, pessoas de cor, ou contra questões de raça em qualquer parte do mundo".<ref name="ajc">{{citar jornal|último1 =Nancy Clanton |primeiro1 =The Atlanta Journal-Constitution |título=Why Martin Luther King Jr.’s father changed their names |url=https://www.ajc.com/lifestyles/why-martin-luther-king-father-changed-their-names/5ClNJ60MUtgsAZyCB4A4IN/ |acessodata=3 de fevereiro de 2020|obra=The Atlanta Journal-Constitution |data=17 de janeiro de 2020|língua=inglês}}</ref> Ele retornou para casa em agosto de 1934, e no mesmo ano começou a chamar a si mesmo de Martin Luther King Sr., e seu filho de Martin Luther King Jr.<ref name="deneen"/>{{sfn|King|1992|pp=30–31}} A certidão de nascimento de King foi alterada para esse nome em 23 de julho de 1957, quando ele tinha 28 anos de idade.<ref name="deneen"/><ref name="ajc"/>

=== Infância ===
[[Ficheiro:Martin Luther King's Boyhood Home.jpg|thumb|Casa da infância de Martin Luther King Jr. em Atlanta]]

Na sua casa de infância, King e seus irmãos conseguiam ler a [[Bíblia]] em voz alta como instruído por seus pais.{{sfn|Oates|1993|p=5}} Após os jantares, a avó de King Jennie, a qual ele carinhosamente chamava de "Mama", adorava contar histórias bíblicas para seus netos.{{sfn|Oates|1993|p=5}} O pai de King regularmente usava chicotadas para disciplinar seus filhos.{{sfn|Oates|1993|p=8}} Quando isso acontecia, King Sr. também mandava as crianças chicotearem umas as outras.{{sfn|Oates|1993|p=8}} O pai de King depois lembraria: "[King] era a criança mais peculiar para se chicotear independente quando isso acontecia. Ele ficava ali parado, as lágrimas escorriam, mas ele nunca chorava".{{sfn|Frady|2002|p=14}} Uma vez quando King testemunhou seu irmão A.D irritado com sua irmã Christine, ele pegou um telefone e nocauteou A.D com o objeto.{{sfn|Oates|1993|p=8}}{{sfn|Manheimer|2004|p=15}} Quando ele e seu irmão estavam brincando na casa deles, A.D deslizou de um [[balaústre]] e atingiu sua avó Jennie, fazendo-a cair sem resposta.{{sfn|Oates|1993|p=8–9}}{{sfn|Manheimer|2004|p=15}} King acreditou que ela estava morta, culpou a si mesmo e tentou [[suicídio]] pulando do segundo andar.{{sfn|Oates|1993|p=9}}{{sfn|Manheimer|2004|p=15}} Sabendo que sua avó estava viva, King levantou e deixou o chão onde tinha caído.{{sfn|Oates|1993|p=9}}

King se tornou amigo de um garoto branco cujo pai tinha uma loja na rua da casa de sua família.{{sfn|Oates|1993|p=10}} Em setembro de 1935, quando os garotos tinham seis anos de idade, eles começaram a ir na escola.{{sfn|Oates|1993|p=10}}<ref>{{citar livro|título=Assassination of Martin Luther King Jr. |primeiro =Alan |último =Pierce |url=https://archive.org/details/assassinationofm0000pier/page/14 |página=14 |ano=2004 |publicado=Abdo Pub Co |isbn=978-1-59197-727-8}}</ref> King teve que ingressar em uma escola para crianças negras, Younge Street Elementary School, enquanto seu colega foi para uma escola separada, de crianças brancas somente.{{sfn|Oates|1993|p=10}}{{sfn|Manheimer|2004|p=13}} Logo após isso, os pais do garoto branco o proibiram de brincar com King, dizendo para ele que "nós somos brancos e você é de cor".{{sfn|Oates|1993|p=10}} Quando King falou do acontecido para seus pais, eles tiveram uma longa discussão com ele sobre a história da [[Escravidão nos Estados Unidos|escravidão]] e [[racismo nos Estados Unidos]].{{sfn|Oates|1993|p=10}}{{sfn|Manheimer|2004|p=14}} Depois de aprender sobre o ódio, violência e opressão que os negros sofreram nos EUA, King posteriormente diria que ele estava "determinado a odiar toda pessoa branca".{{sfn|Oates|1993|p=10}} Seus pais o instruíram que era um dever cristão amar a todos.{{sfn|Manheimer|2004|p=14}}

King testemunhou seu pai combatendo a [[Segregação racial nos Estados Unidos|segregação racial]] e várias formas de [[discriminação]].{{sfn|Frady|2002|p=15}} Certa ocasião, quando um policial os parou e chamou King Sr. de "garoto", ele respondeu rispidamente que King Jr. era um garoto mas ele era um homem.{{sfn|Frady|2002|p=15}} Quando o pai de King o levou para uma loja de sapatos no centro de Atlanta, o funcionário disse para eles que deveriam sentar no fundo.{{sfn|Manheimer|2004|p=9}} King Sr. recusou, dizendo que "nós dois ou compraremos os sapatos sentando onde quisermos ou não compraremos sapatos nenhum", antes de sair da loja juntamente com King.{{sfn|Manheimer|2004|p=10}} Após o episódio, ele disse a King: "eu não ligo quanto tempo tenho que viver com o sistema, jamais o aceitarei".{{sfn|Manheimer|2004|p=10}} Em 1936, King Sr. levou centenas de afro-americanos em uma [[Direitos políticos|marcha civil]] a prefeitura de Atlanta para protestar contra a discriminação ao [[Sufrágio|direito a voto]].{{sfn|Oates|1993|p=8}} King diria mais tarde que King Sr. foi um verdadeiro pai para ele.{{sfn|Oates|1993|p=12}}

King memorizou e cantava [[Hino (religião)|hinos]], e citava versículos da Bíblia quando tinha cinco anos.{{sfn|Oates|1993|p=9}} No decorrer do ano seguinte, ele começou a ir na igreja com sua mãe e cantar hinos enquanto ela tocava [[piano]].{{sfn|Oates|1993|p=9}} Seu hino favorito para cantar era "''Quero ser mais e mais como Jesus''".{{sfn|Oates|1993|p=9}} Ele agitava plateias com seus cantos.{{sfn|Oates|1993|p=9}} King mais tarde se tornaria membro do coral de juniores em sua igreja.<ref>{{citar livro|título=Martin Luther King Jr.: Young Man with a Dream|primeiro =Dharathula H.|último =Millender|pp=[https://archive.org/details/martinlutherking00mill_0/page/45 45–46]|ano=1986|isbn=978-0-02-042010-1|publicado=Aladdin|url=https://archive.org/details/martinlutherking00mill_0/page/45}}</ref> King apreciava [[ópera]], e tocava piano.{{sfn|Frady|2002|p=13}} Enquanto crescia, ele aprendeu um largo vocabulário com suas leituras de dicionários e consistentemente usava seu aprendizado léxico.{{sfn|Manheimer|2004|p=15}} King entrava em conflitos físicos com garotos do seu bairro, mas várias vezes utilizava seu discurso para evitar brigas.{{sfn|Manheimer|2004|p=15}}{{sfn|Frady|2002|p=13}} Ele demonstrou uma falta de interesse em gramática e soletração, uma característica que levaria por toda a vida.{{sfn|Frady|2002|p=13}} Em 1939, King cantou como membro de sua igreja vestido de [[escravo]] para uma audiência branca na pré-estreia do filme ''[[Gone with the Wind]]''.<ref name="katznelson">{{citar livro|último =Katznelson|primeiro =Ira|página=[https://archive.org/details/whenaffirmativea00katz/page/5 5]|título=When Affirmative Action was White: An Untold History of Racial Inequality in Twentieth-Century America| isbn=0-393-05213-3|ano=2005|publicado=WW Norton & Co| url=https://archive.org/details/whenaffirmativea00katz/page/5}}</ref>{{sfn|Oates|1993|p=11}}

Em 18 de maio de 1941, quando King fugiu de seus estudos em casa para assistir um desfile, ele foi informado que algo tinha acontecido com sua avó materna.{{sfn|Oates|1993|p=12}} Ao retornar para casa, King soube que ela sofreu um [[ataque do coração]] e morreu enquanto estava sendo levada para o [[hospital]].{{sfn|Oates|1993|p=13}} King sofreu muito com a morte, e acreditou que sua fuga para ver o desfile talvez tenha sido responsável por [[Deus]] levar a vida dela.{{sfn|Oates|1993|p=13}} Novamente ele pulou do segundo andar de sua casa, e mais uma vez sobreviveu à tentativa de se matar.{{sfn|Oates|1993|p=13}}{{sfn|Frady|2002|p=14}}{{sfn|Manheimer|2004|p=15}} Seu pai lhe falou que não deveria se culpar pela morte de sua avó, e que ela tinha sido chamada para casa por Deus como parte de um plano divino o qual não poderia ser mudado.{{sfn|Oates|1993|p=13}}{{sfn|Manheimer|2004|p=16}} King lutou com a ideia, e não acreditava totalmente que seus pais sabiam onde sua avó tinha ido.{{sfn|Oates|1993|p=13}} Logo após o episódio, o pai de King decidiu mudar a família para uma casa de tijolos de dois andares em uma colina que dava a visão para o centro de Atlanta.{{sfn|Oates|1993|p=13}}

=== Adolescência ===
[[Ficheiro:Atlanta Trip 130.JPG|miniaturadaimagem|esquerda|A universidade que King estudou foi homenageada com o nome do educador afro-americano [[Booker T. Washington]]]]

Em seus anos de adolescente, ele inicialmente teve ressentimento contra brancos por causa da "humilhação racial" que ele, sua família e seus vizinhos frequentemente tinham que sofrer no segregado sul.<ref>{{citar jornal|último =Blake|primeiro =John|título=How MLK became an angry black man|url=http://www.cnn.com/2013/04/16/us/king-birmingham-jail-letter-anniversary/}}</ref> Em 1942, quando King tinha treze anos de idade, ele se tornou o mais jovem gerente assistente de uma estação de entregas do ''[[Atlanta Journal]]''.{{sfn|King|1992|p=82}} Naquele ano, King pulou o nono grau e entrou na Booker T. Washington High School,{{sfn|Manheimer|2004|p=16}} a única instituição de ensino médio na cidade para estudantes afro-americanos.{{sfn|Oates|1993|p=7}} Ela foi formada depois que líderes locais negros, incluindo o avô de King (Williams), urgiram para o governo de Atlanta criá-la.{{sfn|Oates|1993|p=7}} King ficou conhecido por suas habilidades em falar em público e fazia parte do clube de debate.{{sfn|Fleming|2008|p=8}}

Já no ano de calouro na parte final do ensino médio, ele ganhou seu primeiro prêmio em um concurso de oratória financiado pelo Negro Elks Clubs de [[Dublin (Geórgia)|Dublin]], Geórgia. No caminho para casa até Atlanta de ônibus, ele e seu professor foram ordenados pelo motorista para se levantarem a fim de que passageiros brancos pudessem sentar. King primeiramente recusou, mas depois cedeu após seu professor insistir a ele que estaria desrespeitando a lei caso não se submetesse. Sobre esse incidente, King disse que foi o "momento o qual ele esteve mais irritado em sua vida".{{sfn|Fleming|2008|p=9}}

King inicialmente ficou cético sobre muitas alegações do cristianismo. Com treze anos, ele negou a [[Ressurreição de Jesus|ressurreição física de Jesus]] durante a [[escola dominical]].<ref name="Autobiography">{{citar web|url=http://mlk-kpp01.stanford.edu/kingweb/publications/papers/vol1/501122-An_Autobiography_of_Religious_Development.htm|título=An Autobiography of Religious Development|último =|primeiro =|website=The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute|publicado=Stanford University}}</ref> Nesse estágio, ele disse: "as dúvidas começaram a brotar implacavelmente".{{sfn|King|1998|p=6}}<ref name=Autobiography/> Ele constantemente entrava em situações em que não era capaz de se identificar com a emoção que as pessoas tinham pela igreja, e começou a se preocupar se ele teria para sempre ou não atração pessoal pela religião.{{sfn|King|1998|p=14}}

=== Morehouse College ===

Durante o ano de calouro na faculdade de King, a Morehouse College, uma [[Faculdades e universidades historicamente negras|faculdade negra historicamente respeitada]], anunciou que aceitaria qualquer estudante calouro que passasse em seu exame. Naquele período, muitos estudantes tinham abandonado os estudos para se alistar na [[Segunda Guerra Mundial]]. Por causa disso, a Morehouse estava ansiosa para encher suas salas de aula. Com quinze anos, King passou no exame e entrou na Morehouse.{{sfn|Fleming|2008}} No verão antes do seu último ano nessa instituição, em 1947, um King de dezoito anos decidiu entrar para o ministério. Ele concluiu que a igreja oferecia a maneira mais segura de responder a "um desejo interior de servir a humanidade". Esse "desejo interior" de King começou a se florescer, e ele fez as pazes com a igreja batista, e acreditou que seria um pastor "racional" com sermões de grande força respeitosa, mesmo que fossem para protesto social.{{sfn|Frady|2002|p=18}} Em 1948, King se graduou com 19 anos na Morehouse com um [[Bachelor of Arts|B.A]] em [[sociologia]].<ref>{{citar livro|último =Finkelman|primeiro =Paul|url=https://books.google.com/books?id=UVgKAgAAQBAJ&q=MLK+BA+sociology&pg=PA889|título=Encyclopedia of American Civil Liberties|data=2013|publicado=Routledge|isbn=978-1-135-94704-0|língua=en}}</ref>

== Educação e ministério ==
=== Crozer Theological Seminary ===
[[Ficheiro:OldMainUpland.JPG|miniaturadaimagem|O trabalho de graduação de King foi feito no [[Crozer Theological Seminary]] (foto de 2009)]]

King ingressou no [[Crozer Theological Seminary]] em [[Chester (Pensilvânia)|Chester]], [[Pensilvânia]].<ref name="mercer">{{citar livro|título=To See the Promised Land: The Faith Pilgrimage of Martin Luther King, Jr.|página=[https://archive.org/details/toseepromisedlan0000down/page/150 150]|último =Downing|primeiro =Frederick L.|publicado=Mercer University Press|ano=1986| isbn=0-86554-207-4| url=https://archive.org/details/toseepromisedlan0000down/page/150}}
</ref><ref>{{citar livro|título=Gandhi and King: The Power of Nonviolent Resistance|último =Nojeim|primeiro =Michael J.|página=179|isbn=0-275-96574-0|publicado=Greenwood Publishing Group|ano=2004}}</ref> O pai de King deu suporte a sua decisão em continuar sua educação e fez arranjos para King trabalhar com J. Pius Barbour, um amigo da família que era pastor na Calvary Baptist Church em Chester.<ref>{{citar livro|último1 =Baldwin |primeiro1 =Lewis V. |título=There is a Balm in Gilead: The Cultural Roots of Martin Luther King, Jr. |data=1991 |publicado=Fortress Publishing |local=Minneapolis |isbn=0-8006-2457-2 |páginas=281–282 |url=https://books.google.com/?id=_oeMI9gxa2QC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false |acessodata=5 de julho de 2018}}</ref> King se tornou conhecido como um dos "Filhos do Calvário", uma honra compartilhada com William Augustus Jones Jr. e Samuel D. Proctor, os quais ambos se tornaram pregadores bem conhecidos nessa igreja.<ref>{{citar livro|último1 =Baldwin |primeiro1 =Lewis V. |título=There is a Balm in Gilead: The Cultural Roots of Martin Luther King, Jr. |data=1991 |publicado=Fortress Publishing |local=Minneapolis |isbn=0-8006-2457-2 |página=167 |url=https://books.google.com/?id=_oeMI9gxa2QC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false |acessodata=5 de julho de 2018}}</ref>

Enquanto estudava em Crozer, King juntou-se a Walter McCall, um ex-colega da Morehouse.<ref>{{citar livro|título=Through It All: Reflections on My Life, My Family, and My Faith|páginas=[https://archive.org/details/throughitallrefl00farr/page/44 44–47]|primeiro =Christine King|último =Farris|autorlink=Christine King Farris|ano=2009|publicado=Atria Books|isbn=978-1-4165-4881-2|url=https://archive.org/details/throughitallrefl00farr/page/44}}</ref> Em Crozer, King foi eleito presidente do corpo de estudantes.{{sfn|Frady|2002|pp=20–22}} Os estudantes afro-americanos de Crozer conduziam a maior parte de suas ações sociais na Edwards Street. King gostava de ficar na rua porque um colega de classe tinha uma tia que preparava couves para eles enquanto estavam lá, que ambos apreciavam.<ref>{{citar livro|título=King: A Biography|primeiro =David|último =L. Lewis|página=27|ano=2013|publicado=University of Illinois Press}}</ref>

Em uma ocasião King reprovou outro estudante por ter cerveja no quarto dele, dizendo que ambos compartilhavam a responsabilidade como afro-americanos de suportar "os deveres da raça negra". Por um tempo, ele ficou interessado no "evangelho social" de [[Walter Rauschenbusch]].{{sfn|Frady|2002|pp=20–22}} No seu terceiro ano em Crozer, King teve um relacionamento amoroso com uma mulher branca filha de um imigrante alemão que trabalhava como cozinheira em uma cafeteria. A mulher esteve comprometida com um professor antes do relacionamento com King. Ele planejou casar com ela, mas seus amigos aconselharam contra a decisão, dizendo que um casamento inter-racial poderia provocar atritos tanto em negros como brancos, e potencialmente atingir suas chances de ser um pastor em uma igreja no sul. Com ressentimentos, King disse a um amigo que ele não poderia imaginar a dor de sua mãe se o casamento ocorresse e terminou com o relacionamento seis meses depois. Ele continuou a ter sentimentos persistentes pela mulher; um amigo chegou a falar: "ele nunca se recuperou".{{sfn|Frady|2002|pp=20–22}} King se graduou com um [[bacharelado]] em divindade em 1951.<ref name="mercer"/>

=== Universidade de Boston ===

King começou seu doutorado em [[teologia sistemática]] na [[Universidade de Boston]].<ref name=":0">Radin, Charles (11 de outubro de 1991). "Panel Confirms Plagiarism by King in BU". ''The Boston Globe.'' p.1</ref> Com 25 anos de idade em 1954, King foi consignado como pastor da Dexter Avenue Baptist Church em [[Montgomery (Alabama)|Montgomery]], [[Alabama]].<ref>{{citar livro|url=https://archive.org/details/nationaldaysnati0000unse/page/314 |página=314 |último =Fuller |primeiro =Linda K. |publicado=Greenwood Publishing|ano=2004| isbn=0-275-97270-4 |título=National Days, National Ways: Historical, Political, And Religious Celebrations around the World}}</ref> King recebeu seu PhD em 5 de junho de 1955, com uma dissertação (inicialmente supervisionada por [[Edgar S. Brightman]] e, com a morte deste último, por [[Lotan Harold DeWolf]]) intitulada: ''"Uma Comparação dos Conceitos de Deus nos pensamentos de [[Paul Tillich]] e [[Henry Nelson Wieman]]"''.<ref name=":0" />

Um inquérito acadêmico de outubro de 1991 concluiu que partes do doutorado de King foram plagiados e ele agiu de maneira impropriada a respeito. Entretanto, "apesar desse achado, o comitê da universidade disse que 'ninguém pensa em revogar o doutorado do Dr. King', uma decisão que o painel diz não ter nenhum propósito".<ref name=Snopes /><ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1991/10/11/us/boston-u-panel-finds-plagiarism-by-dr-king.html |título=Boston U. Panel Finds Plagiarism by Dr. King |data=11 de outubro de 1991|obra=The New York Times |acessodata=13 de novembro de 2013|arquivodata=8 de novembro de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131108033759/http://www.nytimes.com/1991/10/11/us/boston-u-panel-finds-plagiarism-by-dr-king.html}}</ref> O veredito do comitê é de que a dissertação ainda é "inteligente e contribui para a academia". Uma carta está agora anexada a cópia da dissertação de King na biblioteca da universidade, citando várias passagens que foram feitas sem a citação apropriada e apontando as fontes.<ref>{{citar web
 |url=http://mlk-kpp01.stanford.edu/primarydocuments/Vol2/550415AComparisonOfTheConceptionsOfGod.pdf
 |título=King's Ph.D. dissertation, with attached note
 |acessodata=7 de novembro de 2014}}</ref> Há ainda debates significativos interpretando o plágio de King.<ref>{{citar periódico|último =Ling |primeiro =Peter |data=outubro de 1996 |título=Plagiarism, preaching and prophecy: the legacy of Martin Luther King, Jr. and the persistence of racism [Review] |periódico=[[Ethnic and Racial Studies]] |volume=19 |número=4 |páginas=912–916 |doi=10.1080/01419870.1996.9993942 | issn = 0141-9870 }}</ref>

=== Ministério ===
De [[1954]] a [[1959]], ele foi pastor da [[Igreja Batista Avenida Dexter]] em [[Montgomery, Alabama]].<ref> Gary L. Anderson, Kathryn G. Herr, ''Encyclopedia of Activism and Social Justice'', SAGE Publications, USA, 2007, p. 802</ref> De [[1960]] a [[1968]], ele foi pastor assistente da [[Igreja Batista Ebenézer]] em [[Atlanta]] com seu pai.<ref> Paul Finkelman, ''The Encyclopedia of American Civil Liberties: A - F, Index'', Taylor & Francis, USA, 2006, p. 889</ref> Em [[1961]], ele deixou a [[Convenção Batista Nacional, EUA]], para formar a [[Convenção Batista Nacional Progressista]] com outros pastores.<ref> Randall Herbert Balmer, ''Encyclopedia of Evangelicalism: Revised and expanded edition'', Baylor University Press, USA, 2004, p. 560</ref>

== Boicote aos ônibus de Montgomery ==
{{AP|Boicote aos ônibus de Montgomery|Leis de Jim Crow}}
[[Ficheiro:Rosaparks.jpg|miniaturadaimagem|[[Rosa Parks]] com King, 1955]]

Em março de 1955, [[Claudette Colvin]] — uma garota e estudante negra de quinze anos de Montgomery — recusou em ceder seu lugar no ônibus a um homem branco, violando as [[leis de Jim Crow]] e leis locais do [[Região Sul (Estados Unidos)|sul dos Estados Unidos]] que reforçavam a [[segregação racial]]. King estava no comitê da comunidade afro-americana de Birmingham que analisou o caso; outros membros como [[E. D. Nixon]] e [[Clifford Durr]] decidiram esperar por um caso melhor para entrar com qualquer movimento porque o incidente envolvia uma menor.{{sfn|Manheimer|2004|p=103}}

Nove meses depois em 1 de dezembro de 1955, um caso similar ocorreu quando [[Rosa Parks]] foi presa por recusar a dar seu lugar no ônibus.<ref>{{citar jornal|título=December 1, 1955: Rosa Parks arrested|data=11 de março de 2003|publicado=CNN|acessodata=8 de junho de 2008|url= http://www.cnn.com/2003/US/03/10/sprj.80.1955.parks/}}
</ref> Os dois incidentes levaram ao boicote aos ônibus de Montgomery, que foi planejado por Nixon e liderado por King.<ref>{{citar livro|título=The Montgomery Bus Boycott|página=[https://archive.org/details/montgomerybusboy0000wals/page/24 24]|último =Walsh|primeiro =Frank|publicado=Gareth Stevens|ano= 2003|isbn= 083685375X|url=https://archive.org/details/montgomerybusboy0000wals/page/24}}
</ref> O boicote durou 385 dias,<ref>{{citar livro|título=Ethical Leadership Through Transforming Justice|último =McMahon|primeiro =Thomas F.|página=25|isbn=0-7618-2908-3|publicado=University Press of America|ano=2004}}
</ref> e a situação ficou tão tensa que a casa de King foi alvo de bombas.<ref>{{citar livro|título=Patterns of Conflict, Paths to Peace|último =Fisk|primeiro =Larry J.|página=[https://archive.org/details/patternsofconfli0000unse/page/115 115]|publicado=Broadview Press|isbn=1-55111-154-3|primeiro2 =John|último2 =Schellenberg|ano=1999|url=https://archive.org/details/patternsofconfli0000unse/page/115}}</ref> King foi preso durante o boicote, que terminou com o caso jurídico distrital de ''[[Browder v. Gayle]]'', o qual encerrou com toda a segregação racial nos ônibus de Montgomery.{{sfn|King|1992|p=9}} O papel de King no boicote o transformou em uma figura nacionalmente reconhecida e o mais conhecido porta-voz dos direitos civis.{{sfn|Frady|2002|p=52}}

== Conferência da Liderança Cristã do Sul ==

Em 1957, King, [[Ralph Abernathy]], [[Fred Shuttlesworth]], [[Joseph Lowery]] e outros líderes e ativistas civis fundaram a [[Conferência da Liderança Cristã do Sul]] (SCLC, em inglês). O grupo foi criado para defender a autoridade moral e organizar o poder das igrejas negras a fim de conduzir protestos não-violentos a serviço da reforma dos direitos civis. O grupo foi inspirado pelas cruzadas do evangelista [[Billy Graham]], que teve amizade com King,<ref>{{citar livro|url=https://archive.org/details/billygrahamriseo0000mill/page/92|título=Billy Graham and the Rise of the Republican South|página=[https://archive.org/details/billygrahamriseo0000mill/page/92 92]|primeiro =Steven P.|último =Miller|ano=2009|publicado=University of Pennsylvania Press|local=Philadelphia|isbn=978-0-8122-4151-8|acessodata=8 de abril de 2015}}</ref> como também pelo grupo "In Friendship", fundado por [[King allies Stanley]] e [[Ella Baker]].<ref>{{citar web|url=https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/levison-stanley-david|título=Levison, Stanley David|último =University|primeiro =© Stanford|último2 =Stanford|data=2017-05-17|website=The Martin Luther King, Jr., Research and Education Institute|língua=en|acessodata=2020-01-30|último3 =California 94305}}</ref> King liderou a SCLC até sua morte.<ref>{{citar livro|título=Let Nobody Turn Us Around: Voices of Resistance, Reform, and Renewal: an African American Anthology|url=https://archive.org/details/letnobodyturnusa00mann|último = Marable|primeiro = Manning |primeiro2 =Leith|último2 =Mullings|publicado=Rowman & Littlefield|isbn=0-8476-8346-X|ano=2000|páginas=[https://archive.org/details/letnobodyturnusa00mann/page/391 391–2]}}</ref> A ''[[Peregrinação da Oração pela Liberdade]]'' organizada pela SCLC em 1957 foi a primeira vez que King se dirigiu para uma audiência nacional.<ref>{{citar web|título=Prayer Pilgrimage for Freedom|url=http://crdl.usg.edu/events/prayer_pilgrimage/?Welcome|publicado=Civil Rights Digital Library|acessodata=25 de outubro de 2013}}</ref>

Em 20 de setembro de 1958, King estava autografando cópias do seu livro ''[[Stride Toward Freedom]]'' em um estabelecimento comercial em [[Harlem]]<ref>Pearson, Hugh (2002). ''When Harlem Nearly Killed King: The 1958 Stabbing of Dr. Martin Luther King, Jr''. Seven Stories Press. p. 37. {{ISBN|978-1-58322-614-8}}.
</ref> quando ele escapou da morte por pouco. [[Izola Curry]], uma mulher negra mentalmente doente a qual pensou que King estava conspirando contra ela juntamente com os comunistas, esfaqueou-o com um abridor de cartas. King necessitou de cirurgia emergencial liderado por três doutores: Aubre de Lambert Maynard, Emil Naclerio e John W. V. Cordice; ele ficou hospitalizado por várias semanas. Curry foi mais tarde considerada mentalmente instável para ser julgada.<ref>{{citar web|url=http://www.highbeam.com/doc/1P2-7694472.html |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130514044835/http://www.highbeam.com/doc/1P2-7694472.html |arquivodata=14 de maio de 2013|título='King' is a Deft Exploration of the Civil Rights Leader's Stabbing |data=4 de fevereiro de 2002|autor =Graham, Renee |obra=The Boston Globe |publicado=[[HighBeam Research]]|acessodata=20 de janeiro de 2013}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.highbeam.com/doc/1A1-51d3eceac5094ac7a08d8dd326287c79.html |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130514060644/http://www.highbeam.com/doc/1A1-51d3eceac5094ac7a08d8dd326287c79.html|arquivodata=14 de maio de 2013|título=Today in History, September 20 |agência=Associated Press |data=19 de setembro de 2012|publicado= [[HighBeam Research]]|acessodata=20 de janeiro de 2013}}</ref> Em 1959, King publicou um livro curto chamado ''The Measure of A Man'', o qual contém seus sermões "What is Man? e "The Dimensions of a Complete Life". Os sermões argumentam da necessidade do homem por Deus e crítica as injustiças sociais da Civilização Ocidental.<ref>{{citar enciclopédia|url=https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/measure-man |título=Measure of a Man, The |enciclopédia=Martin Luther King, Jr., Encyclopedia |publicado=The Martin Luther King, Jr., Research and Education Institute, Stanford University |acessodata=18 de dezembro de 2018}}</ref>

[[Harry Wachtel]] se juntou ao assessor legal de King [[Clarence B. Jones]] em defesa no caso de difamação de quatro pastores na ação ''[[New York Times Co. v. Sullivan]]''; o caso foi pleiteado por causa da propaganda do jornal ''[[New York Times]]'', [[Heed Their Rising Voices]]. Wachtel financiou um fundo de isenção de taxa para cobrir as despesas da ação e assistir movimentos de não violência civis através de uma maneira mais efetiva de levantamento de dinheiro. A associação foi chamada de "Gandhi Society for Human Rights". King serviu como presidente honorário do grupo. Ele estava descontente com o ritmo que o presidente [[John F. Kennedy]] estava lidando com a questão da segregação. Em 1962, King e a Ghandi Society produziram um documento que proclamava ao presidente a seguir os passos de [[Abraham Lincoln]] e expedir uma ordem executiva que garantisse os direitos civis para todos, que seria denominada [[Segunda Proclamação de Emancipação]]. Kennedy não executou a ordem.<ref>{{citar web|url=https://kinginstitute.stanford.edu/encyclopedia/gandhi-society-human-rights|título=Martin Luther King Jr. and the Global Freedom Struggle: Gandhi Society for Human Rights|publicado=Stanford University|acessodata=30 de agosto de 2013}}</ref>
[[Ficheiro:Photograph of White House Meeting with Civil Rights Leaders. June 22, 1963 - NARA - 194190 (no border).tif|miniaturadaimagem|esquerda|[[Lyndon B. Johnson]] e [[Robert F. Kennedy]] com líderes dos movimentos civis, 22 de junho de 1963]]

O [[FBI]] estava sob uma diretiva do então procurador geral [[Robert F. Kennedy]] quando começou a grampear a linha telefônica de King no outono de 1963.<ref>{{citar livro|título=The FBI: A Comprehensive Reference Guide|último =Theoharis|primeiro =Athan G.|primeiro2 =Tony G.|último2 =Poveda|primeiro3 =Richard Gid|último3 =Powers|primeiro4 =Susan|último4 =Rosenfeld|página=[https://archive.org/details/fbicomprehensive0000theo/page/148 148]|isbn=0-89774-991-X|publicado=Greenwood Publishing|ano=1999|url=https://archive.org/details/fbicomprehensive0000theo/page/148}}
</ref> Kennedy estava preocupado que as alegações públicas de laços comunistas na SCLC poderiam ameaçar as iniciativas administrativas dos direitos civis. Ele alertou a King que se dissociasse dessas alegações e depois se sentiu compelido a escrever uma ordem que autorizava o FBI a colocar escutas nos estabelecimentos frequentados por King e outros líderes da SCLC.{{sfn|Herst|2007|pp=372–74}} O diretor do FBI [[J. Edgar Hoover]] temeu a luta pelos direitos civis e investigou as alegações de infiltração comunista no movimento. Quando não surgiu nenhuma evidência que corroborasse isto, o FBI usou pistas marginais das gravações nos próximos cinco anos em uma tentativa de forçar King a sair de sua posição de liderança através do programa [[COINTELPRO]].<ref name="autogenerated1">{{citar livro|título=The FBI: A Comprehensive Reference Guide|último =Theoharis|primeiro =Athan G.|primeiro2 =Tony G.|último2 =Poveda|primeiro3 =Richard Gid|último3 =Powers|primeiro4 =Susan|último4 =Rosenfeld|página=[https://archive.org/details/fbicomprehensive0000theo/page/123 123]|isbn=0-89774-991-X|publicado=Greenwood Publishing Group|ano=1999|url=https://archive.org/details/fbicomprehensive0000theo/page/123}}</ref>

King acreditava que protestos organizados e não violentos contra a segregação no sul, sustentado pelas [[leis de Jim Crow]], poderiam ter uma cobertura considerável da mídia na luta dos negros por igualdade e direito a voto. Os jornais e televisão cobriam diariamente a depravação e indignidades sofridas pelos negros do sul, e a segregação violenta e assédio dos ativistas dos direitos civis produziu um grande ideal favorável da opinião pública pelos negros a qual convenceu a maioria dos estadunidenses que os movimentos dos direitos civis era a questão mais importante nos EUA no início da década de 1960.<ref>{{citar livro|título=Race and Labor Matters in the New U.S. Economy|último =Wilson|primeiro =Joseph|primeiro2 =Manning|último2 =Marable|primeiro3 =Immanuel|último3 =Ness|página= 47|isbn= 0-7425-4691-8|publicado= Rowman & Littlefield|ano= 2006}}
</ref><ref>
{{citar livro|título= Architects of Political Change: Constitutional Quandaries and Social Choice Theory|último = Schofield|primeiro = Norman|isbn= 0-521-83202-0|publicado= Cambridge University Press|ano= 2006|página= [https://archive.org/details/architectsofpoli00norm/page/189 189]|url= https://archive.org/details/architectsofpoli00norm/page/189}}</ref>

King organizou e liderou marchas na luta dos negros pelo direito a [[voto]], contra a [[Segregação racial|segregação]], a favor dos [[direitos trabalhistas]] e outras conquistas civis básicas. A maioria desses direitos foram com sucesso promulgadas nas leis dos Estados Unidos com a criação da [[Lei dos Direitos Civis de 1964]] e a [[Lei dos direitos de voto de 1965]].<ref>{{citar livro|título= International Encyclopedia of Public Policy and Administration|último =Shafritz|primeiro = Jay M.|página= 1242|ano= 1998| isbn=0-8133-9974-2|publicado= Westview Press}}
</ref><ref>
{{citar livro|título= The Civil Rights Act of 1964: The Passage of the Law that Ended Racial Segregation|último =Loevy |primeiro =Robert D.|primeiro2 =Hubert H.|último2 =Humphrey|primeiro3 =John G.|último3 =Stewart|isbn= 0-7914-3361-7 |publicado=SUNY Press|ano= 1997|página=337}}</ref>

King e a SCLC colocaram em prática muitos dos princípios da [[esquerda cristã]] e aplicaram sua tática de não violência com grande sucesso ao estrategicamente escolherem os métodos de protesto e os lugares onde eles seriam realizados. Muitas vezes, havia impasses dramáticos com as autoridades segregacionistas, os quais algumas vezes reagiam violentamente.{{sfn|Glisson|2006|p=190}}

King foi criticado por outros líderes negros durante sua participação na luta pelos direitos civis. Um dos motivos foi a oposição dele a grupos negros de maior militância como o [[Nation of Islam]] e seu membro [[Malcolm X]].<ref>{{citar livro|página= 105|publicado=Rowman & Littlefield|ano=2007|isbn=978-0-7425-2928-1|último =Bobbitt|primeiro =David|título=The Rhetoric of Redemption: Kenneth Burke's Redemption Drama and Martin Luther King Jr.'s "I Have a Dream" Speech}}
</ref> A fundadora do [[Student Nonviolent Coordinating Committee]] (SNCC), [[Ella Baker]], considerou King um líder midiático de carisma que perdeu contato com as raízes do movimento<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=F7ljj_iyQcwC&pg=PA298&lpg=PA298&dq=It+usually+means+the+media+made+him,+and+the+media+may+undo+him,+luther&source=bl&ots=aiAe1m_c5B&sig=ACfU3U3E5ivGkL-zBOK36qmvjiuy2pW9IQ&hl=en&sa=X&ved=2ahUKEwjb_5GLjJTnAhXSuVkKHZsTA5IQ6AEwAHoECAcQAQ#v=onepage&q=It%20usually%20means%20the%20media%20made%20him,%20and%20the%20media%20may%20undo%20him,%20luther&f=false|título=I May Not Get There with You: The True Martin Luther King, Jr|último =Dyson|primeiro =Michael Eric|último2 =Jagerman|primeiro2 =David L.|data=2000|publicado=Simon and Schuster|isbn=978-0-684-86776-2|local=|páginas=297-299|língua=en}}</ref> a medida que ele ficava mais perto de figuras de elite como [[Nelson Rockefeller]].<ref>{{citar web|url=https://www.theroot.com/a-close-alliance-between-mlk-and-nelson-rockefeller-rev-1790858451|título=A Close Alliance Between MLK and Nelson Rockefeller Revealed|último =Burke|primeiro =Kevin M.|website=The Root|língua=en-us|acessodata=2020-01-30}}</ref> [[Stokely Carmichael]], um protegido de Baker, tornou-se um [[separatismo negro|separatista]] e se desentendeu com King e seu projeto de integração racial porque ele considerava um insulto as particularidades da cultura afro-americana.<ref>{{citar livro|título= Martin Luther King, Jr. |url= https://archive.org/details/martinlutherking00ling|último =Ling|primeiro = Peter J. |páginas=[https://archive.org/details/martinlutherking00ling/page/250 250–1]|publicado=Routledge|ano=2002|isbn=0-415-21664-8}}
</ref><ref>{{citar web| url= http://www.apspuhuru.org/publications/repnow/ReparationsNow-OCR.txt|título= Abbreviated Report from the International Tribunal on Reparations for Black People in the U.S.|publicado=African People's Socialist Party|acessodata=15 de junho de 2008|último =Yeshitela|primeiro =Omali |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080517082245/http://www.apspuhuru.org/publications/repnow/ReparationsNow-OCR.txt |arquivodata=17 de maio de 2008}}</ref>

=== Movimento de Albany (1961) ===

O Movimento de Albany foi uma coalizão formada em [[Albany (Geórgia)|Albany]], Geórgia, em novembro de 1961. Em dezembro, King e a SCLC ficaram envolvidos. O movimento mobilizou milhares de cidadãos em uma frente ampla de não violência contra qualquer aspecto da segregação na cidade e atraiu atenção nacional. Quando King visitou o lugar pela primeira vez em 15 de dezembro de 1961, ele "planejou ficar um dia ou mais e retornar para casa depois de conselhos aos envolvidos".<ref name=Hatchette>King, Martin Luther. [https://books.google.com/books?id=pynSnGuC964C&pg=PT147 The Autobiography of Martin Luther King Jr.] Hatchette Digital. 2001. Acessado em 4 de janeiro de 2013 </ref> No dia seguinte ele foi arrastado em um protesto de massa pacífico, e ele recusou deixar o lugar até que a cidade fizesse concessões. Segundo King: "o acordo foi desonrado e violado pelo lugar" após ele ter deixado Albany.<ref name=Hatchette />

King retornou em julho de 1962 e lhe foi dado duas opções: quarenta e cinco dias na prisão ou uma fiança de 178 dólares (o equivalente a 1 500 dólares em 2019); ele escolheu a prisão. Três dias após sua sentença, o chefe da polícia local Laurie Pritchett discretamente ajudou que a fiança de King fosse paga e ordenou sua soltura. Pessoas que testemunharam a ação disseram: "nós testemunhamos pessoas serem jogadas para fora das banquetas no salão de almoço... expulsas das igrejas... e jogadas na cadeia... Mas essa é a primeira vez que testemunhamos alguém ser jogado para fora da prisão".<ref>{{citar livro|título=A Testament of Hope: The Essential Writings and Speeches of Martin Luther King Jr. |último =King |primeiro =Martin Luther Jr. |ano=1990 |publicado=Harper Collins |isbn=978-0-06-064691-2 |página=[https://archive.org/details/testamentofhope00mart/page/105 105] |url=https://archive.org/details/testamentofhope00mart/page/105 }}</ref> Posteriormente o King Center descobriu que [[Billy Graham]] foi quem ajudou a pagar a fiança de King para tirá-lo da cadeia.<ref>[http://www.thekingcenter.org/archive/theme/2179 King Center:Billy Graham] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150315074536/http://www.thekingcenter.org/archive/theme/2179 |data=15 de março de 2015}} Acessado em 15 de setembro de 2014</ref>

Após quase um ano de intenso ativismo político com poucos resultados tangíveis, o movimento começou a se dissolver. King pediu um descanso de todas as demonstrações e um "Dia da Penitência" para promover a não violência e manter a moral em alta. Divisões na comunidade negra e respostas sagazes e sutis do governo derrotaram qualquer chance do movimento se reerguer.{{sfn|Glisson|2006|pp=190–93}} Embora os esforços em Albany acabaram por fornecer lições chaves para King e a militância nacional dos direitos civis,<ref>{{citar web| url= http://www.crmvet.org/tim/timhis61.htm#1961albany|título= Albany, GA Movement|publicado= Civil Rights Movement Veterans |acessodata=8 de setembro de 2008}}</ref> a mídia de todo país foi altamente crítica do papel de King na derrota, e a falta de resposta da SCLC contribuiu para o aumento abismo entre a organização e a mais radical SNCC. Após Albany, King buscou procurar mais campanhas para a SCLC em que ele pudesse controlar as circunstâncias, ao invés de acabar engolido em situações preexistentes.{{sfn|Frady|2002|p=96}}

=== Campanha de Birmingham (1963) ===
[[Ficheiro:MLK mugshot birmingham.jpg|miniaturadaimagem|direita|King foi preso em 1963 por protestar contra o tratamento dos negros em Birmingham]]
Em abril de 1963, a SCLC começou uma campanha contra a segregação racial e injustiça econômica em [[Birmingham (Alabama)|Birmingham]], Alabama. A campanha usou a não violência mas também intencionalmente confrontos táticos, desenvolvidos em parte pelo Reverendo [[Wyatt Tee Walker]]. Pessoas negras em Birmingham, organizados pela SCLC, ocuparam espaços públicos com marchas e [[Protesto sentado|protestos sentados]], violando leis que eles consideravam injustas.<ref name="McWhorter 2001"/>

King tinha a intenção de provocar detenções em massa e "criar uma situação tão crítica que inevitavelmente abriria as portas para uma negociação".<ref>Garrow, (1986) p.&nbsp;246.
</ref> Os primeiros voluntários da campanha não conseguiram criar tumulto na cidade, ou chamar a atenção da mídia sobre as ações policiais. Sob preocupações e incertezas de um King sem muita orientação, o estrategista da SCLC [[James Bavel]] mudou o curso da campanha recrutando crianças e jovens adultos nas demonstrações.<ref name="McWhorter 2001">{{citar livro|último =McWhorter|primeiro =Diane|título=Carry Me Home: Birmingham, Alabama: The Climactic Battle of the Civil Rights Revolution|ano=2001|publicado=Simon and Schuster|isbn=978-0-7432-2648-6|url=https://books.google.com/books?id=7jnr8GdvSZcC|capítulo=Two Mayors and a King}}</ref> ''[[Newsweek]]'' chamou essa estratégia de "Cruzada das Crianças".<ref name="Harrell 2005 1055">{{citar livro|título=Unto a Good Land: A History of the American People, Volume 2|página=1055|primeiro2 =Edwin S.|último2 =Gaustad|primeiro3 =Randall M.|último3 =Miller|primeiro4 =John B.|último4 =Boles|primeiro5 =Randall Bennett|último5 =Woods|primeiro6 =Sally Foreman|último6 =Griffith|último =Harrell|primeiro =David Edwin|isbn= 0-8028-2945-7 |publicado=Wm B Eerdmans Publishing|ano=2005}}
</ref><ref name="newsweek5-13">
{{citar periódico|título=Birmingham USA: Look at Them Run|periódico=[[Newsweek]]|data=13 de maio de 1963|páginas=27}}</ref>
{{quote box|width=23em|Eu quase atingi a deplorável conclusão que o grande tropeço no passo rumo a liberdade não são os cidadãos brancos ou a Klux Klux Kan, mas os brancos moderados, que são mais devotos a "dar ordens" que seguir a justiça; que preferem uma paz negativa a qual é a ausência de luta do que uma paz positiva que é a presença de justiça; que constantemente dizem: "nós concordamos com o objetivo a qual procura, mas não podemos concordar com seus métodos de ação direta"; que paternalisticamente acreditam que podem interferir na agenda de liberdade de outro homem; que vivem em um conceito mítico de tempo e constantemente aconselham o negro a esperar uma "estação mais conveniente".||salign=right|source=—Martin Luther King Jr.<ref name=LetterFromBirmJail />}}
Durante os protestos, o Departamento de Polícia de Birmingham, liderado por [[Bull Connor|Eugene "Bull" Connor]], usou jatos de alta pressão e cães de polícia contra quem protestava, incluindo crianças. Gravações da reposta policial foram transmitidas em canais de TV nacionais e dominou a atenção pública dos Estados Unidos, chocando muitos estadunidenses brancos e consolidando o papel dos afro-americanos no movimento.{{sfn|Frady|2002|pp=113–14}} Nem todas as demonstrações foram pacíficas, apesar das intenções de paz confessas da SCLC. Em alguns casos, pessoas atacaram a polícia, que respondeu usando a força. King e a SCLC foram criticados por botar crianças na zona de fogo, mas a campanha foi um sucesso: Connor perdeu seu emprego, as aplicações das leis de Jim Crow afrouxaram e lugares públicos se tornaram mais abertos aos negros. A reputação de King cresceu imensamente.<ref name="Harrell 2005 1055"/>

King foi detido e preso no início da campanha — sua décima terceira prisão<ref name="newsweek4-22">{{citar periódico|título=Integration: Connor and King|periódico=[[Newsweek]]|data=22 de abril de 1963|páginas=28,&nbsp;33}}</ref> de vinte nove no total.<ref name="holiday">{{citar web|último =King |primeiro =Coretta Scott |título=The Meaning of The King Holiday |url=http://www.thekingcenter.org/meaning-king-holiday |publicado=The King Center |acessodata=22 de agosto de 2012|arquivodata=14 de maio de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130514204850/http://www.thekingcenter.org/meaning-king-holiday}}</ref> De sua cela, ele compôs a famosa [[Carta da Cadeia de Birmingham]], a qual respondia a outra carta de oito clérigos brancos locais que defendiam usar medidas legais na luta pela mudança social ao invés de protestos. King argumentou que a crise sobre o racismo era bastante urgente, e o sistema demasiadamente entrincheirado: "Nós sabemos através de experiências dolorosas que a liberdade nunca é voluntariamente dada pelo opressor; precisa ser exigida pelo oprimido".<ref name=LetterFromBirmJail>{{citar web|último =King |primeiro =Martin Luther Jr. |título=Letter from Birmingham Jail|publicado=The Martin Luther King Jr. Research and Education Institute |url=http://mlk-kpp01.stanford.edu/index.php/resources/article/annotated_letter_from_birmingham/ |acessodata=22 de agosto de 2012|arquivodata=7 de janeiro de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130107002405/http://mlk-kpp01.stanford.edu/index.php/resources/article/annotated_letter_from_birmingham/}} King começou a escrever a carta nas margens de um jornal e continuou em pedaços de papel trazidos por seus amigos.</ref> Ele apontou que a [[Festa do Chá de Boston]], um ato de rebelião celebrado nas ex-colônias dos EUA, foi um ato de desobediência civil, e que, inversamente, "tudo que [[Adolf Hitler]] fez era 'legal'".<ref name=LetterFromBirmJail />

=== Selma, Alabama (1964) ===
{{AP|Marchas de Selma a Montgomery}}
[[Ficheiro:Bezoek ds Martin Luther King-selectionclip.ogv|miniaturadaimagem|Martin Luther King falando em uma entrevista nos [[Países Baixos]] em 1964]]
Em dezembro de 1964, King e a SCLC finalmente juntaram suas forças com o [[Student Nonviolent Coordinating Committee]] em [[Selma (Alabama)|Selma]], Alabama, onde a SNCC estava trabalhando na registração de votos por alguns meses.<ref>{{citar jornal
 |último = Haley
 |primeiro = Alex
 |título= Martin Luther King
 |obra= Interview
 |autorlink= Alex Haley
 |publicado= [[Playboy]]
 |data= Janeiro de 1965
 |url = http://www.alex-haley.com/alex_haley_martin_luther_king_interview.htm
 |acessodata= 10 de junho de 2012
 |arquivodata= 5 de maio de 2012
 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20120505054207/http://www.alex-haley.com/alex_haley_martin_luther_king_interview.htm
}}
</ref> Um juiz local decretou uma injunção que barrou a reunião de três ou mais membros afiliados a SNCC, SCLC, DCVL ou qualquer um dos quarenta e um líderes dos direitos civis. Essa injunção deteve a atividade da luta pelos direitos civis até que King desafiou o juiz ao discursar em [[Brown Chapel]] em 2 de janeiro de 1965.<ref>{{citar web|url=http://www.crmvet.org/tim/timhis64.htm#1964selmainj |título=The Selma Injunction |publicado=Civil Rights Movement Veterans |acessodata=8 de setembro de 2008 |arquivodata=25 de dezembro de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121225052448/http://www.crmvet.org/tim/tim64c.htm}}</ref>

=== Nova Iorque (1964) ===

Em 6 de fevereiro de 1964, King apresentou seu discurso inaugural sobre uma série de palestras começando na [[The New School]] chamado "A Crise Racial Americana". Nenhuma gravação de seu discurso foi achado, mas em agosto de 2013, quase 50 anos depois, a escola descobriu uma fita de áudio com 15 minutos de perguntas e respostas que se seguiram a fala de King. Nesse áudio, King se referiu a uma conversa que ele teve com [[Jawaharlal Nehru]] a qual ele compara a situação de muitos afro-americanos aos [[Dalit|intocáveis]] da Índia.<ref name="El Naggar">{{citar jornal|último =El Naggar|primeiro =Mona|título=Found After Decades, a Forgotten Tape of King 'Thinking on His Feet|url=http://cityroom.blogs.nytimes.com/2013/08/22/found-after-decades-a-forgotten-tape-of-king-thinking-on-his-feet/|acessodata=31 de agosto de 2013|jornal=The New York Times|data=22 de agosto de 2013}}</ref>

== Marcha sobre Washington (1963) ==
{{AP|Marcha sobre Washington}}
[[Ficheiro:March on Washington edit.jpg|upright|miniaturadaimagem|A Marcha sobre [[Washington, D.C.|Washington]] por Trabalho e Liberdade, 1963]]

King, representando a SCLC, estava entre os líderes do grupo chamado "[[The Big Six]]", sendo essas as organizações de luta civil que instrumentaram a organização da [[Marcha sobre Washington|Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade]], a qual ocorreu em 28 de agosto de 1963. Os outros líderes do "The Big Six" eram [[Roy Wilkins]] da ''[[National Association for the Advancement of Colored People]]''; [[Whitney Young]], ''[[National Urban League]]''; [[A. Philip Randolph]], ''[[Brotherhood of Sleeping Car Porters]]''; [[John Lewis]], [[Student Nonviolent Coordinating Committee|SNCC]]; e James L. Farmer Jr. da ''[[Congress of Racial Equality]]''.<ref>{{citar livro|título=Africana: The Encyclopedia of the African and African American Experience|último =Gates|primeiro =Henry Louis|primeiro2 =Anthony|último2 =Appiah|publicado=Basic Civitas Books|isbn=0-465-00071-1|ano=1999|página=[https://archive.org/details/africanaencyclop00appi/page/1251 1251]|url=https://archive.org/details/africanaencyclop00appi/page/1251}}</ref>

[[Bayard Rustin]] era um dos organizadores do ato. A sua homossexualidade aberta, o seu apoio ao [[socialismo democrático]] e antigos laços com o [[Partido Comunista dos Estados Unidos]] fez que muitos brancos e afro-americanos pedissem a King que ele se distanciasse de Rustin,<ref>{{citar livro|url=https://archive.org/details/freedomriders1960000arse/page/62 |página=62 |último =Arsenault|primeiro =Raymond|título=Freedom Riders: 1961 and the Struggle for Racial Justice|isbn= 0-19-513674-8|publicado=Oxford University Press|ano=2006}}</ref> algo que ele atendeu.{{sfn|Frady|2002|p=42}} Entretanto, King participou colaborou na Marcha Sobre Washington, a qual Bayard foi o principal organizador estratégico e logístico.<ref>{{citar livro|páginas= 138–143|primeiro = David|último = De Leon|título= Leaders from the 1960s: A biographical sourcebook of American activism|ano=1994|publicado=Greenwood Publishing |isbn= 0-313-27414-2 |url=https://archive.org/details/leadersfrom1960s0000unse/page/138}}</ref><ref>{{citar livro|título= African-Americans and the Quest for Civil Rights, 1900–1990| url= https://archive.org/details/africanamericans00cash|último = Cashman|primeiro = Sean Dennis|página=[https://archive.org/details/africanamericans00cash/page/162 162] | isbn=0-8147-1441-2|publicado=NYU Press|ano=1991}}</ref> Para King, esse papel de Rustin foi outro elemento que levantou controvérsia, pois ele foi uma das figuras chaves que aceitaram os desejos do Presidente dos Estados Unidos [[John F. Kennedy]] em mudar o foco da marcha.<ref>{{citar livro|título=Robert Kennedy and His Times|último =Schlesinger Jr. |primeiro = Arthur M. |página= [https://archive.org/details/robertkennedyhis00arth/page/351 351]| isbn=0345283449|publicado=Houghton Mifflin Books|anooriginal=1978 |ano=2002|url=https://archive.org/details/robertkennedyhis00arth/page/351}}
</ref><ref>{{citar livro|página=[https://archive.org/details/racereformrebell00mara_0/page/74 74]|último =Marable|primeiro =Manning|isbn=0-87805-493-6|ano=1991|publicado=Univ. Press of Mississippi|título=Race, Reform, and Rebellion: The Second Reconstruction in Black America, 1945–1990|url=https://archive.org/details/racereformrebell00mara_0/page/74}}</ref>

Kennedy inicialmente se opôs a marcha pois estava preocupado que poderia impactar negativamente a [[Lei dos Direitos Civis de 1964|legislação dos direitos civis]]. Porém, os organizadores estavam firmes que a marcha iria ocorrer.<ref>{{citar livro|título= Kennedy, Johnson, and the Quest for Justice: The Civil Rights Tapes|último = Rosenberg|primeiro = Jonathan|primeiro2 = Zachary|último2 = Karabell|página= [https://archive.org/details/kennedyjohnsonth00rose/page/130 130]| isbn= 0-393-05122-6|ano= 2003|publicado= WW Norton & Co| url= https://archive.org/details/kennedyjohnsonth00rose/page/130}}</ref> Com o esquema da marcha prosseguindo, os Kennedys decidiram que era importante assegurar seu sucesso. O Presidente Kennedy estava preocupado que a marcha teria menos de cem mil pessoas, portanto ele pediu a ajuda de igrejas e seus líderes, bem como de [[Walter Reuther]], presidente da [[United Auto Workers]], para que mobilizassem as multidões na causa.<ref>{{citar livro|título=Robert Kennedy and His Times|último =Schlesinger Jr. |primeiro = Arthur M. |páginas= [https://archive.org/details/robertkennedyhis00arth/page/350 350, 351]| isbn=0345283449|publicado=Houghton Mifflin Books|anooriginal=1978 |ano=2002|url=https://archive.org/details/robertkennedyhis00arth/page/350}}</ref>
[[Ficheiro:The March (1964 film).webm|220px|miniaturadaimagem|esquerda|''[[The March (documentário)|The March]]'', um filme documentário produzido pela [[United States Information Agency]]. O discurso de King foi retirado desse vídeo por causa de direitos autorais]]
A marcha foi originalmente pensada como um evento para dramatizar a condição desesperada dos negros no sul dos EUA e uma oportunidade em colocar as preocupações dos organizadores e suas queixas diante do símbolo de poder na capital da nação. Os organizadores tinham a intenção de denunciar o governo federal por sua falha em assegurar os direitos civis e segurança física e civil dos trabalhadores negros. O grupo aceitou a pressão e influência do presidente e o evento assumiu um tom muito menos estridente.<ref name=farce>{{citar livro|título=Living for Change: An Autobiography|último =Boggs|primeiro =Grace Lee|página= 127|publicado= U of Minnesota Press|ano= 1998 | isbn=0-8166-2955-2}}
</ref> Como resultado, alguns ativistas civis sentiram a marcha como uma forma imprecisa de "harmonizar" as questões raciais; [[Malcolm X]] chamou o evento de a "Farsa de Washington", e a [[Nation of Islam]] proibiu seus membros de participarem do ato.<ref>{{citar livro|título= Mysteries in History: From Prehistory to the Present|último =Aron|primeiro =Paul|páginas=398–399 |isbn=1-85109-899-2|publicado=ABC-CLIO|ano=2005|url=https://books.google.com/books?id=82zu_Aw5VFgC&printsec=frontcover#v=onepage&q=nation%20is%20islam&f=false}}
</ref>
[[File:Martin Luther King - March on Washington.jpg|thumb|upright|King deu seu mais famoso discurso, "[[Eu Tenho um Sonho]]", diante do [[Lincoln Memorial]] durante a [[Marcha sobre Washington|Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade]] de 1963]]
A marcha fez demandas específicas: o fim da segregação racial em escolas públicas; legislações de direitos civis inclusivas, incluindo uma lei que proibisse a discriminação nos empregos; proteção dos direitos civis dos trabalhadores da brutalidade da polícia; um [[salário mínimo]] de dois dólares por hora para todos os trabalhadores (equivalente a dezessete dólares em 2019) e um governo próprio em Washington D.C., que era então governado por um comitê congressional.<ref>{{citar livro|título=The Sixties in America|último =Singleton|primeiro =Carl|primeiro2 =Rowena|último2 =Wildin|página= [https://archive.org/details/sixtiesinamerica03sing/page/454 454]|isbn= 0-89356-982-8 |publicado=Salem Press|ano=1999|url=https://archive.org/details/sixtiesinamerica03sing/page/454}}
</ref><ref>{{citar livro|último =Bennett|primeiro =Scott H.|página= 225|ano= 2003|publicado=Syracuse University Press|isbn=0-8156-3003-4|título=Radical Pacifism: The War Resisters League and Gandhian Nonviolence in America, 1915–1963}}</ref><ref>{{citar periódico
 |título= Celebrating the Birthday and Public Holiday for Martin Luther King, Jr
 |último = Davis
 |primeiro = Danny
 |autorlink= Danny K. Davis
 |publicado= Library of Congress
 |url = http://thomas.loc.gov/cgi-bin/query/z?r110:H16JA7-0046:
 |periódico= Congressional Record
 |acessodata= 11 de julho de 2011
 |data= 16 de janeiro de 2007
 |arquivodata= 28 de julho de 2013
 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20130728081414/http://thomas.loc.gov/cgi-bin/query/z?r110:H16JA7-0046:
}}</ref> Apesar das tensões, a marcha foi um grande sucesso.<ref name="Powers 1997 313">{{citar livro|página=[https://archive.org/details/protestpowerchan00roge/page/313 313]|último =Powers|primeiro =Roger S.|primeiro2 =William B.|último2 =Vogele|primeiro3 =Christopher |último3 =Kruegler|primeiro4 =Ronald M.|último4 =McCarthy|publicado=Taylor & Francis|ano=1997|isbn=0-8153-0913-9|título=Protest, power, and change: an encyclopedia of nonviolent action from ACT-UP to Women's Suffrage|url=https://archive.org/details/protestpowerchan00roge/page/313}}</ref> Mais de um quarto de um milhão de pessoas das mais diversas etnicidades foram para o evento, espalhando-se diante dos pés do [[Lincoln Memorial]] no [[National Mall]] e ao redor da piscina adjacente. Na época, foi a maior demonstração ocorrida na história de Washington D.C.<ref name="Powers 1997 313"/>

=== Eu Tenho um Sonho ===
{{AP|Eu Tenho um Sonho}}

King discursou por dezessete minutos, uma exibição que mais tarde seria conhecida como "Eu Tenho um Sonho" (em inglês: ''I Have a Dream''). Na passagem mais famosa do discurso — a qual ele dispensou o texto pré-preparado, possivelmente por solicitação de Mahalia Jackson, que gritou atrás dele: "conte a eles sobre o sonho!"<ref>{{citar web
 |url=https://www.theguardian.com/world/2003/aug/21/usa.comment
 |título=I have a dream
 |autor =Younge, Gary
 |data=21 de agosto de 2003
 |obra=The Guardian
 |acessodata= 9 de janeiro de 2013
 |arquivodata=27 de agosto de 2013
 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130827063459/http://www.theguardian.com/world/2003/aug/21/usa.comment
}}
</ref><ref>
{{citar livro|título=The Dream: Martin Luther King Jr. and the Speech that Inspired a Nation |último =Hansen |primeiro =Drew |ano=2005 |publicado=HarperCollins |isbn=978-0-06-008477-6 |página=[https://archive.org/details/dreammartinluthe00hans/page/98 98] |url=https://archive.org/details/dreammartinluthe00hans/page/98}}</ref> — King disse:<ref>{{citar livro|título=The Words of Martin Luther King Jr.: Second Edition |último =King |primeiro =Martin Luther Jr. |autor2 =King, Coretta Scott |ano=2008 |publicado=Newmarket Press |isbn= 978-1-55704-815-8 |página=95 |url=https://books.google.com/?id=irMxJS36904C&pg=PA95}}</ref>

{{Quote|{{Quote|<poem>Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - [[Declaração da Independência dos Estados Unidos|nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais]].

Eu tenho um sonho que um dia, nas colinas vermelhas da [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], os filhos dos ex-escravos e os filhos dos ex-donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo o estado do [[Mississippi]], um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças viverão um dia em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.

Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, lá no [[Alabama]], com seus racistas malignos, com [[George Wallace|seu governador]] tendo os seus lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia, bem ali no Alabama, meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.

Eu tenho um sonho hoje!
</poem>}}|Martin Luther King Jr.||<ref>{{citar web |url= http://www.dhnet.org.br/desejos/sonhos/dream.htm |titulo=Eu tenho um sonho |data= |publicado= |acessodata= 29 de janeiro de 2020 }}</ref>|}}

"Eu Tenho um Sonho" é considerado um dos discursos mais refinados na história da oratória dos Estados Unidos.<ref>{{citar web|título=Dream Assignment |obra=Smithsonian |data=1 de agosto de 2003|acessodata=27 de agosto de 2008|último =Moore |primeiro =Lucinda |url=http://www.smithsonianmag.com/arts-culture/dream-speech.html |arquivourl=https://archive.today/20130105000547/http://www.smithsonianmag.com/arts-culture/dream-speech.html|arquivodata=5 de janeiro de 2013}}
</ref> A marcha, e especialmente a fala de King, ajudou a colocar os direitos civis no topo da prioridade dos reformadores dos EUA e facilitou a implementação da Lei dos Direitos Civis de 1964.<ref>James T. Patterson, ''Grand Expectations: The United States, 1945–1974'' (Oxford University Press 1996) pp 482–85, 542–46
</ref><ref>
Harvard Sitkoff, ''The Struggle for Black Equality'' (Hill and Wang; 2008) pp 152–53</ref>

A cópia original do discurso escrita em máquina de escrever, incluindo notas à mão de King, foi descoberta em 1984 sob os pertences de [[George Raveling]], o primeiro treinador de basquete afro-americano da [[Universidade de Iowa]]. Em 1963, Raveling, então com 26 anos, estava perto do pódio onde King discursou, e imediatamente após a fala perguntou ao líder civil se poderia ter a cópia do discurso. King aceitou.<ref name=CBS>{{citar web|último =Patrick|primeiro =Alvin|título=Guardian of history: MLK's "I have a dream speech" lives on|url=http://www.cbsnews.com/8301-3445_162-57596990/guardian-of-history-mlks-i-have-a-dream-speech-lives-on/|obra=CBS News|publicado=CBS Interactive Inc|acessodata=31 de agosto de 2013}}</ref>

== Selma e o "Domingo Sangrento" (1965) ==
{{AP|Marchas de Selma a Montgomery}}
[[Ficheiro:Selma to Montgomery Marches protesters.jpg|219x219px|miniaturadaimagem|Integrantes das [[Marchas de Selma a Montgomery]], Alabama, em 1965]]
Depois de uma chamada de James Bevel por uma marcha de Selma até Montgomery, King, Bavel e a SCLC, com uma participação parcial da SNCC, tentaram organizar a marcha para a capital do estado. A primeira tentativa em 3 de março de 1965 foi abortada por causa da violência policial contra os participantes. Esse dia ficou conhecido como [[Marchas de_Selma a Montgomery#Primeira marcha: Domingo_Sangrento|Domingo Sangrento]] e foi um ponto de virada nos esforços em ganhar suporte da opinião pública nos movimentos dos direitos civis. Foi o mais claro ato na época em mostrar o dramático potencial da estratégia da não violência de King. Porém o mesmo não estava presente na ocasião.{{sfn|King|1998|p=6}}

Em 5 de Março, King reuniu-se com funcionários da administração de [[Lyndon B. Johnson]] para solicitar um [[processo cautelar]] contra qualquer ação aos manifestantes. Ele não foi para a marcha por causa de deveres na igreja, mas depois escreveu: "se eu tivesse ideia que as tropas estatais usariam tal tipo de brutalidade que eles acabariam por fazer, eu teria me sentido compelido em desistir de todos os meus deveres na igreja para liderar as linhas".{{sfn|King|1998|pp=276–79}} Imagens da [[Violência policial|brutalidade da polícia]] contra os manifestantes foram transmitidas extensivamente e causaram injúria nacional.{{sfn|Jackson|2006|pp=222–23}}

A próxima tentativa de King de organizar a marcha foi em 9 de março. A SCLC solicitou uma liminar na corte federal contra o estado de Alabama; acabou por ser negada e o juiz ordenou o bloqueio da marcha até depois de uma audiência. Apesar disso, King liderou marchas em 9 de março na [[Ponte Edmund Pettus]] em Selma, e então fez uma curta oração antes de se virar para os manifestantes ao redor e pedir a eles para dispersarem a fim de não violar a ordem da corte. O fim inesperado da segunda marcha surpreendeu quem estava ali e irritou muitos que estavam no movimento local.{{sfn|Jackson|2006|p=223}} A marcha finalmente foi em frente em 25 de março.<ref>{{citar livro|último = Isserman|primeiro = Maurice|título= America Divided: The Civil War of the 1960s|primeiro2 = Michael|último2 = Kazin|página= [https://archive.org/details/americadividedci0000isse/page/175 175]|publicado= Oxford University Pressk|ano= 2000|isbn= 0-19-509190-6|url= https://archive.org/details/americadividedci0000isse/page/175}}
</ref><ref>{{citar livro|título=The Riotmakers|último =Azbell|primeiro =Joe|publicado= Oak Tree Books|ano= 1968|página= 176}}</ref> Na conclusão do ato diante do [[Capitólio do estado de Alabama|capitólio estadual]], King fez um discurso que ficaria conhecido como "''[[How Long, Not Long]]''". Nele, King afirmou que os direitos iguais para os afro-americanos não poderiam estar tão distantes, "porque o arco do universo moral é longo, mas pende para a justiça" e "vocês devem colher o que plantam".<ref group=nota>Embora comumente atribuída a King, a expressão original vêm do abolicionista que viveu no século XIX [[Theodore Parker]].</ref><ref name=NPR>{{citar web|url=https://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=129609461 |título=Theodore Parker And The 'Moral Universe' |data=2 de setembro de 2010|publicado=National Public Radio |acessodata=24 de janeiro de 2013|arquivodata=27 de junho de 2012 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120627091901/http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=129609461}}</ref><ref>{{citar livro|último =Leeman|primeiro =Richard W.|título=African-American Orators: A Bio-critical Sourcebook|página=[https://archive.org/details/africanamericano00leem_0/page/220 220]|isbn=0-313-29014-8|publicado=Greenwood Publishing|ano=1996|url=https://archive.org/details/africanamericano00leem_0/page/220}}</ref><ref>{{citar vídeo|pessoas= Democracy Now!|título= Rare Video Footage of Historic Alabama 1965 Civil Rights Marches, MLK's Famous Montgomery Speech|acessodata=5 de maio de 2018| url = https://www.youtube.com/watch?v=CBm48Scju9E}}</ref>

== Chicago Freedom Movement (1966) ==
[[Ficheiro:Lyndon Johnson signing Civil Rights Act, July 2, 1964.jpg|220px|miniaturadaimagem|direita|King posicionado atrás do presidente Johnson enquanto ele assina a [[Lei dos Direitos Civis de 1964]]]]
Em 1966, após vários sucessos no sul, King, Bavel e outros da organização dos direitos civis levaram o movimento para o norte, com [[Chicago]] sendo o primeiro destino. King e Ralph Abernathy, ambos da classe média, mudaram-se para uma moradia na S. Hamlin Avenue, no subúrbio de [[North Lawndale (Chicago)|North Lawndale]]<ref>{{citar web
 |url=http://www.encyclopedia.chicagohistory.org/pages/901.html
 |título=North Lawndale
 |enciclopédia=Encyclopedia
 |publicado=Chicago History
 |acessodata=8 de setembro de 2008
 |arquivodata=30 de janeiro de 2013
 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130130063532/http://www.encyclopedia.chicagohistory.org/pages/901.html
}}</ref> no lado oeste de Chicago, como uma experiência educacional e demonstrar um apoio e empatia pelos pobres.{{sfn|Cohen|Taylor|2000|pp=360–62}}

A SCLC formou uma coalizão com a CCCO, Coordinating Council of Community Organizations, uma organização fundada por Albert Raby, e a junção desses dois grupos foi promovida sob a proteção do [[Chicago Freedom Movement]].<ref name=Ralph>{{citar livro|último =Ralph|primeiro =James| isbn=0-674-62687-7|publicado=Harvard University Press|ano=1993|título=Northern Protest: Martin Luther King Jr., Chicago, and the Civil Rights Movement|página=[https://archive.org/details/northernprotestm00ralp/page/1 1]| url=https://archive.org/details/northernprotestm00ralp/page/1}}</ref> Durante aquela primavera, vários casais de brancos e negros foram segregados de maneira velada por corretores imobiliários, os quais aconselhavam os clientes a comprar casas em bairros específicos com base na etnia. {{sfn|Cohen|Taylor|2000|p=347}} Casos assim se multiplicaram, e várias marchas foram planejadas e executadas.<ref name=Ralph />{{sfn|Cohen|Taylor|2000|p=416}}<ref>{{citar livro|último = Fairclough|primeiro = Adam|página=[https://archive.org/details/toredeemsoulofam00fair/page/299 299]|título= To Redeem the Soul of America: The Southern Christian Leadership Conference & Martin Luther King Jr.|ano= 1987|publicado=[[University of Georgia Press]]| isbn=0-8203-2346-2| url=https://archive.org/details/toredeemsoulofam00fair/page/299}}</ref>
[[Ficheiro:Martin Luther King, Jr. and Lyndon Johnson 2.jpg|220px|miniaturadaimagem|esquerda|O presidente [[Lyndon B. Johnson]] com Martin Luther King no gabinete da [[Casa Branca]], 1966 ]]
King depois apontou que o movimento recebeu uma recepção pior em Chicago do que no sul. As marchas, especialmente uma em Marquette Park em 5 de agosto de 1966, foram recebidos por garrafadas e gritos das multidões. Revoltas em consequência da recepção pareciam bem possíveis.<ref>{{citar livro|título=Chicago: City Guide|último =Baty|primeiro =Chris|página=[https://archive.org/details/chicago00baty/page/52 52]|publicado=Lonely Planet| isbn=1-74104-032-9|ano=2004| url=https://archive.org/details/chicago00baty/page/52}}
</ref><ref>{{citar livro|título=Jesse Jackson|último =Stone|primeiro =Eddie|páginas=59–60| isbn=0-87067-840-X|publicado= Holloway House Publishing|ano=1988}}</ref> As crenças de King entraram em conflito com a possibilidade de eventos violentos, e ele negociou um acordo com o prefeito de Chicago [[Richard J. Daley]] para cancelar os atos a fim de evitar a violência que ele temia que pudesse ocorrer.<ref>{{citar livro|último =Lentz|primeiro =Richard|título=Symbols, the News Magazines, and Martin Luther King|página=230|publicado=LSU Press|ano=1990|isbn=0-8071-2524-5}}
</ref> King foi atingido por um tijolo durante uma das marchas, mas ele continuou apesar dos potenciais perigos.<ref>{{citar livro|último =Isserman|primeiro =Maurice|título=America Divided: The Civil War of the 1960s|primeiro2 =Michael|último2 =Kazin|página=[https://archive.org/details/americadividedci0000isse/page/200 200]|publicado=Oxford University Press|ano=2000|isbn=0-19-509190-6|url=https://archive.org/details/americadividedci0000isse/page/200}} Ver também: {{citar livro|página=[https://archive.org/details/voiceofdeliveran00mill/page/139 139]|último =Miller|primeiro =Keith D.|título=Voice of Deliverance: The Language of Martin Luther King Jr. and Its Sources|isbn=0-8203-2013-7|publicado=[[University of Georgia Press]]|ano=1998|url=https://archive.org/details/voiceofdeliveran00mill/page/139}}</ref>

Quando King e seus aliados retornaram para o sul, eles deixaram um jovem estudante seminarista que previamente tinha ingressado no movimento do sul, [[Jesse Jackson]], no cargo da organização.<ref>{{citar livro|título=Meet Martin Luther King, Jr|página=20|último =Mis|isbn=978-1-4042-4209-8|publicado=Rosen Publishing Group|ano=2008|primeiro =Melody S.}}
</ref> Jackson continuou na batalha por direitos civis ao organizar a [[Operation Breadbasket]], que mirava cadeias de lojas que não agiam justamente com os negros.<ref>{{citar livro|título=The Betrayal of the Urban Poor|último =Slessarev|primeiro =Helene|página=140|publicado=Temple University Press|ano=1997|isbn=1-56639-543-7}}</ref>

Um documento da [[CIA]] de 1967 e desclassificado em 2017 minimiza o papel de King na "militância negra" em Chicago, citando uma fonte a qual afirma que King "buscou ao menos projetos positivos e construtivos" na situação.<ref>{{citar web|url=https://www.archives.gov/files/research/jfk/releases/docid-32397511.pdf |título=Views on Black Militant Situation in Chicago |autor =CIA |data=5 de outubro de 1967|acessodata=13 de fevereiro de 2018}}</ref>

== Posicionamento contra a Guerra do Vietnã ==
{{AP|Protestos contra a Guerra do Vietnã}}
{{quote box|width=23em|O governo dos EUA é o maior perpetuador de violência no Mundo hoje.||salign=right|source=—Martin Luther King Jr.<ref name=liberal>{{citar jornal|último1 =Luther King Jr|primeiro1 =Martin|título=MLK's vehement condemnations of US militarism are more relevant than ever|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2013/jan/21/king-obama-drones-militarism-sanctions-iran|acessodata=21 de janeiro de 2013|jornal=The Guardian|data=21 de janeiro de 2013}}</ref>}}
{{quote box|width=23em|Nós devemos reconhecer que não podemos resolver nossos problemas agora até ocorrer uma redistribuição radical do poder político e econômico... isto significa uma revolução de valores e outras coisas. Nós devemos ver agora que as maldades do racismo, a exploração econômica e o militarismo estão todos conectados... você realmente não pode se livrar de um sem se livrar dos outros... toda a estrutura da vida dos estadunidenses deve ser mudada. O nosso país é uma nação hipócrita e [nós] devemos botar [nossa] própria casa em ordem.||salign=right|source=—Martin Luther King Jr.<ref name=capitalism>{{citar web|último1 =Luther King Jr.|primeiro1 =Martin|título=The 11 Most Anti-Capitalist Quotes from Martin Luther King Jr.|url=https://www.commondreams.org/views/2019/01/21/11-most-anti-capitalist-quotes-martin-luther-king-jr|acessodata=21 de janeiro de 2019}}</ref>}}

King já era contra o envolvimento dos EUA na [[Guerra do Vietnã]],<ref name=kingandvietnam1 /> mas em um primeiro momento evitou o assunto em falas públicas para não gerar conflitos nos objetivos dos direitos civis que poderiam ser criticados pelo presidente Johnson.<ref name=kingandvietnam1>{{citar livro|título=The Sixties Chronicle|autor =Peter Braunstein |publicado=Legacy Publishing|página=311|ano=2004|isbn=1-4127-1009-X}}</ref> Entretanto com a posição pacifista do antigo membro da SCLC e agora líder do National Mobilization Committee to End the War in Vietnam, James Bavel, e inspirado pela franqueza de [[Muhammad Ali]] no movimento para acabar com a guerra,<ref name=kingandvietnam2>{{citar jornal|url=https://latimes.com/local/obituaries/la-me-bevel25-2008dec25-story.html|título=The Rev. James L. Bevel dies at 72; civil rights activist and top lieutenant to King|autor =Alexander Remington|jornal=Los Angeles Times|data=24 de dezembro de 2008|acessodata=15 de setembro de 2014}}</ref> King eventualmente concordou em publicamente ir de contra o conflito à medida que a oposição contra ela estava crescendo entre a população estadunidense.<ref name=kingandvietnam1 />

Em 4 de abril de 1967, em uma aparição na [[Igreja de Riverside]] em Nova Iorque — exatamente um ano antes de sua morte — King apresentou um discurso intitulado "Beyond Vietnam: A Time to Break Silence".<ref name=vwar29>{{citar livro|título= The African American Voice in U.S. Foreign Policy Since World War II|último =Krenn|primeiro =Michael L.|página=29|isbn=0-8153-3418-4|publicado= Taylor & Francis|ano= 1998}}</ref> Ele falou fortemente contra o papel dos EUA na guerra, argumentando que o país estava no Vietnã "para ocupá-lo como se fosse uma colônia"{{sfn|Robbins|2007|p=107}} e chamou o governo dos EUA de "o maior perpetuador de violência do mundo hoje".{{sfn|Robbins|2007|p=102}} Ele conectou a guerra com a injustiça econômica, argumentando que o país necessitava de uma séria mudança moral:

{{quote|Uma verdadeira revolução de valores logo será vista como difícil no gritante contraste entre a pobreza e a riqueza. Com a indignação certa, será observada através dos oceanos e vamos ver os indivíduos capitalistas da civilização ocidental investindo grandes quantidades de dinheiro na Ásia, África e América do Sul, apenas para ter lucro sem qualquer preocupação com o bem social, e diremos:"Isso não é justo".{{sfn|Robbins|2007|p=109}} }}

King se opôs à Guerra do Vietnã porque custou vários recursos e dinheiro que poderiam ser investidos em questões sociais domésticas. O [[Congresso dos Estados Unidos]] estava gastando mais e mais em aparatos militares e cada vez menos em [[Redução da pobreza|programas antipobreza]] ao mesmo tempo. Ele sintetizou o assunto dizendo: "Uma nação que continua ano após ano gastando mais dinheiro no setor militar que em programas de mudanças sociais se aproxima da morte espiritual".{{sfn|Robbins|2007|p=109}} King afirmou que o Vietnã do Norte "não começou a mandar qualquer grande quantidade de suprimentos ou homens até as forças dos EUA chegaram em dezenas de milhares",{{sfn|Robbins|2007|p=106}} e acusou o país de ter matado milhões de vietnamitas, "a maioria crianças".<ref>{{citar livro|último =Baldwin|primeiro = Lewis V.|página=273|título= To Make the Wounded Whole: The Cultural Legacy of Martin Luther King, Jr. |isbn= 0-8006-2543-9|publicado=Fortress Press|ano=1992}}
</ref> King também criticou a oposição estadunidense contra as reformas agrárias do Vietnã do Norte.<ref>{{citar livro|título=Against Us, But for Us: Martin Luther King Jr. and the State|página=199|último =Long|primeiro =Michael G.|isbn=0-86554-768-8|publicado=Mercer University Press|ano= 2002}}</ref>

A oposição de King custou a ele uma perda significativa de apoiadores brancos, incluindo o presidente Johnson, Billy Graham,<ref>{{citar web|url=http://www.counterpunch.org/2007/09/27/a-prince-of-war-exposed/|título=A Prince of War Exposed|obra=counterpunch.org|data=27 de setembro de 2007}}</ref> líderes da união e editoras poderosas.<ref name=MED08>{{citar livro|último =Dyson|primeiro =Michael Eric|título=April 4, 1968: Martin Luther King Jr.'s death and how it changed America|ano=2008|publicado=Basic Civitas Books|isbn=978-0-465-00212-2|capítulo=Facing Death|capítulourl=https://archive.org/details/april41968martin00dyso|url=https://archive.org/details/april41968martin00dyso}}
</ref> "A imprensa está se empilhando contra mim", King disse,<ref>David J. Garrow, ''Bearing the Cross'' (1986), pp. 440, 445.
</ref> que reclamou dos dois pesos e duas medidas que aplaudia a não violência no próprio país, mas que incentivava o horrendo quando se dirigia "contra as pequenas crianças vietnamitas".<ref name=Pierre2011>{{citar jornal|último =Pierre|primeiro =Robert E.|título=Martin Luther King Jr. made our nation uncomfortable|url=https://www.washingtonpost.com/blogs/therootdc/post/martin-luther-king-jr-made-our-nation-uncomfortable/2011/10/16/gIQA78NPoL_blog.html|acessodata=17 de agosto de 2012|jornal=The Washington Post|data=16 de outubro de 2011}}
</ref> A revista [[Life (revista)|Life]] chamou sua declaração de uma "calunia demagógica que parecia como um script para a [[Rádio Hanói]]",{{sfn|Robbins|2007|p=109}} e o ''[[The Washington Post]]'' declarou que King tinha "reduzido sua utilidade para sua causa, seu país e seu povo".<ref name=Pierre2011 />{{sfn|Lawson|Payne|Patterson|2006|p=148}}
[[Ficheiro:Martin Luther King Jr St Paul Campus U MN.jpg|220px|miniaturadaimagem|direita|King discursando para um comício antiguerra do Vietnã na [[Universidade do Minnesota]], em 27 de abril de 1967 ]]
A fala "Beyond Vietnam" refletiu a evolução da defesa política de King nos seus últimos anos, algo paralelo aos ensinamentos do progressista Highlander Research and Education Center, o qual King era afiliado.<ref>{{citar livro|título= Restaging the Sixties: Radical Theaters and Their Legacies|página=297|último =Harding|primeiro2 =Cindy|último2 =Rosenthal|isbn= 0-472-06954-3|publicado=University of Michigan Press|ano=2006|primeiro = James M.}}
</ref><ref>{{citar livro|título= Symbols, the News Magazines, and Martin Luther King|último =Lentz|primeiro =Richard|página=64|publicado=LSU Press|ano=1990|isbn=0-8071-2524-5}}</ref> King começou a falar de uma necessidade por mudanças fundamentais na vida política e econômica da nação, e mais frequentemente expressou sua oposição contra a guerra e seu desejo em ver uma redistribuição de recursos para corrigir injustiças raciais e econômicas.<ref>{{citar livro|título= Martin Luther King, Jr. | url= https://archive.org/details/martinlutherking00ling|último = Ling|primeiro = Peter J. |página=[https://archive.org/details/martinlutherking00ling/page/277 277]|publicado=Routledge|ano=2002|isbn=0-415-21664-8}}
</ref> Ele se precaveu em não dizer todos esses sentimentos para o público com o intuito de não ser ligado ao [[comunismo]] por seus inimigos, mas na esfera privada ele algumas vezes afirmou seu apoio ao [[socialismo democrático]].<ref>Sturm, Douglas. [https://www.jstor.org/stable/40015109 "Martin Luther King Jr. as Democratic Socialist."] ''The Journal of Religious Ethics'', 18, no. 2 (1990): 79–105. Acessado em 11 de março de 2014.</ref><ref>{{citar livro|autor =Martin Luther King Jr|editor=[[Cornel West]]|título=The Radical King|url=https://books.google.com/?id=PHAOBAAAQBAJ|ano=2015|publicado=[[Beacon Press]]|isbn=978-0-8070-1282-6}}</ref>

Em 1952, em uma carta para Coretta Scott, ele escreveu: "Eu imagino que você já saiba que eu sou muito mais socialista em minha teoria econômica que capitalista...".<ref>Obery M. Hendricks Jr., Ph.D. (20 de janeiro de 2014). [https://huffingtonpost.com/obery-m-hendricks-jr-phd/the-uncompromising-anti-capitalism-of-martin-luther-king-jr_b_4629609.html The Uncompromising Anti-Capitalism of Martin Luther King Jr.] ''[[The Huffington Post]].'' Arquivado em 21 de janeiro de 2014.</ref> Em um discurso, King afirmou que "algo está errado como o capitalismo" e clamou: "deve existir uma melhor forma de distribuição de riquezas, e talvez os estadunidenses devam ir de encontro com o socialismo democrático".<ref>{{citar livro|título=Liberating Visions: Human Fulfillment and Social Justice in African-American Thought|último =Franklin|primeiro =Robert Michael|página= 125|publicado=Fortress Press|ano=1990|isbn=0-8006-2392-4}}
</ref> King leu [[Karl Marx|Marx]] enquanto esteve na Morehouse, mas enquanto ele rejeitava o "capitalismo tradicional", ele também rejeitava o comunismo por causa de sua "interpretação materialista da história" a qual negava a religião, seu "relativismo ético" e seu "autoritarismo político".<ref>{{citar livro|página=[https://archive.org/details/martinlutherking00king_0/page/39 39]|último =King|título=The Martin Luther King Jr. Companion: Quotations from the Speeches, Essays, and Books of Martin Luther King, Jr.|primeiro =Martin Luther Jr.|primeiro2 =Coretta Scott|último2 =King|primeiro3 =Dexter Scott|último3 =King|isbn=0-312-19990-2|publicado=St. Martin's Press|ano=1998|url=https://archive.org/details/martinlutherking00king_0/page/39}}</ref>

King afirmou em "Beyond Vietnam" que a "verdadeira compaixão é mais que dar uma moeda para um mendigo... verifica-se que uma estrutura social que produz pessoas em situação de rua precisa de reestruturação".<ref name="Zinn 2002">{{citar livro|título=The Power of Nonviolence: Writings by Advocates of Peace|último = Zinn|primeiro = Howard|publicado= Beacon Press| isbn= 0-8070-1407-9|ano=2002|páginas=122–123}}
</ref> King citou um oficial estadunidense o qual disse que do Vietnã até a América Latina, o país estava "no lado errado da revolução mundial". Ele condenou a "aliança dos EUA com a nobreza desopilada da América Latina", e disse que o país deveria dar suporte "aos indivíduos descamisados e descalços" no [[terceiro mundo]] ao invés de suprimir a tentativa deles de revolução.<ref name="Zinn 2002" />

A posição de King sobre o Vietnã encorajou [[Allard K. Lowenstein]], [[William Sloane Coffin]] e [[Norman Thomas]], com o apoio de democratas antiguerra, a tentarem persuadir King a se eleger contra o presidente Johnson na [[eleição presidencial nos Estados Unidos em 1968|eleição presidencial em 1968]]. King agradeceu mas decidiu por fim em recusar a proposta sob a justificativa que ele se sentia desconfortável com a política e considerava a si mesmo melhor colocado por seu papel como ativista.<ref>{{citar jornal|último1 =Engler|primeiro1 =Mark|último2 =Engler|primeiro2 =Paul|título=Why Martin Luther King Didn't Run for President|url=https://www.rollingstone.com/politics/news/why-martin-luther-king-didnt-run-for-president-20160118|acessodata=16 de março de 2017|obra=[[Rolling Stone]]|data=18 de janeiro de 2016}}</ref>

Em 15 de abril de 1967, King participou e discursou em uma marcha contra a guerra que começou no [[Central Park]] em [[Manhattan]] até a sede das [[Nações Unidas]]. A marcha foi organizada pela Spring Mobilization Committee to End the War in Vietnam e foi iniciada pelo seu presidente James Bavel. Nas Nações Unidas, King levantou questões dos direitos civis:

{{Quote|Não tenho urgência em juntar os movimentos dos direitos civis com os de paz. Há pessoas que vêm a moral imperativa da igualdade, mas não conseguem ver a moral imperativa de uma irmandade global. Eu gostaria de ver o mesmo fervor do movimento dos direitos civis impregnado também na luta pela paz para dar um ânimo neste movimento com grande energia. E eu acredito que todo mundo tem o dever em estar tanto no movimento dos direitos civis quanto no de paz. Mas para aqueles que escolherem apenas um, eu tenho esperança que eles finalmente irão ver a raiz comum dos dois.<ref>{{citar jornal|url=http://www.upi.com/Audio/Year_in_Review/Events-of-1967/Protests/12303074818188-15/ |título=1967 Year In Review |agência=United Press International |acessodata=30 de novembro de 2010|arquivodata=3 de janeiro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130103142011/http://www.upi.com/Audio/Year_in_Review/Events-of-1967/Protests/12303074818188-15/}}</ref>}}

Vendo uma oportunidade em unir os ativistas dos direitos civis com dos pacifistas,<ref name=kingandvietnam2 /> Bavel convenceu King a ficar cada vez mais ativo nos esforços antiguerra.<ref name=kingandvietnam2 /> Apesar de sua exposição pública cada vez maior contra a Guerra do Vietnã, King não participou da cultura [[hippie]] que se desenvolveu no movimento antiguerra.<ref name=kingandvietnam3>[http://bltnotjustasandwich.com/2013/01/17/martin-l-king-on-hippies/ Martin L. King on hippies], A Testament of Hope: The Essential Writings and Speeches of Martin Luther King Jr., Acessado em 15 de setembro de 2014</ref> Em sua [[Conferências Massey]] de 1967, King afirmou:

{{Quote|A importância dos hippies não está em seus comportamentos não convencionais, mas no fato que centenas de milhares de jovens , em seu escape da realidade, estão expressando um profundo descrédito da sociedade que eles foram criados.<ref name=kingandvietnam3 />}}

Em janeiro de 1968, King chamou por uma grande marcha em Washington contra "uma das mais cruéis e insensíveis guerras da história":<ref name="kurlansky2004">{{citar livro|título= 1968: The Year That Rocked the World|último =Kurlansky|primeiro =Mark|autorlink=Mark Kurlansky|página=[https://archive.org/details/196800mark/page/46 46]|ano=2004|publicado=[[Jonathan Cape]] ([[Random House]])|isbn=9780345455826|url=https://archive.org/details/196800mark/page/46}}
</ref><ref name="nyt-13jan1968">{{citar jornal|url=https://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=FB0B1EFD3C5E1A7B93C1A8178AD85F4C8685F9|título=Dr. King Calls for Antiwar Rally in Capital February 5–6|último =Robinson|primeiro =Douglas|página=4|jornal=[[The New York Times]]|data=13 de janeiro de 1968|acessodata=22 de abril de 2010}}</ref>

{{Quote|Nós precisamos deixar claro nesse ano político, para os congressistas de ambos os lados e para o presidente dos Estados Unidos, que não iremos tolerar, não iremos mais votar em homens que continuam a ver as mortes de vietnamitas e estadunideses como a melhor forma de atingir os objetivos de liberdade e autodeterminação no sul da Ásia.<ref name="kurlansky2004">{{citar livro|título= 1968: The Year That Rocked the World|último =Kurlansky|primeiro =Mark|autorlink=Mark Kurlansky|página=[https://archive.org/details/196800mark/page/46 46]|ano=2004|publicado=[[Jonathan Cape]] ([[Random House]])|isbn=9780345455826|url=https://archive.org/details/196800mark/page/46}}
</ref><ref name="nyt-13jan1968">{{citar jornal|url=https://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=FB0B1EFD3C5E1A7B93C1A8178AD85F4C8685F9|título=Dr. King Calls for Antiwar Rally in Capital February 5–6|último =Robinson|primeiro =Douglas|página=4|jornal=[[The New York Times]]|data=13 de janeiro de 1968|acessodata=22 de abril de 2010}}</ref>}}

=== Correspondência com Thích Nhất Hạnh ===

[[Thich Nhat Hanh|Thích Nhất Hạnh]] foi um influente [[budismo|budista]] [[vietnamita]] que ensinou na [[Universidade de Princeton]] e na [[Universidade Columbia]]. Ele escreveu uma carta para Martin Luther King jr. intitulada: "Em Busca do Inimigo do Homem". Foi durante sua estadia nos EUA em 1966 que Thích Nhất Hạnh conheceu King e urgiu que ele denunciasse publicamente a Guerra do Vietnã.<ref>{{citar web|url=http://www.aavw.org/protest/king_journey_abstract09.html|título=Searching for the Enemy of Man" in Nhat Nanh, Ho Huu Tuong, Tam Ich, Bui Giang, Pham Cong Thien|data=1965|obra=Dialogue|publicado=Saigon: La Boi|páginas=11–20|acessodata=13 de setembro de 2010}}</ref> Em 1967, King deu seu famoso discurso na Igreja de Riverside em Nova Iorque, sua primeira fala questionando o envolvimento dos EUA na guerra.<ref>{{citar discurso|url=http://www.aavw.org/special_features/speeches_speech_king01.html|título=Beyond Vietnam|autor=Martin Luther King Jr. |local=Riverside Church, NYC|data=4 de abril de 1967|publicado=Archived on the African-American Involvement in the Vietnam War website|acessodata=13 de setembro de 2010}}</ref> Posteriormente naquele ano, King nomeou Nhất Hạnh para o [[Nobel da Paz]] de 1967. Em sua nomeação King disse: "Eu não conheço pessoalmente mais ninguém mais digno do [prêmio] do que esse gentil monge do Vietnã. Suas ideias de paz, caso aplicadas, poderiam construir um monumento para o ecumenismo, para a irmandade mundial e para a humanidade.<ref>{{citar web|url=http://www.hartford-hwp.com/archives/45a/025.html|titulo=Nomination of Thich Nhat Hanh for the Nobel Peace Prize|data=15 de janeiro de 1967|acessodata=13 de setembro de 2013|publicado=|ultimo=Luther King Jr.|primeiro=Martin}}</ref>

== Campanha dos Pobres (1968) ==
{{AP|Campanha dos Pobres}}
[[Ficheiro:Resurrection City Washington D.C. 1968.jpg|222x222px|miniaturadaimagem|Barracos montados em Washington D.C. com o objetivo de protestar contra as condições econômicas dos EUA como parte da [[Campanha dos Pobres]]]]
Em 1968, King e a SCLC organizaram a "Campanha dos Pobres" para lidar com as questões da injustiça econômica. King viajou pelo país unir "um exército multirracial dos pobres" que marcharia em Washington par atuar em uma desobediência civil não violenta no Capitólio até que o Congresso criasse uma "declaração de direitos econômicos" para os estadunidenses pobres.<ref>{{citar livro|primeiro = Ernesto B.|último =Vigil|título=The Crusade for Justice: Chicano Militancy and the Government's War on Dissent|página= 54|publicado=University of Wisconsin Press|isbn=0-299-16224-9|ano=1999}}
</ref><ref name=lied>{{citar livro|último = Kick|primeiro = Russell |página=[https://archive.org/details/You_Are_Being_Lied_To_-_The_Disinformation_Guide_to_Media_Distortion_Historical_/page/1991 1991]|isbn=0-9664100-7-6 |publicado=The Disinformation Campaign|ano=2001|título=You are Being Lied to: The Disinformation Guide to Media Distortion, Historical Whitewashes and Cultural Myths|url=https://archive.org/details/You_Are_Being_Lied_To_-_The_Disinformation_Guide_to_Media_Distortion_Historical_/page/1991}}</ref>

A campanha foi antecedida pelo livro final de King, ''[[Where Do We Go from Here: Chaos or Community?]]'', que sustenta suas visões de como resolver as questões sociais de pobreza. King fez citações ao livro de [[Henry George]], ''[[Progress and Poverty]]'', com o objetivo particular de dar suporte a garantia de [[Renda básica de cidadania|renda básica]].<ref>{{citar web|último1 =Sullivan|primeiro1 =Dan|título=Where Was Martin Luther King Heading?|url=http://savingcommunities.org/issues/race/king.martin.html|website=savingcommunities.org|acessodata=20 de janeiro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|título=Martin Luther King&nbsp;– Final Advice |url=http://www.progress.org/tpr/martin-luther-king-final-advice/ |data=9 de janeiro de 2007|website=The Progress Report |acessodata=4 de fevereiro de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150204201039/https://www.progress.org/tpr/martin-luther-king-final-advice/ |arquivodata=4 de fevereiro de 2015}}</ref><ref>{{citar jornal|último1 =Yglesias|primeiro1 =Matthew|título=Martin Luther King's Case for a Guaranteed Basic Income|url=http://www.slate.com/blogs/moneybox/2013/08/28/martin_luther_king_guaranteed_basic_income.html|acessodata=20 de janeiro de 2015|agência=Slate|data=28 de agosto de 2013}}</ref>

King e a [[Conferência da Liderança Cristã do Sul|SCLC]] exigiram que o governo investisse na reconstrução das cidades estadunidenses. Ele sentiu que o Congresso tinha mostrado "hostilidade aos pobres" ao gastar "fundos militares com entusiasmo e generosidade". King contrastou esse panorama com a situação enfrentada pelos cidadãos dos EUA pobres, reivindicando que o Congresso tinha apenas providenciado "fundos contra a pobreza com avareza".<ref name=lied/> Sua visão pela mudança era mais revolucionária que apenas querer a mera reforma: ele citou os erros sistemáticos do "racismo, pobreza, militarismo e materialismo", e argumentou que "a reconstrução da sociedade em si é a verdadeira questão a ser enfrentada".{{sfn|Lawson|Payne|Patterson|2006|p=148–49}}

A Campanha dos Pobres foi controversa até mesmo dentro do movimento dos direitos civis. Rustin abandonou suas obrigações na marcha, afirmando que os objetivos da campanha eram genéricos demais, que as demandas eram irrealizáveis e que a campanha poderia acelerar a repercussão negativa e repressão aos pobres e negros.<ref>{{citar livro|título=The Other American: The Life of Michael Harrington|url=https://archive.org/details/otheramericanlif0000isse|último =Isserman|primeiro =Maurice|página=[https://archive.org/details/otheramericanlif0000isse/page/281 281]|isbn=1-58648-036-7|publicado=Public Affairs|ano=2001}}</ref>

=== Após a morte de King === 

O plano de montar um assentamento irregular em Washington D.C. foi levado em frente mesmo após o [[assassinato]] de King em 4 de abril. Críticas ao plano de King foram amenizadas depois de sua morte, e a SCLC recebeu uma quantidade de doações sem precedente com o objetivo de realizar a campanha. Ela começou oficialmente em 2 de maio, no hotel em que King foi morto.<ref name=McKnight>{{citar livro|último =McKnight|primeiro =Gerald D.|título=The last crusade: Martin Luther King Jr., the FBI, and the poor people's campaign|ano=1998|publicado=Westview Press|isbn=0-8133-3384-9|capítulo='The Poor People Are Coming!' 'The Poor People Are Coming!'|capítulourl=https://archive.org/details/isbn_9780813333847|url=https://archive.org/details/isbn_9780813333847}}</ref> Milhares de manifestantes se concentraram no [[National Mall]] e ficaram por seis semanas, estabelecendo um acampamento a qual eles chamaram de "Cidade da Ressurreição".<ref name="Engler15Jan10">{{citar jornal|último =Engler |primeiro =Mark |título=Dr. Martin Luther King's Economics: Through Jobs, Freedom |url=http://www.thenation.com/article/dr-martin-luther-kings-economics-through-jobs-freedom# |acessodata=19 de julho de 2012|jornal=The Nation |data=15 de janeiro de 2010|arquivodata=21 de fevereiro de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130221105032/http://www.thenation.com/article/dr-martin-luther-kings-economics-through-jobs-freedom }}</ref>[[Ficheiro:Martin Luther King was shot here Small Web view.jpg|221x221px|miniaturadaimagem|direita|O Lorraine Motel, lugar onde King foi assassinado, hoje o [[Museu Nacional dos Direitos Civis]]]]
== Assassinato e consequências ==
{{AP|Assassinato de Martin Luther King Jr.}}
Em 29 de março de 1968, King foi para [[Memphis (Tennessee)|Memphis]], Tennessee, para dar apoio a funcionários negros de obras públicas, que eram representados pelo American Federation of State, County and Municipal Employees. Os trabalhadores estavam em greve desde o dia 12 de março por salários melhores e tratamentos justos. Em um incidente, funcionários negros receberam o pagamento de apenas duas horas quando tinham trabalhado integralmente, enquanto funcionários brancos receberam o dinheiro de trabalho de um dia inteiro.<ref name=AFSCME-WEB1>{{citar web|título=1,300 Members Participate in Memphis Garbage Strike
|publicado=[[AFSCME]]
|data=fevereiro de 1968
|url=http://www.afscme.org/about/1529.cfm
|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061102004632/http://www.afscme.org/about/1529.cfm
|arquivodata=2 de novembro de 2006
|acessodata=16 de janeiro de 2012}}
</ref><ref name="AFSCME-WEB2">{{citar web
|título=Memphis Strikers Stand Firm
|publicado=[[AFSCME]]
|data=março de 1968
|url=http://www.afscme.org/about/1532.cfm
|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061102004516/http://www.afscme.org/about/1532.cfm
|arquivodata=novembro de 2006
|acessodata=16 de janeiro de 2012}}</ref><ref>
{{citar livro|título= Weary Feet, Rested Souls: A Guided History of the Civil Rights Movement|último =Davis|primeiro = Townsend|página= [https://archive.org/details/wearyfeetresteds00davi/page/364 364]|isbn=9780393045925 |publicado=[[W. W. Norton & Company]]|ano=1998|url=https://archive.org/details/wearyfeetresteds00davi/page/364}}</ref>

Em 3 de abril, King dirigiu um comício e disse para a multidão a fala "Estive no topo da montanha", dito no Templo Mason, a sede mundial da [[Igreja de Deus em Cristo]]. O voo de King até Memphis foi atrasado por causa de uma ameaça de bomba contra seu avião.<ref>{{citar web| url= http://www.newsweek.com/id/69542/page/2|título=The Worst Week |página=2|obra=[[Newsweek]] |acessodata=27 de agosto de 2008|data=19 de novembro de 2007|último =Thomas|primeiro =Evan |arquivourl=https://web.archive.org/web/20081010070531/http://www.newsweek.com/id/69542/page/2 |arquivodata=10 de outubro de 2008}}
</ref> Em um profético discurso na última fala pública de sua vida, em referência a ameaça de bomba, King disse o seguinte:

{{Quote|E então cheguei a Memphis. E alguns começaram a falar sobre as ameaças, ou falar sobre as ameaças externas. O que aconteceria comigo diante do perigo de alguns brancos doentes mentalmente? Bem, eu não sei o que acontecerá agora. Nós tivemos alguns dias difíceis pela frente. Mas não me importo com isso agora. Porque eu estive no topo da montanha. E eu não dou a mínima. Como qualquer um, eu gostaria de viver uma vida longa. A longevidade tem seu lugar. Mas eu não estou preocupado com isto agora. Eu quero apenas fazer o desejo de Deus. E ele permitiu-me ir no topo da montanha. E eu olhei ao redor. E avistei a terra prometida. Talvez eu não fique com você lá. Mas eu quero que você saiba esta noite, que nós, como povo, chegaremos a terra prometida. Então estou feliz esta noite. Não estou preocupado por nenhuma coisa. Não temo nenhum homem. Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor.<ref>{{citar livro|último = Montefiore|primeiro = Simon Sebag|página=[https://archive.org/details/isbn_9781847243690/page/155 155] |publicado= Quercus|ano=2006|isbn=184724369X|título= Speeches that Changed the World: The Stories and Transcripts of the Moments that Made History|url=https://archive.org/details/isbn_9781847243690/page/155}}</ref>}}

King estava hospedado no quarto 306 do [[Museu Nacional dos Direitos Civis|Lorraine Motel]] (cujo dono era Walter Bailey) em Memphis. Abernathy, a qual estava presente no assassinato, testemunhou no Comitê Seletivo da Casa dos Estados Unidos sobre [[Assassinato de Martin Luther King Jr.|Assassinatos que King]] e sua comitiva ficavam no quarto 306 de maneira tão frequente que o aposento é agora conhecido como "suíte King-Abernathy".<ref name="usdoj">{{citar livro|título= United States Department of Justice Investigation of Recent Allegations Regarding the Assassination of Dr. Martin Luther King, Jr|capítulo=King V. Jowers Conspiracy Allegations |publicado=[[U.S. Department of Justice]]|data=junho de 2000|url=http://www.justice.gov/crt/about/crm/mlk/part1.php|capítulourl=http://www.justice.gov/crt/about/crm/mlk/part6.php#conspire|acessodata=11 de julho de 2011}}
</ref> De acordo com [[Jesse Jackson]], o qual estava presente no fatídico ato, as últimas palavras de King antes de ser morto foram dirigidas ao músico [[Ben Branch]], que tinha agendado uma performance naquela noite no evento que King estava participando. King disse: "Ben, garanta-se que você toque ''[[Take My Hand, Precious Lord]]'' no encontro de hoje mais tarde. Toque de maneira realmente bonita".<ref>{{citar jornal|título= 40 years after King's death, Jackson hails first steps into promised land|último =Pilkington|primeiro =Ed|data=3 de abril de 2008|acessodata=11 de junho de 2008|obra=The Guardian |url=https://www.theguardian.com/world/2008/apr/03/usa.race}}</ref>

King levou um tiro fatal dado por [[James Earl Ray]] às 18h01, no dia 4 de abril de 1968, enquanto ele estava no segundo andar do motel. A bala perfurou sua bochecha direita, esmagando a mandíbula para então chegar na medula espinhal e se alojar no ombro.<ref name="CHI">{{citar livro|último = Garner|primeiro = Joe|página= [https://archive.org/details/weinterruptthisb00garn_0/page/62 62]|primeiro2 = Walter|último2 = Cronkite|primeiro3 = Bill|último3 = Kurtis|publicado= Sourcebooks|ano= 2002| isbn= 1-57071-974-8|título= We Interrupt This Broadcast: The Events that Stopped Our Lives&nbsp;... from the Hindenburg Explosion to the Attacks of September 11}}
</ref><ref>{{citar livro|título= An Act of State: The Execution of Martin Luther King|último = Pepper|primeiro = William|página= [https://archive.org/details/actofstateexe00pepp/page/159 159]|ano= 2003|publicado= Verso|isbn= 1-85984-695-5|url= https://archive.org/details/actofstateexe00pepp/page/159}}</ref> Abernathy escutou o tiro de dentro do motel e correu para o andar achando King no chão.{{sfn|Frady|2002|pp=204–05}} Jackson afirmou que após o disparo ele deu assistência a King, mas essa versão é contestada por outros colegas; Jackson mais tarde mudaria seu testemunho dizendo que ele apenas alcançou o andar onde King estava.<ref>{{citar jornal|título=Koch Says Jackson Lied About Actions After Dr. King Was Slain |data=18 de abril de 1988|último =Purnick |primeiro =Joyce |acessodata=3 de junho de 2008|obra=The New York Times |url=https://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=940DEED7133EF93BA25757C0A96E948260 |arquivodata=12 de novembro de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121111011838/http://www.nytimes.com/1988/04/18/us/koch-says-jackson-lied-about-actions-after-dr-king-was-slain.html }}</ref>

Após uma cirurgia de emergência, King morreu no [[St. Joseph's Hospital (Memphis, Tenneesse|St. Joseph's Hospital]] às 19h05.<ref>{{citar livro|título= House Divided: The Life and Legacy of Martin Luther King|página= 48|último = Lokos |primeiro = Lionel|publicado= Arlington House|ano= 1968}}
</ref> De acordo com seu biógrafo [[Taylor Branch]], a autópsia de King revelou que embora ele tivesse apenas 39 anos quando morreu, ele "tinha um coração de uma pessoa de 60 anos", a qual Branch atribuiu ao estresse dos treze anos de luta no movimento dos direitos civis.<ref>{{citar web|url=https://www.pbs.org/wgbh/amex/mlk/filmmore/pt.html |título=Citizen King Transcript |publicado=PBS |acessodata=12 de junho de 2008|arquivodata=25 de janeiro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130125144003/http://www.pbs.org/wgbh/amex/mlk/filmmore/pt.html}}</ref> King foi enterrado no [[Martin Luther King, Jr., National Historic Site]].<ref name="nhsnom">{{citar periódico|autor1 =Robert W. Blythe|autor2 =Maureen A. Carroll|autor3 =Steven H. Moffson|last-author-amp=yes|data=15 de outubro de 1993|título=National Register of Historic Places Registration: Martin Luther King Jr. National Historic Site|url=https://npgallery.nps.gov/NRHP/GetAsset/NRHP/80000435_text|formato=PDF|publicado=National Park Service|acessodata=2009-06-28}}</ref>

=== Consequências ===
[[Imagem:MahaliaJackson1964.jpg|miniaturadaimagem|[[Mahalia Jackson]] cantando em um festival de música em 1964 com um longo vestido branco|direita|243x243px]]
O assassinato levou a uma onda de revoltas em [[Washington D.C.]], [[Chicago]], [[Baltimore]], [[Kansas City (Missouri)|Kansas City]] e em dezenas de outras cidades dos EUA.<ref name=BBC>{{citar jornal|título=1968: Martin Luther King shot dead|obra=On this Day|publicado= BBC (2006) | url=http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/april/4/newsid_2453000/2453987.stm|acessodata=27 de agosto de 2008 |data=4 de abril de 1968}}
</ref><ref>{{citar livro|último =Risen|primeiro =Clay|título=A Nation on Fire: America in the Wake of the King Assassination|ano=2009|publicado=John Wiley & Sons|isbn=978-0-470-17710-5|url=https://archive.org/details/nationonfireamer00rise}}</ref> O candidato a presidência [[Robert F. Kennedy]] estava a caminho de [[Indianápolis]] para um comício de campanha quando foi informado da morte de King. Ele deu um curto discurso improvisado para sua multidão de apoiadores os informando sobre a tragédia e urgindo para continuar o ideal de King de não violência.<ref>Klein, Joe (2006). ''Politics Lost: How American Democracy was Trivialized by People Who Think You're Stupid''. New York: Doubleday. p. 6. {{ISBN|978-0-385-51027-1}}</ref> No dia seguinte, ele deu um discurso preparado em Cleveland.<ref>{{citar livro|último =Newfield|primeiro =Jack|autorlink=Jack Newfield|título=Robert Kennedy: A Memoir|publicado=[[Plume (publisher)|Plume]]|local=Cidade de Nova Iorque|edição=3rd|ano=1988|isbn=978-0-452-26064-1|página=[https://archive.org/details/robertkennedyme000newf/page/248 248]|url=https://archive.org/details/robertkennedyme000newf/page/248}}</ref> [[James Farmer Jr.]] e outros líderes civis também pediram pela ação não violenta ao invés das agitações que estavam ocorrendo, enquanto o militante Stokely Carmichael pediu uma resposta mais dura.<ref name="1968 Year In Review, UPI.com">{{citar jornal|url=http://www.upi.com/Audio/Year_in_Review/Events-of-1968/Martin-Luther-King-Assasination/12303153093431-4/ |título=1968 Year In Review |agência=United Press International |acessodata=30 de novembro de 2010 |arquivodata=21 de outubro de 2012 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121021014925/http://www.upi.com/Audio/Year_in_Review/Events-of-1968/Martin-Luther-King-Assasination/12303153093431-4/}}</ref> A cidade de Memphis rapidamente conseguiu resultados positivos para os trabalhadores em decorrência das revoltas.<ref>{{Citar web |url=https://web.archive.org/web/20061102004802/http://www.afscme.org/about/1533.cfm |titulo="AFSCME Wins in Memphis" |data=abril de 1968 |acessodata=16 de janeiro de 2012 |publicado=AFSCME}}</ref>

O presidente Lyndon B. Johnson declarou 7 de abril como dia de luto nacional em homenagem ao líder civil.<ref>{{citar livro|título=Martin Luther King Jr.: Dreaming of Equality|último =Manheimer|primeiro =Ann S.|página=[https://archive.org/details/martinlutherking0000manh/page/97 97]|isbn=1-57505-627-5|ano=2004|publicado=Twenty-First Century Books|url=https://archive.org/details/martinlutherking0000manh/page/97}}
</ref> O vice-presidente [[Hubert Humphrey]] participou do funeral de King em nome do presidente, em receio que a presença de Johnson pudesse causar protestos e até violência.<ref>{{citar livro|página= [https://archive.org/details/dixiesdirtysecre00jame/page/169 169]|último = Dickerson|primeiro = James|publicado= ME Sharpe|ano= 1998|isbn= 0-7656-0340-3|título= Dixie's Dirty Secret: The True Story of how the Government, the Media, and the Mob Conspired to Combat Immigration and the Vietnam Antiwar Movement|url= https://archive.org/details/dixiesdirtysecre00jame/page/169}}
</ref> Como pedido pela viúva de King, o último sermão dele foi reproduzido em seu funeral na Igreja Batista Ebenezer,<ref>{{citar livro|título=The American Book of Days| url =https://archive.org/details/americanbookofda00hatc|último =Hatch |primeiro =Jane M. |primeiro2 =George William|último2 =Douglas|publicado=Wilson|ano=1978 |página= [https://archive.org/details/americanbookofda00hatc/page/321 321]}}
</ref> através de uma gravação de 4 de fevereiro de 1968. Neste sermão, King pediu que em seu funeral não tivesse menção aos seus prêmios e honrarias, e que fosse dito que ele tentou "alimentar os famintos", "vestir os desnudos", "estar certo na questão da guerra [do Vietnã]" e "amar e servir a humanidade".<ref>{{citar livro|título=Dream: The Words and Inspiration of Martin Luther King, Jr. |último =King |primeiro =Martin Luther, Jr. |página=[https://archive.org/details/dreamwordsinspir00king/page/26 26] |publicado=Blue Mountain Arts |ano=2007 |isbn=978-1-59842-240-5 |url=https://archive.org/details/dreamwordsinspir00king/page/26 }}
</ref>

A grande amiga de King, [[Mahalia Jackson]], cantou seu hino favorito "Take My Hand, Precious Lord" no funeral.<ref>{{citar livro|título=A Change is Gonna Come: Music, Race & the Soul of America|último =Werner|primeiro =Craig|página=[https://archive.org/details/changeisgonnacom00wern_0/page/9 9]|isbn=0-472-03147-3|publicado=University of Michigan Press|ano=2006|url=https://archive.org/details/changeisgonnacom00wern_0/page/9}}</ref>

Dois meses depois da morte de King, [[James Earl Ray]], o qual tinha fugido de uma prisão anterior, foi capturado no [[Aeroporto de Londres-Heathrow]] enquanto tentava fugir da Inglaterra com um passaporte canadense falso. Seu objetivo era chegar na [[Rodésia]], um [[estado não reconhecido]] governado por brancos.<ref>{{citar livro|título= Martin Luther King, Jr. |url= https://archive.org/details/martinlutherking00ling|último = Ling|primeiro = Peter J. |página= [https://archive.org/details/martinlutherking00ling/page/296 296]|publicado= Routledge|ano=2002| isbn= 0-415-21664-8}}
</ref> Ray foi rapidamente extraditado para o Tennessee e julgado pelo [[Assassinato de Martin Luther King Jr.|assassinato de King]]. Ele confessou o ato em 10 de março de 1969, embora tenha retratado essa declaração três dias depois.<ref name=extradite>{{citar livro|último1 = Flowers|primeiro1 =R. Barri|primeiro2 =H. Loraine|último2 =Flowers|página= 38|título= Murders in the United States: Crimes, Killers And Victims Of The Twentieth Century|publicado=McFarland|ano=2004 |isbn=0-7864-2075-8}}
</ref> Seguindo o conselho de seu advogado Percy Foreman, Ray definitivamente se declarou culpado para evitar a pena de morte por julgamento.<ref name=cbs>{{citar web
 |título=James Earl Ray Dead At 70
 |data=23 de abril de 1998
 |publicado=CBS
 |url=http://www.cbsnews.com/stories/1998/04/23/national/main7900.shtml
 |acessodata=12 de junho de 2008
 |arquivodata=14 de novembro de 2012
 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121114172759/http://www.cbsnews.com/stories/1998/04/23/national/main7900.shtml
}}
</ref> Ele recebeu uma sentença de 99 anos de prisão. Ray passou o resto de sua vida tentando, sem sucesso, em retirar sua acusação de culpado e ter um processo de julgamento o qual nunca teve.<ref name=cbs/> Ele morreu em 1998 com 70 anos.<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1998/04/24/us/james-earl-ray-70-killer-of-dr-king-dies-in-nashville.html|título=James Earl Ray, 70, Killer of Dr. King, Dies in Nashville|primeiro =Lawrence Van|último =Gelder|data=24 de abril de 1998|jornal=[[NYTimes.com]] |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140210120821/https://www.nytimes.com/1998/04/24/us/james-earl-ray-70-killer-of-dr-king-dies-in-nashville.html |arquivodata=10 de fevereiro de 2014}}</ref>

=== Alegações de conspiração ===
[[Ficheiro:Martin Luther King Jr Coretta Scott King Tomb.jpg|220px|miniaturadaimagem|direita|O sarcófago de Martin Luther King e Coretta Scott King no [[Martin Luther King, Jr., National Historic Site]] em [[Atlanta]], [[Geórgia]]]]
Os advogados de Ray usaram tática de alegar que ele era um [[bode expiatório]] para ocultar os reais culpados, da mesma forma que [[Lee Harvey Oswald]] teria sido usado para encobrir os verdadeiros homicidas do [[assassinato de John F. Kennedy]] de acordo com teóricos da conspiração.<ref name=CNN1>{{citar jornal
 |título=From small-time criminal to notorious assassin
 |publicado=CNN
 |url=http://edition.cnn.com/US/9804/03/james.ray.profile/
 |acessodata=17 de setembro de 2006
 |ano=1998
 |arquivodata=25 de outubro de 2012
 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121025032408/http://edition.cnn.com/US/9804/03/james.ray.profile/

}}
</ref> Defensores dessa alegação dizem que as confissões de Ray foram feitas sob pressão e que ele foi ameaçado com a pena de morte.<ref name=cbs/><ref>{{citar livro|título= Conspiracy Theories in American History: An Encyclopedia| url= https://archive.org/details/conspiracytheori00knig_851|último =Knight |primeiro =Peter|página= [https://archive.org/details/conspiracytheori00knig_851/page/n419 402]| isbn= 1-57607-812-4|publicado= ABC-CLIO|ano= 2003}}
</ref> É admitido que Ray era um ladrão e assaltante, mas é alegado que ele não tinha histórico de crimes com arma de fogo.<ref name=davis>{{citar livro|título= Assassination: 20 Assassinations that Changed the World|página=105 |último =Davis|primeiro =Lee|ano=1995|publicado=JG Press|isbn= 1-57215-235-4}}</ref> Entretanto, registros de prisão em diferentes cidades dos EUA mostram que ele foi encarcerado em várias ocasiões por roubos com armas de fogo.<ref name=mlkassassin /> Em uma entrevista para CNN em 2008, Jerry Ray, o irmão caçula de James Earl Ray, disse que James era esperto e conseguia fugir em assaltos a mão armada. Jerry contou que ele ajudou seu irmão em tais roubos: "Eu nunca estive com alguém tão corajoso quanto ele... Ele apenas andava por aí e apontava aquela arma contra quem aparecesse, era uma coisa rotineira".<ref name=mlkassassin />

Aqueles que suspeitam de uma conspiração no assassinato apontam para dois testes [[Balística|balísticos]] os quais provaram que um rifle similar a [[Remington Arms|Remington]] modelo ''gamemaster'' foi usado como a arma do homicídio. Esses testes não indicaram que o exato tipo rifle de Ray foi usado.<ref name=cbs/><ref name=BBC-WEB1>{{citar jornal|título=Questions left hanging by James Earl Ray's death|publicado=BBC |data=23 de abril de 1998|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/americas/82893.stm|acessodata=27 de agosto de 2008}}
</ref> Testemunhas próximas a King no momento de sua morte dizem que o tiro veio de outra localização ao contrário da dita oficialmente. Eles disseram que veio de arbustos próximo ao motel, os quais tinham sido cortados nos dias antecedentes ao assassinato, e não da janela.<ref name=Gerold>{{citar livro|página=[https://archive.org/details/americandeathtr00fran/page/283 283]|último = Frank|primeiro = Gerold|ano= 1972|publicado= Doubleday|título=An American Death: The True Story of the Assassination of Dr. Martin Luther King Jr. and the Greatest Manhunt of our Time|url=https://archive.org/details/americandeathtr00fran}}</ref> Entretanto, impressões digitais de Ray foram encontradas em vários objetos (um rifle, um par de binóculos, objetos de roupa, um jornal) exatamente no banheiro onde foi determinado que o tiro veio.<ref name=mlkassassin /> Ao examinar as impressões digitais do rifle de Ray, foi concluído que ao menos um tiro foi dado pela arma dele durante o homicídio.<ref name=mlkassassin>{{citar jornal|url=http://www.cnn.com/2008/US/03/28/mlk.ray.case/index.html|título=The case against James Earl Ray|autor =James Polk|publicado=CNN|data=29 de dezembro de 2008|acessodata=12 de julho de 2014}}</ref>

Em 1997, o filho de King, Dexter Scott King, foi se encontrar com Ray e publicamente apoiou suas intenções de obter um novo julgamento.<ref name=CNN2>{{citar jornal|título=James Earl Ray, convicted King assassin, dies|publicado=CNN|data=23 de abril de 2008|url=http://edition.cnn.com/US/9804/23/ray.obit/#2|acessodata=17 de setembro de 2006}}</ref>

Dois anos depois, a viúva de King Coretta Scott King e seus filhos ganharam um julgamento contra [[Loyd Jowers]] e "outros co-conspiradores". Jowers afirmou que ele recebeu US$ 100 mil para organizar o assassinato de King. O júri de seis brancos e seis negros chegaram ao veredito em favor da família King, concluindo que Jowers foi cúmplice em uma teoria da conspiração contra King e que o governo teria feito parte do assassinato.<ref>{{citar web
 |título=Trial Transcript Volume XIV
 |publicado=The King Center
 |url=http://www.thekingcenter.org/tkc/trial/Volume14.html
 |acessodata=27 de agosto de 2008
 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080506041106/http://www.thekingcenter.org/tkc/trial/Volume14.html
 |arquivodata=6 de maio de 2008
 }}
</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1999/12/10/us/dr-king-s-slaying-finally-draws-a-jury-verdict-but-to-little-effect.html |título=Dr. King's Slaying Finally Draws A Jury Verdict, but to Little Effect |autor1 =Sack, Kevin |autor2 =Yellin, Emily |data=10 de dezembro de 1999 |obra=The New York Times |acessodata=20 de janeiro de 2013 |arquivodata=26 de janeiro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130126032638/http://www.nytimes.com/1999/12/10/us/dr-king-s-slaying-finally-draws-a-jury-verdict-but-to-little-effect.html }}</ref>

Em 2000, o [[Departamento de Justiça dos Estados Unidos]] completou uma investigação sobre as alegações de Jowers e não achou evidências que dessem suporte a uma conspiração. O relatório da investigação desaconselhou nenhuma outra investigação mais profunda ao menos que novos fatos sólidos fossem encontrados.<ref name="usdoj2">{{citar livro|título=United States Department of Justice Investigation of Recent Allegations Regarding the Assassination of Dr. Martin Luther King, Jr|capítulo=Overview|publicado=U.S. Department of Justice|data=Junho de 2000|url=http://www.justice.gov/crt/about/crm/mlk/part1.php|capítulourl=http://www.justice.gov/crt/about/crm/mlk/part2.php#over|acessodata=11 de julho de 2011 |arquivodata=13 de janeiro de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130113154920/http://www.justice.gov/crt/about/crm/mlk/part2.php}}
</ref> Uma irmã de Jowers admitiu que ele fabricou a história a fim de ele vender sua versão por US$ 300 mil, e que ela corroborou com a história na época para conseguir algum dinheiro.<ref>{{citar jornal| url=https://www.washingtonpost.com/wp-srv/national/longterm/mlk/memphis/memphis2.htm |obra=[[The Washington Post]] |título=The Truth About Memphis |autor =Posner, Gerald |data=30 de janeiro de 1999 |página=2 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121111161639/https://www.washingtonpost.com/wp-srv/national/longterm/mlk/memphis/memphis2.htm |arquivodata=11 de novembro de 2012 }}</ref><ref>{{citar jornal| url=https://www.nytimes.com/2000/05/23/us/loyd-jowers-73-who-claimed-a-role-in-the-killing-of-dr-king.html |obra=The New York Times |título=Loyd Jowers, 73, Who Claimed A Role in the Killing of Dr. King |data=23 de maio de 2000 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140715182331/https://www.nytimes.com/2000/05/23/us/loyd-jowers-73-who-claimed-a-role-in-the-killing-of-dr-king.html |arquivodata=15 de julho de 2014}}</ref>

Em 2002, o NYT noticiou que um pastor, Ronald Denton Wilson, alegou que seu pai, Henry Clay Wilson, e não James Earl Ray, assassinou King. Ele afirmou: "Não foi uma questão racista; ele pensou que Martin Luther King tinha laços com o comunismo, e ele queria tirá-lo do caminho". Wilson não forneceu evidências para suas alegações.<ref name=NYTORIG>{{citar jornal|título=A Minister Says His Father, Now Dead, Killed Dr. King|obra=The New York Times|data=5 de abril de 2002|primeiro =Dana|último =Canedy|url=https://www.nytimes.com/2002/04/05/us/a-minister-says-his-father-now-dead-killed-dr-king.html}}</ref>

Os pesquisadores da vida de King [[David Garrow]] e [[Gerald Posner]] discordam das alegações do advogado William F. Pepper de que o governo matou King.<ref>{{citar livro|título=The Civil Rights Revolution: Events and Leaders, 1955–1968|último =Sargent|primeiro =Frederic O.|página=129|publicado=McFarland|ano=2004|isbn=0-7864-1914-8}}</ref> Em 2003, Pepper publicou um livro sobre a investigação e julgamento de James Earl Ray, defendendo suas alegações e criticando outros relatos.<ref>{{citar livro|título=An Act of State: The Execution of Martin Luther King|último =Pepper|primeiro =William|página=[https://archive.org/details/actofstateexe00pepp/page/182 182]|publicado=Verso|ano=2003|isbn=1-85984-695-5|url=https://archive.org/details/actofstateexe00pepp/page/182}}</ref> O amigo e colega de King, James Bavel, igualmente não concorda que Ray agiu sozinho, afirmando: "Não há chance de um homem branco que valia 10 centavos planejar matar um homem negro que valia 10 milhões de dólares.<ref>{{citar livro|último =Branch|primeiro =Taylor|título=At Canaan's Edge: America in the King Years, 1965–68|publicado=Simon & Schuster|ano=2006|isbn=978-0-684-85712-1|página=[https://archive.org/details/atcanaansedgeame00bran/page/770 770]}}
</ref>

== Vigilância e coerção do governo ==
=== Vigilância e escutas telefônicas do FBI ===
[[Ficheiro:FBI PPC 1.pdf|280x280px|miniaturadaimagem|direita|Memorando do FBI da sua tentativa em sabotar a Campanha dos Pobres, uma ação do [[COINTELPRO]] contra King e movimentos associados]]
O diretor do FBI [[J. Edgar Hoover]] pessoalmente ordenou a vigilância de King, com a intenção de minar sua influência como líder dos direitos civis.<ref name="MED08-2">{{citar livro|url=https://archive.org/details/april41968martin00dyso|título=April 4, 1968: Martin Luther King Jr.'s death and how it changed America|último =Dyson|primeiro =Michael Eric|publicado=Basic Civitas Books|ano=2008|isbn=978-0-465-00212-2|local=|páginas=[https://archive.org/details/april41968martin00dyso/page/58 58–59]|capítulo=Facing Death|capítulourl=https://archive.org/details/april41968martin00dyso}}
</ref><ref name="Honey2007ch4">{{citar livro|url=https://archive.org/details/goingdownjericho00hone|título=Going down Jericho Road the Memphis strike, Martin Luther King's last campaign|último =Honey|primeiro =Michael K.|publicado=Norton|ano=2007|isbn=978-0-393-04339-6|edição=1|local=|páginas=[https://archive.org/details/goingdownjericho00hone/page/92 92–93]|capítulo=Standing at the Crossroads|capítulourl=https://archive.org/details/goingdownjericho00hone}}</ref> A [[Comissão Church]], uma investigação de 1975 pelo Congresso dos EUA, concluiu que "de dezembro de 1963 até a sua morte em 1968, Martin Luther King Jr. foi alvo de uma campanha intensiva do [[FBI]] para neutraliza-lo como um líder efetivo dos direitos civis".<ref name="Congressional Oversight and the Crippling of the CIA">Congressional Oversight and the Crippling of the CIA: [http://hnn.us/article/380 History News Network | Congressional Oversight and the Crippling of the CIA]</ref><ref name="gwu.edu">[http://www2.gwu.edu/~nsarchiv/radiation/dir/mstreet/commeet/meet4/trnsct04.txt  Advisory Committee on Human Radiation Experiments. Public Meeting.] {{Wayback|url=http://www2.gwu.edu/~nsarchiv/radiation/dir/mstreet/commeet/meet4/trnsct04.txt |date=20130713145805 }} 5 de julho de  1994.</ref>

No outono de 1963, o FBI recebeu autorização do procurador geral [[Robert F. Kennedy]] para colocar escutas telefônicas nas linhas de King, aparentemente por suas ligações com Stanley Levison.<ref name="the atlantic">{{citar jornal|título= The FBI and Martin Luther King |último = Garrow |primeiro =David J.|autorlink=David Garrow |data=Julho de 2002|obra=The Atlantic Monthly |url= https://www.theatlantic.com/doc/200207/garrow}}</ref> O presidente [[John F. Kennedy]] era informado pessoalmente sobre as escutas. Ele e seu irmão tentaram, sem sucesso, convencer King a se manter longe de Levison, um advogado nova-iorquino que tinha se envolvido com o [[Partido Comunista dos Estados Unidos]].{{sfn|Kotz|2005}} Embora Robert Kennedy tenha dado a aprovação de grampear as escutas de King apenas "por um mês ou algo por volta disso",{{sfn|Herst|2007|p=372}} Hoover estendeu a operação a fim de que seus homens fossem destemidos em encontrar evidências em áreas da vida de King que eles consideravam que valia a pena investigar.{{sfn|Herst|2007|pp=372–74}}

O governo colocou escutas telefônicas tanto nas residências quanto nos escritórios de Levison e King, e seguiram cada passo que faziam pelos EUA.<ref name=right>{{citar jornal|título=JFK and RFK Were Right to Wiretap MLK |último =Ryskind |primeiro =Allan H. |url=http://findarticles.com/p/articles/mi_qa3827/is_200602/ai_n17173432/pg_2 |acessodata=27 de agosto de 2008 |obra=Human Events |data=27 de fevereiro de 2006|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081004205959/http://findarticles.com/p/articles/mi_qa3827/is_200602/ai_n17173432/pg_2 |arquivodata=4 de outubro de 2008 }}</ref><ref name=track>{{citar jornal|publicado= CNN |título= FBI tracked King's every move |data=7 de abril de 2008 |primeiro =Jen |último =Christensen |acessodata=14 de junho de 2008 |url=http://www.cnn.com/2008/US/03/31/mlk.fbi.conspiracy/index.html}}</ref> Em 1967, Hoover incluiu a SCLC como um grupo nacionalista negro de ódio, dando as instruções: "Nenhuma oportunidade deve ser perdida para explorar as técnicas de contrainteligência na questão dos conflitos organizacionais e pessoais dos líderes dos grupos... Para garantir que o grupo alvo seja corrompido, ridicularizado ou desacreditado".<ref name=Honey2007ch4 /><ref>{{citar livro|título=War at Home: Covert Action Against U.S. Activists and What We Can Do About It |último =Glick |primeiro =Brian |ano=1989 |publicado=South End Press |isbn=978-0-89608-349-3 |página=77 |url=https://books.google.com/books?id=M4uvwy_C3egC&pg=PA77}}</ref>

=== Vigilância da NSA ===

Em uma operação secreta denominada "[[Projeto MINARET|Minaret]]", a [[Agência de Segurança Nacional]] (NSA) monitorou os meios de comunicação de líderes estadunidenses críticos da participação dos EUA na Guerra do Vietnã, incluindo King.<ref name="theguardian.com">The Guardian, 26 de setembro de 2013 [https://www.theguardian.com/world/2013/sep/26/nsa-surveillance-anti-vietnam-muhammad-ali-mlk The Guardian]</ref> Uma análise conduzida pela própria NSA concluiu que a Operação Minaret foi "disruptiva e até mesmo ilegal".<ref name="theguardian.com"/>

=== Alegações de comunismo ===

Por anos, Hoover suspeitou de [[Ameaça vermelha nos Estados Unidos|possíveis influências comunistas]] em movimentos sociais como a dos direitos civis e do direito dos trabalhadores nos EUA.<ref>{{citar livro|título= To See the Promised Land: The Faith Pilgrimage of Martin Luther King, Jr|páginas= [https://archive.org/details/toseepromisedlan0000down/page/246 246–7]|último = Downing|primeiro = Frederick L.|publicado= Mercer University Press|ano= 1986|isbn= 0-86554-207-4|url= https://archive.org/details/toseepromisedlan0000down/page/246}}</ref> Em 1957, Hoover ordenou ao FBI espionar King, e depois a SCLC quando ela foi fundada.<ref name="autogenerated1" />

Por causa da relação entre King e Stanley Levison, o FBI temeu que ele estava se tornando um "agente de influência" sobre King, apesar dos próprios relatórios de 1963 que mostravam que Levison tinha deixado o Partido Comunista e não era mais afiliado em negócios relacionado aos seus membros.{{sfn|Kotz|2005|pp=70–74}} Outro próximo de King, [[Jack O'Dell]], também foi ligado ao Partido ao jurar testemunho perante ao [[Comitê de Atividades Antiamericanas]] (HUAC).<ref>{{citar livro|último =Woods|primeiro =Jeff|página=[https://archive.org/details/blackstrugglered0000wood/page/126 126]|ano=2004|publicado=LSU Press|isbn=0-8071-2926-7|título=Black Struggle, Red Scare: Segregation and Anti-communism in the South, 1948–1968|url=https://archive.org/details/blackstrugglered0000wood/page/126}} Ver também: {{citar livro|url=https://archive.org/details/realjedgarhoover0000wann |página= [https://archive.org/details/realjedgarhoover0000wann/page/87 87]|título= The Real J. Edgar Hoover: For the Record |último =Wannall |primeiro =Ray |isbn=1-56311-553-0 |ano=2000 |publicado=Turner Publishing}}</ref>

Apesar da toda a intensa vigilância feita a respeito, em 1976 o FBI reconheceu que não obteve qualquer evidência que o próprio King ou a SCLC estavam envolvidos com quaisquer organizações comunistas.<ref name=Church>{{citation|último =Church|primeiro = Frank|autorlink= Frank Church|título= Church Committee Book III|obra=Dr. Martin Luther King Jr., Case Study|publicado= [[Church Committee]]|data=23 de abril de 1976}}</ref>

Da sua parte, King negava veementemente ter laços comunistas. Em 1965, em uma entrevista para a ''[[Playboy]]'', ele afirmou que "existem tantos comunistas nesse movimento de liberdade quanto há esquimós na Flórida".{{sfn|Washington|1991|p=362}} Ele argumentou que Hoover estava "seguindo a vontade dos poderosos políticos do sul" e que a preocupação dele de uma infiltração comunista no movimento dos direitos civis significava uma "ajuda lasciva as alegações dos racistas do sul e de movimentos da extrema-direita".<ref name=Church /> Contudo Hoover não acreditou na fala de inocência King e respondeu dizendo que ele era "o mentiroso mais notório do país".<ref>{{citar livro|título=Martin Luther King Jr.: A Biography |último =Bruns |primeiro =Roger |página=[https://archive.org/details/martinlutherking0000brun/page/67 67] |isbn=0-313-33686-5 |publicado=Greenwood Publishing |ano=2006 |url=https://archive.org/details/martinlutherking0000brun/page/67 }}</ref> Após seu discurso "Eu Tenho um Sonho" em 28 de agosto de 1963 em Washington, o FBI classificou King como "o mais perigoso e efetivo líder negro no país".<ref name=track /> Foi alegado que ele estava "consciente e regularmente cooperando de boa vontade com os comunistas".{{sfn|Kotz|2005|p=83}}

As tentativas de provar que King era um comunista estava relacionado ao sentimento de muitos segregacionistas de que os negros no Sul estavam contentes com o ''status quo'', mas foram ideologicamente sequestrados pelo "comunistas" e "agitadores externos".<ref>{{citar livro|título= Democratic Individuality: A Theory of Moral Progress |página=435 |último =Gilbert |primeiro =Alan |publicado=Cambridge University Press |ano=1990 |isbn=0-521-38709-4}}</ref> No contexto de fato, os movimentos dos direitos civis dos negros na década de 50 e 60 surgiu do ativismo dentro da comunidade negra antes mesmo da [[Primeira Guerra Mundial]]. King disse que "a revolução dos negros é uma revolução genuína, nascido do mesmo berço que produziu todos os movimentos de massa, o mesmo berço das condições intoleráveis e insustentáveis".{{sfn|Washington|1991|p=363}}

=== Vigilância da CIA ===

Arquivos da [[CIA]] levados a público em 2017 revelaram que a agência estava investigando possíveis laços entre King e o comunismo depois de um artigo do The Washington Post de 4 de novembro de 1964 que dizia que ele chegou a ser convidado pela [[União Soviética]] e que Ralph Abernathy, um porta-voz de King, negou comentar a fonte da matéria.<ref>{{citar web|url=https://www.archives.gov/files/research/jfk/releases/docid-32397512.pdf |título=Martin Luther King |autor =CIA |data=5 de novembro de 1967 |acessodata=13 de fevereiro de 2018 }}</ref> Correspondências de King e de outros líderes civis foram interceptadas pelo programa da CIA chamado [[HTLINGUAL]].<ref>{{citar jornal| url=https://www.huffpost.com/entry/bush-and-the-nsa-spying-s_b_12552 |título=Bush and the NSA spying scandal |primeiro =Timothy |último =Naftali |obra=[[HuffPost]] |data= 19 de dezembro de 2005 }}</ref>

=== Adultério ===

O FBI tinha concluído que King era perigoso por causa de uma possível infiltração comunista, então tentativas em desacreditar King começaram a partir de revelações de sua vida pessoal. Nos inquéritos de vigilância do FBI sobre King, algumas delas tornadas públicas, é mostrado como ocorreu tentativas em demonstrar que ele teve vários casos extraconjugais. [[Lyndon B. Johnson]] chegou a dizer que King era um "pregador hipócrita".<ref>{{citar jornal|título=L.B.J., Hoover and Domestic Spying |url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,912799-2,00.html |obra=Time |último =Sidey |primeiro =Hugh |acessodata=14 de junho de 2008 |data=10 de fevereiro de 1975 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110921122310/http://www.time.com/time/magazine/article/0%2C9171%2C912799-2%2C00.html |arquivodata=21 de setembro de 2011 }}</ref>

Em sua autobiografia de 1989, ''And the Walls Came Tumbling Down'', Ralph Abernathy afirmou que King tinha uma "fraqueza por mulheres", embora "todos eles acreditassem na proibição bíblica do sexo fora do casamento. Era apenas que ele tinha uma dificuldade particular com essa tentação".<ref>{{citar livro|título=And the walls came tumbling down: an autobiography |último =Abernathy |primeiro =Ralph |ano=1989 |publicado=Harper & Row |isbn=978-0-06-016192-7 |página=[https://archive.org/details/andwallscametumb00aber/page/471 471] |url=https://archive.org/details/andwallscametumb00aber/page/471 }}</ref> Em uma entrevista posterior, Abernathy disse que ele apenas escreveu o termo "mulherengo" e que ele não especificou ter dito que King teria tido sexo extraconjugal e que as infidelidades do líder civil foram na verdade emocionais do que sexuais.<ref name=abertappva>{{citar web|url= http://www.booknotes.org/Transcript/index_print.asp?ProgramID=1442 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20071211111242/http://www.booknotes.org/Transcript/index_print.asp?ProgramID=1442 |arquivodata=11 de setembro de 2007 |título=And the Walls Came Tumbling Down |primeiro =Ralph David |último =Abernathy |publicado=Booknotes |data=29 de outubro de 1989 |acessodata=14 de junho de 2008}}</ref>

Abernathy criticou a mídia por ser sensacionalista em relação ao que ele escreveu sobre os casos de King,<ref name=abertappva /> como a alegação que ele teria admitido em seu livro que King teve um caso sexual na noite anterior ao seu assassinato.<ref name=abertappva /> Em suas palavras originais, Abernathy disse que ele viu King saindo de seu quarto com uma mulher quando ele acordou no outro dia e depois diria que "King talvez estivesse tentando convencer ela para que a mulher se juntasse no movimento civil, eu não sei".<ref name=abertappva />

Em seu livro de 1986, ''Bearing the Cross'', David Garrow escreveu sobre vários casos extraconjugais de King, incluindo uma mulher que ele se relacionava diariamente. De acordo com Garrow: "aquela relação... cada vez mais se tornou o elemento emocional central da vida de King, mas não eliminou os outros casos acidentais... durante as viagens dele". Ele alegou que King justificava seus casos extraconjugais como "uma forma de reduzir a ansiedade". Garrow afirmou que a suposta promiscuidade de King causava nele "uma culpa pesada e dolorosa".<ref>{{citar livro|título=Bearing the Cross: Martin Luther King Jr. and the Southern Christian Leadership Conference| url =https://archive.org/details/bearingcross00davi|ano=1986|páginas=[https://archive.org/details/bearingcross00davi/page/375 375–6] |publicado=William Morrow & Co}}</ref> A esposa de King, Coretta, aparentemente aceitou suas relações com equanimidade, dizendo uma vez que "todos os outros negócios apenas não têm lugar na grande relação que nós desfrutamos".{{sfn|Frady|2002|p=67}} Logo após ''Bearing the Cross'' ser lançado, o autor de direitos civis [[Howell Raines]] deu uma avaliação positiva para o livro mas opinou que as alegações de Garrow sobre a vida sexual de King eram "sensacionalistas" e afirmou que Garrow estava "empilhando fatos ao invés de analisá-los".<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/books/99/02/07/nnp/garrow.html|título=Driven to Martyrdom|autor =Raines, Howell |obra=The New York Times|data=30 de novembro de 1986|acessodata=12 de julho de 2013}}</ref>
[[Ficheiro:Mlk-uncovered-letter.png|200px|miniaturadaimagem|direita|A carta enviada anonimamente pelo FBI para King que o coagiria ao suicídio]]
O FBI distribuiu relatórios de tais supostos casos para repórteres simpatizantes, potenciais parceiros aliados e arrecadadores de fundos da SCLC, e para a família de King.<ref>{{citar livro|último =Burnett |primeiro =Thom |isbn=1-84340-287-4 |publicado=Collins & Brown |ano=2005 |página=[https://archive.org/details/conspiracyencycl0000unse/page/58 58] |título=Conspiracy Encyclopedia }}
</ref> A agência também mandou cartas anônimas para King ameaçando revelar essas informações se ele não terminasse com sua militância nos direitos civis.<ref>{{citar livro|página=[https://archive.org/details/popularimagesofa0000unse/page/532 532] |último =Spragens |primeiro =William C. |título=Popular Images of American Presidents |url=https://archive.org/details/popularimagesofa0000unse|isbn=978-0-313-22899-5 |publicado=Greenwood Publishing |ano=1988}}
</ref> Uma delas, enviada um pouco antes dele receber o Prêmio Nobel, coagiria ele a cometer suicídio e têm como trecho:

<blockquote>Os cidadãos da América, as organizações religiosas que têm o ajudado—Protestantes, Católicos e os Judeus, vão saber que você é uma pessoa maligna. E assim será também com aqueles que têm o apoiado. Você já era. King, só lhe resta uma opção. Você sabe qual é. Você tem apenas 34 dias para fazer isso (este número foi exatamente escolhido por uma razão especifica, e tem um significado prático). Você já era. Existe apenas uma forma de saída para você. É melhor você tomá-la antes que seu 'eu' sujo e fraudulento seja exposto para a nação.{{sfn|Kotz|2005|p=247}}</blockquote>

A carta veio acompanhada por uma fita gravada com trechos de supostos casos extraconjugais de King.{{sfn|Frady|2002|pp=158–159}} King interpretou essa remessa como uma tentativa de incentivá-lo ao suicídio,<ref>{{citar livro|página= [https://archive.org/details/insearchofdemocr00sond/page/466 466] |último = Wilson |primeiro = Sondra K. |publicado= Oxford University Press |ano= 1999 |isbn= 0-19-511633-X |título= In Search of Democracy: The NAACP Writings of James Weldon Johnson, Walter White, and Roy Wilkins (1920–1977) |url= https://archive.org/details/insearchofdemocr00sond/page/466 }}
</ref> embora William Sullivan, líder da Divisão de Inteligência Doméstica da época, argumentou que pode ser vista como apenas uma tentativa de "convencer King a abandonar sua posição da SCLC".<ref name=Church /> King não cedeu as ameaças do FBI.<ref name=track/>

Em 1977, o juiz John Lewis Smith Jr. ordenou que todas as cópias das fitas de áudio e transcrições resultantes da vigilância do FBI sobre King entre 1963 e 1968 sejam mantidas nos [[Arquivos Nacionais e Administração de Documentos]] e vedadas ao acesso público até 2027.<ref>{{citar periódico |url=https://news.google.com/newspapers?id=ZNweAAAAIBAJ&pg=5450%2C14915 |titulo=Judge Orders Seal on King Wiretaps |data=01-02-1977 |acessodata=05-08-2021 |jornal=Deseret News |publicado=United Press International (UPI)}}</ref><ref>{{citar periódico|título=Documenting the Struggle for Racial Equality in the Decade of the Sixties |publicado=The National Archives and Records Administration | url =https://www.archives.gov/publications/prologue/1997/summer/equality-in-the-sixties.html#f3 |data= 1997 |último =Phillips |primeiro =Geraldine N. |periódico=Prologue |acessodata=15 de junho de 2008}}</ref>

Em maio de 2019, arquivos do FBI revelados indicariam que King "olhou, riu e ofereceu conselhos" enquanto um dos seus amigos estuprava uma mulher. Seu biógrafo, David Garrow, escreveu que tal episódio "poderia sugerir... que ele ou tolerava ativamente ou pessoalmente fazia violência contra as mulheres, mesmo que bêbado, e isso acarretaria em um desafio fundamental para sua posição histórica e é necessário uma análise extensiva e completa sobre o caso".<ref>{{citar jornal|último1 =Garrow |primeiro1 =David J. |authorlink1=David J. Garrow |título=The troubling legacy of Martin Luther King |url=https://standpointmag.co.uk/issues/june-2019/the-troubling-legacy-of-martin-luther-king/ |acessodata=2 de junho de 2019 |obra=[[Standpoint (magazine)|Standpoint]] |data=30 de maio de 2019}}</ref> Essas alegações levantaram calorosos debates entre os historiadores.<ref name=guardian>{{citar jornal|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2019/jun/08/martin-luther-king-david-garrow-essay-claims|título=A historian's claims about Martin Luther King are shocking – and irresponsible |primeiro =Donna|último =Murch|website=[[The Guardian]]|data=8 de junho de 2019|acessodata=27 de junho de 2019}}</ref> Clayborne Carson, biógrafo de Martin Luther King e supervisor dos arquivos das gravações na [[Universidade de Stanford]], afirma que chegou na conclusão oposta de Garrow e diz que "nada disso é novo. Garrow está falando de um sumário recentemente adicionado a uma transcrição de 1964 do Hotel Willard em que outros, incluindo o próprio King, disseram que não escutaram a voz de Martin nele. O sumário adicionado foi posteriormente removido da gravação. Esta suposta informação nova vêm de uma fonte anônima em um único parágrafo do relatório do FBI. É necessário perguntar como alguém poderia concluir que King presenciou um estupro de uma gravação de um quarto em que ele nem estava presente".<ref>{{citar jornal|último1 =Reynolds |primeiro1 =Barbara Ann |título=Salacious FBI information again attacks character of MLK |url=http://amsterdamnews.com/news/2019/jul/03/salacious-fbi-information-again-attacks-character-/ |acessodata=7 de agosto de 2019 |publicado=New York Amsterdam News |data=3 de julho de 2019}}</ref> Carson baseia sua posição nas memórias de Coretta Scott King onde ela afirma: "eu rodei a gravação de bobina a bobina e escutei. Eu vi os relatórios dizendo sobre as atividades obscenas do meu marido mas novamente, nada há nada incriminatório na fita. Era um evento social com pessoas rindo e dizendo piadinhas de humor duvidoso. Mas não escutei a voz de Martin nela, e não há nada sobre sexo ou qualquer coisa a respeito que ecoe as mentiras que J. Edgar e o FBI espalharam". As fitas que podem confirmar ou refutar as alegações estão programadas para serem liberadas para o público em 2027.<ref>{{citar jornal|título=MLK's Alleged Abuse Of Women Does Not Negate His Achievements |url=https://thefederalist.com/2019/05/31/mlks-alleged-abuse-women-not-negate-achievements/ |acessodata=2 de junho de 2019 |obra=The Federalist |data=31 de maio de 2019|último =Bufkin|primeiro =Ellie}}</ref><ref>{{citar jornal|último1 =Griffey |primeiro1 =Trevor |título=J. Edgar Hoover's revenge: Information the FBI once hoped could destroy Rev. Martin Luther King Jr. has been declassified |url=https://theconversation.com/j-edgar-hoovers-revenge-information-the-fbi-once-hoped-could-destroy-rev-martin-luther-king-jr-has-been-declassified-118026 |acessodata=2 de junho de 2019 |obra=The Conversation |língua=en}}</ref>

== Vida pessoal ==

King casou-se com [[Coretta Scott]] em 18 de junho de 1953, no jardim dos pais dela em sua cidade natal [[Heiberger (Alabama)|Heiberger]], Alabama.<ref>{{citar jornal
 |url=https://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/1509338/Coretta-Scott-King.html
 |título=Coretta Scott King
 |obra=[[The Daily Telegraph]]
 |acessodata=8 de setembro de 2008
 |data=1 de fevereiro de 2006
 |arquivodata=13 de novembro de 2012
 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121113011228/http://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/1509338/Coretta-Scott-King.html

}}</ref> Ele tiveram quatro filhos: [[Yolanda King]] (1955–2007), [[Martin Luther King III]] (1957–), [[Dexter Scott King]] (1961–) e [[Bernice King]] (1963–).<ref name=fam>{{citar livro|título=King Came Preaching: The Pulpit Power of Dr. Martin Luther King, Jr. |página=35|último = Warren|primeiro = Mervyn A. |isbn= 0-8308-2658-0 |ano= 2001 |publicado=InterVarsity Press}}</ref> Durante o casamento, King limitou o papel de Coretta na luta pelos direitos civis, esperando que ela fosse somente uma dona de casa e mãe.<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=gwVbfvfYEZkC&pg=PA408 |título=Civil Rights History from the Ground Up: Local Struggles, a National Movement|página=410|publicado=University of Georgia Press|isbn=9780820338651|ano=2011}}</ref>

== Prêmios e reconhecimentos ==
[[Ficheiro:Martin Luther King Jr with medallion NYWTS.jpg|200px|miniaturadaimagem|direita|King mostrando sua medalha, a qual ele recebeu do prefeito [[Robert F. Wagner Jr]]]]
King foi premiado com ao menos cinquenta graus honorários de diferentes colégios e universidades.<ref name=merv>{{citar livro|título=King Came Preaching: The Pulpit Power of Dr. Martin Luther King, Jr. |página=79|último =Warren|primeiro =Mervyn A. | isbn=0-8308-2658-0 |ano=2001 |publicado=InterVarsity Press}}</ref> Em 14 de outubro de 1964, King tornou-se (na época) o mais jovem ganhador do [[Nobel da Paz|Prêmio Nobel da Paz]], o qual foi dado a ele por causa de papel na liderança da resistência não violenta contra o racismo nos EUA.<ref>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/learning/general/onthisday/big/1014.html|título=Martin Luther King Wins The Nobel Prize for Peace|data=15 de outubro de 1964|obra=[[The New York Times]]|acessodata=13 de fevereiro de 2018}}</ref><ref>{{citar livro|título=Makers of Modern Culture: Makers of Culture |último =Wintle |primeiro =Justin |página=272 |publicado=Routledge |ano=2001|isbn=0-415-26583-5}}</ref> Em 1965, ele foi galardoado com o ''American Liberties Medallion'' pelo [[American Jewish Committee]] por seu "avanços excepcionais nos princípios da liberdade humana".<ref name=merv/><ref>{{citar web|url=http://www.ajc.org/site/apps/nl/content3.asp?c=ijITI2PHKoG&b=843719&ct=1052921|publicado=American Jewish Committee|título=Commemorating Martin Luther King Jr.: Presentation of American Liberties Medallion|último =Engel|primeiro =Irving M.|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060604175417/http://www.ajc.org/site/apps/nl/content3.asp?c=ijITI2PHKoG&b=843719&ct=1052921|arquivodata=4 de junho de 2006|acessodata=15 de março de 2018}}</ref> Ao aceitar, King observou: "Liberdade é uma coisa só. Ou você tem ela por completo ou não é livre".<ref>{{citar web|título=Commemorating Martin Luther King Jr.: Response to Award of American Liberties Medallion|último =King|primeiro =Martin Luther Jr.|publicado=American Jewish Committee|url=http://www.ajc.org/site/apps/nl/content3.asp?c=ijITI2PHKoG&b=843719&ct=1052923|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060609075301/https://www.ajc.org/site/apps/nl/content3.asp?c=ijITI2PHKoG&b=843719&ct=1052923|arquivodata=9 de junho de 2006 |acessodata=15 de março de 2018}}</ref>

Em 1957, ele foi premiado com a [[Medalha Spingarn]] pela [[NAACP]].<ref>{{citar web|url=http://www.naacp.org/pages/spingarn-medal-winners |título=Spingarn Medal Winners: 1915 to Today |publicado=NAACP |acessodata=16 de janeiro de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140802063355/http://www.naacp.org/pages/spingarn-medal-winners |arquivodata=2 de agosto de 2014|df= }}</ref> Dois anos depois, ele ganhou o [[Prêmio Anisfield-Wolf]] por seu livro ''Stride Toward Freedom: The Montgomery Story''.<ref>{{citar web|título=Martin Luther King Jr.|url=http://www.anisfield-wolf.org/books/stride-toward-freedom-the-montgomery-story/?sortby=author&auth=KINGJR.MARTINLUTHER|publicado=[[Anisfield-Wolf Book Award]]s|acessodata=2 de outubro de 2011}}</ref> Em 1966, a ''Planned Parenthood Federation of America'' premiou King com o Prêmio [[Margaret Sanger]] por "sua corajosa resistência ao ódio e sua longa dedicação para o avanço da justiça social e dignidade humana".<ref name=PP>{{citar web|título=The Reverend Martin Luther King Jr. upon accepting The Planned Parenthood Federation Of America Margaret Sanger Award|publicado= [[Planned Parenthood|PPFA]]| url= http://www.plannedparenthood.org/about-us/who-we-are/the-reverend-martin-luther-king-jr.htm|arquivourl= https://web.archive.org/web/20080224104928/http://www.plannedparenthood.org/about-us/who-we-are/the-reverend-martin-luther-king-jr.htm|arquivodata=24 de fevereiro de 2008|acessodata=27 de agosto de 2008}}</ref> Também em 1966, King foi eleito membro da [[Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos]].<ref name="King AAAS fellow">{{citar web
 |título=SCLC Press Release
 |url=http://www.thekingcenter.org/archive/document/sclc-press-release
 |publicado=SCLC via the King Center
 |acessodata=31 de agosto de 2012
 |data=16 de maio de 1966
 |arquivodata=15 de dezembro de 2012
 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121215172223/http://www.thekingcenter.org/archive/document/sclc-press-release
 }}</ref> Em novembro de 1967, ele fez uma viagem de um dia pelo Reino Unido para receber prêmios honorários da [[Universidade de Newcastle (Inglaterra)|Universidade de Newcastle]], sendo o primeiro afro-americano em receber tal honra por esta universidade. Em um discurso improvisado ao receber o prêmio, King disse:<ref>{{citar web|url=https://www.ncl.ac.uk/media/wwwnclacuk/congregations/files/Transcript%20of%20Dr%20Martin%20Luther%20King%20Jr%20speech%2013th%20November%201967.pdf|titulo=Speech on Receipt of Honorary Doctorate in Civil Law, November 13, 1967,University of Newcastle upon Tyne|data=13 de novembro de 1967|acessodata=3 de março de 2020|publicado=Universidade de Newcastle|ultimo=Luther King Jr.|primeiro=Martin}}</ref>

{{Quote|Há três grandes e urgentes problemas que temos que enfrentar não apenas nos Estados Unidos mas em todo mundo hoje. São os problemas do racismo, da pobreza e da guerra.}}

Em 1968, [[Coretta Scott King]] fundou a [[Centro Martin Luther King Jr. para mudanças sociais não violentas]].<ref> Gary L. Anderson, Kathryn G. Herr, ''Encyclopedia of Activism and Social Justice'', SAGE Publications, USA, 2007, p. 804 </ref>

Além de ter sido indicado para três [[Prêmio Grammy|Prêmios Grammy]], o líder civil ganhou postumamente o [https://www.grammy.com/grammys/artists/martin-luther-king-jr Prêmio de Melhor Discurso] por sua fala "Por que me oponho à guerra no Vietnã".<ref>{{citar web|url=https://www.grammy.com/grammys/news/did-you-know-dr-martin-luther-king-jr-won-grammy|título=Did You Know That Martin Luther King Won A GRAMMY?|data=2019-01-17|website=GRAMMY.com|língua=en|acessodata=2019-01-21}}</ref>

Em 1977, a [[Medalha Presidencial da Liberdade]] foi postumamente dada a King por [[Jimmy Carter]]. Ele justificou:

{{Quote|Martin Luther King Jr. foi o porta voz de sua geração. Ele viu-se diante da grande parede da segregação e percebeu que o poder do amor poderia levar a sua queda. Da luta e exaustão para cumprir as promessas de nossos pais fundadores ajudando os cidadãos mais humildes, ele fez sua declaração eloquente sobre seu sonho para os EUA. Ele fez nossa nação mais forte porque ele a tornou melhor. Seu sonho ainda nos sustenta.<ref>{{citar web|url=http://www.presidency.ucsb.edu/ws/index.php?pid=7784 |título=Presidential Medal of Freedom Remarks on Presenting the Medal to Dr. Jonas E. Salk and to Martin Luther King Jr. |autor =Carter, Jimmy |data=11 de julho de 1977|publicado=The American Presidency Project |acessodata=4 de janeiro de 2013|arquivodata=1 de maio de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130501191835/http://www.presidency.ucsb.edu/ws/index.php?pid=7784|df=mdy }}</ref>}}

King e sua esposa também foram premiados com a [[Medalha de Ouro do Congresso]] em 2004.<ref>{{citar web|título=Congressional Gold Medal Recipients (1776 to Present)|publicado= Office of the Clerk: U.S. House of Representatives| url=http://clerk.house.gov/art_history/house_history/goldMedal.html|acessodata=16 de junho de 2008}}</ref>

King foi considerado a segunda pessoa mais admirada do século XX pela lista Gallup.<ref>{{citar livro|título=The Gallup Poll: Public Opinion 1999|último =Gallup|primeiro =George|primeiro2 =Alec|último2 =Gallup Jr. |página=249|isbn=0-8420-2699-1|publicado=Rowman & Littlefield |ano= 2000}}</ref> Em 1963, ele foi nomeado pela [[Pessoa do Ano (revista Time)|revista ''Time'' com a pessoa do ano]] e, em 2000, ele ficou em sexto lugar como "Pessoa do Século" em uma votação pela mesma revista.<ref>{{citar web|url=http://www.highbeam.com/doc/1P1-24394267.html |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130514041705/http://www.highbeam.com/doc/1P1-24394267.html |arquivodata=14 de maio de 2013|título=Time Names Einstein as Person of the Century |autor =Harpaz, Beth J. |data=27 de dezembro de 1999|agência=Associated Press |publicado= |acessodata=20 de janeiro de 2013}}</ref> King ficou em terceiro lugar como [[The Greatest American|o maior cidadão da história dos EUA]] em um concurso feito pelo [[Discovery Channel]] e o [[AOL]].<ref>{{citar jornal|título=Reagan voted 'greatest American'|data=28 de junho de 2005|acessodata=27 de abril de 2008|publicado=BBC |url= http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/4631421.stm}}</ref>

=== [[Doutorado honoris causa|Doutorados honoris causa]] ===
Ele recebeu vários [[Doutorado honoris causa|Doutorados honoris causa]].<ref> Louisiana State University, [https://guides.lib.lsu.edu/c.php?g=353667&p=2385250 Martin Luther King, Jr. Honorary Degrees], guides.lib.lsu.edu, USA, acessado em 5 de junho de 2023</ref>
* 1957: [[Doutor em Letras Humanas]], [[Morehouse College]]; [[Doutor em Direito]], [[Universidade Howard]]; [[Doutor em Divindade]], [[Seminário Teológico de Chicago]]
* 1958: [[Doutor em Direito]], [[Morgan State College]]; [[Doutor em Humanidades]], [[Central State College]]
* 1959: [[Doutor em Divindade]], [[Universidade de Boston]]
* 1961: [[Doutor em Direito]], [[Universidade Lincoln (Pensilvânia)]]; [[Doutor em Direito]], [[Universidade de Bridgeport]]
* 1962: [[Doutor em Direito]], [[Bard College]]
* 1963: [[Doutor em Letras]], [[Keuka College]]
* 1964: [[Doutor em Divindade]], [[Wesleyan College]]; [[Doutor em Direito]], [[Seminário Teológico Judaico]]; [[Doutor em Direito]], [[Universidade Yale]]; [[Doutor em Divindade]], [[Springfield College]]
* 1965: [[Doutor em Direito]], [[Universidade Hofstra]]; [[Doutor em Letras Humanas]], [[Oberlin College]]; [[Doutor em Ciências Sociais]], [[Universidade Livre de Amsterdã]]; [[Doutor em Divindade]], [[St. Peter's College]]
* 1967: [[Doutor em Direito]], [[Universidade de New Castle Upon Tyne]]; [[Doutor em Direito]], [[Grinnell College]]

=== Nota de cinco dólares ===

Em 20 de abril de 2016, o [[Secretário do Tesouro dos Estados Unidos]] [[Jack Lew]] disse que as notas de 5, 10 e 20 dólares sofreriam um redesign em 2020. Lew disse que Liconln continuaria na frente da nota de 5 dólares, mas o reverso teria um redesign diferente retratando vários eventos históricos que ocorreram no Lincoln Memorial. Entre os elementos desse novo design estão imagens do discurso de King "Eu Tenho um Sonho" e a apresentação de ópera de 1939 da cantora [[Marian Anderson]].<ref>{{citar jornal|url=https://www.usatoday.com/story/news/politics/2016/04/20/report-lew-considered-anthony-10-bill/83274530/ |título=Anti-slavery activist Harriet Tubman to replace Jackson on the front of the $20 bill |jornal=USAToday.com |data=11 de abril de 2016|acessodata=28 de agosto de 2017}}</ref>

{{Notas}}

{{Referências|col=2}}

== Bibliografia ==

{{Refbegin|30em}}
* {{citar livro|último =Abernathy |primeiro =Ralph |autorlink=Ralph Abernathy|título=And the Walls Came Tumbling Down: An Autobiography|publicado=Harper & Row|ano=1989|isbn=0-06-016192-2|url=https://archive.org/details/andwallscametumb00aber}}
* {{citar livro|último =Branch |primeiro =Taylor |autorlink=Taylor Branch|título=At Canaan's Edge: America In the King Years, 1965–1968|publicado=Simon & Schuster|ano=2006|isbn=0-684-85712-X|url=https://archive.org/details/atcanaansedgeame00bran}}
* {{citar livro|último1 = Cohen|primeiro1 = Adam Seth|primeiro2 = Elizabeth|último2 = Taylor|publicado= Back Bay|ano= 2000|isbn= 0-316-83489-0|título= Pharaoh: Mayor Richard J. Daley: His Battle for Chicago and the Nation|ref= harv|url= https://archive.org/details/americanpharaohm00adam}}
* {{citar livro|último =Fleming|primeiro =Alice|título=Martin Luther King Jr.: A Dream of Hope|ano=2008|publicado=Sterling|isbn=978-1-4027-4439-6|url=https://archive.org/details/martinlutherking0000flem/|ref=harv}}
* {{citar livro|último =Frady |primeiro =Marshall |autorlink=Marshall Frady |título=Martin Luther King Jr.: A Life |ano=2002 |publicado=Penguin |isbn=978-0-14-303648-7 |url=https://books.google.com/books?id=dOR4QpEE0g8C |ref=harv}}
* {{citar livro|último =Garrow |primeiro =David J. |autorlink=David Garrow |título=The FBI and Martin Luther King, Jr|publicado=Penguin Books|url=https://archive.org/details/fbimartinlutherk0000garr |ano=1981|isbn=0-14-006486-9}}
* Garrow, David. ''[[Bearing the Cross|Bearing the Cross: Martin Luther King Jr. and the Southern Christian Leadership Conference]]'' (1989). Pulitzer Prize. {{ISBN|978-0-06-056692-0}}
* "James L. Bevel, The Strategist of the 1960s Civil Rights Movement", a 1984 paper by Randall Kryn, published with a 1988 addendum by Kryn in Prof. [[David Garrow]]'s ''We Shall Overcome, Volume II'' (Carlson Publishing Company, 1989).
* {{citar livro|último = Glisson|primeiro =Susan M.|título= The Human Tradition in the Civil Rights Movement| isbn=0-7425-4409-5 |publicado=Rowman & Littlefield|ano=2006|ref=harv}}
* {{citar livro|último =Herst |primeiro =Burton |título=Bobby and J. Edgar: The Historic Face-off Between the Kennedys and J. Edgar Hoover that Transformed America |ano=2007 |publicado=Carroll & Graf |isbn=978-0-7867-1982-2 |ref=harv |url=https://archive.org/details/bobbyjedgarhisto00hers }}
* {{citar livro|último =Jackson|primeiro =Thomas F.|título=From Civil Rights to Human Rights: Martin Luther King Jr. and the Struggle for Economic Justice|publicado=University of Pennsylvania Press|ano=2006|isbn=978-0-8122-3969-0|ref=harv|url=https://archive.org/details/fromciv_jac_2007_00_0872}}
* {{citar livro|último =King |primeiro =Martin Luther Jr.|título=Autobiography |editor-sobrenome =Carson |editor-nome =Clayborne |publicado=Warner Books |ano=1998 | isbn=0-446-52412-3 | ref={{harvid|King|1998}} | url=https://archive.org/details/autobiographyofm00king }}
* {{citar livro|editor-sobrenome1 =Carson|editor-nome1 =Clayborne|editor-sobrenome2 =Luker|editor-nome2 =Ralph E.|editor-sobrenome3 =Russell|editor-nome3 =Penny A.|editor-sobrenome4 =Harlan|editor-nome4 =Louis R.|título=The Papers of Martin Luther King, Jr., Volume I: Called to Serve, January 1929–June 1951 |publicado=University of California Press|ano=1992| isbn=0-520-07950-7|ref={{harvid|King|1992}}}}
* {{citar livro|último =Kotz|primeiro =Nick|isbn=0-618-08825-3|publicado=Houghton Mifflin Books|ano=2005|título=Judgment Days: Lyndon Baines Johnson, Martin Luther King Jr., and the Laws that Changed America|ref=harv|url=https://archive.org/details/judgmentdayslynd00kotz}}
* {{citar livro|último1 = Lawson|primeiro1 =Steven F.|primeiro2 =Charles M.|último2 =Payne|primeiro3 =James T.|último3 =Patterson|título=Debating the Civil Rights Movement, 1945–1968| isbn= 0-7425-5109-1 |publicado=Rowman & Littlefield|ano=2006|ref=harv}}
* {{citar livro|último =Manheimer|primeiro =Ann S.|título=Martin Luther King Jr.: Dreaming of Equality|ano=2004|publicado=Twenty-First Century Books|isbn=1-57505-627-5|url=https://archive.org/details/martinlutherking0000manh/|ref=harv}}
* {{citar livro|primeiro =Stephen B.|último =Oates|título=Let the Trumpet Sound: A Life of Martin Luther King, Jr|url=https://archive.org/details/lettrumpetsound00step|data=1993|publicado=HarperCollins|isbn=978-0-452-25627-9|ref=harv}}
* {{citar livro|último = Robbins|primeiro = Mary Susannah |título= Against the Vietnam War: Writings by Activists | isbn=978-0-7425-5914-1 |publicado= Rowman & Littlefield|ano= 2007|ref=harv}}
* {{citar livro|último = Washington|primeiro = James M.|título= A Testament of Hope: The Essential Writings and Speeches of Martin Luther King, Jr.|ano= 1991|publicado= HarperCollins|isbn= 0-06-064691-8|ref= harv|url= https://archive.org/details/testamentofhope00mart}}
{{Refend}}

== Ligações externas ==
{{Correlatos
|título = Martin Luther King Jr.
|commonscat = Martin Luther King, Jr.
|wikiquote = Martin Luther King Junior
}}
* {{Link|en|2=http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1964/|3=Perfil no sítio oficial do Nobel da Paz 1964}}
* {{link|en|2=http://thekingcenter.com/|3=The King Center}}
* {{link|en|2=http://www.historychannel.com/speeches/ra/970828.ram|3=Discurso: ''I Have a Dream''}}
* {{link|pt|2=http://www.portalafro.com.br/religioes/evangelicos/martin.htm|3=Página sobre Martin Luther King}}

{{limpar}}
{{Começa caixa}}
{{Caixa de sucessão
|título = [[Nobel da Paz]]
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{{DEFAULTSORT:King Jr, Martin Luther}}
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[[Categoria:História da segregação racial nos Estados Unidos]]
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[[Categoria:Família de Martin Luther King Jr.|Martin Luther Jr.]]
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[[Categoria:Cristãos ganhadores do Nobel]]
[[Categoria:Assassinados em 1968]]