Xenofonte: diferenças entre revisões
m |
Sem fontes, não enciclopédico |
||
(Há 5 revisões intermédias de 4 utilizadores que não estão a ser apresentadas) | |||
Linha 3: | Linha 3: | ||
{{Info/Biografia/Wikidata|ocupação1d=[[Estratego]]|ocupação1r=Função}} |
{{Info/Biografia/Wikidata|ocupação1d=[[Estratego]]|ocupação1r=Função}} |
||
'''Xenofonte''' ({{lang-grc|Ξενοφῶν|Xenophō̃n}}; [[Circa|ca.]] {{dni|lang=br|||430 a.C.|si}} – {{morte|lang=br|||-354}}<ref>{{Citar web |ultimo=Infopédia |url=https://www.infopedia.pt/$xenofonte |titulo=Xenofonte - Infopédia |acessodata=2021-05-08 |website=Infopédia - Dicionários Porto Editora |lingua=pt}}</ref>) foi militar, historiador e filósofo [[Atenas Antiga| |
'''Xenofonte''' ({{lang-grc|Ξενοφῶν|Xenophō̃n}}; [[Circa|ca.]] {{dni|lang=br|||430 a.C.|si}} – {{morte|lang=br|||-354}}<ref>{{Citar web |ultimo=Infopédia |url=https://www.infopedia.pt/$xenofonte |titulo=Xenofonte - Infopédia |acessodata=2021-05-08 |website=Infopédia - Dicionários Porto Editora |lingua=pt}}</ref>) foi militar, historiador e filósofo [[Atenas Antiga|ateniense]], discípulo de [[Sócrates]]. Ele foi autor de inúmeros tratados práticos sobre assuntos que vão desde [[equitação]] a [[tributação]], ficou conhecido pelos seus escritos sobre a [[história]] do [[Século IV a.C.|seu próprio tempo]] e pelos seus discursos de [[Sócrates]].<ref>[[http://www.iep.utm.edu/xenophon/ Xenophon (430—354 B.C.E.)]</ref> |
||
== Biografia == |
== Biografia == |
||
Linha 15: | Linha 15: | ||
Xenofonte parece ter estado alinhado com o aristocrático governo dos [[Trinta Tiranos]] instalado por [[Esparta]] em Atenas após a derrota final desta cidade na [[Guerra do Peloponeso]].<ref>J.K. Anderson, ''Xenophon'' (Londres, 1972), p. 57.</ref> A queda deste governo numa revolução ocorrida em {{AC|403|x}} terá sido um importante factor motivador para que Xenofonte se juntasse à expedição de [[Ciro, o Jovem]].<ref> George Cawkwell, Introduction to ''Xenophon: The Persian Expedition'' (Harmondsworth, 1972), p. 13.</ref> |
Xenofonte parece ter estado alinhado com o aristocrático governo dos [[Trinta Tiranos]] instalado por [[Esparta]] em Atenas após a derrota final desta cidade na [[Guerra do Peloponeso]].<ref>J.K. Anderson, ''Xenophon'' (Londres, 1972), p. 57.</ref> A queda deste governo numa revolução ocorrida em {{AC|403|x}} terá sido um importante factor motivador para que Xenofonte se juntasse à expedição de [[Ciro, o Jovem]].<ref> George Cawkwell, Introduction to ''Xenophon: The Persian Expedition'' (Harmondsworth, 1972), p. 13.</ref> |
||
Xenofonte entre 401 a.C e 399 a.C. participou como soldado da campanha militar organizada por um governante persa chamado [[Ciro, o Jovem]], contra o seu irmão, [[Artaxerxes II]], composta em grande parte por gregos mercenários e formando uma expedição militar que ficaria conhecida como o "exército dos Dez Mil"<ref name=":0">{{citar livro|título=Ciropédia (Trad. Lucia Sano)|ultimo=XENOFONTE|editora=Fósforo|ano=2021|local=São Paulo|página=|páginas=11-12|isbn=9786589733249}}</ref>. |
|||
⚫ | |||
⚫ | Xenofonte diz que se aconselhou com o veterano Sócrates se deveria ou não ir com Ciro, e [[Sócrates]] indicou-lhe o [[oráculo de Delfos]]. Sua pergunta ao oráculo, no entanto, não foi de aceitar ou não o convite de Ciro, mas "para qual dos deuses deveria rezar e prestar sacrifício, para que pudesse completar sua pretendida jornada e retornar em segurança, com bons resultados". O oráculo lhe disse para quais deuses. Quando Xenofonte retornou a Atenas e contou para Sócrates o conselho do oráculo, Sócrates o reprimiu por fazer a pergunta errada ao oráculo, mas disse: "Já que você fez essa pergunta, você deve fazer o que alegrará o [[Apolo|deus]]." (Esse é o único relato de contato pessoal entre Sócrates e Xenofonte em todos seus escritos.) |
||
⚫ | Na incursão de Ciro contra o [[xá aquemênida]] este utilizou muitos [[mercenário]]s desempregados em função do fim da [[Guerra do Peloponeso]]. Ciro lutou contra Artaxerxes na [[Batalha de Cunaxa]]. Os gregos venceram, mas Ciro foi morto, e logo depois seu general, [[Clearco de Esparta]], foi convidado a uma conferência de paz, traído e executado. |
||
⚫ | Na incursão de Ciro contra o [[xá aquemênida]] este utilizou muitos [[mercenário]]s desempregados em função do fim da [[Guerra do Peloponeso]]. Ciro lutou contra Artaxerxes na [[Batalha de Cunaxa]]. Os gregos venceram, mas Ciro foi morto<ref name=":0" />, e logo depois seu general, [[Clearco de Esparta]], foi convidado a uma conferência de paz, traído e executado. O exército de [[Ciro, o Jovem]], viram-se em um território hostil, próximo ao coração da [[Mesopotâmia]], longe dos mares, e sem seus líderes. Elegeram novos líderes, incluindo o próprio Xenofonte, e combateram em direção ao norte contra persas, [[Armênia|armênios]] e [[curdos]], até a cidade de [[Trapezo]] na costa do [[Mar Negro]], de onde navegaram para o oeste, retornando para a Grécia. Na [[Trácia]], ajudaram [[Seutes II]] tornar-se imperador. Os relatos de Xenofonte sobre essa expedição e a jornada para casa foi intitulado ''[[Anábase]]'' ("A Expedição" ou "A Marcha através do País")<ref name=":0" />. |
||
⚫ | A dissertação histórica que Xenofonte faz na obra ''Anábase'' é um dos mais antigos exemplos de análise de caráter de um líder feitas por um historiador. Esse tipo de análise tornou-se conhecido nos dias de hoje como a [[Teoria dos Grandes Homens]]. Xenofonte descreveu o caráter de Ciro, o |
||
⚫ | A dissertação histórica que Xenofonte faz na obra ''Anábase'' é um dos mais antigos exemplos de análise de caráter de um líder feitas por um historiador. Esse tipo de análise tornou-se conhecido nos dias de hoje como a [[Teoria dos Grandes Homens]]. Xenofonte descreveu o caráter de [[Ciro, o Jovem]], dizendo que "de todos os Persas que viveram depois de [[Ciro, o Grande]], ele era o que mais se parecia com um rei e o mais merecedor de um império". A leitura do capítulo seis é recomendada pela descrição do caráter de cinco generais derrotados que aliaram-se ao inimigo. Clearco é citado como quem acredita que "um soldado deve temer mais seu comandante do que o inimigo". Meno, o personagem dos Diálogos de [[Platão]], foi descrito como um homem cuja maior ambição era de se tornar rico. Agias, o Arcadiano e Sócrates, o [[Aqueus|aqueu]] foram lembrados por sua coragem e consideração pelos amigos. |
||
Xenofonte foi posteriormente exilado de Atenas, provavelmente por ter lutado sob o comando do rei espartano [[Agesilau II|Agesilau]] contra Atenas em [[Coroneia]]. (Entretanto, é possível que ele já tivesse sido exilado por sua participação com Ciro.) Os espartanos deram-lhe uma propriedade em [[Escilo]], próximo à [[Olímpia]] em Élis, onde escreveu ''Anábase''. Seu filho [[Grilo (filho de Xenofonte)|Grilo]] comandou a cavalaria ateniense, aliada dos espartanos, na [[Batalha de Mantineia (362 a.C.)|Batalha de Mantineia]],<ref name="pausanias.1.3.4">[[Pausânias (geógrafo)]], ''[[Descrição da Grécia]]'', 1.3.4</ref> enquanto Xenofonte ainda estava vivo, por isso, é possível que seu exílio tenha sido revogado. Xenofonte morreu em [[Corinto]] ou Atenas, e a data de sua morte é incerta. Sabe-se apenas que ele sobreviveu ao seu protetor Agesilau, a quem ele prestou homenagem num de seus escritos. |
|||
Xenofonte foi posteriormente, entre 394-393 a.C., exilado de Atenas, provavelmente por ter (supostamente) lutado sob o comando do rei espartano [[Agesilau II|Agesilau]] contra Atenas em [[Coroneia]], em 394 a.C, durante a [[Guerra de Corinto]] (Entretanto, é possível que ele já tivesse sido exilado por sua participação com Ciro.)<ref name=":0" />. Os espartanos deram-lhe uma propriedade em [[Escilo]], próximo à [[Olímpia]], onde ele escreveu ''Anábase'' e onde ficaria até 371 a.C, quando na batalha de Leuctra a região foi conquistada pela cidade vizinha, Élis<ref name=":0" />. |
|||
[[Diógenes Laércio]] diz que Xenofonte foi conhecido como "Musa do Prazer" pela doçura de sua relação. Em seu tratado sobre [[equitação]], ele propôs um método de treinamento conhecido no mundo [[anglo-saxão]] hoje em dia como "horse whispering" (literalmente: cochichar no ouvido do cavalo), um método que procura ganhar a simpatia do animal através do uso da psicologia equina. |
|||
Seu filho [[Grilo (filho de Xenofonte)|Grilo]] comandou a cavalaria ateniense, aliada dos espartanos, na [[Batalha de Mantineia (362 a.C.)|Batalha de Mantineia]],<ref name="pausanias.1.3.4">[[Pausânias (geógrafo)]], ''[[Descrição da Grécia]]'', 1.3.4</ref> enquanto Xenofonte ainda estava vivo,e, por isso, é provável que seu exílio tenha sido revogado. Segundo [[Diógenes Laércio]], Xenofonte teria ido viver em Corinto após a sua retirada de Escilo, e lá viveu até a sua morte, em data incerta. |
|||
== Lista de obras == |
|||
Os escritos de Xenofonte, especialmente a ''Anábase'', são lidos usualmente pelos iniciantes de [[Língua Grega|grego antigo]]. ''[[Helênicas]]'' é uma das principais fontes de estudo para eventos na Grécia entre 411 e 362 a.C. e seus escritos socráticos, juntamente com os diálogos de Platão, são os únicos sobreviventes dos [[Método socrático|sokratikoi logoi]]. |
|||
== Obras == |
|||
⚫ | |||
É provável que ''Anábase'', a sua crônica histórica sobre a guerra de Ciro, o Jovem, contra Artaxerxes II tenha sido escrito quando ele vivia nos territórios de Élis, Grécia. A sua obra [[Ciropédia]] foi escrita por volta de 360 a.C., provavelmente quando vivia em Corinto<ref name=":0" />. Provável que também tenha escrito em Corinto a sua obra ''[[Helênicas]],'' onde ele narra a crônica histórica da Grécia entre os anos de 411 e 362 a.C. Escreveu no decorrer destas obras um tratado filosófico de nome ''hieron,'' e tratados sobre cavalaria, caça e guerra<ref name=":0" />. |
|||
⚫ | |||
* ''[[Anábase]]'' |
* ''[[Anábase]]'' |
||
* ''[[Ciropedia|Educação de Ciro]]'' ou ''[[Ciropedia|Ciropédia]]'' |
* ''[[Ciropedia|Educação de Ciro]]'' ou ''[[Ciropedia|Ciropédia]]'' |
||
* ''[[Helênicas]]'' |
* ''[[Helênicas]]'' |
||
* ''[[Agesilau]]'' |
* ''[[Agesilau]]'' |
||
Linha 43: | Linha 45: | ||
* ''[[Da equitação]]'' ou ''[[Sobre cavalaria]]'' |
* ''[[Da equitação]]'' ou ''[[Sobre cavalaria]]'' |
||
* ''[[O comandante de cavalaria]]'' ou ''[[O general de cavalaria]]'' |
* ''[[O comandante de cavalaria]]'' ou ''[[O general de cavalaria]]'' |
||
* '' |
* ''Hieron'' |
||
* ''[[As rendas]]'' |
* ''[[As rendas]]'' |
||
* ''[[Constituição dos Lacedemônios]]'' ou ''[[Constituição de Esparta]]'' |
* ''[[Constituição dos Lacedemônios]]'' ou ''[[Constituição de Esparta]]'' |
||
Linha 74: | Linha 76: | ||
[[Categoria:Biógrafos da Grécia Antiga]] |
[[Categoria:Biógrafos da Grécia Antiga]] |
||
[[Categoria:Discípulos de Sócrates]] |
[[Categoria:Discípulos de Sócrates]] |
||
[[Categoria:Cavalos na cultura |
[[Categoria:Cavalos na cultura]] |
Revisão das 17h15min de 18 de março de 2023
Xenofonte | |
---|---|
Nascimento | 430 a.C. Erchia |
Morte | 354 a.C. Corinto |
Cidadania | Atenas Antiga |
Filho(a)(s) | Grilo (filho de Xenofonte), Diodorus |
Ocupação | historiador, mercenário, filósofo, militar, escritor |
Função | Estratego |
Obras destacadas | Hiero |
Xenofonte (em grego clássico: Ξενοφῶν; romaniz.: Xenophō̃n; ca. 430 a.C. – 354 a.C.[1]) foi militar, historiador e filósofo ateniense, discípulo de Sócrates. Ele foi autor de inúmeros tratados práticos sobre assuntos que vão desde equitação a tributação, ficou conhecido pelos seus escritos sobre a história do seu próprio tempo e pelos seus discursos de Sócrates.[2]
Biografia
Xenofonte, filho de Grilo,[3] originário de Erquia, um demo de Atenas. Na sua Anábase, que narra acontecimentos ocorridos entre 401 e 399 a.C., é sugerido que Xenofonte seria um pouco mais velho que o seu amigo Próxeno, o qual tinha cerca de quarenta anos quando dos acontecimentos.[4] A maioria dos estudiosos coloca portanto a sua data do seu nascimento no ano 430 a.C. ou um pouco depois.[5]
Xenofonte era originário de uma família rica e influente em Atenas.[6] Como tal, terá participado nos recontros finais da Guerra do Peloponeso incorporado nas fileiras da aristocrática cavalaria ateniense.[7]
Estrabão conta que, após uma derrota ateniense em que Sócrates e Xenofonte haviam perdido seus cavalos, Sócrates encontrou Xenofonte caído no chão, e chutou por vários estádios, até que a batalha terminou.[3]
Xenofonte parece ter estado alinhado com o aristocrático governo dos Trinta Tiranos instalado por Esparta em Atenas após a derrota final desta cidade na Guerra do Peloponeso.[8] A queda deste governo numa revolução ocorrida em 403 a.C. terá sido um importante factor motivador para que Xenofonte se juntasse à expedição de Ciro, o Jovem.[9]
Xenofonte entre 401 a.C e 399 a.C. participou como soldado da campanha militar organizada por um governante persa chamado Ciro, o Jovem, contra o seu irmão, Artaxerxes II, composta em grande parte por gregos mercenários e formando uma expedição militar que ficaria conhecida como o "exército dos Dez Mil"[10].
Xenofonte diz que se aconselhou com o veterano Sócrates se deveria ou não ir com Ciro, e Sócrates indicou-lhe o oráculo de Delfos. Sua pergunta ao oráculo, no entanto, não foi de aceitar ou não o convite de Ciro, mas "para qual dos deuses deveria rezar e prestar sacrifício, para que pudesse completar sua pretendida jornada e retornar em segurança, com bons resultados". O oráculo lhe disse para quais deuses. Quando Xenofonte retornou a Atenas e contou para Sócrates o conselho do oráculo, Sócrates o reprimiu por fazer a pergunta errada ao oráculo, mas disse: "Já que você fez essa pergunta, você deve fazer o que alegrará o deus." (Esse é o único relato de contato pessoal entre Sócrates e Xenofonte em todos seus escritos.)
Na incursão de Ciro contra o xá aquemênida este utilizou muitos mercenários desempregados em função do fim da Guerra do Peloponeso. Ciro lutou contra Artaxerxes na Batalha de Cunaxa. Os gregos venceram, mas Ciro foi morto[10], e logo depois seu general, Clearco de Esparta, foi convidado a uma conferência de paz, traído e executado. O exército de Ciro, o Jovem, viram-se em um território hostil, próximo ao coração da Mesopotâmia, longe dos mares, e sem seus líderes. Elegeram novos líderes, incluindo o próprio Xenofonte, e combateram em direção ao norte contra persas, armênios e curdos, até a cidade de Trapezo na costa do Mar Negro, de onde navegaram para o oeste, retornando para a Grécia. Na Trácia, ajudaram Seutes II tornar-se imperador. Os relatos de Xenofonte sobre essa expedição e a jornada para casa foi intitulado Anábase ("A Expedição" ou "A Marcha através do País")[10].
A dissertação histórica que Xenofonte faz na obra Anábase é um dos mais antigos exemplos de análise de caráter de um líder feitas por um historiador. Esse tipo de análise tornou-se conhecido nos dias de hoje como a Teoria dos Grandes Homens. Xenofonte descreveu o caráter de Ciro, o Jovem, dizendo que "de todos os Persas que viveram depois de Ciro, o Grande, ele era o que mais se parecia com um rei e o mais merecedor de um império". A leitura do capítulo seis é recomendada pela descrição do caráter de cinco generais derrotados que aliaram-se ao inimigo. Clearco é citado como quem acredita que "um soldado deve temer mais seu comandante do que o inimigo". Meno, o personagem dos Diálogos de Platão, foi descrito como um homem cuja maior ambição era de se tornar rico. Agias, o Arcadiano e Sócrates, o aqueu foram lembrados por sua coragem e consideração pelos amigos.
Xenofonte foi posteriormente, entre 394-393 a.C., exilado de Atenas, provavelmente por ter (supostamente) lutado sob o comando do rei espartano Agesilau contra Atenas em Coroneia, em 394 a.C, durante a Guerra de Corinto (Entretanto, é possível que ele já tivesse sido exilado por sua participação com Ciro.)[10]. Os espartanos deram-lhe uma propriedade em Escilo, próximo à Olímpia, onde ele escreveu Anábase e onde ficaria até 371 a.C, quando na batalha de Leuctra a região foi conquistada pela cidade vizinha, Élis[10].
Seu filho Grilo comandou a cavalaria ateniense, aliada dos espartanos, na Batalha de Mantineia,[11] enquanto Xenofonte ainda estava vivo,e, por isso, é provável que seu exílio tenha sido revogado. Segundo Diógenes Laércio, Xenofonte teria ido viver em Corinto após a sua retirada de Escilo, e lá viveu até a sua morte, em data incerta.
Obras
É provável que Anábase, a sua crônica histórica sobre a guerra de Ciro, o Jovem, contra Artaxerxes II tenha sido escrito quando ele vivia nos territórios de Élis, Grécia. A sua obra Ciropédia foi escrita por volta de 360 a.C., provavelmente quando vivia em Corinto[10]. Provável que também tenha escrito em Corinto a sua obra Helênicas, onde ele narra a crônica histórica da Grécia entre os anos de 411 e 362 a.C. Escreveu no decorrer destas obras um tratado filosófico de nome hieron, e tratados sobre cavalaria, caça e guerra[10].
Obras Históricas e Biográficas
Obras socráticas e diálogos
- Memoráveis ou Ditos e feitos memoráveis de Sócrates
- Econômico (Xenofonte)
- Simpósio (Banquete)
- Apologia de Sócrates (Xenofonte)
Pequenos tratados
- Da equitação ou Sobre cavalaria
- O comandante de cavalaria ou O general de cavalaria
- Hieron
- As rendas
- Constituição dos Lacedemônios ou Constituição de Esparta
Existe também um pequeno tratado sobre a Constituição de Atenas, encontrado em manuscritos juntamente com outras pequenas obras de Xenofonte, atribuído a ele na Antiguidade. O texto, no entanto, provavelmente foi escrito quando Xenofonte tinha cerca de cinco anos de idade. O anônimo autor, comumente chamado de "Velho Oligarca", detesta a democracia de Atenas e as classes mais pobres, mas reconhece que instituições de Péricles são bem estruturadas para seus deploráveis propósitos.
Ver também
Referências
- ↑ Infopédia. «Xenofonte - Infopédia». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 8 de maio de 2021
- ↑ [Xenophon (430—354 B.C.E.)
- ↑ a b Estrabão, Geografia, Livro IX, Capítulo 2, 7
- ↑ Anábase, 2.6.20 e 3.1.14.
- ↑ J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), pp. 9-10.
- ↑ J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), p.&nBiografias:Tales de Mileto..Heráclito...Anaximenes..Demócrito...Sócrates...Platão...Xenofontes..Aristóteles..e acho que sobre os Sofistas Períodos:Pré-Socrático....Socrático...Sistemático..Helenistico...acho que é sóbsp;10.
- ↑ J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), pp. 17-19.
- ↑ J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), p. 57.
- ↑ George Cawkwell, Introduction to Xenophon: The Persian Expedition (Harmondsworth, 1972), p. 13.
- ↑ a b c d e f g XENOFONTE (2021). Ciropédia (Trad. Lucia Sano). São Paulo: Fósforo. pp. 11–12. ISBN 9786589733249
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 1.3.4
Ligações externas
- «Internet Encyclopedia of Philosophy: Xenophon» (em inglês)
- «Graham Oliver's Xenophon Homepage» (em inglês)
- «Xenophon's Education of Cyrus (Cyropaedia) Web directory» (em inglês)
- «Xenophon's Socratic Works» (em inglês)
- Project Gutenberg - Hellenica by Xenophon (em inglês)inglêsinglês
- Tradução das Memoráveis para Português
- Tradução do Banquete e Apologia da Sócrates para Português
- Tradução da Constituição dos Atenienses (anteriormente atribuída a Xenofonte) para Português