Saltar para o conteúdo

Manuel do Nascimento Vargas: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Imagem
m
Linha 26: Linha 26:
Durante a [[Guerra do Paraguai]] alistou-se no [[Exército Imperial Brasileiro|Exército Imperial]], entrando com a patente de [[Cabo (militar)|cabo]], e ao fim do conflito, por ter servido com distinção, havia sido promovido à [[coronel]] e ganho reconhecimento como "herói". Após a guerra deixou o exército e estabeleceu-se como [[estancieiro]] em São Borja, e em 1872 casou-se com Cândida Dornelles, oriunda de uma família proeminente da região, com quem teve cinco filhos: Viriato, Protásio, Getúlio, Espártaco e [[Benjamim Vargas|Benjamim]].<ref name=Sega/><ref name=FGV/> Por volta de 1884, Vargas já liderava o clube [[republicanismo|republicano]] de São Borja, sendo também o príncipal lider da campanha [[abolicionista]] na cidade.<ref>{{citar tese|título=O mito da protetividade no Direito do Trabalho : a atuação das práticas neoliberais nas relações laborais|autor=MENDES, Fernanda Leite|universidade=[[Universidade Federal do Paraná]]|url=https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/29829|ano=2019}}</ref>
Durante a [[Guerra do Paraguai]] alistou-se no [[Exército Imperial Brasileiro|Exército Imperial]], entrando com a patente de [[Cabo (militar)|cabo]], e ao fim do conflito, por ter servido com distinção, havia sido promovido à [[coronel]] e ganho reconhecimento como "herói". Após a guerra deixou o exército e estabeleceu-se como [[estancieiro]] em São Borja, e em 1872 casou-se com Cândida Dornelles, oriunda de uma família proeminente da região, com quem teve cinco filhos: Viriato, Protásio, Getúlio, Espártaco e [[Benjamim Vargas|Benjamim]].<ref name=Sega/><ref name=FGV/> Por volta de 1884, Vargas já liderava o clube [[republicanismo|republicano]] de São Borja, sendo também o príncipal lider da campanha [[abolicionista]] na cidade.<ref>{{citar tese|título=O mito da protetividade no Direito do Trabalho : a atuação das práticas neoliberais nas relações laborais|autor=MENDES, Fernanda Leite|universidade=[[Universidade Federal do Paraná]]|url=https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/29829|ano=2019}}</ref>


Com a [[Proclamação da República do Brasil|proclamação da República]] em 1889, Manuel Vargas tornou-se líder do [[Partido Republicano Riograndense]] (PRR) em São Borja. Poucos anos depois, em 1893, teve início a [[Revolução Federalista]] no Rio Grande do Sul, uma guerra civil promovida por rebeldes federalistas ("[[maragatos]]") contra o governador do estado, [[Júlio de Castilhos]].<ref name=FGV/> Sendo partidário do governador do estado e do governo da [[Primeira República Brasileira|República]], Vargas participou na repressão da revolta.<ref name=FGV/> Foi ferido na [[Batalha de Passo Fundo]] em julho de 1894.<ref>{{citar livro|titulo=História do Rio Grande do Sul|autor=[[Fidélis Dalcin Barbosa|BARBOSA, Fidélis Dalcin]]|ano=2013|página=205|url=https://books.google.com/books?id=19vDAgAAQBAJ}}</ref> Nesse período foi promovido à coronel pelo então presidente [[Floriano Peixoto]], e por fim à [[general de brigada]] pelo sucessor [[Prudente de Moraes]].<ref name=FGV/>
Com a [[Proclamação da República do Brasil|proclamação da República]] em 1889, Manuel Vargas tornou-se o líder do [[Partido Republicano Riograndense]] (PRR) em São Borja. Poucos anos depois, em 1893, teve início a [[Revolução Federalista]] no Rio Grande do Sul, uma guerra civil promovida por rebeldes federalistas ("[[maragatos]]") contra o governador do estado, [[Júlio de Castilhos]].<ref name=FGV/> Sendo partidário do governador, Vargas retornou ao exército e participou na supressão da revolta.<ref name=FGV/> Foi ferido na [[Batalha de Passo Fundo]] em julho de 1894.<ref>{{citar livro|titulo=História do Rio Grande do Sul|autor=[[Fidélis Dalcin Barbosa|BARBOSA, Fidélis Dalcin]]|ano=2013|página=205|url=https://books.google.com/books?id=19vDAgAAQBAJ}}</ref> Nesse período foi promovido à coronel pelo então presidente [[Floriano Peixoto]], e por fim à [[general de brigada]] pelo sucessor [[Prudente de Moraes]].<ref name=FGV/>


[[Imagem:Manuel do Nascimento Vargas.jpg|thumb|left|Retrato de Vargas em uniforme militar, fim do [[século XIX]]]]
[[Imagem:Manuel do Nascimento Vargas.jpg|thumb|left|Retrato de Vargas em uniforme militar, fim do [[século XIX]]]]


Vargas adquiriu notoriedade militar e política com a vitória do PRR sobre a revolução, encerrada em 1895.<ref name=Sega/> Foi nomeado [[intendente]] municipal (equivalente ao atual [[prefeito]]) de São Borja em 1907 pelo governador [[Borges de Medeiros]], cargo que ocupou até 1911.<ref>{{citar livro|título=PARENTELA, ELITISMO, CORONELISMO EM SÃO BORJA-RS: UMA PROSOPOGRAFIA DOS LÍDERES DO PRR (PARTIDO REPUBLICANO RIO GRANDENSE)|editora=[[Unipampa]]|ano=2020|url=https://periodicos.unipampa.edu.br/index.php/SIEPE/article/view/98190|series=Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão|autor=DE SOUZA, A.; SIMONE SOUZA PIRES, L.; CRISTIANA PIMENTEL, T.; BERNARDINO COLVERO, R.; ROMÁRIO MONTEIRO PANIAGUA, E.}}</ref>
Vargas adquiriu notoriedade militar e política com a vitória do PRR sobre os federalistas.<ref name=Sega/> Foi nomeado [[intendente]] municipal (equivalente ao atual [[prefeito]]) de São Borja em 1907 pelo governador [[Borges de Medeiros]], cargo que ocupou até 1911.<ref>{{citar livro|título=PARENTELA, ELITISMO, CORONELISMO EM SÃO BORJA-RS: UMA PROSOPOGRAFIA DOS LÍDERES DO PRR (PARTIDO REPUBLICANO RIO GRANDENSE)|editora=[[Unipampa]]|ano=2020|url=https://periodicos.unipampa.edu.br/index.php/SIEPE/article/view/98190|series=Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão|autor=DE SOUZA, A.; SIMONE SOUZA PIRES, L.; CRISTIANA PIMENTEL, T.; BERNARDINO COLVERO, R.; ROMÁRIO MONTEIRO PANIAGUA, E.}}</ref>


Faleceu em 21 de outubro de 1943 no [[Palácio Guanabara]], então residência oficial de seu filho Getúlio como [[presidente do Brasil]], no [[Rio de Janeiro]]. Sua causa de óbito foi atribuída à [[broncopneumonia]]. No momento de sua morte, pouco mais de um mês antes de completar 99 anos, sofria de [[cegueira]] mas preservava a lucidez. Foi sepultado ao lado de sua esposa Cândida, em São Borja.<ref>{{citar livro|título=Getúlio (1930-1945): Do governo provisório à ditadura do Estado Novo|autor=[[Lira Neto|NETO, Lira]]|editora=[[Editora Companhia das Letras]]|ano=2013|url=https://books.google.com/books?id=LNvcBAAAQBAJ}}</ref>
Faleceu em 21 de outubro de 1943 no [[Palácio Guanabara]], então residência oficial de seu filho Getúlio como [[presidente do Brasil]], no [[Rio de Janeiro]]. Sua causa de óbito foi atribuída à [[broncopneumonia]]. No momento de sua morte, pouco mais de um mês antes de completar 99 anos, sofria de [[cegueira]] mas preservava a lucidez. Foi sepultado ao lado de sua esposa Cândida, em São Borja.<ref>{{citar livro|título=Getúlio (1930-1945): Do governo provisório à ditadura do Estado Novo|autor=[[Lira Neto|NETO, Lira]]|editora=[[Editora Companhia das Letras]]|ano=2013|url=https://books.google.com/books?id=LNvcBAAAQBAJ}}</ref>

Revisão das 15h49min de 11 de agosto de 2021

Manuel do Nascimento Vargas
Manuel do Nascimento Vargas
Manuel Vargas em 1934, na véspera de seu aniversário de 90 anos
Prefeito de São Borja
Período 1907 a 1911
Antecessor(a) Aparicio Mariense da Silva
Sucessor(a) Antônio Ferreira Sarmanho
Dados pessoais
Alcunha(s) Herói da guerra do Paraguai[1][2]
Nascimento 25 de novembro de 1844
Passo Fundo, Brasil
Morte 21 de outubro de 1943 (98 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Cândida Dornelles
Partido Partido Republicano Riograndense
Serviço militar
Serviço/ramo Exército Brasileiro
Graduação general de brigada
Conflitos Guerra do Paraguai
Revolução Federalista

Manuel do Nascimento Vargas (25 de novembro de 1844 – 21 de outubro de 1943) foi um militar e político brasileiro, mais conhecido como pai de Getúlio Vargas. Foi prefeito de São Borja entre 1907 e 1911.

Biografia

Vargas nasceu em 25 de Novembro de 1844 em Passo Fundo, na província do Rio Grande do Sul, Império do Brasil, filho de Luísa Maria Teresa Vargas, natural de Rio Pardo, e Evaristo José Vargas, de Encruzilhada.[3] Seu pai participou na Revolução Farroupilha como soldado voluntário da República Riograndense. Evaristo e Luísa tiveram 14 filhos.[4]

Durante a Guerra do Paraguai alistou-se no Exército Imperial, entrando com a patente de cabo, e ao fim do conflito, por ter servido com distinção, havia sido promovido à coronel e ganho reconhecimento como "herói". Após a guerra deixou o exército e estabeleceu-se como estancieiro em São Borja, e em 1872 casou-se com Cândida Dornelles, oriunda de uma família proeminente da região, com quem teve cinco filhos: Viriato, Protásio, Getúlio, Espártaco e Benjamim.[3][4] Por volta de 1884, Vargas já liderava o clube republicano de São Borja, sendo também o príncipal lider da campanha abolicionista na cidade.[5]

Com a proclamação da República em 1889, Manuel Vargas tornou-se o líder do Partido Republicano Riograndense (PRR) em São Borja. Poucos anos depois, em 1893, teve início a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, uma guerra civil promovida por rebeldes federalistas ("maragatos") contra o governador do estado, Júlio de Castilhos.[4] Sendo partidário do governador, Vargas retornou ao exército e participou na supressão da revolta.[4] Foi ferido na Batalha de Passo Fundo em julho de 1894.[6] Nesse período foi promovido à coronel pelo então presidente Floriano Peixoto, e por fim à general de brigada pelo sucessor Prudente de Moraes.[4]

Retrato de Vargas em uniforme militar, fim do século XIX

Vargas adquiriu notoriedade militar e política com a vitória do PRR sobre os federalistas.[3] Foi nomeado intendente municipal (equivalente ao atual prefeito) de São Borja em 1907 pelo governador Borges de Medeiros, cargo que ocupou até 1911.[7]

Faleceu em 21 de outubro de 1943 no Palácio Guanabara, então residência oficial de seu filho Getúlio como presidente do Brasil, no Rio de Janeiro. Sua causa de óbito foi atribuída à broncopneumonia. No momento de sua morte, pouco mais de um mês antes de completar 99 anos, sofria de cegueira mas preservava a lucidez. Foi sepultado ao lado de sua esposa Cândida, em São Borja.[8]

O Estádio General Vargas em São Borja foi nomeado em sua homenagem.

Referências

  1. SILVA, Hélio (1964). O ciclo de Vargas. 2. [S.l.]: Civilização Brasileira. p. 113 
  2. RIBEIRO, José Augusto (2001). A era Vargas. 1. [S.l.: s.n.] p. 25 
  3. a b c SÊGA, Rafael Augustus (2016). «Getúlio Vargas e o Caudilhismo». Fronteiras: Revista de História. p. 313-315 
  4. a b c d e Fundação Getúlio Vargas. VARGAS, Getúlio (PDF). [S.l.: s.n.] p. 1-2. Consultado em 28 Julho 2021 
  5. MENDES, Fernanda Leite (2019). O mito da protetividade no Direito do Trabalho : a atuação das práticas neoliberais nas relações laborais (Tese). Universidade Federal do Paraná 
  6. BARBOSA, Fidélis Dalcin (2013). História do Rio Grande do Sul. [S.l.: s.n.] p. 205 
  7. DE SOUZA, A.; SIMONE SOUZA PIRES, L.; CRISTIANA PIMENTEL, T.; BERNARDINO COLVERO, R.; ROMÁRIO MONTEIRO PANIAGUA, E. (2020). PARENTELA, ELITISMO, CORONELISMO EM SÃO BORJA-RS: UMA PROSOPOGRAFIA DOS LÍDERES DO PRR (PARTIDO REPUBLICANO RIO GRANDENSE). Col: Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão. [S.l.]: Unipampa 
  8. NETO, Lira (2013). Getúlio (1930-1945): Do governo provisório à ditadura do Estado Novo. [S.l.]: Editora Companhia das Letras