Demografia do Brasil: diferenças entre revisões
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⚫ | Os [[caucasiano|brancos]] compõem a maior parte da população brasileira: cerca de 49,9% da mesma, somando cerca de 93 milhões de indivíduos<ref>[http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2006/indic_sociais2006.pdf ] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística</ref>. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no [[Região Sul do Brasil|Sul]] e [[Região Sudeste do Brasil|Sudeste]] do Brasil. Consideram-se brancos os descendentes |
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⚫ | Os [[caucasiano|brancos]] compõem a maior parte da população brasileira: cerca de 49,9% da mesma, somando cerca de 93 milhões de indivíduos<ref>[http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2006/indic_sociais2006.pdf ] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística</ref>. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no [[Região Sul do Brasil|Sul]] e [[Região Sudeste do Brasil|Sudeste]] do Brasil. Consideram-se brancos todos os descendentes de [[Europa|europeus]] e de outros povos de cor branca. |
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⚫ | Uma pesquisa realizada com mais de 34 milhões de brasileiros, dos quais quase vinte milhões se declaram brancos, perguntou a origem étnica dos participantes de cor ou raça branca. A grande maioria apontou ''origem brasileira'' (45,53%). 15,72% apontou origem [[italianos|italiana]], 14,50% [[portugueses|portuguesa]], 6,42% [[espanha|espanhola]], 5,51% [[alemães|alemã]] e 12,32% outras origens |
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⚫ | Uma pesquisa realizada com mais de 34 milhões de brasileiros, dos quais quase vinte milhões se declaram brancos, perguntou a origem étnica dos participantes de cor ou raça branca. A grande maioria apontou ''origem brasileira'' (45,53%). 15,72% apontou origem [[italianos|italiana]], 14,50% [[portugueses|portuguesa]], 6,42% [[espanha|espanhola]], 5,51% [[alemães|alemã]] e 12,32% outras origens.<ref>http://br.monografias.com/trabalhos/fora-diversidade-identidades/fora-diversidade-identidades2.shtml#_Toc143094349</ref> |
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É notório, porém, que quase metade dos brancos pesquisados declararam ser de origem brasileira. É explicável pelo fato de a [[imigração portuguesa no Brasil]] ser bastante antiga, remontando mais de quinhentos anos, fato que muitos brasileiros brancos desconhecem tais origens por já terem suas famílias enraizadas no Brasil há séculos.<ref>http://www1.ibge.gov.br/brasil500/portugueses.html</ref> |
É notório, porém, que quase metade dos brancos pesquisados declararam ser de origem brasileira. É explicável pelo fato de a [[imigração portuguesa no Brasil]] ser bastante antiga, remontando mais de quinhentos anos, fato que muitos brasileiros brancos desconhecem tais origens por já terem suas famílias enraizadas no Brasil há séculos.<ref>http://www1.ibge.gov.br/brasil500/portugueses.html</ref> |
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Se se considerar os brancos que se afirmaram de origem brasileira como descendentes remotos de portugueses, 60,03% da população branca do Brasil é de origem portuguesa. Ensuma, vivem em [[Portugal]] 10 milhões de portugueses e no Brasil 26 milhões de pessoas que se consideram etnicamente portuguesas e outras 41 milhões que são, provavelmente, de remota origem lusitana. Observando os muitos milhões de [[mestiço]]s e [[negros]] brasileiros que também possuem antepassados portugueses, é clara a extrema importância dos portugueses na formação étnica do povo brasileiro. |
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[[Image:Imi.gif|thumb|right|200px|Navio com imigrantes [[italianos]] aportando no [[Porto de Santos]]: da [[Itália]] veio a maior parte dos imigrantes no período da grande imigração ao [[Brasil]].]] |
[[Image:Imi.gif|thumb|right|200px|Navio com imigrantes [[italianos]] aportando no [[Porto de Santos]]: da [[Itália]] veio a maior parte dos imigrantes no período da grande imigração ao [[Brasil]].]] |
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Apenas 4,80% dos brancos brasileiros pesquisados afirmaram ter antepassados [[indígena]]s, enquanto somente 1,88% clararam ter antepassados [[negros]] [[áfrica|africanos]]. Tais números, porém, não condizem com a realidade genética dos brancos brasileiros que possuem, na maioria dos casos, significante contribuição genética de [[índio]]s e africanos, devido a séculos de [[miscigenação]] entre europeus, nativos e escravos negros. |
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Embora os brancos sejam a maioria da população brasileira, estudos genéticos já mostraram, em algumas ocasiões, certo grau de miscigenação em parcelas dos brasileiros brancos (semelhante ao que ocorre nas populações brancas da [[Argentina]] e [[Estados Unidos]]). Através de um mapeamento genético, chegou-se a conclusão que o brasileiro de cor branca é descendente quase que exclusivamente de europeus do lado paterno (90%). Já no lado materno, apresenta uma intensa miscigenação: 33% de linhagens [[ameríndio|ameríndias]], 28% de africanas e 39% de européias.<ref>http://web.educom.pt/p-pmndn/genes_cabral.htm</ref> |
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As pesquisas genéticas citadas acima, bem como seus resultados, são fortemente criticadas por outros estudiosos, que as acusam de falaciosas devido a:{{Carece de fontes}} |
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1. os propósitos políticos de tentar fazer o branco brasileiro parecer mais mestiço do que realmente é serem, por vezes, evidentes;{{Carece de fontes}} |
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2. a metodologia é considerada imprópria: os voluntários destas pesquisas geralmente pagam para ter o DNA escaneado e então estes resultados são passados adiante para outrém para finalidades supostamente "estatísticas". Segundo os críticos, seria como se as "cobaias" das pesquisas pagassem para ser pesquisadas.{{Carece de fontes}} O que, na prática, acontece, é que essas "porcentagens de sangue negro/índio" etc no sangue dos brancos brasileiros são deduzidas a partir de amostras de pessoas que já possuíam dúvidas quanto à sua ancestralidade;{{Carece de fontes}} logo, é de se deduzir que, em tais amostragens, o número de pessoas com ancestrais não-brancos entre os brancos será sempre muito maior do que a realidade, uma vez que aquelas pessoas que têm certeza que não têm ancestrais não-brancos não iriam procurar por este tipo de pesquisa. Ou seja, as porcentagens dadas por essas pesquisas são falaciosas para mais. Trata-se da falácia por amostragem.{{Carece de fontes}} |
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Também há acusações de que tais pesquisas são pseudo-científicas: |
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1. muitos estudiosos afirmam que nestas pesquisas são realizadas apenas a análise dos haplógrupos cromossomo Y e D.N.A. mt, os quais representam apenas 2 correntes de ancestralidade. Sabe-se que não é possível determinar o genoma de um indivíduo em si unicamente através de haplógrupos.{{Carece de fontes}} |
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2. Sabe-se que a única forma de analisar a hereditariedade de algum indivíduo, são os chamados polimorfismos gênicos. Pela pesquisa citada, por exemplo, mais da metade das matrilinhagens de brancos [[brasileiros]] são africanas ou indígenas, mas analisando polimorfismos a contribuição não-branca cai para reles 8%. Diz-se frequentemente que está aí o contraste entre [[pseudo-ciência]] e ciência real.{{Carece de fontes}} |
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===Índios=== |
===Índios=== |
Revisão das 02h53min de 9 de dezembro de 2007
O Brasil possui cerca de 186 milhões de habitantes (estimativa do IBGE, 2006). Ao longo dos últimos anos, o crescimento demográfico do país tem diminuído o ritmo, que era muito alto até a década de 1960. Em 1940, o recenseamento indicava 41.236.315 habitantes; em 1950, 51.944.397 habitantes; em 1960, 70.070.457 habitantes; em 1970, 93.139.037 habitantes; em 1980, 119.002.706 habitantes; e finalmente em 1991, 146.825.475 habitantes.
As razões para uma diminuição do crescimento demográfico relacionam-se com a urbanização e industrialização e com incentivos à redução da natalidade (como a disseminação de anticoncepcionais). Embora a taxa de mortalidade no país tenha caído bastante desde a década de 1940, a queda na taxa de natalidade foi ainda maior.
A pirâmide etária brasileira apresenta, como nos demais países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, larga base e estreito cume. A população jovem (até 19 anos) constitui mais de um terço do total. Somada a uma pequena população de idosos (menos de um décimo), esse contingente constitui a população economicamente inativa, que precisa ser mantida pela população economicamente ativa.
Este artigo não cita fontes confiáveis. |
Distribuição populacional
A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte.
O IBGE classifica a rede urbana brasileira em uma hierarquia de acordo com o tamanho e importância das cidades. As categorias de cidades mais importantes são:
- metrópoles globais: São Paulo, Rio de Janeiro
- centros metropolitanos regionais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Belém, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Brasília, Campinas[carece de fontes]
- centros submetropolitanos ou centros regionais: Aracaju, Campo Grande, Cuiabá, Feira de Santana, João Pessoa, Joinville, Juiz de Fora, Londrina, Maceió, Natal, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Sorocaba, Teresina, Uberlândia, São Luís
- centros sub-regionais: Uberaba, Bagé, Blumenau, Campina Grande, Corumbá, Chapecó, Criciuma, Crato, Dourados, Guarapuava, Itajaí, Juazeiro do Norte, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, Sobral, Três Lagoas
- Veja abaixo a distribuição da população pelo território nacional, todas as cidades representadas pelos intens 1, 2, 3 acima, se encontram no mapa
Grupos étnico-raciais do Brasil
A população atual do Brasil é muito diversa, tendo participado de sua formação diversos povos e etnias. De forma geral, a população brasileira foi formada por cinco grandes ondas migratórias:
- Os diversos povos indígenas, autóctones do Brasil, descendentes de grupos humanos que migraram da Sibéria, atravessando o Estreito de Bering, aproximadamente 9.000 a.C.
- Os colonos portugueses, que chegaram para explorar a colônia desde a sua descoberta, em 1500, até a sua independência, em 1822.
- Os africanos trazidos na forma de escravos para servirem de mão-de-obra, em um período de tempo que durou de 1530 à 1850.
- Os diversos grupos de imigrantes vindos principalmente da Europa, os quais chegaram ao Brasil entre o final do século XIX e início do século XX.
- Imigrações recentes de diversas partes do mundo, sobretudo Ásia e Oriente Médio.
Acredita-se que o Continente Americano foi povoado por três ondas migratórias vindas do Norte da Ásia. Os indígenas brasileiros são, provavelmente, descendentes da primeira leva de migrantes, que chegou à região por volta de 9.000 a.C. Os principais grupos indígenas, de acordo com sua origem lingüística, eram os tupi-guarani, jê ou tapuia, aruaque ou maipuré e caraíba ou caribes.
A imigração européia no Brasil iniciou-se no século XVI, sendo dominada pelos portugueses. Neerlandeses (ver Invasões holandesas do Brasil) e franceses (ver França Antártica) também tentaram colonizar o Brasil no século XVII, mas sua presença durou apenas algumas décadas. Nos primeiros dois séculos de colonização vieram para o Brasil cerca de 100 mil portugueses, uma média anual de 500 imigrantes. No século seguinte vieram 600 mil, em uma média anual de dez mil colonos. A primeira região a ser colonizada pelos portugueses foi o Nordeste. Pouco mais tarde, os colonos passaram a colonizar o litoral do Sudeste. O interior do Brasil só foi colonizado no século XVIII. Os portugueses foram o único grupo étnico a se espalhar por todo o Brasil, principalmente graças à ação dos bandeirantes ao desbravarem o interior do país no século XVIII.
A população indígena original do Brasil (entre 3-5 milhões) foi em grande parte exterminada ou assimilada pela população portuguesa. Os mamelucos (ou caboclos, mestiços de branco com índio) se multiplicavam às centenas pela colônia.
Um outro elemento formador do povo brasileiro chegou na forma de escravo. Os africanos começaram a ser trazidos para a colônia na década de 1530, para suprir a falta de mão-de-obra. Inicialmente, chegaram escravos de Guiné. A partir do século XVIII, a maior parte dos cativos era trazida de Angola e, em menor medida, de Moçambique. Na Bahia, os escravos eram majoritariamente oriundos do Golfo de Benin (atual Nigéria). Até o fim do tráfico negreiro, em 1850, entre 3-5 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil[1]-37% de todo o tráfico negreiro efetuado entre a África e as Américas.
O grande fluxo imigratório em direção ao Brasil foi efetuado no século XIX e início do século XX. Para se ter uma idéia do impacto imigratório nesse período, entre 1870 e 1930, entraram no Brasil um número superior a cinco milhões de imigrantes. Esses imigrantes foram divididos em dois grupos: uma parte foi enviada para o Sul do Brasil, onde se tornaram colonos trabalhando na agricultura. Todavia, a maior parte foi enviada para as fazendas de café do Sudeste. Os colonos mandados para o Sul do país foram, majoritariamente, alemães (a partir de 1824, sobretudo da Renânia-Palatinado, Pomerânia, Hamburgo, Vestfália, etc) e italianos (a partir de 1875, sobretudo do Vêneto e da Lombardia). Ali foram estabelecidas diversas colônias de imigrantes que, ainda hoje, preservam os costumes do país de origem. Para o Sudeste do país chegaram, majoritariamente, italianos (sobretudo do Vêneto, Campânia, Calábria e Lombardia), portugueses (notadamente oriundos da Beira Alta, do Minho e Alto Trás-Os-Montes), espanhóis (sobretudo da Galiza e Andaluzia), japoneses (sobretudo de Honshu e Okinawa) e árabes (do Líbano e da Síria).
De acordo com o Memorial do Imigrante, entre 1870 e 1953, entraram no Brasil cerca de 5,5 milhões de imigrantes, sendo os italianos (1.550.000), portugueses (1.470.000), espanhóis (650.000), alemães (210.000), japoneses (190.000), poloneses (120.000) e 650.000 de diversas outras nacionalidades.
Atualmente, o IBGE utiliza para fins censitários 5 categorias no Brasil, baseado na raça e cor da pele: branco, índio, negro, pardo e amarelo (asiático).
Brancos
Os brancos compõem a maior parte da população brasileira: cerca de 49,9% da mesma, somando cerca de 93 milhões de indivíduos[2]. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no Sul e Sudeste do Brasil. Consideram-se brancos todos os descendentes de europeus e de outros povos de cor branca.
Uma pesquisa realizada com mais de 34 milhões de brasileiros, dos quais quase vinte milhões se declaram brancos, perguntou a origem étnica dos participantes de cor ou raça branca. A grande maioria apontou origem brasileira (45,53%). 15,72% apontou origem italiana, 14,50% portuguesa, 6,42% espanhola, 5,51% alemã e 12,32% outras origens.[3]
Entre o final do século XIX e início do século XX, sobretudo após a Abolição da Escravatura, o Estado brasileiro passou a incentivar a vinda de imigrantes europeus para substituir a mão-de-obra africana. Entre 1870 e 1951, de Portugal e da Itália chegaram números próximos de imigrantes, cerca de 1,5 milhão de italianos e 1,4 milhão de portugueses. Da Espanha chegaram cerca de 650 mil e da Alemanha em torno de 260 mil imigrados. Os números desta imigração refletem razoavelmente as porcentagens das origens declaradas pelos brancos brasileiros.[4]
É notório, porém, que quase metade dos brancos pesquisados declararam ser de origem brasileira. É explicável pelo fato de a imigração portuguesa no Brasil ser bastante antiga, remontando mais de quinhentos anos, fato que muitos brasileiros brancos desconhecem tais origens por já terem suas famílias enraizadas no Brasil há séculos.[5]
Embora os brancos sejam a maioria da população brasileira, estudos genéticos já mostraram, em algumas ocasiões, certo grau de miscigenação em parcelas dos brasileiros brancos (semelhante ao que ocorre nas populações brancas da Argentina e Estados Unidos). Através de um mapeamento genético, chegou-se a conclusão que o brasileiro de cor branca é descendente quase que exclusivamente de europeus do lado paterno (90%). Já no lado materno, apresenta uma intensa miscigenação: 33% de linhagens ameríndias, 28% de africanas e 39% de européias.[6]
As pesquisas genéticas citadas acima, bem como seus resultados, são fortemente criticadas por outros estudiosos, que as acusam de falaciosas devido a:[carece de fontes]
1. os propósitos políticos de tentar fazer o branco brasileiro parecer mais mestiço do que realmente é serem, por vezes, evidentes;[carece de fontes]
2. a metodologia é considerada imprópria: os voluntários destas pesquisas geralmente pagam para ter o DNA escaneado e então estes resultados são passados adiante para outrém para finalidades supostamente "estatísticas". Segundo os críticos, seria como se as "cobaias" das pesquisas pagassem para ser pesquisadas.[carece de fontes] O que, na prática, acontece, é que essas "porcentagens de sangue negro/índio" etc no sangue dos brancos brasileiros são deduzidas a partir de amostras de pessoas que já possuíam dúvidas quanto à sua ancestralidade;[carece de fontes] logo, é de se deduzir que, em tais amostragens, o número de pessoas com ancestrais não-brancos entre os brancos será sempre muito maior do que a realidade, uma vez que aquelas pessoas que têm certeza que não têm ancestrais não-brancos não iriam procurar por este tipo de pesquisa. Ou seja, as porcentagens dadas por essas pesquisas são falaciosas para mais. Trata-se da falácia por amostragem.[carece de fontes]
Também há acusações de que tais pesquisas são pseudo-científicas:
1. muitos estudiosos afirmam que nestas pesquisas são realizadas apenas a análise dos haplógrupos cromossomo Y e D.N.A. mt, os quais representam apenas 2 correntes de ancestralidade. Sabe-se que não é possível determinar o genoma de um indivíduo em si unicamente através de haplógrupos.[carece de fontes]
2. Sabe-se que a única forma de analisar a hereditariedade de algum indivíduo, são os chamados polimorfismos gênicos. Pela pesquisa citada, por exemplo, mais da metade das matrilinhagens de brancos brasileiros são africanas ou indígenas, mas analisando polimorfismos a contribuição não-branca cai para reles 8%. Diz-se frequentemente que está aí o contraste entre pseudo-ciência e ciência real.[carece de fontes]
Índios
Os índios compõem 0,4% da população brasileira, somando cerca de 700 mil indivíduos. Populações indígenas podem ser encontradas por todo o território brasileiro, embora mais da metade esteja concentrada na Região amazônica do Norte e Centro-Oeste. Consideram-se índios todos os descendentes puros dos povos autóctones do Brasil e/ou que vivem no ambiente cultural tradicional dos mesmos.
Recentes estudos genéticos comprovaram que muitos brasileiros possuem alguma longínqua e geralmente desconhecida ascendência minoritária de povos indígenas extintos há séculos. Os brasileiros que carregam esta carga genética de forma majoritária são predominantes no norte do Brasil.
Quando os primeiros portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a população indígena girava em torno de 3 a 5 milhões de indivíduos[3]. Na metade do século XIX, os índios não passavam de 100 mil pessoas e no final do século XX eram cerca de 300 mil. O desaparecimento da população nativa brasileira se deve principalmente a quatro fatores: a dizimação promovida pelos colonizadores, as doenças européias que se espalharam como epidemias, a miscigenação racial e, principalmente, a perda dos valores e da identidade indígenas ao longo dos séculos.
Negros
Os negros compõem 6,3% da população brasileira, somando cerca de 11 milhões de indivíduos[7]. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior proporcionalidade esteja no Nordeste. Consideram-se negros todos os descendentes dos povos africanos trazidos para o Brasil e que têm o fenótipo característico africano.
A escravidão no Brasil durou cerca de 350 anos e trouxe para o país cerca de 4 milhões de africanos, número bastante inferior ao de imigrantes europeus. Recentemente, começou-se a observar novas imigrações de africanos ao Brasil, vindos principalmente da Nigéria.
Pesquisas genéticas recentes indicam que a maioria dos brasileiros têm mais de 10% de marcadores genéticos africanos[8], assim como mostram que aqueles considerados negros no Brasil, muitas vezes carregam alto grau de carga genética européia e, em alguns casos, indígena. As tais pesquisas, no entanto, são frequentemente criticadas por utilizarem de bases de amostras extremamente pequenas para suas estatísticas, além de generalizações das médias encontradas em determinados indivíduos o que faz com que sejam muito imprecisas e favoreçam sempre um perfil geral miscigenado para a população. Há também quem critique estas pesquisas pelo fato das mesmas terem como suposta consequência a destruição da consciência negra em indivíduos com aparência negra mas sangue comprovadamente mestiço. Argumentam que esta destruição favorece a discriminação comum do dia-a-dia, na medida que, supõem, esta discriminação comum aos negros não ocorre devido ao que há em sua carga genética detalhada ou nas suas gerações familiares anteriores, mas sim ao que se vê no fenótipo externo físico do indivíduo.
Pardos
Segundo a definição do IBGE, pardos são pessoas que se declaram mulatas, caboclas, cafuzas, mamelucas ou mestiças de negro com pessoa de outra raça. Para efeitos estatísticos, pardos são considerados negros pelo governo.[9] No censo de 2005, 43,2% da população nacional se auto-declarou como sendo parda.[10]
Ao contrário do que muitos pensam, o termo pardo não foi criado censitariamente como uma categoria de cunho "étnico-racial" distinto ou como sinônimo de miscigenado: o termo passou a ser utilizado no censo do ano de 1872, com o intuito único de contabilizar de forma separada os negros (não importando se pretos ou miscigenados) ainda cativos, e os negros (não importando se pretos ou miscigenados) nascidos livres ou forros.
Amarelos
Os amarelos compõem 0,5% da população brasileira, somando cerca de 1 milhão de indivíduos. Estão concentrados em dois estados brasileiros: São Paulo e Paraná, embora populações menores estejam espalhadas por todo o teritório brasileiro. Consideram-se amarelos todos os descendentes de povos asiáticos.
A grande maioria dos amarelos brasileiros são descendentes de japoneses que imigraram para o Brasil entre 1908 e 1960, devido à problemas econômicos. O Brasil abriga hoje a maior comunidade japonesa fora do Japão. Outros grupos amarelos menores são os chineses e coreanos.
Grupos Étnico-raciais por Regiões Brasileiras
Na região Sul do Brasil predomina o elemento europeu - a começar pelos colonizadores açorianos no século XVIII, acrescidos por grandes levas de imigrantes alemães, italianos e eslavos durante o século XIX e XX. O elemento indígena também se fez minoritariamente presente no Sul, sendo convertido ao cristianismo por missões jesuítas logo no início do século XVII.
Na região Sudeste do Brasil também predomina o elemento europeu - a iniciar por portugueses, acrescidos principalmente de imigrantes italianos, espanhóis e alemães nos séculos XIX e XX. Os elementos africano e indígena também se fizeram relativamente presentes, e no Estado de São Paulo o elemento asiático, composto sobretudo por japoneses e árabes, é significativo.
Na região Nordeste do Brasil, predominam os elementos africano e europeu (principalmente descendentes de portugueses).
Na região Norte do Brasil predomina o elemento indígena.
Raça e cor segundo o IBGE
O critério usado pelo IBGE para esta classificação é a auto-declaração, o que, segundo alguns, gera distorções na estatística pois existe preconceito contra o negro no país, sendo que muitos negros geralmente se declaram "pardos" e também há casos de "pardos" que se declaram "brancos". Este termo "pardo", utilizado pelo IBGE, na prática acaba englobando todos os que se consideram não-brancos mas que também não se identificam como negros, indígenas ou amarelos (asiáticos). Isto tem gerado controvérsia, uma vez que muitos dos contrários às políticas afirmativas (entre elas a política de cotas raciais) não consideram todos os "pardos" como afro-descendentes, algo que o governo tende a fazer.
Há também registros de casos em que caucasianos descendentes de populações brancas mediterrânicas da Europa declaram-se pardos ao censo, geralmente por terem em mente apenas o fisiotipo nórdico (pele rosada, olhos e cabelos claros) ao se falar em branco.[carece de fontes]
Migrações internas
Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações internas respondem por boa parte deste terço, e classificam-se basicamente em duas categorias: deslocamento do campo para a cidade, o chamado (êxodo rural) - causado frequentemente pela falta de oportunidades de trabalho e serviços no campo e pela concentração fundiária - e migrações regionais, das quais os exemplos mais importantes foram:
- o ciclo da mineração, em Minas Gerais, nos meados do século XVIII, que provocou um deslocamento da população litorânea para o interior do país;
- o fluxo de escravos do Nordeste para as plantações de café de São Paulo e do Rio de Janeiro, em fins do século XIX;
- o ciclo da borracha, na Amazônia, em fins do século XIX para o início do século XX, que atraiu muitas pessoas, especialmente do Nordeste;
- a construção de Brasília, que deslocou mão-de-obra principalmente do Norte e Nordeste;
- o desenvolvimento industrial, dos anos 50 em diante, na região Sudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que deslocou principalmente nordestinos.
Recentemente as migrações regionais mais importantes ainda são a de nordestinos para as regiões Sudeste e Sul, em busca de trabalho nos setores industrial, comercial e de serviços; ocorre, também, no Centro-Oeste e Norte, um fluxo de famílias ligadas ao meio rural, vindas principalmente da região Sul, graças à expansão da fronteira agrícola.
A Carta Magna do Brasil e a Religiosidade Individual
Dentro do território nacional brasileiro, prevalece a liberdade de culto. De acordo com a Constituição Federal, a participação de cidadãos brasileiros em quaisquer atividades religiosas no país é um direito e uma responsabilidade individual que não deve jamais ser abdicada, sofrer quaisquer tipos de coerções e/ou incitações. Nenhuma religião está acima das leis seculares vigentes em solo nacional.
A imensa maioria da população é cristã. Cerca de três quartos da população seguem o catolicismo da Igreja Católica Apostólica Romana, o que faz do país o maior em número absoluto de católicos no mundo. Seguem o Protestantismo cerca de 15% da população, a maior parte através de igrejas evangélicas pentecostais. Espíritas fazem 1% da população e Testemunhas de Jeová são cerca de 0,5%.
Uma parcela correspondente a 7% da população não é praticante de religião alguma. Incluídos nesta parcela estão os ateus e agnósticos.
Religiões como judaísmo, budismo, islamismo, hinduísmo, bem como as de origem africana (umbanda e candomblé, por exemplo), têm um número muito reduzido de seguidores no Brasil, geralmente concentrados em cidades do Sul, Sudeste ou Nordeste.
Deficiência
Mais de 24 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Cerca de 16,5 milhões possuem deficiência visual, 8 milhões possuem deficiências de locomoção, 5,5 milhões possuem deficiência auditiva, e quase 3 milhões possuem alguma deficiência mental. Frequentemente é dito que há grande carência de obras adaptadas ao deficiente no Brasil e nenhuma campanha específica nacional para resolver o problema.
Língua
O português é a língua oficial e é falado pela população. O espanhol é entendido, em diversos graus, pela maioria dos brasileiros. O inglês é parte do currículo das escolas públicas e particulares, e o espanhol passou a fazer parte do currículo escolar nos últimos anos; o inglês é entendido e usado por poucas pessoas, especialmente nos centros comerciais e financeiros.
Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povos indígenas são falados nas tribos, embora esse número esteja em declínio.
O português é a língua materna de 98% dos brasileiros, embora haja um expressivo número de falantes de línguas imigrantes, principalmente o alemão, falado em zonas rurais do Brasil meridional, sendo o dialeto Hunsrückisch o mais usado por cerca de 1,5 milhão de pessoas. O italiano é bem difundido por alguns descendentes de imigrantes que ainda não adotaram o português como língua materna em zonas vinícolas do Rio Grande do Sul, sendo o dialeto Talian o mais usado. Outra língua falada por minorias é o japonês, entre outros idiomas imigrantes.
Aproximadamente 15% da população brasileira é considerada analfabeta.
Ver também
- Povos Ameríndios
- Imigração no Brasil
- Imigração italiana no Brasil
- Imigração portuguesa no Brasil
- Imigração alemã no Brasil
- Imigração japonesa no Brasil
- Imigração espanhola no Brasil
- Escravidão africana no Brasil
- Invasões holandesas do Brasil
- França Antártica
- Migrações internacionais recentes no Brasil
- Migrações internas no Brasil
Referências
- ↑ O Brasil não é bicolor, artigo de Carlos Lessa
- ↑ [1] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- ↑ http://br.monografias.com/trabalhos/fora-diversidade-identidades/fora-diversidade-identidades2.shtml#_Toc143094349
- ↑ http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/povoamento/tabelas/imigracao_nacionalidade.htm
- ↑ http://www1.ibge.gov.br/brasil500/portugueses.html
- ↑ http://web.educom.pt/p-pmndn/genes_cabral.htm
- ↑ [2] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
- ↑ http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142004000100004&script=sci_arttext&tlng=en#tab06
- ↑ http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2005/notas_sintese.pdf
- ↑ http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2006/indic_sociais2006.pdf