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Morfema

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Em morfologia, um morfema (gramatical) é um monema dependente, isto é, o fragmento mínimo capaz de expressar significado ou a menor unidade significativa que se pode identificar.[1] É um constituinte morfológico.[2]

As palavras, ao contrário do que pode parecer, não correspondem às menores unidades gramaticais da língua. Uma palavra como infelicidade, por exemplo, resulta da combinação de três elementos menores:

  1. prefixo in-;
  2. radical feliz (Z tem som de S então muda para C na formação da palavra para não perder a eufonia);
  3. vogal de ligação i: (para dar eufonia)
  4. sufixo -dade. (O sufixo -dade é acrescido a adjetivos para formar substantivos que expressam a ideia de estado, situação ou quantidade - leal + dade = lealdade.)

Cada um desses elementos é um morfema da língua portuguesa, e nenhum deles pode ser fragmentado, do ponto de vista morfológico: todos são unidades mínimas do ponto de vista da linguística estrutural. Cada um desses morfemas é usado para construir outras palavras. Por exemplo, o prefixo in- ocorre também em infeliz, indistinto, involuntário e insatisfeito; o radical de feliz aparece também em felicidade, felizmente, infelicitar e felizardo; e o sufixo –idade ocorre também em velocidade, castidade, maioridade e habilidade. Com isso, cada morfema carrega um significado básico ou uma função e a união deles designa, modifica ou se opõe ao significado inicial, criando novos significados.

Nas línguas flexivas, os morfemas constituem a parte variável da palavra. O morfema, com valor gramatical, aparece sempre associado ao lexema, com valor semântico. Ambos podem decompor-se em unidades menores — os fonemas, que não têm significado gramatical nem semântico e que são as unidades mínimas da fonologia.

Em muitas línguas, os morfemas são geralmente constituídos por uma sequência de fonemas; em outras línguas, alguns elementos fonéticos suprassegmentais — como o tom, o sotaque ou a nasalidade — podem constituir uma diferença fonética que realiza um fonema (nestes casos os morfemas não são um fragmento separável da palavra).

Tradicionalmente considera-se o morfema como sendo a menor unidade, dotada de significado, de uma língua. Informalmente os morfemas se classificam em vários tipos: morfemas lexicais (ou lexemas) e morfemas gramaticais (que, por sua vez, se classificam em derivativos e flexivos).

Morfema gramatical

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Os morfemas gramaticais são aqueles que apresentam significado interno, que têm em conta as categorias ou as relações linguísticas

Por exemplo: (a) marca do feminino

(o) marca do masculino

Morfema livre

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Podemos dizer que feliz é também um morfema livre: pode aparecer sozinho formando palavra, como acontece na palavra feliz.

Morfema preso

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O prefixo in- e os sufixos –idade e –mente, são morfemas presos: eles nunca podem aparecer sozinhos. Precisam sempre ligar-se a pelo menos um outro morfema no interior de uma palavra.

Idealmente, um mesmo morfema deveria ter sempre uma única forma constante e um único significado ou função constantes. Mas, na realidade, os morfemas variam em sua forma, dependendo da posição onde ocorrem, um fenômeno denominado alomorfia. Por exemplo, o morfema saúde tem uma forma quando aparece nas palavras saúde e saudável, e tem outra forma quando aparece na palavra salutar e insalubre. Analogamente, o prefixo negativo in- apresenta formas diferentes nas palavras insincero, impossível e ilegal. Chamamos essas formas variantes alomorfes do morfema.

Morfema ausente

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O morfema também pode ser um morfema ausente. Quando a ausência do morfema é significativa, a função é considerada cumprida pelo morfema zero. Um exemplo: O morfema –s é característico do plural, em língua portuguesa. Se observarmos o par sapato/sapatos, verificamos que é a ausência da marca do plural (ou seja, a ausência do –s, no primeiro vocábulo) que traz a ideia de singular. O morfema Ø (signo do morfema zero) corresponde a um lugar vazio e se opõe ao segmento –s, correspondente à marca de plural dos substantivos.

Alguns autores usam o termo monema para designar tanto os lexemas como os morfemas (gramaticais). Outros usam o termo morfema para designar qualquer tipo de monema — seja um monema dependente ou não dependente.

Referências

  1. «Dicionário de Termos Linguísticos». Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC). Consultado em 17 de fevereiro de 2014 
  2. «Dicionário Terminológico para consulta em linha». Ministério da Educação e Ciência de Portugal. Consultado em 17 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 27 de julho de 2009 

Ligações externas

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