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Navegação à vela

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Veleiros da classe 420

Navegação à vela (português europeu) ou Navegação a vela (português brasileiro)[nota 1] pode ser definida como a arte de manobrar as velas de uma embarcação (de flutuação própria) em função do vento (conforme a sua direcção e a sua intensidade) para que possa locomover-se em relação ao rumo que se pretende seguir, em operações que envolvem não somente o velame em si, mas também o(s) mastro(s), a quilha e o leme.

Este tipo de navegação foi utilizada com primazia pela humanidade, até o surgimento da navegação a vapor, originalmente usada como coadjuvante da primeira, até tornar-se o meio de propulsão exclusivo e majoritário a partir de 1845, com a construção do SS Great Britain.[4]

Veleiro básico

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Qualquer veleiro, é sempre constituído por uma parte flutuante, uma parte que lhe permite receber o vento e uma parte direccional, ou seja:

  • Casco — o que o permite flutuar.
  • A parte emersa, as obras mortas, para receber o vento, é formada pela:
  • A parte imersa, as obras vivas, para reforçar e dirigir, é constituída pela :
    • Quilha — a espinha dorsal da embarcação [nota 2];
    • Patilhão — peça fixa para equilibrar a embarcação;
    • Leme — serve a controlar a direcção da nave.

O casco é o invólucro exterior de qualquer embarcação da qual depende a sua flutuabilidade. Um casco pode ser dividido em três partes: fundo — parte mais baixa do casco; costado — parte lateral do casco; encolamento — secção, geralmente curva, de junção entre o fundo e o costado.

Um iate atracado.

A parte emersa também chamada de obras mortas é a parte do casco que fica acima da água e se encontra no convés.

A mastreação é composta pelo mastro, fixo à embarcação pelo estai e pelos brandais, e a sua inseparável retranca, no caso de uma monotipo ligeiro, pois que num grande veleiro refere-se ao conjunto dos mastros, vergas, cesto da gávea e paus de uma embarcação [5]

O velame, o motor do veleiro, é composto pela vela grande (presa ao mastro e à retranca) e pela vela de estai (presa ao cabo que lhe deu o nome). Além destas velas de base pode também citar-se o genoa e o spinnaker (balão).

Tipo de velas

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Ver artigo principal: Tipos de velas (náutica)

A vela começou por ser quadrada e em seguida trapezoidal para se tornar triangular, actualmente para se obter uma superfície vélica superior para uma dada altura de mastro começa-se a utilizar de novo a vela aúrica como nos monocascos de corrida.

Aparelho e manobra

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Em náutica estes termos tem um significado bem próprio já que designam:

Mudar de rumo

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Sendo o rumo a direcção em que se navega, mudar de rumo será mudar de direcção. No mar aberto utiliza-se uma bússola para se ir numa direcção determinada, mas junto à costa utiliza-se mais uma conhecença, ou sejam pontos facilmente reconhecíveis na costa como faróis, igrejas, torres, etc.

Para se efectuar esta manobra é preciso primeiro alterar a posição do leme e depois alterar a maneira como as velas estavam ajustadas para as regular em função do novo rumo a seguir, a manobra.

Virar de bordo

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Entre a manobra, o trabalho com o velame,[6] e a acção do leme tem de haver uma boa coordenação no momento em que as velas têm de passar de um bordo ao outro, e é preciso virar de bordo.

Essa manobra pode ser feita contra a direcção do vento (virar/cambar por davante), ou de modo a que o vento passe por detrás (virar/cambar em roda).

Esquema das diferentes mareações.

Mareação é um termo náutico empregue para designar as diferentes posições que toma um veleiro em relação à direcção do vento. Dividem-se em três grupos chamados: bolina, largo e popa.

A parte imersa também chamada de obras vivas é a parte inferior do casco das embarcações que fica submerso.

Regularmente confunde-se a quilha e o patilhão mas muito sumariamente pode dizer-se que:

  • Quilha — é a espinha dorsal de uma embarcação para lhe conferir resistência,
  • Patilhão — apêndice que serve para estabilizar e não deixar derivar a embarcação.

Quilha, patilhão e leme

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A quilha é uma peça da estrutura da embarcação que se estende da proa à popa, na parte inferior da nave, e de onde parte para cima o costado. É a verdadeira espinha dorsal da embarcação.

O patilhão é um apêndice fixo e normalmente lastrado que não só transforma a força lateral do vento nas velas em movimento longitudinal, mas que paralelamente lhe forneça a estabilidade necessária para que não fique demasiado deitado, ou nos casos extremos que vire (caia de lado).[7] Nos veleiros ligeiros, como no Optimist, o patilhão pode ser retractável.

O leme encontra-se geralmente na popa dos barcos e serve para o dirigir, mas no caso dos veleiros unicamente quando este está em andamento. Em alguns veleiros o leme faz corpo com a patilhão, mas este sistema é cada vez menos usado.

Altera-se o rumo da embarcação mudando a direcção do leme que pode ser accionado ou por uma cana de leme ou por uma roda de leme. A roda de leme funciona como o volante de uma viatura na medida em que se se a rodar para a esquerda, o barco vira para bombordo, contrariamente ao que acontece com a cana de leme que quando empurrada para a esquerda faz virar o barco para estibordo, quer dizer que neste caso o movimento é sempre feito no sentido contrário relativamente ao lado para onde se quer virar.[8]

Regular as velas

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Muito basicamente as velas têm que ser ajustadas, caçadas ou folgadas, para que numa dada direcção seja optimizada a força que o vento exerce nas vela, tanto na vela de estai como na vela grande.

Assim, quando o burro está pouco caçado, pouco tenso, a valuma fica mais solta e a vela grande enche mais ficando assim com mais saco ("barriga"). Quando o saco está bem atrás a entrada é dita fina e autoriza apenas uma estreita faixa eficiente de ar, o que permite trabalhar com um ângulo mais fechado com o vento e o barco pode orçar mais.[9]

Notas

  1. Provas do bom fundamento da expressão Navegação à Vela.[1][2][3] Ver também a página de discussão
  2. Definição relativa a uma nave pelo Dic. Enciclopédico Luso Brasileiro

Referências

  1. Manual para redação Acadêmica, pág. 85. Públio Athayde
  2. Vocabulario portuguez & latino, pág. 238. Rafael Bluteau. Ed. na officina de Pascoal da Sylva (1720)
  3. Ainda navegação «à vela». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
  4. Bruno Jacomy (2004). Era do Controle Remoto. [S.l.]: Jorge Zahar ed., Rio de Janeiro. p. 17. 168 páginas. ISBN 85-7110-774-2 
  5. Dic. Porto Editora - Setembro 2011
  6. Petit dictionnaire de marine R.Grüss-1943
  7. Marina Cascais Arquivado em 14 de abril de 2009, no Wayback Machine. Agosto 2011
  8. «Associação Nacional de Cruzeiros». Consultado em 19 de agosto de 2011. Arquivado do original em 11 de agosto de 2011 
  9. Conhecimento náutico Arquivado em 31 de março de 2010, no Wayback Machine. - Outubro 2011

Ligações externas

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