32.º Batalhão de Infantaria Leve - Montanha
32º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha "Batalhão Dom Pedro II" | |
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Estado | Rio de Janeiro |
Subordinação | 4.ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha) |
Sigla | 32º BIL Mth |
Criação | 1870 |
Comando | |
Comandante | Ten Cel Carlos Otávio Macedo de Sousa[1] |
O 32º Batalhão de Infantaria Leve - Montanha (32º BIL Mth), também conhecido como Batalhão Dom Pedro II, é uma unidade do Exército Brasileiro localizada em Petrópolis, Rio de Janeiro e vinculada à 4.ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), sediada em Juiz de Fora. Sob sua antiga denominação de “1º Batalhão de Caçadores”, está em Petrópolis desde 1923.
História
[editar | editar código-fonte]A instalação do então 1º Batalhão de Caçadores (1º BC) em Petrópolis, vindo de Niterói, data de 1923, possivelmente relacionada às greves ocorridas na cidade. O batalhão posteriormente teria entre suas atribuições a guarda presidencial.[2] No prelúdio da Revolução de 1930, foi nos meses anteriores uma das unidades transferidas a Belo Horizonte de forma a pressionar o governo estadual. A Força Pública revolucionária minou e eletrificou a base do batalhão, próxima à Estação do Calafate, pretendendo fixá-lo em suas posições no início do conflito. Isso não chegou a ocorrer, pois em setembro, um mês antes da revolução, o governo federal retirou os reforços que mantinha na capital mineira, confiando no governador Olegário Maciel.[3]
Em 1960, estava subordinado diretamente ao I Exército, no Rio de Janeiro.[4] No golpe de Estado de 1964, seu comandante, o tenente-coronel Kerensky Túlio Motta, permaneceu leal ao governo de João Goulart. O batalhão era o mais próximo de Minas Gerais, de onde o golpe havia começado com a Operação Popeye, sendo assim enviado como vanguarda das forças legalistas. Despreparado, teve que requisitar ônibus civis para chegar à frente. Na noite de 31 de março um contingente petropolitano defrontou seu oponente, o “Destacamento Tiradentes”, na divisa estadual. A adesão de dois de seus pelotões, e a ameaça de manobra do Destacamento Tiradentes enfraqueceram a posição de Kerensky, e seus oficiais estavam divididos. O batalhão recuou a Petrópolis. Com a vitória do golpe, o comandante foi destituído do cargo.[5][6][7] O batalhão foi uma das três principais instituições encarregadas da ordem da cidade durante a ditadura militar.[8]
O batalhão tornou-se 32º de Infantaria em 1972, e de infantaria motorizada no ano seguinte. Ele foi subordinado à 1ª Brigada de Infantaria Motorizada, cuja sede foi transferida à cidade em 1975. Em 1991, com o deslocamento da 1ª Brigada a Roraima, o batalhão permaneceu na cidade, sendo transferido à 4ª Brigada, de Juiz de Fora.[9] Acompanhando a tendência da antiga brigada, de reforço à presença militar na região Norte, em 2003 discutia-se a transferência do batalhão à região do Alto Rio Negro, no Amazonas.[10] Ela não chegou a ocorrer. Com a mudança da 4ª Brigada, que passou a ser Leve de Montanha, em 2014 o 32° tornou-se Batalhão de Infantaria Leve, e em 2019 recebeu a designação atual de Montanha.[11]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Tenente-Coronel Carlos Otávio Macedo de Sousa é novo Comandnate do 32° Batalhão de Infantaria Leve de Montanha – Batalhão Dom Pedro II (22 de dezembro de 2022). Tribuna de Petrópolis. Consultado em 22 de dezembro de 2022
- ↑ Oliveira, Eduardo de (2018). Cidade “verde” ou cidade “vermelha”: AIB e ANL em Petrópolis (Tese de Doutorado). Rio de Janeiro: CPDOC FGV. Consultado em 10 de julho de 2022. p. 80.
- ↑ Andrade, Paulo René de (1976). Três Revoluções: 24/30/32 (Primeira parte). Belo Horizonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais. p. 350-351, 362 e 375.
- ↑ Pedrosa, Fernando Velôzo Gomes (2018). Modernização e reestruturação do Exército brasileiro (1960-1980) (Tese de Doutorado). Rio de Janeiro: UFRJ. Consultado em 28 de dezembro de 2020. Apêndice 3.
- ↑ Gaspari, Elio (2014). A Ditadura Envergonhada. Col: As Ilusões Armadas 2ª ed. Rio de Janeiro: Intrínseca
- ↑ Gomes, Pedro (1964). Minas: do diálogo ao front. Os idos de março e a queda em abril 2ª ed. Rio de Janeiro: José Álvaro. p. 120.
- ↑ CMV de Petrópolis (2018). Relatório da Comissão Municipal da Verdade sobre os crimes e graves violações de direitos humanos cometidos na cidade de Petrópolis entre 1964 e 1985 (PDF). Petrópolis: CMV. p. 58-59 e 68.
- ↑ CMV de Petrópolis 2018, p. 253.
- ↑ CMV de Petrópolis 2018, p. 257.
- ↑ Ambrozio, Júlio (23 de novembro de 2003). «UCP, Exército e universidade federal». Tribuna de Petrópolis. Consultado em 10 de julho de 2022
- ↑ BRASIL. Exército Brasileiro. Comandante do Exército. Portaria nº 805, de 6 de junho de 2019. Transforma o 10º Batalhão de Infantaria Leve, o 32º Batalhão de Infantaria Leve, o 4º Grupo de Artilharia de Campanha Leve, o 17º Batalhão Logístico Leve e a 4ª Companhia de Comunicações Leve e dá outras providências. Boletim do Exército Nº 25/2019, Brasília, p. 12, 21 de junho de 2019.