Antônio Calmon
Antonio Calmon | |
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Nome completo | Antonio Augusto Dupin Calmon |
Nascimento | 29 de outubro de 1945 (79 anos) Manaus, AM |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | autor de telenovelas, diretor, roteirista, produtor de cinema e minisséries |
Principais trabalhos | Top Model (1989) Vamp (1991) Cara & Coroa (1995) Corpo Dourado (1998) Um Anjo Caiu do Céu (2001) Três Irmãs (2008) |
Antonio Augusto Dupin Calmon (Manaus, 29 de outubro de 1945)[1] é um autor de telenovelas, diretor de cinema, roteirista, produtor de cinema e de minisséries da TV Globo radicado no Rio de Janeiro.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Antonio Augusto Dupin Calmon nasceu em Manaus, em 1945. Oito anos depois, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde prestou vestibular e ingressou na Escola de Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 1964.[1][2]
O começo
[editar | editar código-fonte]O começo de sua carreira profissional se deu no cinema, como diretor de curtas-metragens e assistente de direção nos primeiros filmes do Cinema Novo, como A Grande Cidade (1965), de Cacá Diegues, Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968), de Glauber Rocha e O Bravo Guerreiro (1968), de Gustavo Dahl.[2]
Em 1970, dirigiu seu primeiro longa-metragem, O Capitão Bandeira Contra o Doutor Moura Brasil, protagonizado por Paulo César Pereio, Hugo Carvana, Norma Bengell e Dina Sfat, considerado por muitos um filme cult, afeito à estética do chamado Cinema Marginal.[2]
Em seguida, realizou o suspense psicológico Paranóia (1975), com roteiro de Carlos Heitor Cony, estrelado por Anselmo Duarte, Norma Bengell, Paulo Villaça e a jovem Lucélia Santos em seu primeiro papel no cinema.[2] Com Revólver de Brinquedo (1975), estrelado por Helber Rangel, Tereza Rachel e Maria Lúcia Dahl, possuidor de semelhanças com a temática de Paranóia, trazia uma história que entrelaça violência, sonho e realidade escrita por Leopoldo Serran. Em Gente Fina é Outra Coisa (1976), iniciou o ciclo de suas produções mais identificadas com a pornochanchada carioca em voga na época.[3]
Obra adaptada da peça homônima de Antônio Bivar, é uma comédia em três episódios protagonizados por Ney Sant'anna (filho de Nelson Pereira dos Santos), com um erotismo ainda ingênuo e uma leve crítica social. Já em Nos Embalos de Ipanema, de 1977 (início de sua parceria com André de Biasi) e em O Bom Marido (1978), os resultados da conjugação entre sexualidade e análise social e comportamental são mais bem sucedidos. No primeiro, um garotão de praia (De Biasi) é obrigado a servir de gigolô para empresário homossexual (Paulo Villaça). No segundo, um empresário falido (Paulo César Pereio) cede a sedutora mulher (Maria Lúcia Dahl) para magnatas estrangeiros a fim de conseguir obter vantagens futuras.[2]
Com Eu Matei Lúcio Flávio (1978), o autor inicia sua explosiva parceria com o ator e produtor Jece Valadão. Esse foi o filme que causou mais polêmica, e conta de forma romanceada a biografia do policial ligado ao Esquadrão da Morte Mariel Maryscott, figura célebre nas colunas policiais cariocas dos anos 1970. Ancorado no sucesso anterior de Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977), de Hector Babenco, Eu Matei Lúcio Flávio foi considerado por alguns reacionário e direitista, num período em que o Brasil já passava pelo processo da abertura política do governo Ernesto Geisel. Outros, por sua vez, o viram como uma vigorosa experiência no gênero policial.[2]
Em Terror e Êxtase (1979), adaptação do romance de José Carlos Oliveira com a então estreante Denise Dumont e mais Roberto Bonfim, André de Biasi, José Lewgoy, Anselmo Vasconcelos e Maria Lúcia Dahl, também causa impacto, na sensual e violenta história do envolvimento amoroso entre uma jovem burguesa (Dumont) e um frio bandido de morro (Bonfim). O filme conteve cenas fortes de sexo e violência e se converteu em um grande sucesso de bilheteria.
No filme seguinte, Mulher Sensual (1980), investiu em uma temática mais convencional, inserida no contexto do cinema comercial erótico da época, contando com a musa da pornochanchada Helena Ramos, mais Paulo Ramos, André de Biasi, Otávio Augusto e Maria Pompeu, na história dos conflitos sexuais de uma atriz de televisão. Com O Torturador (1981), repetiu a parceria com Jece Valadão, na fantasiosa trama de uma conspiração nazista em uma republiqueta latino-americana.
Após esse, Calmon faria aquele que é seu filme mais famoso, Menino do Rio (1982), em que contou com jovens atores como André de Biasi, Cláudia Magno, Sérgio Mallandro, Ricardo Graça Mello, Cláudia Ohana e Tânia Boscoli. A história incorporou elementos importados do cinema de gênero norte-americano e girou em torno de um grupo de amigos surfistas.[2] A produção de base para a futura atração televisiva Armação Ilimitada.
O êxito do filme proporcionou a gravação de uma sequência, Garota Dourada (1984), onde a fórmula já se encontrava desgastada. A trama, de qualidade inferior, não foi bem aceita e marcou o fim da carreira de Calmon como diretor de cinema. Em 1985 vai para a televisão, onde roteirizou o seriado Armação Ilimitada, lendária atração levada ao ar pela TV Globo entre 1985 e 1988.[2]
Estreia como autor
[editar | editar código-fonte]Sua estreia como autor foi em 1989, quando escreveu juntamente com Walther Negrão a novela Top Model, que abordava temas entre outros como masturbação e gravidez na adolescência, e foi um fenômeno de audiência. Em 1991 escreveu Vamp, um estrondoso sucesso.[2]
Em 1993, discutiu o tema da paranormalidade na novela Olho no Olho, cuja audiência média foi de 44 pontos, numa época que a Globo dominava a TV brasileira.[2]
Em 1995, escreveu a novela Cara & Coroa, que conta a história das gêmeas de caráter oposto. Calmon voltou a fazer sucesso em 1998 com Corpo Dourado, que caiu no gosto do público e obteve grande audiência, reerguendo o horário que havia decaído com a antecessora Zazá. Em 2002, apostou na teledramaturgia infanto juvenil ao escrever O Beijo do Vampiro.
Década de 2000
[editar | editar código-fonte]Na sequência, veio Começar de Novo, em 2004, que chegou a marcar apenas 22 pontos – número pífio para a época – chegando a perder o primeiro lugar em alguns dias para A Escrava Isaura, da RecordTV.[4] Em 2008, escreveu Três Irmãs, trama jovem que envolvia os dilemas de três irmãs criadas por uma mãe solteira em uma praia repleta de amores. A trama, porém, também teve fracasso e chegou a marcar apenas 16 pontos, se tornando a telenovela de menor audiência da emissora na ocasião, atrás de Malhação e da reprise de Mulheres Apaixonadas no Vale a Pena Ver de Novo, ficando em segundo lugar em alguns dias atrás de Os Mutantes, da RecordTV.[5]
Década de 2010
[editar | editar código-fonte]- Escreveu a minissérie policial Na Forma da Lei,[6] seriado brasileiro que foi exibido pela TV Globo na segunda faixa de shows da emissora, entre 15 de junho e 3 de agosto de 2010.
- Após este período, o autor teve todos seus projetos rejeitados pela direção da emissora, ficando de férias até o final de seu contrato, em 2014, quando foi demitido contra a vontade.
- Em 2016, mesmo sem contrato, o autor entregou a sinopse de uma nova telenovela das sete para a TV Globo, intitulada Barba Azul, a qual chegou a ser aprovada para entrar no ar em 2018, porém cancelada um mês depois, dando oportunidade para novos autores da casa.[7][8]
- Em 2017, o autor chegou a se reunir com a RecordTV, porém a emissora optou por recontratar Cristianne Fridman.[9]
Trabalhos na televisão
[editar | editar código-fonte]Telenovelas[2]
[editar | editar código-fonte]Ano | Trabalho | Emissora | Escalação | Parceiros Titulares |
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1989 | Top Model | TV Globo | autor principal | Walther Negrão |
1991 | Vamp | |||
1993 | Olho no Olho | |||
1995 | Cara & Coroa | |||
1998 | Corpo Dourado | |||
2001 | Um Anjo Caiu do Céu | |||
2002 | O Beijo do Vampiro | |||
2004 | Começar de Novo | Elizabeth Jhin | ||
2008 | Três Irmãs |
Minisséries
[editar | editar código-fonte]Ano | Trabalho | Emissora | Escalação | Parceiros Titulares |
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1990 | A, E, I, O... Urca | TV Globo | autor principal | Doc Comparato |
1993 | Sex Appeal |
Seriados[2]
[editar | editar código-fonte]Ano | Trabalho | Emissora | Escalação | Parceiros Titulares |
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1985 - 1987 | Armação Ilimitada | TV Globo | autor principal | Euclydes Marinho |
1988 | Tarcísio & Glória | Euclydes Marinho | ||
1988 | Shop Shop | |||
1997 | A Justiceira | |||
1998 | Mulher | Roteirista | ||
2004 | Ovelhas Negras, no Altas Horas | autor principal diretor |
Serginho Groissman | |
2010 | Na Forma da Lei | autor principal |
Cinema
[editar | editar código-fonte]Como roteirista[2]
[editar | editar código-fonte]- 1971 - O Capitão Bandeira contra o doutor Moura Brasil (também como diretor e produtor)
- 1975 - A Carne
- 1976 - Gordos e Magros
- 1977 - Gente Fina é outra coisa (também como diretor)
- 1978 - O Bom Marido (também como diretor)
- 1978 - Nos embalos de Ipanema (também como diretor)
- 1979 - Terror e Êxtase (também como diretor)
- 1981 - A Mulher Sensual (também como diretor)
- 1981 - O Torturador (também como diretor)
- 1982 - Aventuras de um Paraíba
- 1982 - Menino do Rio (também como diretor)
- 1984 - Garota Dourada (também como diretor)
- 1985 - Além da Paixão (também como produtor)
- 1988 - Dedé Mamata
- 1989 - Dias Melhores Virão
- 1995 - O Quatrilho
Como diretor[2]
[editar | editar código-fonte]- 1976 - Paranóia
- 1977 - Revólver de Brinquedo
- 1979 - Eu Matei Lúcio Flávio
- 1981 - Menino do Rio
Como assistente de direção
[editar | editar código-fonte]- 1966 - A Grande Cidade
- 1967 - Cara a Cara
- 1967 - Terra em Transe
- 1969 - Pedro Diabo ama Rosa Meia-Noite
- 1969 - O Dragão da maldade contra o santo guerreiro
- 1969 - O Bravo Guerreiro
- 1970 - Pindorama
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Livro: Autores - Histórias da Teledramaturgia (Volume I), páginas 140 a 185.
Referências
- ↑ a b «ANTONIO CALMON». memoriaglobo.globo.com. Consultado em 20 de julho de 2018
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n «Antonio Calmon foi do underground a novelas juvenis sem deixar de provocar. Diretor e roteirista de sucesso, conhecido por 'Menino do Rio' e 'Vamp', planeja livro sobre amante morto pela polícia». jornal Folha de S.Paulo. 11 de maio de 2024. Consultado em 12 de maio de 2024
- ↑ «Antônio Calmon». Teledramaturgia
- ↑ Dirceu Alves (25 de abril de 2005). «"Começar de Novo" :Trama de Antonio Calmon foi do drama à comédia e sai do ar sem deixar saudade». Terra. Consultado em 3 de setembro de 2015
- ↑ «As audiências»
- ↑ «Globo estréia série Na forma da Lei». O Globo. 20 de maio de 2010. Consultado em 25 de dezembro de 2015
- ↑ «"Pega Ladrão", "Fora de Órbita" e "Barba Azul" são as próximas novelas das 7 | Notícias de TV». Consultado em 20 de março de 2016
- ↑ «'Barba azul', novela de Antonio Calmon, é cancelada». O Globo. Consultado em 22 de janeiro de 2018
- ↑ «Menosprezado pela Globo, Antonio Calmon deve ter o mesmo destino de Lauro César Muniz». Observatório da Televisão. Consultado em 22 de janeiro de 2018