Saltar para o conteúdo

Isabel I de Inglaterra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Elizabeth I)
Isabel I
Isabel I de Inglaterra
Rainha da Inglaterra e Irlanda
Reinado 17 de novembro de 1558
a 24 de março de 1603
Coroação 15 de janeiro de 1559
Predecessora Maria I
Sucessor(a) Jaime I
Nascimento 7 de setembro de 1533
  Palácio de Placentia, Greenwich, Inglaterra
Morte 24 de março de 1603 (69 anos)
  Palácio de Richmond, Surrey, Inglaterra
Sepultado em 28 de abril de 1603
Abadia de Westminster, Londres, Inglaterra
Casa Tudor
Pai Henrique VIII de Inglaterra
Mãe Ana Bolena
Religião Anglicanismo
Assinatura Assinatura de Isabel I

Isabel I ou Elizabeth I (Greenwich, 7 de setembro de 1533Richmond, 24 de março de 1603), também chamada de "A Rainha Virgem", "Gloriana" ou "Boa Rainha Bess" ("Bess" era como Roberto Durdley, seu favorito, a chamava) foi Rainha Reinante da Inglaterra e Irlanda de 1558 até sua morte e a quinta e última monarca da Casa de Tudor. Como filha do rei Henrique VIII, Isabel nasceu dentro da linha de sucessão; entretanto, a sua mãe Ana Bolena foi executada dois anos e meio após seu nascimento, e o casamento dos seus pais foi anulado. Isabel assim foi declarada ilegítima.

O seu meio-irmão Eduardo VI sucedeu a D. Henrique e reinou até morrer em 1553. Antes da sua morte, Eduardo nomeou Joana Grey como rainha, excluindo da sucessão as suas meias-irmãs Isabel e a católica Maria I, apesar da existência de um estatuto declarando o contrário. Porém, o seu testamento acabou anulado e Maria tornou-se rainha, tendo Joana sido executada. Isabel foi também feita prisioneira, durante o cerca de um ano em que durou o reinado de Maria, por suspeitas de apoiar os rebeldes protestantes.

Isabel sucedeu a Maria em 1558 e passou a reinar com um conselho.[1] A rainha passou a depender muito de um grupo de conselheiros de confiança liderados por Guilherme Cecil, Barão Burghley. Uma das suas primeiras ações como rainha foi o estabelecimento de uma igreja protestante inglesa, da qual tornou-se sua Governadora Suprema. A Resolução Religiosa Isabelina mais tarde desenvolveu-se na atual Igreja Anglicana. Era também esperado que ela se casasse e gerasse um herdeiro para continuar a linhagem da Casa de Tudor, porém, nunca se casou apesar de ter tido vários pretendentes. Isabel ficou famosa pela sua castidade enquanto envelhecia. Um culto cresceu ao seu redor tendo sido celebrada em pinturas, desfiles e obras literárias.

A governação de Isabel foi mais moderada do que a do pai e a dos meio-irmãos.[2] Um de seus lemas era video et taceo ("Vejo e digo nada").[3] Era relativamente tolerante em questões religiosas, evitando perseguições sistemáticas. Depois de 1570, quando o Papa a declarou ilegítima e permitiu aos seus súditos que deixassem de lhe obedecer, várias conspirações ameaçaram a sua vida. Todos os planos foram derrotados com a ajuda dos serviços secretos dos seus ministros. Isabel era cautelosa em assuntos estrangeiros, movimentando-se entre as grandes potências da França e Espanha. Apoiou, sem entusiasmo, várias campanhas militares ineficazes e mal equipadas nos Países Baixos do Sul, na França e Irlanda. Porém, por volta da década de 1580, uma guerra contra Espanha tornou-se inevitável. Quando os espanhóis finalmente decidiram em 1588 tentar conquistar a Inglaterra, o fracasso da Armada Invencível associou Isabel a uma das maiores vitórias militares da história inglesa.

O reinado ficou para sempre conhecido como o Período Isabelino, famoso acima de tudo pelo florescimento do drama inglês, liderado por dramaturgos como William Shakespeare e Christopher Marlowe, além das proezas marítimas dos aventureiros ingleses como Sir Francis Drake. Alguns historiadores são mais contidos nas sua avaliações a Isabel. Eles representam-na como uma governante temperamental, às vezes indecisa e que teve muita sorte.[4] Uma série de problemas económicos e militares diminuíram a sua popularidade ao final de seu reinado. Isabel é reconhecida como uma intérprete carismática e uma sobrevivente obstinada num período em que o governo era uma instituição desorganizada e limitada, e monarcas de países vizinhos enfrentavam problemas internos que ameaçavam seus tronos. Assim foi o caso da rival Maria da Escócia, que foi presa por Isabel em 1568, e acabou por ser executada em 1587. Depois dos curtos reinados de Eduardo VI e Maria I,deu estabilidade ao reino e ajudou a criar um sentimento de identidade nacional.[2]

Início de vida

[editar | editar código-fonte]
Henrique VIII e Ana Bolena, os pais de Isabel

Isabel Tudor nasceu no Palácio de Placentia, Greenwich, em 7 de setembro de 1533, sendo nomeada em homenagem a suas avós: Isabel de Iorque e Isabel Howard.[5] Era a segunda filha do rei Henrique VIII de Inglaterra a sobreviver a infância. Sua mãe era Ana Bolena, a segunda esposa de Henrique. Ao nascer, Isabel era a herdeira presuntiva do trono inglês. Sua meia-irmã mais velha, Maria, havia perdido sua posição como legítima quando o rei anulou seu casamento com sua mãe, Catarina de Aragão, para se casar com Ana e ter um herdeiro homem a fim de garantir a sobrevivência da dinastia da Casa de Tudor. Ela foi batizada em 10 de setembro por Tomás Cranmer, Arcebispo da Cantuária; seus padrinhos foram Henrique Courtenay, 1.º Marquês de Exeter; Isabel Howard, Duquesa de Norfolk; e Margarida Wotton, Viúva Marquesa de Dorset.[6]

Isabel c. 1546

Sua mãe foi executada por acusações de adultério, incesto e alta traição em 19 de maio de 1536, quando Isabel tinha apenas dois anos e oito meses.[7] Ela foi declarada ilegítima e privada de seu lugar na sucessão real.[8][nota 1] Onze dias após a execução de Ana Bolena, Henrique se casou com Joana Seymour, porém ela acabou morrendo de complicações pós-parto depois de dar à luz em 1537 ao príncipe Eduardo. Desde seu nascimento, Eduardo era o herdeiro aparente incontestável do trono. Isabel carregou o pano batismal em seu batizado.[9]

A primeira governanta ou Senhora Patroa de Isabel, Margarida Bryan, escreveu que ela era "como para uma criança e tão gentil de condições que jamais conheci em outra em minha vida".[10][11] Isabel foi colocada aos cuidados de Branca Herbert por volta do outono de 1537, que permaneceu como Senhora Patroa até se aposentar no fim de 1545 ou início de 1546.[12] Catarina "Kat" Ashley foi nomeada como governanta de Isabel em 1537 e permaneceu sua amiga até morrer em 1565, quando Branca Parry a sucedeu como Dama de Companhia Chefe da Câmara Privada.[13] Ashley ensinou a Isabel quatro línguas: francês, flamenco, italiano e espanhol.[14] Na época em que Guilherme Grindal tornou-se seu tutor em 1544, ela já conseguia escrever em inglês, latim e italiano. Com Grindal, um tutor habilidoso e talentoso, Isabel também progrediu em francês e grego.[15] Ele morreu em 1548, e Isabel passou a ser ensinada por Rogério Ascham, um professor simpático que acreditava que o ensino também deveria ser cativante.[16] Quando sua educação formal terminou em 1550, ela era uma das mulheres mais bem educadas de sua geração.[17] Isabel, ao final de sua vida, também supostamente falava galês, córnico, escocês e irlandês.[18] Isabel fez uma tradução do manuscrito de Annales de Tácito, concluída no final do século XVI e preservada na Biblioteca do Palácio de Lambeth.[19] O embaixador veneziano afirmou em 1603, que ela "dominava [essas] línguas tão completamente que cada uma parecia ser sua língua nativa".[20] O historiador Mark Stoyle sugere que provavelmente Guilherme Killigrew, Criado da Câmara Privada e posteriormente Chanceler do Tesouro, ensinou-lhe o córnico.[21]

Tomás Seymour

[editar | editar código-fonte]
The Miroir or Glasse of the Synneful Soul, presente de Isabel a Catarina Parr em 1544. Acredita-se que as letras "KP" foram bordadas pela própria Isabel[22]

Henrique VIII morreu em janeiro de 1547 e foi sucedido pelo filho de nove anos Eduardo VI, meio-irmão de Isabel. A sexta esposa e viúva do rei, Catarina Parr, logo se casou com Tomás Seymour, 1.º Barão Seymour de Sudeley, tio de Eduardo e irmão de Eduardo Seymour, 1.º Duque de Somerset e Lorde Protetor. O casal colocou Isabel em sua criadagem em Chelsea, Londres. Lá ela passou por uma crise emocional que alguns historiadores acreditam tê-la afetado pelo restante de sua vida. Seymour, então com quase quarenta anos, porém possuindo charme e "poderoso apelo sexual",[23] envolveu-se em brincadeiras grosseiras com Isabel, então com quatorze anos. Isso incluía entrar em seu quarto durante a noite, cutucá-la e bater em suas nádegas. Parr juntava-se ao marido ao invés de confrontá-lo por suas atividades impróprias. Duas vezes ela também cutucou a menina e em uma ocasião a segurou enquanto Seymour cortava sua camisola "em milhares de pedaços".[24] Entretanto, Parr acabou a situação assim que descobriu os dois abraçados.[25] Isabel foi mandada embora em maio de 1548.[26]

Tomás Seymour planejava controlar a família real e tentou ser nomeado Governador da Pessoa Real.[27][28] Quando Parr morreu no parto em 5 de setembro de 1548, ele renovou seu interesse por Isabel e tinha a intenção de se casar com ela.[29] Os detalhes de seu comportamento com Isabel tornaram-se públicos;[30] isso foi a última gota para seu irmão e para o conselho regencial. Seymour foi preso em janeiro de 1549 sob suspeita de se casar com Isabel e depor o irmão. Vivendo na Casa Hatfield, Isabel não admitia nada. Sua teimosia irritou o interrogador sir Roberto Tyrwhitt, que relatou "Não vejo em seu rosto que é culpada". Seymour foi decapitado em 29 de março.[31]

Reinado de Maria I

[editar | editar código-fonte]
Maria I em 1554

Eduardo VI morreu em 6 de julho de 1553 aos quinze anos de idade. Seu testamento colocava de lado o Terceiro Ato de Sucessão e excluía tanto Maria quanto Isabel da sucessão, declarando como herdeira, ao invés disso, Joana Grey, neta de Maria, Duquesa de Suffolk, irmã de Henrique VIII. Joana foi proclamada rainha pelo Conselho Privado, porém ela logo perdeu o apoio e foi deposta em nove dias. Maria entrou triunfantemente em Londres com Isabel ao seu lado.[32][nota 2]

As demonstrações de solidariedade entre as irmãs duraram pouco. A católica devota Maria, estava determinada em esmagar a fé protestante em que Isabel havia sido educada, ordenando que todos comparecessem às missas católicas; Isabel tinha que obedecer. A popularidade inicial de Maria logo desapareceu em 1554, quando anunciou planos para se casar com o espanhol Filipe, Príncipe das Astúrias, um católico e filho do imperador Carlos V. O descontentamento rapidamente cresceu pelo país e muitos olhavam para Isabel como o centro da oposição religiosa.[33]

A Rebelião de Wyatt estourou entre janeiro e fevereiro de 1554, porém foi logo suprimida.[34] Isabel foi levada à corte e interrogada sobre seu papel, sendo aprisionada em 18 de março, na Torre de Londres. Ela fervorosamente declarou sua inocência.[35] Apesar de ser improvável que ela tenha tramado junto aos rebeldes, sabe-se que alguns deles a abordaram. Simão Renard, embaixador de Carlos e confidente próximo de Maria, afirmou que o trono dela nunca estaria seguro enquanto Isabel vivesse, com o chanceler Estêvão Gardiner trabalhando para colocá-la sob julgamento.[36] Os apoiadores de Isabel dentro do governo, incluindo Guilherme Paget, 1.º Barão Paget, convenceram a rainha a poupar sua irmã na falta de evidências conclusivas. Ao invés disso, Isabel foi levada da Torre a Woodstock, passando quase um ano em prisão domiciliar sob a supervisão de sir Henrique Bedingfeld. Multidões a aclamaram no caminho.[37][nota 3]

O Velho Palácio da Casa Hatfield, onde Isabel viveu sua ascensão

Isabel foi chamada de volta à corte em 17 de abril de 1555 para comparecer aos estágios finais da aparente gravidez de Maria. Se a irmã e o filho morressem, Isabel tornaria-se rainha. Por outro lado, se Maria desse à luz uma criança saudável, suas chances de ascender ao trono muito diminuiriam. Quando ficou claro que Maria não estava grávida, ninguém mais acreditava que ela seria capaz de produzir um herdeiro.[39] Assim, a sucessão de Isabel parecia garantida.[40]

Filipe ascendeu ao trono espanhol em 1556 como Filipe II, reconhecendo a nova realidade política e cultivando sua cunhada. Ela era uma melhor aliada que a principal alternativa, a rainha Maria da Escócia, que havia crescido na França e estava prometida a Francisco, Delfim da França.[41] Quando Maria adoeceu em 1558, ele enviou Gómez Suárez de Figueroa e Córdoba, 1.º Duque de Feria, para consultar com Isabel.[42] A entrevista ocorreu na Casa Hatfield, onde tinha voltado a viver em outubro de 1555. Ela já estava fazendo planos para seu governo por volta de outubro de 1558. A rainha acabou reconhecendo a meia-irmã como sua herdeira em 6 de novembro. Maria morreu em 17 de novembro de 1558 e Isabel ascendeu ao trono.[43]

Isabel em trajes de coroação

Isabel tornou-se rainha aos 25 anos de idade e declarou suas intenções a seu conselho e outros pariatos que haviam ido para a Casa Hatfield jurar lealdade. O discurso contém o primeiro relato de sua adoção da teologia política medieval dos "dois corpos" do soberano: o corpo natural e o corpo político.[44]

Ela foi recebida calorosamente por cidadãos e saudada por orações e desfiles, a maioria em forte protestantismo, enquanto progredia por Londres triunfantemente na véspera de sua cerimônia de coroação. As repostas graciosas e abertas de Isabel encantaram os espectadores, que estavam "maravilhosamente arrebatados".[46] No dia seguinte, 15 de janeiro de 1559, Ela foi coroada e ungida na Abadia de Westminster por Owen Oglethorpe, o católico Bispo de Carlisle. Isabel então foi apresentada à aceitação de seu povo, em meio aos sons ensurdecedores de órgãos, pífaros, trombetas, tambores e sinos.[47]

Resolução religiosa

[editar | editar código-fonte]

As convicções religiosas pessoais de Isabel foram muito discutidas por historiadores. Era protestante, porém mantinha símbolos católicos como o crucifixo e diminuía o papel dos sermões, indo contra a crença protestante.[48]

Ela e seus conselheiros viam a ameaça de uma cruzada católica contra a Inglaterra. Isabel assim procurou uma solução protestante que não ofenderia muito os católicos enquanto ao mesmo tempo atendia os anseios dos protestantes ingleses; entretanto, não tolerava os puritanos mais radicais, que pressionavam por reformas drásticas.[49] Assim, o parlamento começou a legislar em 1559 uma igreja baseada na resolução protestante de Eduardo VI, com o monarca como chefe, mas com elementos católicos como vestimentas sacerdotais.[50]

A Câmara dos Comuns apoiava fortemente as propostas, porém o projeto de lei da supremacia encontrou oposição na Câmara dos Lordes, particularmente dos bispos. Isabel teve a sorte de que muitos bispados na época estavam vagos, incluindo o arcebispado da Cantuária.[nota 4][52][51] Isso permitiu que apoiadores dentre os pariatos tivessem mais votos que os bispos e pariatos conservadores. Mesmo assim, foi forçada a aceitar o título de Governadora Suprema da Igreja de Inglaterra em vez do mais controverso Chefe Suprema, que muitos achavam inaceitável uma mulher portar. Aprovou-se o novo Ato de Supremacia em 8 de maio de 1559. Todos os oficiais públicos tinham de prestar juramento de lealdade a monarca como governadora suprema ou correrem o risco de perderem o cargo; revogaram-se as leis de heresia para impedir a perseguição de dissidentes que Maria praticara. Ao mesmo tempo também aprovou-se o novo Ato da Uniformidade, que obrigava o comparecimento à igreja e o uso de uma versão adaptada do Livro de Oração Comum de 1552, apesar das penas de não-conformidade ou de não comparecimento não serem extremas.[53]

Isabel e seu favorito Roberto Dudley, 1.º Conde de Leicester, c. 1575. A amizade dos dois durou mais de trinta anos até a morte dele

Esperava-se desde o início de seu reinado que Isabel se casasse, surgindo questões sobre com quem. Ela nunca se casou, apesar de ter tido vários pretendentes; as razões para isso não são claras. Historiadores especularam que Tomás Seymour facilitou-lhe relações sexuais, ou que ela sabia ser estéril.[54][55] A rainha considerou vários pretendentes até os cinquenta anos. Sua última corte foi com o francês Francisco, Duque de Anjou, 22 anos mais novo. Apesar de correr o risco de perder o poder como sua irmã, que fazia o que Filipe II queria, o casamento oferecia a possibilidade de um herdeiro.[56] Entretanto, a escolha de um marido poderia provocar instabilidade política ou até insurreições.[57]

Roberto Dudley

[editar | editar código-fonte]

Ficou evidente no verão de 1559 que Isabel apaixonara-se por Roberto Dudley, seu amigo de infância.[58][59] Disse-se que sua esposa Amy Robsart sofria de uma "doença em um de seus seios", e que a rainha gostaria de se casar com Dudley se ela morresse.[59] Vários pretendentes competiram pela mão de Isabel no outono do mesmo ano; seus impacientes interessados envolveram-se em conversas cada vez mais escandalosas e relataram que o casamento com seu favorito não era bem visto na Inglaterra:[60] "Não há homem que não clama com indignação sobre ele e ela… ela não se casará com ninguém exceto seu favorito Roberto".[61] Robsart morreu em setembro de 1560 ao cair de uma escada e, apesar do inquérito legista concluir por um acidente, muitos suspeitavam que Dudley arranjara a morte da esposa para poder se casar com Isabel.[nota 5][64] A rainha considerou seriamente por algum tempo se casar com Dudley. Porém, Guilherme Cecil, Nicolau Throckmorton e outros pariatos conservadores, deixaram claro sua desaprovação.[65] Houve rumores também que a nobreza iria se revoltar caso o casamento ocorresse.[66]

Roberto foi considerado como um possível candidato entre outros pretendentes para a rainha por quase uma década.[67] Isabel tinha muito ciúmes, mesmo depois de não mais pretender casar-se com ele.[68] Ela lhe criou o título de Conde de Leicester em 1564. Dudley finalmente se casou outra vez em 1578 e a rainha respondeu com repetidas cenas de descontentamento e um ódio vitalício contra sua nova esposa, Letícia Knollys.[69][70] Dudley mesmo assim "permaneceu no centro da vida emocional" de Isabel.[71] Ele morreu pouco depois da derrota da Invencível Armada. Foi encontrada uma carta dele entre os pertences pessoais de Isabel após a morte da rainha, marcada como "sua última carta" com a letra dela.[72]

Pretendentes estrangeiros

[editar | editar código-fonte]
Francisco, Duque de Anjou. Isabel o chamava de "sapo" e achava que não era "tão deformado" quanto foi levada a esperar[73]

As negociações de casamento eram parte de um importante elemento da política internacional de Isabel.[74] Ela recusou a mão de Filipe II no início de 1559, porém contemplou por anos a proposta do rei Érico XIV da Suécia.[75] Ela também negociou seriamente por muitos anos casar-se com o arquiduque Carlos II da Áustria, primo de Filipe. As relações com os Habsburgo deterioraram-se por volta de 1569, e a rainha considerou se casar com dois príncipes franceses de Valois, primeiro Henrique, Duque de Anjou, e mais tarde seu irmão Francisco, Duque de Anjou, entre 1572 e 1581.[76] A última proposta estava ligada a uma possível aliança contra a Espanha pelo controle dos Países Baixos do Sul.[77] Isabel parece ter considerado seriamente o cortejo por algum tempo, e usava um brinco em formato de sapo que Francisco havia lhe enviado.[78]

Isabel disse a um enviado imperial em 1563: "Se eu seguir a inclinação de minha natureza, será esta: mulher pedinte e solteira ao invés de rainha e casada".[74] Mais tarde no mesmo ano, depois dela contrair varíola, a questão da sucessão passou a ser muito debatida no parlamento. Eles imploraram para que a rainha se casasse ou nomeasse um herdeiro para impedir uma guerra civil após sua morte. Isabel recusou-se a fazer as duas coisas. Ela suspendeu o parlamento em abril, e não o reconvocou até precisar aumentar os impostos em 1566. Tendo prometido anteriormente que se casaria, Isabel declarou ao incontrolável parlamento:

Algumas das principais figuras do governo começaram aceitar, em particular por volta de 1570, que Isabel nunca se casaria ou nomearia um herdeiro. Guilherme Cecil já estava procurando soluções para o problema de sucessão.[80] Foi frequentemente acusada de irresponsabilidade por nunca ter casado.[81] Entretanto, seu silêncio fortaleceu sua própria segurança política: Isabel sabia que estaria vulnerável a um golpe se nomeasse um herdeiro; lembrava como "uma segunda pessoa, como fui" fora foco de tramas contra sua predecessora.[82]

Isabel c. 1563. O mais antigo retrato de corpo inteiro da rainha feito antes do surgimento dos simbolismos representando a iconografia da "Rainha Virgem"[83]

O fato de Isabel não ter se casado inspirou um culto de virgindade. Era representada na poesia e literatura como uma virgem, uma deusa ou ambas, não como uma mulher normal.[84] Apenas Isabel inicialmente fez de sua virgindade uma virtude: declarou na Câmara dos Comuns em 1559 que "No final, será para mim suficiente, que uma pedra de mármore deverá declarar que uma rainha, tendo reinado por um tempo, viveu e morreu virgem".[85] Posteriormente, poetas e escritores adotaram o tema e o transformaram numa iconografia que exaltava a rainha. Tributos públicos a ela em 1578 agiam como uma asserção de oposição codificada contra as negociações de casamento de Isabel com Francisco, Duque de Anjou.[86]

Isabel, dando um aspecto positivo à sua situação conjugal, insistiu ser casada com seu reino e súditos, sob proteção divina. Declarou em 1599: "todos os meus maridos, meu bom povo".[87]

Maria da Escócia

[editar | editar código-fonte]

A política inicial de Isabel com a Escócia foi a de se opor à presença francesa.[88] Ela temia que os franceses planejassem invadir a Inglaterra e colocar no trono a rainha Maria da Escócia,[nota 6][89] considerada por muitos como herdeira da coroa inglesa.[nota 7][90] Isabel foi persuadida a enviar uma força para a Escócia ajudar os rebeldes protestantes; apesar da campanha ter sido inepta, o resultante Tratado de Edimburgo de julho de 1560 retirou a ameaça francesa no norte.[nota 8][91] A Escócia tinha uma estabelecida igreja protestante e um governo formado por um conselho de nobres protestantes apoiados por Isabel quando Maria voltou para o reino em 1561 para reassumir seu poder.[92] Ela recusou-se a ratificar o tratado.[93]

Isabel propôs em 1563 que Roberto Dudley, seu próprio pretendente, se casasse com Maria, sem antes falar com nenhum dos dois envolvidos. Ambos não ficaram interessados[94] e ela acabou se casando dois anos depois com Henrique Stuart, Lorde Darnley, que tinha sua própria reivindicação ao trono inglês. O casamento foi o primeiro de uma série de erros de julgamento que Maria cometeu e que acabaram dando a vitória para os protestantes escoceses e Isabel. Stuart rapidamente ficou impopular e depois infame por participar do assassinato de David Rizzio, secretário italiano de sua esposa. Ele mesmo acabou sendo morto em fevereiro de 1567 por conspiradores quase certamente liderados por Jaime Hepburn, 4.º Conde de Bothwell. Pouco tempo depois, em maio, Maria se casou com Hepburn e levantou suspeitas que havia participado do assassinato do marido. Isabel escreveu a ela:

Esses eventos rapidamente levaram a derrota de Maria e seu aprisionamento no Castelo de Lochleven. Os lordes escoceses forçaram sua abdicação em favor do filho Jaime, que havia nascido em junho de 1566. O novo rei foi levado ao Castelo de Stirling para ser criado como protestante. Maria escapou de Loch Leven em 1568, porém fugiu para a Inglaterra depois de uma nova derrota, onde haviam lhe garantido que teria apoio de Isabel. O primeiro instinto de Isabel foi de restaurar a outra monarca, entretanto ela e o conselho decidiram jogar seguro. Ao invés de arriscarem-se a levar Maria de volta a Escócia com um exército inglês ou enviá-la a França para seus inimigos católicos, foi decidido mantê-la na Inglaterra onde ficou aprisionada pelos dezenove anos seguintes.[96]

Maria e a causa católica

[editar | editar código-fonte]
Sir Francisco Walsingham c. 1585

Maria logo foi o foco de uma rebelião. Houve um grande levante católico no Norte em 1569; o objetivo era libertar Maria, casá-la com Tomás Howard, 4.º Duque de Norfolk, e colocá-la no trono inglês.[97] Mais de 750 rebeldes foram executados sob as ordens de Isabel após sua derrota.[98] Acreditando que a revolta havia sido bem sucedida, o Papa Pio V emitiu em 1570 uma bula papal chamada Regnans in Excelsis em que declarava "Isabel, a pretensa Rainha da Inglaterra e servente de crime" excomungada e herética, liberando todos seus súditos de qualquer lealdade a ela.[99][100] Católicos que obedecessem suas ordens estavam ameaçados com excomungação.[99] A bula papal provocou respostas legislativas contra católicos no parlamento, que acabaram mitigadas pela intervenção de Isabel.[101] A conversão de ingleses para o catolicismo com "o intuito" de remover sua lealdade da rainha foi transformada em alta traição em 1581, punível com pena de morte.[102] Padres missionários vindos de seminários continentais foram para a Inglaterra secretamente a partir da década de 1570 para causar a "reconversão". Muitos foram executados, criando um culto de martírio.[100]

Regnans in Excelsis deu aos católicos ingleses uma forte iniciativa para verem Maria como sua verdadeira soberana. Maria talvez não tenha adquirido conhecimento de todas as tramas católicas para colocá-la no trono da Inglaterra, porém da Conspiração de Ridolfi de 1571 (que fez com que Howard fosse decapitado) até a Conspiração de Babington de 1586, sir Francisco Walsingham, mestre espião de Isabel, e o conselho sutilmente reuniram um caso contra ela.[97] Isabel inicialmente resistiu aos pedidos de execução de Maria. No final de 1586 ela foi persuadida a autorizar seu julgamento e execução sob as evidências de cartas escritas durante a Conspiração de Babington.[103] A proclamação de Isabel da sentença anunciava que "a dita Maria, pretendendo o título da mesma Coroa, tinha cercado-se e imaginado-se dentro do mesmo reino diversas coisas com a intenção de ferir, matar e destruir nossa pessoa real".[104] Maria acabou sendo decapitada em 8 de fevereiro de 1587 no Castelo de Fotheringhay, Northamptonshire.[105] Após a execução, Isabel afirmou nunca tê-la ordenado e a maioria dos relatos conta que ela pediu ao secretário Guilherme Davison, quem lhe trouxe o mandato, para não enviar o documento mesmo estando assinado. A sinceridade do remorso da rainha e seus motivos para pedir a Davison não executar o mandato foram questionados por historiadores contemporâneos e posteriores.[106][107]

Guerras e comércio estrangeiro

[editar | editar código-fonte]
Moeda meia-groat de Isabel

A política internacional de Isabel foi principalmente defensiva. A exceção foi a ocupação inglesa de Le Havre de outubro de 1562 a junho de 1563, que terminou em fracasso quando seus aliados huguenote juntaram-se aos católicos para retomar a cidade. A intenção da rainha era trocar Le Havre por Calais, retomada pela França em janeiro de 1558.[108] Isabel procurou políticas agressivas apenas através das atividades de suas frotas. Isso acabou tendo bons resultados na guerra contra a Espanha, lutada 80% nos mares.[109] Ela fez de Francis Drake um cavaleiro após sua circum-navegação entre 1577 e 1580, e ele acabou ganhando fama por ataques a portos e frotas espanholas. Um elemento de pirataria e auto-enriquecimento motivava os marinheiros, sob os quais Isabel tinha pouco controle.[110][111]

Expedição aos Países Baixos

[editar | editar código-fonte]

Isabel evitou expedições continentais depois da ocupação e perda de Le Havre até 1585, quando enviou um exército inglês para ajudar rebeldes protestantes holandeses contra Filipe II. Isso ocorreu após as mortes de seus aliados Guilherme I, Príncipe de Orange, e Francisco, Duque de Anjou, ambos em 1584, junto com a conquista de várias cidades holandesas por Alexandre Farnésio, Duque de Parma e Placência, governador dos Países Baixos do Sul. Uma aliança em dezembro de 1584 entre Filipe e a Liga Católica francesa minou a capacidade de Henrique III de França, irmão de Francisco, de conter a dominação espanhola dos Países Baixos. Isso também expandiu a influência espanhola ao longo do Canal da Mancha na costa da França, onde a Liga Católica era forte, expondo a Inglaterra a uma invasão.[112] O cerco de Antuérpia no verão de 1585 por Farnésio fez necessária uma reação por parte dos ingleses e holandeses. O resultado foi o Tratado de Nonsuch, em que Isabel prometia apoio militar aos holandeses.[113]

Isabel c. 1580–1585

A expedição foi liderada por Roberto Dudley, Conde de Leicester. Desde o início Isabel não apoio muito esse curso de ação. Sua estratégia era apoiar os holandeses com um exército inglês enquanto secretamente negociava a paz com a Espanha dias antes da chegada de Dudley,[114] porém necessariamente entrava em conflito com a estratégia do conde, quem os holandeses queriam e era esperado para lutar ativamente em uma campanha. A rainha queria "evitar a todos os custos qualquer ação decisiva contra o inimigo".[115] Ele irritou Isabel ao aceitar o cargo de Governador Geral oferecido pelos Estados Gerais. Ela viu isso como uma tentativa holandesa de fazê-la aceitar a soberania sobre os Países Baixos, que até então ela tinha recusado.[116] Isabel escreveu a Dudley:

O "comando" de Isabel era que seu emissário lesse suas cartas de desaprovação em público diante do Conselho de Estado holandês e com Dudley presente.[118] Essa humilhação pública de seu "tenente general" junto com suas conversas de paz em separado com a Espanha[nota 9] minaram irreversivelmente sua posição entre os holandeses. A campanha militar foi repetidas vezes prejudicada pelas várias recusas da rainha de enviar os fundos prometidos para os soldados famintos. Sua falta de vontade de comprometer-se à causa, as deficiências de Dudley como político e líder militar e a situação caótica da política holandesa foram as razões do fracasso da campanha.[120][121]

Invencível Armada

[editar | editar código-fonte]

Enquanto isso, sir Francis Drake realizou entre 1585 e 1586 uma grande viagem contra navios e portos espanhóis no Caribe, conseguindo atacar Cádis em 1587 e destruindo a frota espanhola de navios de guerra destinada para a Empreitada da Inglaterra.[119] Filipe havia decidido fazer guerra contra os ingleses.[122]

Retrato de 1588 de Isabel para comemorar a derrota da Invencível Armada, representada ao fundo. A mão da rainha está sobre um globo, simbolizando seu poder internacional

A Invencível Armada, uma grande frota de navios, partiu para o Canal da Mancha em 12 de julho de 1588 planejando levar uma força de invasão espanhola sob comando de Alexandre Farnésio, Duque de Parma e Placência, para a costa sul da Inglaterra a partir dos Países Baixos. Uma combinação de erros de cálculo,[nota 10] má sorte e um ataque inglês com navios de fogo em 29 de julho perto de Gravelines acabou dispersando os navios espanhóis para o nordeste e a Armada acabou sendo derrotada.[124] Ela voltou para a Espanha em restos despedaçados, após enormes perdas ao oeste da costa da Irlanda (alguns navios tentaram voltar para casa através do Mar do Norte, virando para o sul depois da costa irlandesa).[125] Milícias inglesas, sem saber do destino da Armada, reuniram-se para defender o reino sob o comando de Roberto Dudley. Ele convidou Isabel para inspecionar as tropas em Tilbury, Essex, no dia 8 de agosto. Usando uma armadura peitoral de prata sobre um vestido de veludo branco, ela dirigiu-se aos homens em um de seus discursos mais famosos:

A nação comemorou quando não houve nenhuma invasão. A procissão de Isabel para um serviço de ação de graças na Catedral de São Paulo rivalizou em espetáculo com aquela ocorrida em sua coroação.[125] A derrota da Armada foi também uma enorme vitória em propaganda, tanto para a rainha quanto para a Inglaterra protestante. Os ingleses consideraram o ocorrido como um símbolo da preferência divina e a inviolabilidade da nação sob uma rainha virgem.[109] Entretanto, a vitória não foi um ponto de virada na guerra, que prosseguiu e frequentemente favorecia a Espanha.[127] Os espanhóis ainda controlavam os Países Baixos e a ameaça de uma invasão continuou.[122] Sir Valter Raleigh afirmou após a morte de Isabel que a precaução dela impediu a guerra contra a Espanha:

Apesar de alguns historiadores terem criticado Isabel por razões semelhantes,[129] o veredito de Raleigh foi frequentemente considerado como injusto. A rainha tinha bons motivos para não confiar em seus comandantes, que uma vez em ação tendiam "a serem transportados com um tamento de vanglória", como ela mesma colocou.[130]

Apoio a Henrique IV de França

[editar | editar código-fonte]
Henrique III & IV

Quando o protestante Henrique III de Navarra herdou o trono da França em 1589, Isabel lhe enviou apoio militar. Foi sua primeira empreitada no país desde a retirada de Le Havre em 1563. A ascensão de Henrique foi muito contestada pela Liga Católica e por Filipe, com Isabel temendo que os espanhóis tomassem os portos franceses ao longo do canal. Entretanto, as campanhas seguintes da Inglaterra em território francês foram desorganizadas e ineficientes[131] Lorde Peregrine Bertie, 13.º Barão Willoughby de Eresby, ignorou as ordens da rainha e marchou para o norte da França com quatro mil homens, porém acabou realizando muito pouco. Ele recuou em desordem em dezembro de 1589, perdendo metade de suas tropas. A campanha de João Norreys em 1591 levou três mil homens a Bretanha, terminando em um desastre ainda maior. Isabel não queria investir em suprimentos e reforços como seus comandantes pediam por causa de tais expedições. Norreys foi para Londres pedir apoio a rainha pessoalmente. O exército da Liga Católica praticamente destruiu em maio de 1591 o restante de seu exército em Craon, noroeste da França, durante sua ausência. Isabel enviou outra força em julho sob o comando de Roberto Devereux, 2.º Conde de Essex, para ajudar Henrique no cerco a Ruão. O resultado foi outro desastre. Devereux não conseguiu realizar nada e voltou em janeiro de 1592. Henrique abandonou o cerco em abril seguinte.[132] Como sempre, a rainha não tinha controle sobre seus comandantes uma vez que eles estivessem no exterior. "Onde ele está, ou o que ele faz, ou o que ele fará", ela escreveu a Devereux, "somos ignorantes".[133]

Apesar da Irlanda ser um de seus reinos, Isabel enfrentava em certos lugares uma população hostil e até mesmo autônoma[nota 11] que aderia ao catolicismo e estava disposta a desafiar sua autoridade e conspirar com seus inimigos. Sua política na região era entregar terras a seus cortesãos e impedir que os rebeldes dessem a Espanha uma base de onde pudesse atacar a Inglaterra.[135] As forças da coroa utilizaram táticas de terra arrasada contra uma série de levantes, queimando a terra e chacinando homens, mulheres e crianças. Durante uma revolta liderada por Geraldo FitzGerald, 15.º Conde de Desmond, em Munster em 1582, por volta de trinta mil irlandeses morreram de fome. O poeta e colono Edmund Spenser escreveu que as vítimas "foram levadas a tal miséria como que qualquer coração de pedra teria lamentado o mesmo".[136] Isabel aconselhou seus comandantes que "aquela nação rude e bárbara" fosse bem tratada, porém não demonstrou remorso quando a força e derramamento de sangue foram necessários.[137]

Isabel enfrentou seu teste mais severo na Irlanda entre 1594 e 1603 durante a Guerra dos Nove Anos, uma guerra que aconteceu no ponto alto das hostilidades contra a Espanha, que apoiava o líder rebelde Hugo O'Neill, 2.º Conde de Tyrone.[138] Isabel enviou Roberto Devereux na primavera de 1599 para acabar com a revolta. Ele fez pouco progresso e voltou para a Inglaterra contra suas ordens, para a frustração da rainha.[nota 12] Devereux foi substituído por Carlos Blount, 8.º Barão Mountjoy, que precisou de três anos para derrotar os rebeldes. O'Neill finalmente se rendeu em 1603, alguns dias após a morte de Isabel.[139]

Ivã IV mostra seus tesouros ao embaixador inglês

Isabel continuou a manter as relações diplomáticas que Eduardo VI havia estabelecido com o Czarado da Rússia. Ela frenquentemente escrevia ao imperador Ivã IV em termos amigáveis, apesar dele ficar frequentemente irritado por seu foco em comércio ao invés de uma possível aliança militar. Ivã até a pediu em casamento, também pedindo garantias durante a segunda metade do reinado de Isabel que recebesse asilo na Inglaterra caso seu reinado fosse colocado em risco. Seu simplório filho Teodoro I o sucedeu depois de sua morte. Diferentemente do pai, o novo imperador não queria manter direitos exclusivos de comércio com a Inglaterra. Ele declarou seu reino aberto a todos os estrangeiros, dispensando o embaixador inglês sir Jerônimo Bowes, cuja pomposidade havia sido tolerada por Ivã. Isabel enviou o dr. Giles Fletcher como novo embaixador para exigir que o regente Bóris Godunov convencesse Teodoro a reconsiderar. As negociações falharam pois Fletcher omitiu dois títulos ao dirigir-se a ele. A rainha continuou a falar com Teodoro em cartas meio suplicantes e meio reprovatórias. Ela propôs uma aliança, algo que sempre recusou com Ivã, mas nada adiantou.[140]

Berbéria e Império Otomano

[editar | editar código-fonte]
Abd el-Ouahed ben Messaoud, embaixador mouro de Berbéria

A Inglaterra desenvolveu relações diplomáticas e de comércio com Berbéria durante o reinado de Isabel.[141][142] Ela estabeleceu relações de comércio com o Marrocos em oposição a Espanha, vendendo armaduras, munição, madeira e metais em troca de açúcar, mesmo com uma proibição papal.[143] Abd el-Ouahed ben Messaoud, principal secretário de Amade Almançor Saadi do Marrocos, visitou a Inglaterra em 1600 como embaixador na corte para negociar uma aliança anglo-marroquina contra os espanhóis.[141] Isabel "concordou em vender munições e suprimentos aos Marrocos, e ela e Mulei Amade Almançor conversaram de vez em quando sobre montarem uma operação conjunta contra os espanhóis".[144] As discussões permaneceram inconclusivas, com os dois morrendo dois anos depois da visita de ben Messaoud.[142]

Também foram estabelecidas relações diplomáticas com o Império Otomano através do estabelecimento da Companhia de Levante e o envio em 1578 do primeiro embaixador à Sublime Porta, Guilherme Harborne.[144] Um tratado de comércio foi assinado pela primeira vez em 1580.[145] Os dois países mandaram vários enviados uns ao outro e trocas epistolares ocorreram entre Isabel e o sultão Murade III.[144] Ele expressou sua noção em uma das cartas que o islamismo e o protestantismo tinham "muito mais em comum que ambos tinham com o Catolicismo Romano, já que os dois rejeitavam a idolatria de ídolos", discutindo para uma aliança entre a Inglaterra e o Império Otomano.[146] Os inglês exportaram estanho e chumbo (para a criação de canhões) e munição, para o desalento da Europa católica, com Isabel discutindo seriamente com Murade operações militares conjuntas durante o início da guerra contra a Espanha em 1585, já que Francisco Walsingham estava fazendo lobby para um envolvimento otomano direto contra o inimigo em comum.[147]

Últimos anos

[editar | editar código-fonte]
Isabel c. 1592

O período após a derrota da Invencível Armada em 1588 trouxe novas dificuldades a Isabel que duraram pelos quinze últimos anos de seu reinado.[127] Os conflitos com a Espanha e Irlanda se arrastaram, os impostos ficaram mais pesados e a economia foi atingida por colheitas ruins e os custos das guerras. Os preços subiram e a qualidade de vida caiu.[148][149] A repressão contra os católicos se intensificou nessa época, com a rainha autorizando em 1591 comissões para monitorar e interrogar chefes de família católicos.[150] Ela dependia cada vez mais de espiões internos e propaganda para manter a ilusão de paz e prosperidade.[148] As críticas cada vez maiores refletiam o declínio da afeição pública por Isabel em seus últimos anos.[151]

Uma das causas para esse "segundo reinado", como é as vezes chamado,[152] foi a mudança da personalidade do Conselho Privado na década de 1590, o órgão de governo de Isabel. Havia uma nova geração no poder. Com a exceção de Guilherme Cecil, os políticos mais importantes do reino haviam morrido por volta de 1590: Dudley em 1588, Walsingham em 1590 e sir Cristóvão Hatton em 1591.[153] Brigas entre facções no governo, que não existiram de forma notória antes de 1590,[154] agora eram uma característica.[155] Surgiu uma grande rivalidade entre Devereux e Roberto Cecil, filho de Guilherme, com a disputa pelas posições mais poderosas no reino interferindo na política.[156] A autoridade pessoal da rainha estava diminuindo,[157] como foi demonstrado em 1594 pelo caso do dr. Lopez, seu médico. Quando ele foi erroneamente acusado de traição por Devereux em uma disputa pessoal, Isabel não conseguiu impedir sua execução, mesmo tendo ficado brava por sua prisão e aparentando não ter acreditado que ele era culpado.[158]

Isabel passou a depender da concessão de monopólios durante os últimos anos de seu reinado; era um sistema de patronagem de custo zero ao invés de pedir ao parlamento mais subsídios em tempos de guerra.[nota 13] A prática logo levou à fixação de preços, o enriquecimento de cortesãos aos custos públicos e grande indignação.[160] Isso culminou em 1601 com uma agitação na Câmara dos Comuns.[161] Em seu famoso "Discurso Dourado" de 30 de novembro de 1601 no Palácio de Whitehall para 140 membros, Isabel professou sua ignorância dos abusos e conquistou os presentes com promessas a o apelo usual às emoções:[162]

Isabel c. 1595

Entretanto, esse mesmo período de incerteza política produziu um florescimento literário insuperável na Inglaterra.[164] Os primeiros sinais de um novo movimento literário apareceram ao final da segunda década do reinado de Isabel, com Euphues de John Lyly e The Shepheardes Calender de Edmund Spenser em 1578. Alguns grandes nomes da literatura inglesa entraram em sua maturidade durante a década de 1590, incluindo William Shakespeare e Christopher Marlowe. O teatro inglês alcançou seu auge nesse período e no Período Jacobino que seguiu-se.[165] A noção de um grande Período Isabelino depende muito dos construtores, dramaturgos, poetas e músicos que estavam em atividade no reinado de Isabel. Deviam pouco diretamente à rainha, que nunca foi uma grande patrona das artes.[166]

A imagem de Isabel mudou gradualmente enquanto envelhecia. Ela foi retratada como Belphoebe e Astreia, e também como Gloriana, a eternamente jovem Rainha das Fadas do poema de Spenser, após a derrota da Invencível Armada. Seus retratos deixaram de ser realistas e passaram a ser um conjunto de ícones enigmáticos que a faziam parecer muito mais jovem que era. Na realidade, sua pele havia sido marcada e 1562 pela varíola, a deixando meia careca e dependente de perucas e cosméticos.[167] Sir Valter Raleigh a chamou de "uma senhora cujo tempo ultrapassou".[168] Entretanto, enquanto mais diminuía sua beleza, mais seus cortesãos a elogiavam.[167]

Isabel gostava de representar o papel,[nota 14] porém é possível que ela passou a acreditar em sua própria interpretação na última década de sua vida. Ela se afeiçoou e ficou indulgente ao charmoso e petulante Roberto Devereux, que era sobrinho de Dudley e tomava certas liberdades com ela que acabavam sendo perdoadas.[170] Isabel repetidas vezes o nomeou para cargos militares apesar de seu histórico cada vez maior de irresponsabilidade. A rainha o colocou em prisão domiciliar depois de desertar em 1599 de seu comando na Irlanda, tirando seus monopólios no ano seguinte.[171] Devereux tentou armar uma rebelião em Londres em fevereiro de 1601 com a intenção de tomar posse de Isabel, porém não conseguiu reunir apoio e foi executado no dia 25 do mesmo mês. A rainha sabia que seus próprios erros de julgamento eram em parte responsáveis pelos acontecimentos. Como um observador relatou em 1602, "Seu prazer é sentar-se no escuro, e por vezes derramar lágrimas para lamentar Essex".[172]

Cortejo fúnebre de Isabel, com os estandartes de seus antecessores reais

Guilherme Cecil, 1.º Barão Burghley, o principal conselheiro de Isabel, morreu em 4 de agosto de 1598. Seu manto político foi passado ao filho Roberto Cecil, que logo tornou-se o líder do governo.[nota 15] Uma das tarefas que ele tomou conta foi preparar o caminho para uma sucessão tranquila. Cecil foi obrigado a trabalhar em segredo já que Isabel nunca nomeou um sucessor.[nota 16] Assim ele entrou em correspondências codificadas com o rei Jaime VI da Escócia, que tinha uma reivindicação forte mas não reconhecida.[nota 17] Cecil aconselhou o impaciente rei escocês a ser gentil com Isabel e "assegurar o coração da mais elevada, para cujo sexo e qualidade nada é assim inadequado quer como admoestações desnecessárias ou sobre muita curiosidade em suas próprias ações". O conselho funcionou. O tom de Jaime encantou a rainha, que respondeu: "Então confio que vós não duvidará que tuas últimas cartas são tão aceitas e tomadas como meus agradecimentos que não faltam à mesma, mas oferecei-los a vós de maneira grata".[174] Na visão do historiador J. E. Neale, Isabel pode não ter abertamente declarado seus desejos a Jaime, porém os fez conhecidos por meio de "frases inconfundíveis, senão veladas".[175]

Efígie de Isabel em sua tumba na Abadia de Westminster

A saúde da rainha permaneceu boa até o outono de 1602, quando uma série de mortes entre seus amigos a colocaram em uma grande depressão. A morte de Catherine Carey, Condessa de Nottingham e sobrinha de sua amiga Catarina Carey, em fevereiro de 1603 a atingiu severamente. Isabel adoeceu no mês seguinte e permaneceu em uma "melancolia assentada e irremovível".[176] Isabel morreu no dia 24 de março de 1603 no Palácio de Richmond entre às 2h e 3h da madrugada. Cecil e o conselho colocaram seus planos em movimento algumas horas depois e proclamaram Jaime VI da Escócia como Jaime I da Inglaterra.[177]

O caixão de Isabel foi carregado pelo rio Tâmisa em uma barca com tochas durante a noite até o Palácio de Whitehall. Seu funeral ocorreu no dia 28 de abril, com o caixão sendo levado até a Abadia de Westminster em um carro fúnebre puxado por quatro cavalos decorados com veludo preto. Nas palavras do crônico John Stow:

Isabel foi enterrada na Abadia de Westminster ao lado de sua meia-irmã Maria. A inscrição em latim da tumba, Regno consortes & urna, hic obdormimus Elizabetha et Maria sorores, in spe resurrectionis, se traduz para "Consortes em reino e tumba, aqui dormimos, Isabel e Maria, irmãs, na esperança de ressurreição".[179]

Legado e memória

[editar | editar código-fonte]
Isabel c. 1600, uma representação alegórica da rainha, que tornou-se atemporal em sua velhice

Isabel foi lamentada por muitos de seus súditos, porém outros ficaram aliviados por sua morte.[180] As expectativas para Jaime começaram altas porém caíram, então por volta da década de 1620 houve um reavivamento nostálgico do culto a Isabel.[181] Ela foi louvada como uma heroína da causa protestante e governante de uma era de ouro. Jaime era representado como um simpatizante católico que presidia sobre uma corte corrupta.[182] A imagem triunfalista que Isabel cultivou ao final de seu reinado, contra um fundo de dificuldades econômicas, faccionalistas e militares,[183] foi tomada como se realidade fosse e sua reputação foi inflada. Godofredo Goodman, Bispo de Gloucester, lembra: "Quando tivemos a experiência de um governo escocês, a Rainha parecia reviver. Então sua memória foi muito ampliada.[184] Seu reinado foi idealizado em uma época que a coroa, igreja e parlamento trabalhavam em equilíbrio constitucional.[185]

A imagem de Isabel retratada por seus admiradores protestantes no início do século XVII mostrou-se duradoura e influente.[186] Sua memória também foi reavivada durante a Guerras Napoleônicas, quando a nação encontrou-se novamente a beira de uma invasão.[185] Na Era Vitoriana, a lenda Isabelina foi adaptada para a ideologia imperial da época,[187][nota 18] e no meio do século XX ela era um símbolo romântico da resistência nacional contra uma ameaça estrangeira.[188] Alguns historiadores do período como J. E. Neale e A. L. Rowse interpretaram seu reino como uma época de ouro do progresso.[189] Neale e Rowse também idealizaram a rainha pessoalmente: ela sempre fez tudo corretamente; seus traços mais desagradáveis foram ignorados ou explicados como sinais de estresse.[190]

Isabel após 1620, durante o primeiro reavivamento de interesse em seu reinado. Tempo dorme à sua direita e Morte olha sobre seu ombro esquerdo; dois putti seguram a coroa sobre sua cabeça[185]

Entretanto, historiadores recentes assumiram uma visão mais complicada de Isabel.[129] Seu reinado é mais famoso pela derrota da Invencível Armada e por ataques bem sucedidos contra os espanhóis, como aqueles em Cádiz em 1587 e 1596, porém alguns historiadores salientam fracassos militares tanto em terra quanto no mar.[131] As forças de Isabel acabaram prevalecendo na Irlanda, porém suas táticas sujaram o registro.[191] Ela é mais frequentemente considerada como cautelosa em questões estrangeiras ao invés de uma corajosa defensora das nações protestantes contra a Espanha e os Habsburgo. Isabel ofereceu apenas apoio bem limitado a protestantes estrangeiros e não conseguiu prover fundos suficientes para seus comandantes fazerem a diferença internacionalmente.[192]

Isabel estabeleceu uma igreja inglesa que ajudou a moldar uma identidade nacional que permanece até hoje.[193][194] Aqueles que posteriormente a elogiaram como heroína protestante negligenciaram o fato dela ter se recusado a abandonar todas as práticas de origem católica na Igreja Anglicana.[nota 19] Historiadores perceberam que os protestantes fervorosos da época consideravam o Ato de Resolução e Uniformidade de 1559 como um compromisso.[196] Na realidade, a rainha acreditava que a fé era pessoal e não queria "criar janelas nos corações e pensamentos secretos dos homens", como Francis Bacon colocou.[197]

Apesar de Isabel ter seguido uma política internacional defensiva, seu reinado valorizou a Inglaterra no estrangeiro. "Ela é apenas uma mulher, apenas a senhora de meia ilha", afirmou o Papa Sisto V, "e mesmo assim se faz temida pela Espanha, pela França, pelo Império, por todos!".[198] Sob Isabel, a nação ganhou uma nova autoconfiança e senso de soberania, uma cristandade fragmentada.[194][199] A rainha foi a primeira Tudor a perceber que o monarca governa por consenso popular.[nota 20] Assim ela sempre trabalhou com o parlamento e conselheiros em quem confiava para lhe dizerem a verdade – uma forma de governo que seus sucessores Stuart falharam em seguir. Alguns historiadores a chamaram de sortuda.[198] Isabel acreditava que Deus a estava protegendo.[201] Orgulhando-se de ser "meramente inglesa", ela confiava em Deus, em conselhos honestos e no amor de seus súditos para governar. Em oração, agradeceu:

Árvore genealógica

[editar | editar código-fonte]
Tomás Bolena
Isabel Howard
Henrique VII
Isabel de Iorque
Maria Bolena
Ana Bolena
Henrique VIII
Margarida
Maria
Catarina Carey
Henrique Carey
Isabel I
Maria I
Eduardo VI
Jaime V da Escócia
Margarida Douglas
Francisca Brandon
Catarina Carey
Maria da Escócia
Henrique Stuart,
Lorde Darnley
Joana Grey
Jaime VI da Escócia

Notas

  1. O Segundo Ato de Sucessão de 1536 afirmava que Isabel era "ilegítima ... e totalmente impedida, excluída e banida de reivindicar, desafiar ou exigir qualquer herança como herdeira legal ... do [rei] por descendência linear".[8]
  2. Isabel havia reunido dois mil cavaleiros montados, "um tributo notável para o tamanho da sua afinidade".[32]
  3. "As esposas de Wycombe passaram bolo e bolachas a ela até que sua liteira ficou tão sobrecarregada que ela tinha que pedir-lhes para parar".[38]
  4. "Foi uma sorte que dez dos vinte e seis bispados estavam vagos, havendo uma alta taxa de mortalidade entre o episcopado na época, e uma febre convenientemente levou o Arcebispo da Cantuária de Maria, Reginaldo Pole, menos de vinte e quatro horas antes de sua morte".[51]
  5. A maioria dos historiadores modernos consideraram impróvavel um assassinato; câncer de mama e suicídio sendo as explicações mais aceitas.[62] O inquérito legista, considerado perdido por séculos, foi encontrado nos Arquivos Nacionais no final da década de 2000, e é compatível com uma queda nas escadas e outros hematomas.[63]
  6. Quando Isabel ascendeu ao trono, os parentes de Guise de Maria a declararam Rainha da Inglaterra e empalaram o brasão inglês com o escocês e francês.[89]
  7. A posição de Maria como herdeira vinha de seu bisavô Henrique VII de Inglaterra através de sua filha Margarida Tudor. Em sua próprias palavras: "Eu sou a parente mais próxima que ela tem, sendo ambas de nós de uma casa e estoque, a Rainha minha boa irmã vindo do irmão e eu da irmã".[90]
  8. Pelo tratado, tanto as tropas francesas quanto as inglesas sairiam da Escócia.[91]
  9. O embaixador inglês na França a estava enganando sobre as verdadeiras intenções de Filipe, que apenas estava tentando ganhar tempo para seu grande ataque contra a Inglaterra com a Invencível Armada.[119]
  10. Quando Alonso Pérez de Guzmán, 7.º Duque de Medina Sidonia e comandante naval espanhol, chegou na costa de Calais, ele encontrou as tropas de Farnésio despreparadas e foi forçado a esperar, dando aos ingleses a oportunidade para lançar seu ataque.[123]
  11. Um observador comentou que por exemplo Ulster era "tão desconhecida para os ingleses aqui quanto a parte mais interior da Virgínia".[134]
  12. Em uma carta a Devereux de 19 de julho de 1599, escreveu: "Pois o que pode ser mais verdadeiro (se as coisas sejam corretamente examinadas) que sua jornada de dois meses nunca trouxe uma capital rebelde a qual seja digna de ter se aventurado mil homens".[138]
  13. Uma Patente de Monopólio dava ao detentor um aspecto de troca ou manufatura.[159]
  14. "A metáfora do drama é uma apropriada para o reinado de Isabel, para ela era uma ilusão – e uma ilusão era seu poder. Como Henrique IV da França, ela projetou uma imagem de si mesma que trouxe estabilidade e prestígio ao seu país. Por atenção constante aos detalhes de sua interpretação total, ela manteve o resto do elenco na ponta dos pés e manteve seu papel como rainha".[169]
  15. Após a queda de Devereux, Jaime VI chamou Cecil de "o rei de lá em efeito".[173]
  16. Cecil escreveu a Jaime, "O tema em si é tão perigoso para tocar entre nós, uma vez que põe um sinal em sua cabeça sempre que choca tal pássaro".[174]
  17. Jaime VI era tataraneto de Henrique VII, assim sendo primo em primeiro grau duas vezes removido de Isabel, que era neta de Henrique.
  18. A era de Isabel foi redesenhada como uma de cavalaria medieval, epitomizada por encontros galantes entre a rainha e heroicos "cães do mar" como Drake e Raleigh. Algumas narrativas, como Raleigh colocando seu casaco na frente de Isabel ou dando uma batata de presente a ela, permanecem parte do mito.[185]
  19. A nova religião foi condenada na época em termos como "camuflagem papista, ou calandra misturada".[195]
  20. Sir Nicolau Bacon, Lorde Guardião do Grande Selo, afirmou em nome de Isabel diante do parlamento em 1559 que a rainha "não é, e nunca deverá ser, tão apegada a sua própria vontade e fantasia que ela fará de tudo para a satisfação dos mesmos ... para trazer qualquer escravidão ou servidão ao seu povo, ou dar qualquer ocasião que possam surgir qualquer rancor interior pelo qual quaisquer tumultos possam surgir atualmente".[200]

Referências

  1. Loades 2003, p. 35
  2. a b Starkey 2003, p. 5
  3. Neale 1954, p. 386
  4. Somerset 2003, p. 729
  5. Somerset 2003, p. 4
  6. Loades 2003, pp. 3–5; Somerset 2003, pp. 4–5
  7. Loades 2003, pp. 6–7
  8. a b Somerset 2003, p. 10
  9. Loades 2003, pp. 7–8
  10. Somerset 2003, p. 11
  11. Jenkins, Elizabeth (1967). Elizabeth the Great. Nova Iorque: Capricorn Books, G.P. Putnam's & Sons. p. 13. ISBN 978-1-898799-70-2 
  12. Richardson 2007, pp. 39–46
  13. Richardson 2007, pp. 56, 75–82, 136
  14. Weir, Alison (1997). The Children of Henry VIII. Londres: Random House. p. 7. ISBN 978-0-345-40786-3 
  15. Loades 2003, p. 8–10
  16. Somerset 2003, p. 25
  17. Loades 2003, p. 21
  18. «Series 33. Episode 2». BBC Radio. 21 de agosto de 2013. Consultado em 13 de julho de 2014 
  19. «Elizabeth I identified as the author of Tacitus translation». Tech Explorist (em inglês). 29 de novembro de 2019. Consultado em 6 de dezembro de 2019 
  20. Brown, Horatio F. (1897). «Venice: April 1603». Calendar of State Papers Relating to English Affairs in the Archives of Venice. 9. [S.l.]: Institute of Historical Research. pp. 562–70 
  21. Mark, Stoyle (2002). West Britons: Cornish Identities and the Early Modern British State. [S.l.]: University of Exeter Press. p. 220. ISBN 0-85989688-9 
  22. Davenport, Cyril (1899). Pollard, Alfred, ed. English Embroidered Bookbindings. Londres: Kegan Paul, Trench, Trübner & Co. p. 32. OCLC 705685 
  23. Loades 2003, p. 11.
  24. Starkey, David (2001). Elizabeth: Apprenticeship. Londres: Vintage. p. 69. ISBN 978-0-09-928657-8 
  25. Loades 2003, p. 14.
  26. Loades 2003, p. 16.
  27. Haigh 2000, p. 8.
  28. Neale 1954, p. 32.
  29. Williams 1972, p. 24.
  30. Loades 2003, pp. 14, 16.
  31. Neale 1954, p. 33.
  32. a b Loades 2003, pp. 24–25
  33. Loades 2003, p. 27
  34. Neale 1954, p. 45
  35. Loades 2003, p. 28
  36. Somerset 2003, p. 51
  37. Loades 2003, p. 29
  38. Neale 1954, p. 49
  39. Loades 2003, p. 32
  40. Somerset 2003, p. 66
  41. Neale 1954, p. 53
  42. Loades 2003, p. 33
  43. Neale 1954, p. 59
  44. Kantorowicz, Ernst (1997). The King's Two Bodies: A Study in Mediaeval Political Theology 2ª ed. Princeton: Princeton University Press. p. ix. ISBN 978-0-691-01704-4 
  45. Loades 2003, pp. 36–37
  46. Somerset 2003, pp. 89–90
  47. Neale 1954, p. 70
  48. Patrick, Collinson (2008). «Elizabeth I (1533–1603)». Oxford Dictionary of National Biography 
  49. Lee, Christopher (1995, 1998). This Sceptred Isle 1547–1660. "Disco 1".
  50. Loades 2003, p. 46.
  51. a b Somerset 2003, p. 98.
  52. Black 1945, p. 10.
  53. Somerset 2003, pp. 101–3.
  54. Haigh 2000, p. 19.
  55. Loades 2003, p. 38.
  56. Loades 2003, p. 39.
  57. Warnicke, Retha (setembro de 2010). «Why Elizabeth I Never Married». History Review (67): 15–20 
  58. Loades 2003, p. 42.
  59. a b Wilson 1981, p. 95.
  60. Skidmore 2010, pp. 162, 165, 166–68.
  61. Chamberlain 1939, p. 118.
  62. Doran 1996, p. 44.
  63. Skidmore 2010, pp. 230–233
  64. Somerset 2003, pp. 166–167
  65. Wilson 1981, pp. 126–128
  66. Doran 1996, p. 45
  67. Doran 1996, p. 212
  68. Adams 2002, pp. 384, 146
  69. Jenkins, Elizabeth (2002). Elizabeth and Leicester. Nova Iorque: The Phoenix Press. pp. 245, 247. ISBN 978-1-84212-560-1 
  70. Hammer 1999, p. 46
  71. Doran, Suan (2003). Queen Elizabeth I. Londres: British Library. p. 61. ISBN 978-0-7123-4802-7 
  72. Wilson 1981, p. 303
  73. Frieda 2005, p. 397
  74. a b Haigh 2000, p. 17
  75. Jenkins, Elizabeth (1967). Elizabeth the Great. Nova Iorque: Capricorn Books, G.P. Putnam's and Sons. p. 59. ISBN 978-1-898799-70-2 
  76. Loades 2003, pp. 53–54
  77. Loades 2003, p. 54
  78. Somerset 2003, p. 408
  79. Doran 1996, p. 87
  80. Haigh 2000, p. 17.
  81. Haigh 2000, pp. 20–21.
  82. Haigh 2000, pp. 22–23.
  83. Anna, Dowdeswell (28 de novembro de 2007). «Historic painting is sold for £2.6 million». The Bucks Herald. Consultado em 19 de julho de 2014 
  84. King, John N. (1990). «Queen Elizabeth I: Representations of the Virgin Queen». Renaissance Quarterly. 43 (1): 30–74 
  85. Haigh 2000, p. 23.
  86. Doran, Susan (1995). «Juno Versus Diana: The Treatment of Elizabeth I's Marriage in Plays and Entertainments, 1561–1581». Historical Journal. 38: 257–74 
  87. Haigh 2000, p. 24.
  88. Haigh 2000, p. 131
  89. a b Guy 2004, pp. 96–97
  90. a b Guy 2004, p. 115
  91. a b Haigh 2000, p. 132
  92. Loades 2003, p. 67
  93. Loades 2003, p. 68
  94. Adams, Simon (maio de 2008). «Dudley, Robert, earl of Leicester (1532/3–1588)». Oxford Dictionary of National Biography 
  95. Loades 2003, pp. 69–70
  96. Loades 2003, pp. 72–73
  97. a b Loades 2003, p. 73
  98. Williams, Neville (1964). Thomas Howard, Fourth Duke of Norfolk. Londres: Barrie & Rockliff. p. 174 
  99. a b McGrath, Patrick (1967). Papists and Puritans under Elizabeth I. Londres: Blandford Press. p. 69 
  100. a b Collinson 2007, p. 67
  101. Collinson 2007, pp. 67–68
  102. Collinson 2007, p. 68
  103. Guy 2004, pp. 483–484
  104. Loades 2003, pp. 78–79
  105. Guy 2004, pp. 1–11
  106. Fraser, Antonia (1994). Mary Queen of Scots. Londres: Weidenfeld and Nicolson. p. 541. ISBN 978-0-297-17773-9 
  107. Guy 2004, p. 497
  108. Frieda 2005, p. 191
  109. a b Loades 2003, p. 61
  110. Flynn, Sian; Spence, David (2003). «"Elizabeth's Adventurers"». In: Doran, Susan (ed.). Elizabeth: The Exhibition at the National Maritime Museum. Londres: Chatto and Windus. pp. 126–128. ISBN 978-0-7011-7476-7 
  111. Somerset 2003, pp. 607–611
  112. Haigh 2000, p. 135
  113. Strong & van Dorsten 1964, pp. 20–26.
  114. Strong & van Dorsten 1964, p. 43.
  115. Strong & van Dorsten 1964, p. 72.
  116. Strong & van Dorsten 1964, p. 50.
  117. Loades 2003, p. 94
  118. Chamberlain 1939, pp. 263–264
  119. a b Parker, Geoffrey (2000). The Grand Strategy of Philip II. New Haven: Yale University Press. pp. 193–194. ISBN 978-0-300-08273-9 
  120. Haynes, Alan (1987). The White Bear: Robert Dudley, the Elizabethan Earl of Leicester. Califórnia: Peter Owen. p. 15. ISBN 978-0-7206-0672-0 
  121. Strong & van Dorsten 1964, pp. 72–79.
  122. a b Haigh 2000, p. 138
  123. Loades 2003, p. 64
  124. Black 1945, p. 349
  125. a b Neale 1964, p. 300
  126. Neale 1964, pp. 297–298; Somerset 2003, p. 591
  127. a b Black 1945, p. 353
  128. Haigh 2000, p. 145
  129. a b Haigh 2000, p. 183
  130. Somerset 2003, p. 655
  131. a b Haigh 2000, p. 142
  132. Haigh 2000, p. 143
  133. Haigh 2000, pp. 143–144
  134. Somerset 2003, p. 667
  135. Loades 2003, p. 55
  136. Somerset 2003, p. 668
  137. Somerset 2003, p. 668–669
  138. a b Loades 2003, p. 98
  139. Loades 2003, pp. 98–99
  140. Crankshaw, Edward (1944). Russia and Britain. Londres: Collins. p. 126 
  141. a b Vaughan, Virginia M. (2005). Performing Blackness on English Stages, 1500–1800. Cambridge: Cambridge University Press. p. 57. ISBN 9780521845847 
  142. a b Nicoll, Allardyce (2002). Shakespeare Survey With Index 1–10. Cambridge: Cambridge University Press. p. 90, 96. ISBN 978-0-521-52347-9 
  143. Bartels, Emily C. (2008). Speaking of the Moor: From Alcazar to Othello. Filadélfia: University of Pennsylvania Press. p. 24. ISBN 9780812240764 
  144. a b c Kupperman 2007, p. 39
  145. Stearns, Peter N. (ed.) (2002). The Encyclopedia of World History: Ancient, Medieval and Modern - Chronologically Arranged. Nova Iorque: James Clarke & Co Ltd. p. 353. ISBN 0227679687 
  146. Kupperman 2007, p. 40
  147. Kupperman 2007, p. 41
  148. a b Haigh 2000, p. 155
  149. Black 1945, pp. 355–356
  150. Black 1945, p. 355
  151. Haigh 2000, pp. 149–169
  152. Adams 2002, p. 7; Collinson 2007, p. 89 Hammer 1999, p. 1
  153. Collinson 2007, p. 89
  154. Doran 1996, p. 216
  155. Hammer 1999, pp. 1–2
  156. Hammer 1999, pp. 1, 9
  157. Hammer 1999, pp. 9–10
  158. Lacey, Robert (1971). Robert Earl of Essex: An Elizabethan Icarus. Londres: Weidenfeld & Nicolson. pp. 117–120. ISBN 978-0-297-00320-5 
  159. Neale 1954, p. 382
  160. Williams 1972, p. 208
  161. Black 1945, pp. 192–194
  162. Neale 1954, pp. 383–384
  163. Loades 2003, p. 86
  164. Black 1945, p. 239
  165. Black 1945, pp. 239–245
  166. Haigh 2000, p. 176
  167. a b Loades 2003, p. 92
  168. Haigh 2000, p. 171
  169. Haigh 2000, p. 179
  170. Loades 2003, p. 93
  171. Loades 2003, p. 97
  172. Black 1945, p. 410
  173. Croft, Pauline (2003). King James. Basingstoke & Nova Iorque: Palgrave Macmillan. p. 48. ISBN 978-0-333-61395-5 
  174. a b Willson, David Harris (1963). King James VI & I. Londres: Jonathan Cape. pp. 154–155. ISBN 978-0-224-60572-4 
  175. Neale 1954, p. 385
  176. Black 1945, p. 411
  177. Black 1945, pp. 410–411
  178. Weir 1999, p. 486
  179. Stanley, Arthur Penrhyn (1868). «"The Royal Tombs"». Historical Memorials of Westminster Abbey. Londres: John Murray. p. 178. OCLC 24223816 
  180. Loades 2003, pp. 100–101
  181. Somerset 2003, p. 726
  182. Strong, Roy C. (2003). Gloriana: The Portraits of Queen Elizabeth I. Londres: Pimlico. pp. 163–164. ISBN 978-0-7126-0944-9 
  183. Haigh 2000, p. 170
  184. Weir 1999, p. 488
  185. a b c d Dobson, Michael; Watson, Nicola (2003). Doran, Susan (ed.), ed. Elizabeth: The Exhibition at the National Maritime Museum. Londres: Chatto and Windus. pp. 257–258. ISBN 978-0-7011-7476-7 
  186. Haigh 2000, pp. 175, 182
  187. Loades 2003, pp. 100–101
  188. Haigh 2000, p. 175
  189. Haigh 2000, p. 182
  190. Kenyon, John P. (2003). The History Men: The Historical Profession in England Since the Renaissance. Londres: Weidenfeld & Nicolson. p. 207. ISBN 978-0-297-78254-4 
  191. Black 1945, pp. 408–409
  192. Haigh 2000, pp. 142–147, 174–177
  193. Loades 2003, pp. 46–50; Weir 1999, p. 487
  194. a b Hogge, Alice (2005). God's Secret Agents: Queen Elizabeth's Forbidden Priests and the Hatching of the Gunpowder Plot. Londres: HarperCollins. pp. 9–10. ISBN 0-00-715637-5 
  195. Somerset 2003, p. 102
  196. Black 1945, pp. 14–15; Haigh 2000, p. 45–46, 177
  197. Haigh 2000, p. 42; Williams 1972, p. 50
  198. a b c Somerset 2003, p. 727
  199. Loades 2003, p. 1; Somerset 2003, p. 726
  200. Starkey 2003, p. 7
  201. Somerset 2003, pp. 75–76
  202. «Queen Elizabeth I > Ancestors». RoyaList. Consultado em 13 de julho de 2014 
  • Adams, Simon (2002). Leicester and the Court: Essays in Elizabethan Politics. Manchester: Manchester University Press. ISBN 978-0-7190-5325-2 
  • Black, J. B. (1945). The Reign of Elizabeth: 1558–1603. Oxford: Clarendon. OCLC 5077207 
  • Chamberlain, Frederick (1939). Elizabeth and Leycester. Nova Iorque: Dodd, Mead & Co. 
  • Collinson, Patrick (2007). Elizabeth I. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-921356-6 
  • Doran, Susan (1996). Monarchy and Matrimony: The Courtships of Elizabeth I. Londres: Routledge. ISBN 978-0-415-11969-6 
  • Frieda, Leonie (2005). Catherine de Medici. Londres: Phoenix. ISBN 978-0-7538-2039-1 
  • Guy, John (2004). My Heart is My Own: The Life of Mary Queen of Scots. Londres e Nova Iorque: Fourth Estate. ISBN 978-1-84115-752-8 
  • Haigh, Christopher (2000). Elizabeth I. Harlow: Longman Pearson. ISBN 978-0-582-43754-8 
  • Hammer, P. E. J. (1999). The Polarisation of Elizabethan Politics: The Political Career of Robert Devereux, 2nd Earl of Essex, 1585–1597. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-01941-5 
  • Kupperman, Karen Ordahl (2007). The Jamestown Project. Harvard: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-02474-8 
  • Loades, David (2003). Elizabeth I: The Golden Reign of Gloriana. Londres: The National Archives. ISBN 978-1-903365-43-4 
  • Neale, J. E. (1954). Queen Elizabeth I: A Biography. Londres: Jonathan Cape. OCLC 220518 
  • Richardson, Ruth Elizabeth (2007). Mistress Blanche: Queen Elizabeth I's Confidante. Woonton: Logaston Press. ISBN 978-1-904396-86-4 
  • Skidmore, Chris (2010). Death and the Virgin: Elizabeth, Dudley and the Mysterious Fate of Amy Robsart. Londres: Weidenfeld & Nicolson. ISBN 978-0-297-84650-5 
  • Somerset, Anne (2003). Elizabeth I. Londres: Anchor Books. ISBN 978-0-385-72157-8 
  • Starkey, David (2003). Doran, Susan, ed. Elizabeth: The Exhibition at the National Maritime Museum. Londres: Chatto and Windus. ISBN 978-0-7011-7476-7 
  • Strong, Roy; van Dorsten, J. A. (1964). Leicester's Triumph. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0196472954 
  • Weir, Alison (1999). Elizabeth the Queen. Londres: Pimlico. ISBN 978-0-7126-7312-9 
  • Williams, Neville (1972). The Life and Times of Elizabeth I. Londres: Weidenfeld & Nicolson. ISBN 978-0-297-83168-6 
  • Wilson, Derek (1982). Sweet Robin: A Biography of Robert Dudley Earl of Leicester 1533–1588. Londres: Hamish Hamilton. ISBN 978-0-241-10149-0 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Isabel I de Inglaterra
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Isabel I de Inglaterra
Isabel I de Inglaterra
Casa de Tudor
7 de setembro de 1533 – 24 de março de 1603
Precedida por
Maria I

Rainha da Inglaterra e Irlanda
17 de novembro de 1558 – 24 de março de 1603
Sucedida por
Jaime I