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Estação Ferroviária de Gouveia

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(Redirecionado de Estação de Gouveia)
Gouveia
Estação Ferroviária de Gouveia
ilustração da estação de Gouveia no painel toponímico azulejar de Gouveia-Gare
Identificação: 48165 GOU (Gouveia)[1]
Denominação: Estação Satélite de Gouveia
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: D [3]
Linha(s): Linha da Beira Alta (PK 144+208)
Altitude: 350.4 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°34′24.66″N × 7°36′6.84″W

(=+40.57352;−7.6019)

Mapa

(mais mapas: 40° 34′ 24,66″ N, 7° 36′ 06,84″ O; IGeoE)
Município: MangualdeMangualde
Serviços: R
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
1132 1135 busCP
Serviço de táxis
Serviço de táxis
MGL GVA
Equipamentos: Telefones públicos Sala de espera
Inauguração: 3 de agosto de 1882 (há 142 anos)
Website:
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes, veja Gouveia (Minas Gerais) § Estação Ferroviária de Barão de Guaicuhy ou Apeadeiro de Gouvinhas.

A estação ferroviária de Gouveia (nome anteriormente grafado como "Gouvêa"),[4][5] é uma gare da Linha da Beira Alta, que serve nominalmente a cidade de Gouveia, em Portugal.

Painel toponímico azulejar da localidade de Gouveia-Gare, ilustrando a estação epónima.

Localização e acessos

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Esta interface situa-se Rua da Estação, na localidade ferroviária de Gouveia Gare, situada no concelho de Mangualde, distando quilómetro e meio, mormente via EN329, de Vila Mendo de Tavares;[6] a cidade de Gouveia (localidade nominal da estação) situa-se a 13 km para sul, acessível pelo trajeto das estradas EN329, EN330, EN17, e EN330-1, em declive acentuado.[7]

Infraestrutura

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Esta interface apresenta duas vias de circulação, identificadas como I e II, com 319 e 306 m de comprimento, respetivamente, e acessíveis por plataformas com comprimentos de 203 e 155 m e com alturas de 40 e 35 cm;[2][3] existe ainda uma via secundária, identificada como III, com comprimento de 235 m; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[3] Esta configuração, sem mudanças nas vias de circulação durante o século XXI,[8] apresenta-se algo reduzida em comparação com a de décadas anteriores.[9] A superfície dos carris ao PK 144+1 situa-se à altitude de 3504 dm acima do nível médio das águas do mar.[4]

O edifício de passageiros situa-se do lado sudeste da via (lado direito do sentido ascendente, para Vilar Formoso).[10][11]

O local desta interface é um ponto de câmbio nas características da via férrea e do seu uso, nomeadamente mudando aqui o regime de exploração entre tipo RCI (que se estende para nordeste até Muxagata) e tipo RCASA (que se estende para sudoeste até Contenças).[3]

Situa-se junto a esta estação a substação de tração de Gouveia, contratada à C.P., que assegura aqui a eletrificação de parte da Linha da Beira Alta, entre as zonas neutras de Vila Franca das Naves e de Oliveirinha; complementarmente existe também a zona neutra de Gouveia que divide em duas partes, isolando-as, o referido troço da rede alimentado por esta subestação.[3]

Em dados de 2023, esta interface é frequentada por serviços da C.P. efetuados por via rodoviária com uma única circulação diária em cada sentido,[12] devido às obras de requalificação da Linha da Beira Alta, iniciadas em Abril de 2022[13] e cuja conclusão está prevista para 2024.[carece de fontes?]

Ver artigo principal: Linha da Beira Alta § História
Itinerário de um comboio real entre Vilar Formoso e a Pampilhosa, em 4 de Dezembro de 1909. Esta gare surge com o nome contemporâneo: Gouvêa.

Inauguração

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A Linha da Beira Alta entrou ao serviço, de forma provisória, em 1 de Julho de 1882, tendo sido definitivamente inaugurada em 3 de Agosto do mesmo ano, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.[14] A estação de Gouveia constava já do elenco original de estações e apeadeiros.[4]

Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até Cabra, Gouveia, Olas, São Paio e Salgueiro.[15]

No relatório de 1931 a 1933 da Junta Autónoma das Estradas, reportou-se que a estação de Gouveia foi ligada à Estrada Nacional 8-1ª, pela construção de terraplanagens no ramal de Chãs de Tavares.[16]

Em 1932, foi instalada betonilha de cimento no solo da plataforma entre a primeira e segunda vias.[17]

Em Julho de 1935, a Companhia da Beira Alta tinha um despacho central em Gouveia, que fazia serviços rodoviários de passageiros, bagagens e mercadorias até à gare ferroviária.[18] Nesse ano, a companhia realizou obras de reparação na estação, incluindo o edifício principal, as retretes e a habitação dos funcionários, e construiu um novo escritório envidraçado para a grande velocidade.[19]

Ligações projectadas a outras linhas

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Em 1907, foi classificado o projecto da rede ferroviária complementar do centro, onde estavam planeadas duas linhas com ligação a Gouveia, ambas de via estreita, uma com origem no Entroncamento e outra em Mangualde.[20] Em 17 de Março desse ano, realizou-se um comício em Mangualde, onde participaram os presidentes de várias câmaras municipais da região Centro, incluindo o de Gouveia, tendo sido exigida a construção de uma linha entre Viseu e Gouveia.[21] Em 21 de Março de 1909, o jornal O Comércio de Viseu reportou que uma delegação viseense tinha ido a Lisboa para pedir a resolução de vários problemas da região, incluindo a linha de Viseu a Gouveia.[21] Esta reivindicação continuou após a queda da monarquia, sendo umas principais promessas referidas nos discursos dos republicanos.[21] Com efeito, quando o Ministro do Fomento do governo provisório, Brito Camacho, visitou os concelhos de Mangualde e Gouveia, uma comissão pediu que fosse executado o projecto da linha de Coimbra a Viseu via Arganil, Gouveia e Mangualde.[21] No entanto, devido aos problemas financeiros e à instabilidade política da Primeira República, estes projectos nunca saíram do papel.[21] Em 31 de Maio de 1914, ocorreu uma manifestação em Viseu, onde se reivindicou a construção de várias vias férreas, incluindo o troço de Viseu a Gouveia por Mangualde.[22] Ainda na década de 1910, o Ministro do Fomento iniciou um processo de reorganização dos projectos ferroviários, incluindo uma linha do Entroncamento a Gouveia.[23]

Anúncio da Empreza de Transportes Gouveense, que operava em 1943 uma carreira de autocarros entre a estação e a localidade de Gouveia.

Em 1 de Janeiro de 1927, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que a Companhia da Beira Alta estava a estudar a construção de um ramal entre as estações de Gouveia e de Santa Comba Dão, passando por Abrunhosa-a-Velha, Seia e Oliveira do Hospital.[24] Nesse ano, foi formada uma comissão técnica para estudar e reorganizar o plano da rede ferroviária nacional, tendo sido organizada uma reunião na cidade de Viseu em 16 de Novembro de 1928, para analisar os novos projectos para os caminhos de ferro.[25] Nessa reunião, chegou-se a acordo que uma das linhas que deviam ser prioritárias na construção era a de Viseu à Lousã via Arganil, Gouveia e Mangualde.[25] Em 22 de Dezembro desse ano, uma comissão foi até Lisboa para se encontrar com o governo, onde lhes foi prometido que já estava tudo preparado para a Companhia da Beira Alta construir o troço entre Viseu e Gouveia.[25] No entanto, este projecto foi suspenso pelo Decreto n.º 22.379, de 29 de Março de 1933, tendo a ideia sido posteriormente abandonada devido ao desenvolvimento dos transportes rodoviários na região, a partir da Década de 1930.[26]

Modernização

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O projecto de modernização da Linha da Beira Alta, estudado pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses desde 1988, tinha como objectivo melhorar as condições de circulação naquela linha, que era o principal eixo ferroviário de acesso ao resto da Europa.[27] Este projecto incluiu a renovação e electrificação da via férrea, a instalação de sinalização eléctrica, e a remodelação de várias estações, incluindo Gouveia, onde foi instalada uma subestação de tracção eléctrica.[28]

Ponte da EN329 sobre o Rio Mondego, em 2016: parte do trajeto rodoviário entre a estação de Gouveia e a localidade nominal.

Em Agosto de 2009, a circulação ferroviária foi suspensa entre Gouveia e Contenças durante cerca de sete horas, devido a um incêndio em Contenças de Baixo.[29][30]

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b c d e Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  4. a b c (anónimo): “Caminho de Ferro da Beira AltaDiario Illustrado 3307 (1882.07.24)
  5. Circular : Comboio RealGazeta dos Caminhos de Ferro 1633 (1956): p.19 (republ.)
  6. «Cálculo de distância pedonal (40,5733; −7,6020 → 40,5798; −7,6085)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 2 de agosto de 2023 : 1480 m: desnível acumulado de +57−11 m
  7. «Cálculo de distância rodoviária (40,5733; −7,6020 → 40,4945; −7,5929)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 30 de julho de 2023 : 13 040 m: desnível acumulado de +389−85 m
  8. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  9. Sinalização da estação de Gouveia” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1972
  10. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  11. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  12. Horário Comboios : Lisboa ⇄ Guarda / Coimbra / Vilar Formoso («Horário em vigor desde 30 junho 2024»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
  13. Ferreira, Nuno Andre (15 abril 2022). «Circulação na Linha da Beira Alta cortada a partir de terça-feira». Observador. Consultado em 4 de junho de 2022. Cópia arquivada em 4 de junho de 2022 
  14. TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 5 de Fevereiro de 2014 
  15. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 26 de Fevereiro de 2018 
  16. «Publicações recebidas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1177). 1 de Janeiro de 1937. p. 21. Consultado em 26 de Janeiro de 2017 
  17. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1081). 1 de Janeiro de 1932. p. 10-14. Consultado em 1 de Novembro de 2012 
  18. «Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta: Despachos Centrais» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1142). 16 de Julho de 1935. p. 310. Consultado em 26 de Janeiro de 2017 
  19. «Os Nossos Caminhos de Ferro em 1935» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 48 (1153). 1 de Outubro de 1935. p. 5-9. Consultado em 26 de Janeiro de 2017 
  20. SOUSA, José Fernando de (1 de Junho de 1935). «A Crise Actual de Viação e os nossos Caminhos de Ferro de Via Estreita» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1139). p. 235-237. Consultado em 26 de Janeiro de 2017 
  21. a b c d e AMARO e MARQUES, p. 26-27
  22. AMARO e MARQUES, p. 28
  23. FONSECA, p. 33
  24. «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 40 (937). 1 de Janeiro de 1927. p. 6. Consultado em 1 de Novembro de 2012 
  25. a b c AMARO e MARQUES, p. 30-31
  26. AMARO e MARQUES, p. 32
  27. MARTINS et al, p. 198-199
  28. MARTINS et al, p. 201-203
  29. «Circulação de comboios cortada entre Contenças e Gouveia». Diário Digital. 19 de Agosto de 2009. Consultado em 25 de Agosto de 2011 
  30. «Incêndios: Linha da Beira Alta reaberta». Rádio Renascença. 19 de Agosto de 2009. Consultado em 25 de Agosto de 2011 
  • AMARO, António Rafael; MARQUES, Jorge Adolfo, S. A. e Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (2010). Viseu: Roteiros Republicanos. Col: Roteiros Republicanos. Matosinhos: Quidnovi - Edição e Conteúdos. 127 páginas. ISBN 978-989-554-738-8 
  • FONSECA, João José Samouco da (2003). História da Chamusca. Volume 3 de 3. Chamusca: Câmara Municipal. 298 páginas 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
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Ligações externas

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