Lúcio Cornélio Mérula
Lúcio Cornélio Mérula | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 193 a.C. |
Lúcio Cornélio Mérula (em latim: Lucius Cornelius Merula) foi um político da gente Cornélia da República Romana eleito cônsul em 193 a.C. com Quinto Minúcio Termo.
Consulado (193 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Foi eleito cônsul em 193 a.C. com Quinto Minúcio Termo. Um ano antes, com Caio Salônio, foi encarregado da fundação de uma colônia em Tempsa, em Brúcio.[1] quando foi assumir o cargo, ocorreram uma série de terremotos, depois dos quais, depois de uma consulta aos Livros Sibilinos, foi decidida a realização de três dias de cerimônias religiosas antes que pudessem ser empossados.[2]
Os dois foram encarregados de defender a República dos ataques dos lígures e boios na Gália Cisalpina.[3] Termo partiu de Arretio e seguiu para Pisae, que estava cercada por 40 000 bárbaros e libertou a cidade, mas não enfrentou diretamente os inimigos por que tinha um número insuficiente de legionários.[4]
Batalha de Mutina (193 a.C.)
[editar | editar código-fonte]Enquanto isso, Mérula seguiu para o território dos boios, que, evitando o combate direto, deram-lhe a oportunidade de saquear o território. Ele seguiu para Mutina, onde os boios tentaram levá-lo para uma emboscada. Porém, ele conseguiu descobri-la antes e obrigou-os a lutar. Na batalha, as tropas aliadas e as coortes especiais, comandadas por Marco Cláudio Marcelo, que havia sido cônsul em 196 a.C., e Tibério Semprônio Longo, cônsul do ano anterior, começaram a ceder sua posição, mas Mérula seguiu para apoiá-los, primeiro com uma e depois com duas de suas legiões e ordenou um ataque da cavalaria aliada, conduzida por Caio Lívio Salinador, que estava na reserva, o que provocou o rompimento das linhas inimigos e levou os romanos à vitória.[5]
Mérula escreveu para Roma para informar o Senado de sua vitória e recebeu de volta a ordem de retornar para a cidade para presidir as eleições, uma tarefa que competia a Minúcio, que estava impossibilitado de deixar a zona de guerra pois tentava impedir um ataque lígure ao território romano. O seu segundo em comando, Marco Cláudio Marcelo, enviou numerosas mensagens aos senadores criticando a sua condução da batalha e acusando-o de ter demorado para utilizar as tropas que estavam na reserva, provocando pesadas perdas ao exército romano, e de ter demorado também para utilizar a cavalaria romana, o que impediu os romanos de perseguirem com sucesso os fugitivos.[6] Quando chegou a Roma, o cônsul fez seu próprio relato das suas operações militares, do estado de sua província e pede um triunfo. Porém, Termo foi criticado por ter deixado Marcelo à frente de seu exército enquanto estava ausente, o que impediu que ele fizesse seu próprio relato, e não Semprônio Longo, que havia sido cônsul no ano anterior. Dois tribunos da plebe anunciaram seu veto a um senatus consultum em favor do triunfo, que acabou não se realizando.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Tibério Semprônio Longo com Cipião Africano II |
Lúcio Cornélio Mérula 193 a.C. |
Sucedido por: Lúcio Quíncio Flaminino |
Referências
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXXIV, 45.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXXIV, 54.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXXIV, 56.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXXIV, 3.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXXIV, 4-5.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXXIV, 6.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XXXV, 8.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Fontes primárias
[editar | editar código-fonte]- Lívio. Ab Urbe condita libri 🔗 (em inglês). [S.l.: s.n.]
Fontes secundárias
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- (em alemão) Lúcio Cornélio Mérula. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 3, Metzler, Stuttgart 1997, ISBN 3-476-01473-8, Pg. C. Merula, L.–Carolus-Ludovicus Elvers.