Mulher barbada
Uma mulher barbada ou mulher barbuda é uma mulher que apresenta uma barba visível. Estas mulheres há muito têm sido consideradas como atrações circenses, curiosidades teratológicas ou aberrações humanas.[1] Mais recentemente, ganharam o status de manifestação política contra os padrões de feminilidade vigentes.[2]
A atual detentora do recorde mundial de barba mais longa é Vivian Wheeler. Em 2000, sua barba media 28 cm de comprimento.[3]
Causas e consequências
[editar | editar código-fonte]Um pequeno número de mulheres é capaz de desenvolver naturalmente pelos faciais, chamado de hirsutismo, seja por uma variação do típico nível hormonal feminino, fatores genéticos. Ainda existindo casos artificialmente induzidos, através do uso de anabolizantes.[4]
Como barbas e bigodes são típicas características sexuais secundárias masculinas, mulheres com pelos faciais sofrem enorme pressão cultural para removê-los, visto que sua manutenção configura um estigma social. Justamente por isso, as exceções notáveis acabaram por tornar-se atrações burlescas entre o final do século XIX e o início do século XX, nos chamados "circos dos horrores".[1] Todavia, nem todas as "mulheres barbadas" exibidas em tais espetáculos eram barbas autênticas, sendo inclusive que algumas das pessoas que se apresentavam nem mulheres eram.[5]
Na cultura popular
[editar | editar código-fonte]- Nos capítulos 40 e 41 da segunda parte de Dom Quixote, a Dona Dolorida e outras damas usam barbas postiças. Elas dizem à Dom Quixote que suas barbas são o resultado de um encantamento maléfico, e que o cavaleiro deveria montar num cavalo de madeira (Clavileño) para desfazer o encanto.
- Em A Vida de Brian, do Monty Python, algumas mulheres judias (interpretadas por atores) usam barbas postiças para se fazer passar por homens e assim poder apedrejar um blasfemador que havia pronunciado O Nome de Jeová.
- As mulheres do país fictício de Elbonia criado por Scott Adams para sua tira diária Dilbert, possuem barbas.
- Em obras de fantasia, as anãs são frequentemente descritas como tendo barbas; entre os exemplos, estão as anãs da Terra Média[6] de J. R. R. Tolkien, e as anãs da série Discworld de Terry Pratchett.
- A série Carnivàle da HBO apresentou uma mulher barbada como uma das atrações do espetáculo.
- Em Macbeth de William Shakespeare, as Nornas têm barbas, entre outros atributos faciais estranhos.
- Num episódio de My Name Is Earl, Judy Greer interpreta uma mulher barbada que se junta ao circo.
- No filme SpaceBalls, a cápsula de fuga do vilão Dark Helmet é roubada por uma mulher barbada.
- Na série Cirque du Freak, uma das aberrações é uma bela mulher chamada Truska, que pode fazer crescer uma barba por sua própria vontade.
- Adriana Calcanhotto compôs uma música intitulada "A Mulher Barbada".[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «Circo dos horrores». Superinteressante. 2001. Consultado em 29 de março de 2009. Arquivado do original em 23 de janeiro de 2009
- ↑ C. Carr (1998). «Circus Minimus: Miller Wows 'Em in the Nabes!» (em inglês). The Village Voice. Consultado em 29 de março de 2009. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2008
- ↑ «Worlds Longest Female Beard» (em inglês). Consultado em 29 de março de 2009. Arquivado do original em 25 de fevereiro de 2009
- ↑ «Pêlos corporais». Discovery Channel. Consultado em 29 de março de 2009
- ↑ Jeffrey Stanton (1997). «Coney Island - Freaks» (em inglês). Consultado em 29 de março de 2009.
Most bearded women were actually men
- ↑ «Did Dwarf women have beards?» (em inglês). Consultado em 29 de março de 2009
- ↑ «A Mulher Barbada». Consultado em 29 de março de 2009
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Mulher Barbada»
- «Há futuro para a mulher barbada?»
- «Endocrinopatias na arte»
- BEECHY, Debra Anne.«How Facial Hair Influences Women's Everyday Experiences» (PDF) (em inglês)