Quiriguá
Parque Arqueológico e Ruínas de Quirigua ★
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Estela E, a maior encontrada da civilização maia, com 10 metros de altura | |
Tipo | Cultural |
Critérios | (i)(ii)(iv) |
Referência | 149 en fr es |
Região ♦ | América Latina e Caribe |
País | Guatemala |
Coordenadas | 15° 16′ N, 89° 04′ O |
Histórico de inscrição | |
Inscrição | 1981 |
★ Nome usado na lista do Património Mundial ♦ Região segundo a classificação pela UNESCO |
Quirigua é uma antiga cidade maia no departamento de Izabal, na Guatemala. Habitada desde o século II a.C., tornou-se capital durante o reinado de Cauac Sky (conhecido pelos maias como "Butz Tiliw" e "K’ak’ Tiliw Chan Yo'at"). As ruínas de Quirigua contém magnificos monumentos com 8 séculos e várias estelas, bem como calendários esculpidos que constituem uma fonte essencial para o estudo da Civilização Maia. É um Patrimônio Mundial, tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no ano de 1981. É, também, um Patrimônio Cultural Nacional, tombado pelo Ministério da Cultura e Esportes da Guatemala no ano de 1974, e faz parte do Sistema Guatemalteco de Áreas Protegidas (SIGAP).[1][2]
História
[editar | editar código-fonte]No ano de 426 d.C, a cidade maia de Quirigua foi fundada por Tok´ Casper, vassalo do primeiro governante e fundador da cidade de Copán, K´inich Yax K´uk Mo´, que queria dominar as rotas de comércio e controle no fornecimento de jade e obsidiana para criação de itens de cerimonial da região do rio Motagua.[2]
Em 738 d.C., K'ak' Tiliw Chan Yopaat se torna governante de Quirigua e, com a ajuda de Calakmul, entra em guerra com a cidade de Copán, matando Waxaklajuun Ub'aah K'awill. Quirigua se torna independente e detentor único da rota comercial mais importante da região. Durante o reinado de K´ak´ Tiliw Chan Yopaat, foram construídas oito estelas, duas esculturas zoomórficas e dois altares. Em 785 d.C., morre K´ak´ Tiliw Chan Yopaat e Xul Cielo se torna governante e, durante seu reinado, foram construídos três esculturas zoomórficas. No ano de 810 d.C., o último governante, Jade Cielo, sobre ao trono. No seu reinado, foram construídas duas estelas e reconstrução da Acrópole. Entre os anos de 738 d.C. e 850 d.C., Quirigua obteve crescimento econômico, social e artístico. Houve construção de novas palácios e espaços públicos como a Plaza Mayor.[2]
Por um período, Quirigua foi abandonada e, no final do século XI, foi habitada por novos colonos das planícies orientais e costas do Caribe. Esses novos habitantes reconstruíram a Acrópole com plataforma a oeste, direcionada para o rio e decoraram com mosaicos de K'inich Ajaw. E mais uma vez a cidade passa por um período de abandono.[2]
Em 1798, Juan Payes adquiriu terras nas margens do rio Motagua e no ano de 1839, quando desmembrou as terras em lotes, descobriu as ruínas maias. No ano de 1840, os arqueólogos John Stephens e Federick Catherwood foram os primeiros a estudarem as ruínas. E entre os anos de 1881 e 1894, o arqueólogo inglês Alfred Percival Maudslay realiza o primeiro estudo científico, escavações e recuperação da cidade maia de Quiriguá.[2]
No ano de 1968, Quiriguá foi incluído na lista de Sítios Arqueológicos da República da Guatemala. No ano de 1974, se tornou Patrimônio Histórico Nacional e a empresa Desarrollo Bananero de Guatemala Ltda., até então proprietária das terras onde se localizavam as ruínas, doa a área para o Governo da Guatemala. O Instituto de Antropologia e História (IDAHE), através do programa de Projetos Específicos do Instituto de Antropologia, hoje Programa de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (PROCORBIC), passa a administrar o local.[2]
No dia 13 de outubro de 2003, através do Acordo Governamental nº 673-2003, a área de proteção do Parque e o Sítio Arqueológico Quiriguá foi transferido para o Ministério da Cultura e Esportes da Guatemala.[2]
Características
[editar | editar código-fonte]O parque arqueológico possui uma área de trinta e quatro hectares, sendo treze hectares com as ruínas arqueológicas e vinte e um hectares de floresta. As ruínas da cidade maia são compostas pela Plaza Mayor, a Praça Cerimonial, a Acrópole, construídas em um sistema de pirâmides, terraços e escadas. Também há esculturas zoomórficas e antropomórficas e monumentos monolíticos, chamados de estelas, Todos os monumentos foram esculpidos em arenito sem o auxílio de ferramentas de metal. Nessas estelas estão gravados textos hieroglíficos que descrevem datas importantes do calendário, eventos celestes como eclipses, passagens da mitologia maia e eventos políticos, sociais e históricos importantes para a cidade.[1]
As construções entre os períodos de 450 d.C. e 725 d.C. foram feitas com pedras do rio e preenchidos com sedimentos de seixos e adobe. Após 725 d.C, as técnicas de construção foram sendo aperfeiçoadas com construção de muros e abóbadas, e o uso do estuque. Em um período, chegando a usar, nas fachadas, pedra riolita, mármore e arenito, cortados em blocos pequenos e lisos.[2]
Plaza Mayor
[editar | editar código-fonte]Possui a medida de 300 metros por 150 metros, com nove estelas e duas esculturas zoomórficas. Era o local de residência ou oficina da Família Real.[2]
Praça Cerimonial
[editar | editar código-fonte]Era onde ocorria os jogos com bola. Possui duas plataformas paralelas, com cerca de 23,5 metros por 25 metros e com 3 metros de altura. As plataformas foram preenchidas com terra e pedras, e possuem coberturas e a quadra foi ladeada com arquibancadas. Ao sul da praça há duas esculturas zoomórficas e a nordeste do praça existem 3 altares.[2]
Acrópole
[editar | editar código-fonte]A Acrópole foi construída sobre plataformas, possui sete construções semelhantes a palácios, ao redor de um pátio central. No átrio de um dos edifícios, há dois altares. Esses edifícios possuem quartos pequenos e corredores com teto abobadados.[2]
Estelas
[editar | editar código-fonte]- Estela H - de 751 d.C. - esculpida em forma de petate, símbolo usado pelos governantes maias. Nesta estela, K'ahk' Tiliw Chan Yopaat é representado com um adorno de cabeça em forma de onça e nas laterais tem a forma de cobras, e usa o título de ch'aho'm. Nas laterais da estela foi esculpido figuras do deus K'awiil, o protetor dos governantes.[3]
- Estela J - de 756 d.C. - foi esculpida a representação de K'ahk' Tiliw Chan Yopaat com o título de Kalo'mte' do sul, senhor do Copán negro, 14 governante de Witenah, varão do lugar sombrio do sonho. E representa a morte do governante de Copán por K'ahk' Tiliw Chan Yopaat.[3]
- Estela D - de 766 d.C. - foi esculpida em comemoração aos quarenta anos, no calendário maia, de governo de K'ahk' Tiliw Chan Yopaat.[3]
- Estela E - de 771 d.C. - foi esculpida durante a celebração de hotuun do ano 771, tendo como convidado o governante da cidade de Xkuy. As figuras relatam quando K'ahk' Tiliw Chan Yopaat foi nomeado governante da cidade, sendo subordinado de Copán e depois quando mata o governante de Copán e se nomeia rei de toda região.[3]
- Estela C - de 775 d.C. - foi esculpido um calendário, onde menciona a data de 13 de agosto de 3114 a.C., como a data da origem dos maias. E a data de 29 de dezembro do ano 775 d.C., celebração do término de hotuun com uma dança.[3]
- Estela A - de 775 d.C. - relata a celebração de de hotuun com uma dança. Onde K'ahk' Tiliw Chan Yopaat está usando luvas de onça e chinelos.[3]
Turismo
[editar | editar código-fonte]O parque arqueológico de Quiriguá está aberto a visitação com entrada paga.. Possui um centro de visitantes e museu.[2][4]
Referências
- ↑ a b «Parc archéologique et ruines de Quirigua». UNESCO Centre du patrimoine mondial (em francês). Consultado em 13 de abril de 2022
- ↑ a b c d e f g h i j k l Vásquez, Aura Cristina Peralta. (2010). Representación Gráfica Virtual y Análisis de la Arquitectura y Urbanismo del Sitio Arqueológico Ubicado en el Valle del Río Motagua, Izabal, Guatemala. Junta Directiva de la Facultad de Arquitectura da Universidad de San Carlos de Guatemala.
- ↑ a b c d e f «Parque Arqueológico Quiriguá». Ministério da Cultura e Esportes de Guatemala (em espanhol). Consultado em 13 de abril de 2022
- ↑ «Guatemala felicita a António Guterres por segundo mandato al frente de la ONU». Agencia Guatemalteca de Noticias (em espanhol). 18 de junho de 2021. Consultado em 13 de abril de 2022