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Xoán Vicente Viqueira

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Xoán Vicente Viqueira
Xoán Vicente Viqueira
Nascimento 22 de outubro de 1886
Madrid
Morte 29 de agosto de 1924 (37 anos)
A Lagoa
Cidadania Espanha
Cônjuge Jacinta Landa Vaz
Filho(a)(s) Luísa Viqueira Landa
Alma mater
Ocupação tradutor, escritor
Distinções
Causa da morte osteomielite
Johán Vicente Viqueira Cortón

Johán Vicente Viqueira Cortón (Madrid, 1886Bergondo, 1924) foi um filósofo, pensador e escritor galego do final do século XIX e começo do século XX. Em 1974 foram-lhe dedicados os atos do Dia das Letras Galegas.[1]

Johán Vicente Viqueira Cortón nasceu em Madrid em 22 de outubro de 1886 numa família liberal e culta originária de Betanzos. Pronto a família translada-se de volta à Galiza, primeiro à Corunha e depois a uma propriedade familiar em Vixoi (Bergondo), onde Viqueira mora até os doze anos em contato com a língua galega.

Em 1898 desloca-se novamente para Madrid para estudar na Institución Libre de Enseñanza (ILE). Com quinze anos viaja a Paris por causa de uma doença óssea (da qual irá morrer com quarenta e oito anos). A sua estadia em Paris, além disso, servir-lhe-á para assistir aulas e cursos na Universidade da Sorbona e no Colégio da França, onde escuta lições dos sociológos Émile Durkheim e Bouglé, do antropologo Lucien Lévy-Bruhl ou do filósofo Henri Bergson e onde termina contatando com a Psicologia experimental através dos psicólogos Carl Stumpf, Max Dessoir, Rupp, Wilhelm Müller e Wilhelm Wundt enquanto continua a sua formação filosófica com Edmund Husserl, Bernard Katz e Alois Riehl e termina a sua tese de doutoramento.

Em 1911 licencia-se em Filosofia pela Universidade de Madrid e viaja à Alemanha, onde assiste a seminários de Psicologia e Pedagogia em diferentes universidades. Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial e sendo já doutor em Filosofia, desloca-se para a Inglaterra, onde residirá meses antes de regressar novamente a Madrid para dar aulas na ILE. Ali permaneceu até 1917, quando ganhou a oposição à cátedra de Filosofia no liceu de Santiago de Compostela. Regressa desse modo à Galiza.

Em Santiago contata com as Irmandades da Fala e consolida a fama adquirida com as suas publicações sobre temas pedagógicos e sociológicos. Nesse mesmo ano casa com Jacinta Landa e entra também em contato com a cultura portuguesa na sua viagem de casamento. Desloca-se à Corunha, onde, ao mesmo tempo que desenvolve uma intensa atividade inteletual, se incorpora à Irmandade da Fala local e inicia a sua colaboração com A Nosa Terra com artigos sobre teoria nacionalista, galeguização da educação, normalização do idioma e reintegração das escritas galegas à corrente lusófona internacional, etc. Colabora com outros meios galegos (como Nós ou Ronsel) e portugueses (como A Aurora do Lima). Continua a publicar sobre Pedagogia e Psicologia; realiza traduções para o espanhol de filósofos e psicólogos de prestígio; e, com Antón Villar Ponte, inicia um projeto de publicações que dará posteriormente origem à editora Lar (1924). Por causa da sua doença não curada, Viqueira morre em 29 de agosto de 1924.

Em espanhol, Viqueira escreveu obras sobre filosofia, psicologia e pedagogia como Introducción a la Psicología pedagógica, Elementos de ética, Lecciones elementales de historia de la Filosofia, Ética y Metafísica, ou La Psicologia contemporánea, ademais de realizar traduções para esse mesmo idioma de Teócrito, Immanuel Kant, David Hume, Vorländer e George Berkeley.

Mas a obra de Johán Vicente Viqueira vai além dos ensaios escritos sobre Pedagogia e Psicologia. Vai mesmo além seu ensaio Pensamentos para uma universidade galega, publicado pela revista Nós e das suas numerosas colaborações sobre teoria nacionalista n'A Nosa Terra, em que traduz a ideia da "psicologia dos povos" de Wundt, e entre as quais destacam as séries "A nossa escola" (1917), "Os nossos problemas educativos" (1918), e "Pola reforma da ortografia" (1918), texto que fez com que hoje seja considerado por muitos como o pai do reintegracionismo galego. Contudo, a compilação da sua obra será apenas publicada postumamente: primeiro em espanhol, em 1930, sob o título de Ensayos y poesías; e em galego, sob o título Ensaios e poesias (Ed. Galaxia) só em 1974, ano em que lhe foi dedicado do Dia das Letras Galegas.

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  1. «Xoán Vicente Viqueira». Biblioteca Nacional de Portugal. Consultado em 7 de agosto de 2020