O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria, que cabe à Corte determinar se o município do Rio de Janeiro pode encerrar unilateralmente a concessão da Linha Amarela sem indenizar a concessionária responsável. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (7), durante o julgamento da Reclamação (Rcl) 43697.
A questão teve início quando o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) suspendeu os efeitos de uma lei municipal que autorizava a incorporação da via expressa, argumentando que a medida violaria o direito fundamental da concessionária à justa indenização. Posteriormente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a decisão do TJ-RJ, o que permitiria que o município assumisse a administração direta da Linha Amarela, sob a justificativa de evitar lesão à ordem pública e administrativa.
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) recorreu ao STF e alegou que a decisão do STJ extrapolava suas atribuições, uma vez que a questão envolvia matéria constitucional e, portanto, deveria ser julgada pelo Supremo.
O ministro Luiz Fux destacou que a disputa transcende uma mera questão contratual entre o município e a concessionária. Segundo ele, trata-se de uma ação direta de inconstitucionalidade estadual contra a lei complementar municipal que autorizou a encampação, fundamentada no direito fundamental à justa indenização. Assim, Fux concluiu que a competência para analisar a suspensão da liminar do TJ-RJ é do STF, e não do STJ. Esse foi o entendimento que prevaleceu na Corte.
Com essa decisão, permanece em vigor a liminar concedida por Fux em 2021, quando presidia o Tribunal, que suspendeu os efeitos da decisão do STJ e interrompeu o processo de encampação da Linha Amarela.
Na ocasião, o objetivo era possibilitar uma tentativa de conciliação entre o município e a concessionária, que não obteve sucesso. Agora, caberá ao atual presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, decidir sobre a manutenção ou não dessa liminar.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião