Teodósia (Crimeia)
Teodósia (em ucraniano: Феодосія (Feodossia); em russo: Феодосия) é uma cidade da República Autônoma da Crimeia, na Ucrânia. Chamava-se Caffa quando era colônia genovesa e Keve à época do Império Otomano. Localizada no mar Negro, Teodósia é um importante porto e localidade turística de veraneio.
Teodósia Феодосія | |
---|---|
Fortaleza genovesa em Teodósia. | |
Prefeito | Volodymyr Chaïderov |
Área | 35 km² |
População (n.d.) | 97 721 habitantes |
Densidade | 2792 hab/km² |
Altitude | 50 metros |
Fundação | século VI a.C. |
Código telefônico | 6562 |
Cidade da Ucrânia |
Geografia
editarTeodósia é um porto comercial da costa meridional da península da Crimeia e ocupa uma posição estratégica nas proximidades do estreito de Kerch, que liga o mar Negro ao mar de Azov, mar que governa o acesso ao rio Don e, por lá, ao mar Cáspio, através do canal do Volga. Teodósia se situa nas proximidades imediatas dos contrafortes russos do Cáucaso marítimo.
História
editarAo longo de sua história, Teodósia foi sucessivamente ocupada por gregos, tártaros, genoveses (sob o nome de Caffa ou Kaffa), pelos otomanos (sob o nome de Keve), poloneses, cossacos e enfim, pelos russos.
A fundação da cidade pelos gregos remonta ao século VI a.C. e é contemporânea de Quersoneso, antiga cidade próxima a Sebastopol. Teodósia, com seu porto em que cabiam até cem navios, marcava a fronteira entre a Táurica e o Reino do Bósforo, cuja metrópole era Panticapeia.[1]
Segundo a tradição, no tempo dos gregos Teodósia era abastecida de água potável através de um engenhoso sistema capaz de captar a água do orvalho. Esse sistema teria sido reconstituído com sucesso, no início do século XIX, por Friedrich Zibold, mas sua impossibilidade concreta foi demonstrada recentemente pelo pesquisador francês Daniel Beysens [2].
Mais tarde, Teodósia tornou-se colônia de Gênova e tomou o nome de Caffa. Foi o centro de influência genovesa no norte do mar Negro. Os genoveses se estabeleceram no local em 1281, mas logo tiveram que deixá-lo em razão dos ataques dos tártaros, para retornar somente em 1312. Em 1346, irrompe a epidemia de peste negra em Caffa. Os tártaros, sob o comando de Jani Beg, foram provavelmente pioneiros no uso de arma biológica: durante o cerco de Caffa, jogavam os corpos de seus soldados mortos pela peste por cima dos muros da cidade.
No fim do século XV, a cidade tinha cerca de 70.000 habitantes - 80% genoveses - e havia se tornado um centro comercial importante. O porto podia acolher pelo menos duzentos navios. [3] Grande parte do comércio no mar Negro passava por Caffa, e os genoveses procuraram monopolizar esse comércio, com certo sucesso. Mas em 1475, tiveram que se retirar de Caffa e de outras colônias e feitorias às margens do mar Negro, em razão do avanço dos otomanos.
Em 1622, durante uma incursão de cossacos no mar Negro, a serviço da Polônia, a cidade foi saqueada.
Referências
- ↑ Estrabão, Geografia, Livro VII, Capítulo 4, 4
- ↑ Irina Mylymuk et Daniel Beysens, A la poursuite des fontaines aériennes ou Les incroyables aventures des Français en Ukraine, éd. book-e-book.com, Zététique, 2005, 180 p. ISBN 2915312087
- ↑ BALARD, Michel. La Romanie génoise, Rome et Gênes, Ecole Française de Rome, 1978, 2 vol.