Mostrar código-fonte de Cristianismo

{{ver desambig|redir=O Caminho|o filme com Martin Sheen|The Way (filme)}}
{{Info/Religião/Cristianismo}}
{{Cristianismo}}
'''Cristianismo''' (do [[Língua grega|grego]] Xριστός, "Christós", messias, ungido, do heb. משיח "Mashiach") é uma [[religião]] [[Monoteísmo|monoteísta]] [[Religiões abraâmicas|abraâmica]] baseada na vida e [[Ministério de Jesus|nos ensinamentos]] de [[Jesus|Jesus de Nazaré]]. É a [[Principais grupos religiosos|maior e mais difundida religião do mundo]], com cerca de {{tooltip|2,4 [[bilhões]]|2 400 000 000}}[[Escalas curta e longa|*]] de seguidores, representando um terço da [[População mundial|população global]].<ref name="auto3">{{Citar web|url=http://www.globalreligiousfutures.org/explorer#/?subtopic=15&chartType=bar&year=2020&data_type=number&religious_affiliation=all&destination=to&countries=Worldwide&age_group=all&gender=all&pdfMode=false|titulo=Religion Information Data Explorer|acessodata=2022-10-13|website=Global Religious Futures}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Jan Pelikan|primeiro=Jaroslav|url=https://www.britannica.com/topic/Christianity|titulo=Christianity|data=13-08-2022|publicado=[[Encyclopædia Britannica]]}}</ref> Estima-se que seus adeptos, conhecidos como [[Cristão|cristãos]], constituem a maioria da população em 157 países e territórios.<ref name="PewDec2012">{{Citar web|ultimo=Analysis|url=https://assets.pewresearch.org/wp-content/uploads/sites/11/2014/01/global-religion-full.pdf|titulo=Global religious landscape: Christians|data=19-12-2011|acessodata=17-08-2012|publicado=Pewforum.org|wayb=20180323215026|urlmorta=não}}</ref> A maioria dos cristãos acredita que Jesus é o [[Filho de Deus]], cuja vinda como o [[Messias]] foi profetizada na [[Bíblia hebraica]] (chamada de [[Antigo Testamento]] no cristianismo) e registrada no [[Novo Testamento]].<ref>{{Harvnb|Woodhead|2004|p=n.p}}</ref>

O cristianismo permanece culturalmente diverso em seus ramos [[Cristianismo ocidental|ocidental]] e [[Cristianismo oriental|oriental]], bem como em suas doutrinas relativas [[Justificação (teologia)|à justificação e à natureza da salvação]], [[eclesiologia]], ordenação e [[cristologia]]. Os [[Confissão de fé|credos]] de várias [[Lista de denominações cristãs|denominações cristãs]] geralmente têm em comum Jesus como o Filho de Deus — o ''[[Logos (cristianismo)|Logos]]'' [[Encarnação (cristianismo)|encarnado]] — que [[Ministério de Jesus|ministrou]], [[Paixão (cristianismo)|sofreu]] e [[Crucificação de Jesus|morreu na cruz]], mas [[Ressurreição de Jesus|ressuscitou dos mortos]] para a [[salvação]] da humanidade. Os quatro [[Evangelho|evangelhos canônicos]] de [[Evangelho segundo Mateus|Mateus]], [[Evangelho segundo Marcos|Marcos]], [[Evangelho segundo Lucas|Lucas]] e [[Evangelho segundo João|João]] descrevem a vida e os ensinamentos de Jesus, com o Antigo Testamento como contexto do evangelho.

O [[Cristianismo primitivo|cristianismo começou]] no [[século I]] como uma seita [[Judaísmo do Segundo Templo|judaica]] com [[Judaísmo helenístico|influência helenística]], na [[Província romana|província]] [[Império Romano|romana]] da [[Judeia (província romana)|Judeia]]. Os [[Discípulo (Cristianismo)|discípulos]] de Jesus espalharam sua fé pela região do [[Mediterrâneo Oriental|Mediterrâneo oriental]], apesar de serem [[Perseguição aos cristãos no Império Romano|significativamente perseguidos]]. A inclusão dos [[Gentio|gentios]] levou o cristianismo a se [[Cristianismo judaico|separar lentamente do judaísmo]] (século II). O [[Imperador romano|imperador]] [[Constantino]] descriminalizou o cristianismo no [[Império Romano]] pelo [[Édito de Milão]] (313), convocando posteriormente o [[Primeiro Concílio de Niceia|Concílio de Niceia]] (325), onde o cristianismo primitivo foi consolidado no que se tornaria a [[igreja estatal do Império Romano]] (380). A [[Igreja do Oriente]] e a [[Igrejas ortodoxas orientais|Ortodoxia Oriental]] dividiram-se por diferenças na [[cristologia]] (século V),<ref name="Kimbrough p. 23">{{Harvnb|Kimbrough|2005|p=23}}</ref> enquanto a [[Igreja Ortodoxa]] e a [[Igreja Católica]] se separaram no [[Grande Cisma|Cisma Oriente-Ocidente]] (1054). O protestantismo se dividiu da Igreja Católica em várias denominações na era da [[Reforma Protestante]] (século XVI). Após a [[Era dos Descobrimentos]] (séculos XV a XVII), o cristianismo se expandiu por todo o mundo por meio do [[Missão cristã|trabalho missionário]], comércio extensivo<ref>{{Harvnb|Bautista|Lim|2009|p=28}}</ref> e [[colonialismo]]. Essa religião [[Impacto do cristianismo na civilização|um papel proeminente]] no desenvolvimento da [[Cultura ocidental|civilização ocidental]], particularmente na Europa desde a [[Antiguidade Tardia]] até a [[Idade Média]].<ref>{{Harvnb|Beyer|2006|p=146}}</ref><ref name="Cambridge University Historical Series">{{Citar periódico|publicado=Cambridge University Historical Series|título=An Essay on Western Civilization in Its Economic Aspects|página=40}}</ref><ref name="Caltron J.H Hayas">{{Harvnb|Caltron|1953|p=2}}</ref>

Os seis principais [[Denominação cristã|ramos cristãos]] são a [[Igreja Católica]] (1,3 bilhão), o [[Protestantismo]] (800 milhões),{{Nota de rodapé|As denominações [[Adventismo]], [[Anabatismo]] ([[Amish]], [[Igreja Cristã Apostólica|Apostólica]], [[Comunidades de Bruderhof|Bruderhof]], [[Hutteritas]], [[Menonitas]], [[River Brethren]] e [[Dunkers|Schwarzenau Brethren]]), [[Anglicanismo]], [[Igreja Batista|Batista]], [[Igreja Católica Apostólica|Irvingianismo]], [[Luteranismo]], [[Metodismo ]], [[Igreja Morávia|Moravianismo/Hussitas]], [[Pentecostalismo]], [[Irmãos de Plymouth]], [[Quacres|Quakerismo]], [[Calvinismo|Cristianismo Reformado]] ([[Igreja Congregacional|Congregacionalista ]], [[Igrejas Reformadas Continentais|Reforma continental]] e [[Presbiterianismo|Presbiterianos]]) e [[Valdenses|Valdensianismo]] são as principais famílias do protestantismo. Outros grupos que às vezes são considerados protestantes incluem congregações [[Cristianismo não-denominacional|cristãs não-denominacionais]].<ref name="Melton2005">{{Harvnb|Melton|2005|p=398}}</ref>}} a [[Igreja Ortodoxa]] (220 milhões), as [[Igrejas Ortodoxas Orientais]] (60 milhões),<ref>{{Citar periódico|url=https://www.pewforum.org/2011/12/19/global-christianity-traditions/|título=Christian Traditions|data=19-12-2011|periódico=Pew Research Center's Religion & Public Life Project}}</ref><ref name="CSGC2019">{{Citar web|url=https://www.gordonconwell.edu/wp-content/uploads/sites/13/2019/04/StatusofGlobalChristianity20191.pdf?__cf_chl_jschl_tk__=dbc877fea75b25fc6737b0fd6bd1d6bd5d4e0119-1589502882-0-AWKZpJ8Cde9iLLQo_A-22M_6Yx_NzYkoJXkWheGxqt79XJKGAsGe9toy2d0WPGwhF-35Z5iB65LQsTW3m1PdGbFd6Pz1FN8-LTUPA-7p3VA9qU1sUJgKAyskRYjdAd0nnbE1K-Hekmpb1HvqRyiyTVMvdoiAQgbQ-x1tFESeE7IEPbEr0ePTUaTOq_G4kXbl8tty1gBEzw8IXz3nc987229mqJBKaNGFMSVFhwIzaLKjTkv5qbwuKBmYwZgAVO2HRopF4H-YG7QxTS3V8NgWvWxvKHSwzN3xPcJXwStewDjYL9XE7FUB8bncjdGvSFX_yA3OZlfXOAqatMcH3w0Jebe-r7HC14HXVGSUPzjxATzH3krdCRrsVQ5T_N3AEDXA-TDldZcNJpl_EpuDcfobDniMsNiSbFzIH6EuBv7Vy4aP|titulo=Status of Global Christianity, 2019, in the Context of 1900–2050|publicado=Center for the Study of Global Christianity}}</ref> a [[Igreja do Oriente]] (0,6 milhões) e o [[Restauracionismo]] (35 milhões),<ref name="Riswold2009">{{Harvnb|Riswold|2009}}</ref> embora existam milhares de comunidades menores, apesar dos esforços em direção à unidade ([[ecumenismo]]).<ref name="BBC">{{Citar jornal|ultimo=Peter|primeiro=Laurence|url=https://www.bbc.com/news/world-europe-45877584|titulo=Orthodox Church split: Five reasons why it matters|data=17-10-2018|acessodata=17-10-2018|publicado=BBC}}</ref> Apesar de um declínio na adesão no [[Mundo ocidental|Ocidente]], o cristianismo continua sendo a religião dominante na região, com cerca de 70% dessa população se identificando como cristã.<ref name="Global Christianity">{{Citar web|url=https://assets.pewresearch.org/wp-content/uploads/sites/11/2011/12/Christianity-fullreport-web.pdf|titulo=Global Christianity – A Report on the Size and Distribution of the World's Christian Population|publicado=Pew Research Center|wayb=20190801204254|urlmorta=não}}</ref><ref>{{Harvnb|Henderso|Maoz|2020|pp=129–130}}</ref> O cristianismo está crescendo na [[África]] e na [[Ásia]], os continentes mais populosos do mundo.<ref name="Global Christianity" /> Os cristãos continuam sendo muito [[Perseguição aos cristãos|perseguidos]] em muitas regiões do mundo, particularmente no [[Médio Oriente|Oriente Médio]], [[Norte de África|Norte da África]], [[Ásia Oriental|Leste Asiático]] e [[Ásia Meridional|Sul da Ásia]].<ref name="BBC genocide 2019 BBC">{{Citar web|url=https://www.bbc.com/news/uk-48146305|título=Christian persecution 'at near genocide levels|obra=BBC News|data=03-05-2019|acessodata=07-10-2019}}</ref><ref name="Wintour 2019 Guardian"/>

== Etimologia ==
Os primeiros cristãos judeus se referiam a si mesmos como 'O Caminho' ({{lang-grc-x-koine|τῆς ὁδοῦ|tês hodoû}}), provavelmente vindo de Isaías 40:3, "prepare o caminho do Senhor". De acordo com [[Atos 11|Atos 11:26]], o termo "cristão" ({{Lang|grc-x-koine|Χρῑστῐᾱνός}}, {{Transl|grc|Khrīstiānós}}), que significa "seguidores de Cristo" em referência aos [[Discípulo (Cristianismo)|discípulos]] de Jesus, foi usado pela primeira vez na cidade de [[Cristianismo primitivo|Antioquia]] pelos habitantes não judeus de lá.<ref>{{Harvnb|Peterson|1959|pp=353–72}}</ref> O uso registrado mais antigo do termo "cristianismo/cristianismo" ({{Lang|grc-x-koine|Χρῑστῐᾱνισμός}}, {{Transl|grc|Khrīstiānismós}}) foi por [[Inácio de Antioquia]] por volta de 100 a.C.{{Sfn|Elwell|Comfort|2001|pp=266, 828}}

== Crenças ==
Embora os cristãos em todo o mundo compartilhem convicções básicas, também existem várias diferenças de interpretações e opiniões sobre a [[Bíblia]] e as [[Tradição católica|tradições sagradas]] nas quais o cristianismo se baseia.<ref name="Olsen">{{Harvnb|Olson|2002a|pp=29-30}}</ref>

=== Credos ===
{{AP|Confissão de fé}}
[[Ficheiro:Nicaea_icon.jpg|miniaturadaimagem|upright|Um ícone [[Cristianismo oriental|cristão oriental]] representando o Imperador [[Constantino]] e os Padres do [[Primeiro Concílio de Niceia|Primeiro Concílio de Nicéia]] (325) como detentores do [[credo niceno-constantinopolitano]] de 381]]

Declarações doutrinárias concisas ou confissões de crenças religiosas são conhecidas como [[Confissão de fé|credos]]. Eles começaram como fórmulas batismais e foram posteriormente expandidos durante as controvérsias [[Cristologia|cristológicas]] dos séculos IV e V para se tornarem declarações de fé. "[[Jesus é o Senhor]]" é o credo mais antigo do cristianismo e continua a ser usado, como no [[Conselho Mundial de Igrejas]].<ref name="Tayviah1995">{{Harvnb|Tayviah|1995|p=29}}</ref>

O [[Credo dos Apóstolos]] é a declaração mais amplamente aceita dos artigos da fé cristã. É usado por várias [[Lista de denominações cristãs|denominações cristãs]] para fins [[Liturgia|litúrgicos]] e catequéticos, mais visivelmente por igrejas litúrgicas da tradição [[Cristianismo ocidental|cristã ocidental]], incluindo a [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Latina]] da [[Igreja Católica]], [[Luteranismo]], [[Anglicanismo]] e [[Ortodoxia Ocidental|Ortodoxia de Rito Ocidental]]. Também é usado por [[Presbiterianismo|presbiterianos]], [[Metodismo|metodistas]] e [[Congregacionalismo|congregacionais]].<ref>{{Harvnb|Rogers|1985|pp=62–63}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.reformed.org/documents/apostles_creed_orr.html|primeiro=James|último=Orr|título=The Apostles' Creed|website=International Standard Bible Encyclopedia|publicado=Reformed|acessodata=19-05-2011|wayb=20110622082715|urlmorta=sim}}</ref>

Este credo particular foi desenvolvido entre os séculos II e IX. Suas doutrinas centrais são as da [[Trindade (cristianismo)|Trindade]] e de [[Deus no Cristianismo|Deus]] o [[Divindade criadora|Criador]]. Cada uma das doutrinas encontradas neste credo pode ser atribuída a declarações correntes no [[período apostólico]]. O credo foi aparentemente usado como um resumo da doutrina cristã para candidatos ao batismo nas igrejas de Roma.<ref>{{Harvnb|Pelikan|Hotchkiss|2003}}</ref> Seus pontos incluem:

* Crença em [[Deus, o Pai|Deus Pai]], [[Jesus|Jesus Cristo]] como [[Filho de Deus]] e no [[Espírito Santo]];
* A [[Crucificação de Jesus|morte]], [[Descida de Cristo aos infernos|descida aos infernos]], [[Ressurreição de Jesus|ressurreição]] e [[Ascensão de Jesus|ascensão]] de Cristo;
* A santidade da [[Igreja]] e a [[Comunhão dos Santos|comunhão dos santos]]
* A [[Segunda vinda de Cristo|segunda vinda]] de Cristo, o [[Juízo Final|Dia do Juízo]] e a [[salvação]] dos fiéis.

O [[Credo Niceno]] foi formulado, em grande parte em resposta ao [[arianismo]], nos concílios de [[Primeiro Concílio de Niceia|Nicéia]] e [[Primeiro Concílio de Constantinopla|Constantinopla]] em 325 e 381, respectivamente,<ref>{{Citar web|url=https://www.cuf.org/2005/02/we-believe-in-one-god-the-nicene-creed-at-mass/|titulo="We Believe in One God....": The Nicene Creed and Mass|data=02-2005|acessodata=16-06-2014|publicado=Catholics United for the Fath|wayb=20140819224429|urlmorta=sim}}</ref><ref>''Encyclopedia of Religion'', "Arianism".</ref> e ratificado como o credo universal da [[cristandade]] pelo [[Primeiro Concílio de Éfeso]] em 431.<ref name="ephesus">{{Citar web|url=https://www.newadvent.org/cathen/05491a.htm|título=Council of Ephesus|obra=[[Catholic Encyclopedia]]}}</ref>

O [[Credo calcedoniano|Credo de Calcedônia]], desenvolvido no [[Concílio de Calcedónia|Concílio de Calcedônia]] em 451,<ref>{{Citar web|url=https://chi.gospelcom.net/DAILYF/2003/10/daily-10-08-2003.shtml|título=First Meeting of the Council of Chalcedon|obra=Christian History Institute|arquivourl=https://archive.ph/1BWt7|arquivodata=06-04-2014|urlmorta=sim}}</ref> embora rejeitado pelos [[Igrejas ortodoxas orientais|ortodoxos orientais]],<ref>{{Citar periódico|url=https://www.britishorthodox.org/113e.php|título=The Oriental Orthodox Rejection of Chalcedon|data=02-2006|periódico=Glastonbury Review|número=113|autor=Peter Theodore Farrington|wayb=20080619122112|urlmorta=sim}}</ref> ensinou Cristo "a ser reconhecido em duas naturezas, inconfundivelmente, imutavelmente, indivisivelmente, inseparavelmente": uma divina e uma humana, e que ambas as naturezas, embora perfeitas em si mesmas, também estão [[União hipostática|perfeitamente unidas em uma pessoa]].<ref>{{Citar web|url=https://www.dailycatholic.org/history/4ecumen2.htm|título=Letter to Flavian|autor=Papa Leão I|wayb=20220620231801|urlmorta=sim}}</ref>

O [[Credo de Atanásio|Credo Atanásio]], recebido na Igreja Ocidental como tendo o mesmo estatuto do Nicênico e Calcedônio, diz: "Adoramos um Deus em Trindade e Trindade em Unidade; sem confundir as Pessoas nem dividir a [[Consubstancialidade|Substância]]".<ref>{{Citar web|url=https://www.newadvent.org/cathen/02033b.htm|título=Athanasian Creed|obra=Catholic Encyclopedia}}</ref>

A maioria dos cristãos ([[Igreja Católica|católicos]], [[ortodoxos orientais]], [[Igrejas ortodoxas orientais|ortodoxos orientais]] e [[Protestantismo|protestantes]]) aceita o uso de credos e subscreve pelo menos um dos credos mencionados acima.<ref name="UMC—Our Common Heritage as Christians">{{Citar web|url=https://archives.umc.org/interior.asp?mid=1806|titulo=Our Common Heritage as Christians|acessodata=31-12-2007|publicado=The United Methodist Church|wayb=20060114032325|urlmorta=sim}}</ref>

Certos [[Evangelicalismo|protestantes evangélicos]], embora não todos, rejeitam os credos como declarações definitivas de fé, mesmo concordando com parte ou com a totalidade da substância deles. Por exemplo, a maioria dos [[Igreja Batista|batistas]] não usa credos "na medida em que não buscaram estabelecer confissões de fé obrigatórias uns nos outros".<ref name="Avis">{{Harvnb|Avis|2002|p=111}}</ref> Entre outros grupos que também rejeitam credos estão grupos com raízes no [[restauracionismo]], como a [[Discípulos de Cristo (igreja)|Igreja Cristã (Discípulos de Cristo)]] e as [[Igrejas de Cristo]].<ref>{{Citar web|autor=White, Howard A.|url=https://www.appiusforum.net/restoration.html|título=The History of the Church|wayb=20171130221959|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Harvnb|Cummins|1991|pp=14–15}}</ref><ref name="Rhodes 2005">{{Harvnb|Rhodes|2005|p=123}}</ref>

=== Jesus ===
{{AP|Jesus|Cristo}}
{{VT|Encarnação (cristianismo)|Jesus na mitologia comparada}}
[[Ficheiro:CompositeJesus.JPG|direita|miniaturadaimagem|upright|As várias [[Representação de Jesus na arte|representações de Jesus]]]]
O princípio central do cristianismo é a crença em [[Jesus]] como o [[Filho de Deus]] e o [[Messias]] (Cristo).<ref>{{Harvnb|Woodhead|2004|p=45}}</ref> Os cristãos acreditam que Jesus, como o [[Messias]], foi [[Unção|ungido]] por Deus como salvador da humanidade e sustentam que a vinda de Jesus foi o cumprimento das profecias messiânicas do [[Antigo Testamento]]. O conceito cristão de messias difere significativamente do conceito judaico contemporâneo. A crença cristã central é que, por meio da crença e aceitação [[Ressurreição de Jesus|da morte e ressurreição de Jesus]], os humanos [[Pecado original|pecadores]] podem se reconciliar com Deus e, assim, receber a salvação e a promessa da [[Imortalidade|vida eterna]].<ref>{{Harvnb|Metzger|Coogan|1993|pp=513, 649}}</ref>

Embora tenha havido muitas disputas [[Teologia cristã|teológicas]] sobre a [[Cristologia|natureza de Jesus]] ao longo dos primeiros séculos da história cristã, geralmente os cristãos acreditam que Jesus é [[Encarnação (cristianismo)|Deus encarnado]] e "[[União hipostática|verdadeiro Deus e verdadeiro homem]]" (ou totalmente divino e totalmente humano). Jesus, ao tornar-se [[Encarnação (cristianismo)|plenamente humano]], sofreu as dores e as tentações de um homem mortal, mas não pecou. Como totalmente Deus, ele ressuscitou. De acordo com o [[Novo Testamento]], ele [[Ressurreição de Jesus|ressuscitou]] dos mortos, [[Ascensão de Jesus|ascendeu]] ao céu, está sentado à direita do Pai<ref>[[wikisource:Nicene Creed|s:Nicene Creed]]</ref> e finalmente [[Segunda vinda de Cristo|retornará]].<ref>{{Bibleref2|Acts|1:9–11}}</ref> 

De acordo com os [[Evangelho|evangelhos canônicos]] de [[Evangelho segundo Mateus|Mateus]] e [[Evangelho segundo Lucas|Lucas]], Jesus foi [[Encarnação (cristianismo)|concebido]] pelo [[Espírito Santo]] e [[Nascimento de Jesus|nasceu]] [[Maria (mãe de Jesus)|da Virgem Maria]]. Pouco da [[infância]] de Jesus está registrada nos evangelhos canônicos.<ref>{{Harvnb|Gambero|1999}}</ref> 

==== Morte e ressurreição ====
{{AP|Crucificação de Jesus|Ressurreição de Jesus}}
[[Ficheiro:Cristo_crucificado.jpg|miniaturadaimagem|upright|''Crucificação'', representando a morte de [[Jesus]] na [[Cruz cristã|Cruz]], pintura de [[Diego Velázquez]], {{Circa|1632|lk=no}}]]
Os cristãos consideram a ressurreição de Jesus a pedra angular de sua fé (ver [[1 Coríntios 15]]) e o evento mais importante da história.<ref>{{Harvnb|Hanegraaff|2002|p=15}}</ref> Entre as crenças cristãs, a morte e a ressurreição de Jesus são dois eventos centrais nos quais se baseia grande parte da doutrina e da teologia cristãs.<ref name="ACU-Death & Resurrection">{{Citar web|url=https://dlibrary.acu.edu.au/research/theology/Walsh.htm|titulo=The Significance of the Death and Resurrection of Jesus for the Christian|acessodata=16-05-2007|publicado=Australian Catholic University National|wayb=20070901153606|urlmorta=sim}}</ref> De acordo com o Novo Testamento, Jesus foi [[Crucificação|crucificado]], morreu fisicamente, foi sepultado em uma tumba e ressuscitou dos mortos três dias depois.

O Novo Testamento menciona várias [[Ressurreição de Jesus|aparições pós-ressurreição de Jesus]] em diferentes ocasiões para seus [[Apóstolo|doze apóstolos]] e [[Discípulo (Cristianismo)|discípulos]], incluindo "mais de quinhentos irmãos de uma vez",<ref>{{Bibleref2|1Cor|15:6}}</ref> antes da [[Ascensão de Jesus|ascensão de Jesus ao céu]]. A morte e ressurreição de Jesus são comemoradas pelos cristãos em todos os cultos, com destaque especial durante a [[Semana Santa]], que inclui a [[Sexta-feira Santa]] e o [[Páscoa|Domingo de Páscoa]]. A morte e ressurreição de Jesus são geralmente consideradas os eventos mais importantes na [[teologia cristã]], em parte porque demonstram que Jesus tem poder sobre a vida e a morte e, portanto, tem autoridade e poder para dar [[Imortalidade|vida eterna]] às pessoas. As igrejas cristãs aceitam e ensinam o relato do [[Novo Testamento]] sobre a ressurreição de Jesus, com pouquíssimas exceções. Alguns estudiosos modernos usam a crença cristãs na ressurreição como ponto de partida para estabelecer a continuidade do [[Jesus histórico]] e a proclamação da [[Cristianismo primitivo|igreja primitiva]].<ref>{{Harvnb|Fuller|1965|p=11}}</ref> Alguns [[Teologia liberal|cristãos liberais]] não aceitam uma ressurreição corporal literal,<ref>{{Harvnb|Funk|1998}}</ref> vendo a história como um [[mito]] ricamente simbólico e espiritualmente nutritivo. Discussões sobre reivindicações de morte e ressurreição ocorrem em muitos [[debate]]s religiosos e [[Diálogo inter-religioso|diálogos inter-religiosos]].<ref>{{Harvnb|Lorenzen|2003|p=13}}</ref> O apóstolo [[Paulo de Tarso|Paulo]], um cristão convertido e missionário, escreveu: "Se Cristo não ressuscitou, toda a nossa pregação é inútil e sua confiança em Deus é inútil".<ref>{{Bibleref2|1Cor|15:14}}</ref><ref>{{Harvnb|Ball|Johnsson|2002}}</ref>

=== Salvação ===
{{AP|Salvação}}
</div>
{{quote box
| width = 30%
| align = left
| quote ="Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna".
| source = — João 3:16, NVI<ref>{{citar web|título=John 3:16 New International Version|url=https://www.biblegateway.com/passage/?search=John+3%3A16&version=NIV|website=Bible Gateway|acessodata=21-10-2022}}</ref>
}}
O apóstolo [[Paulo de Tarso|Paulo]], como os [[judeus]] e [[Paganismo|pagãos]] romanos de seu tempo, acreditava que o sacrifício pode trazer novos laços de parentesco, pureza e vida eterna.<ref name="remedy">{{Harvnb|Eisenbaum|2004|pp=671–702}}</ref> Para Paulo, o sacrifício necessário era a morte de Jesus: os gentios que são "de Cristo" são, como Israel, descendentes de Abraão e "herdeiros segundo a promessa".<ref>{{Bibleref2|Gal.|3:29}}</ref><ref>{{Harvnb|Wright|1997|p=121}}</ref> O Deus que ressuscitou Jesus dentre os mortos também dá nova vida aos "corpos mortais" dos cristãos gentios, que se tornaram com Israel, os "filhos de Deus" e, portanto, não estavam mais "na carne".<ref>{{Bibleref2|Rom.|8:9,11,16}}</ref><ref name="remedy" />
[[Ficheiro:Lucas_Cranach_(I)_-_The_Law_and_the_Gospel.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|''A Lei e o Evangelho'' de [[Lucas Cranach, o Velho]] (1529); [[Moisés]] e [[Elias]] apontam o pecador a Jesus para a salvação.]]

As igrejas cristãs modernas tendem a se preocupar muito mais em como a humanidade pode ser [[Salvação|salva]] de uma condição universal de pecado e morte do que na questão de como judeus e gentios podem fazer parte da família de Deus. De acordo com a teologia ortodoxa oriental, com base em sua compreensão da expiação apresentada pela [[Ireneu de Lyon|teoria da recapitulação]] de Irineu, a morte de Jesus é um resgate. Isso restaura a relação com Deus, que é amoroso e se aproxima da humanidade, e oferece a possibilidade de ''[[theosis]]'' e divinização, tornando-se o tipo de homem que Deus quer que a humanidade seja. Segundo a doutrina católica, a morte de Jesus [[Expiação (visão de satisfação)|satisfaz]] a ira de Deus, suscitada pela ofensa à honra de Deus causada pela pecaminosidade humana. A Igreja Católica ensina que a salvação não ocorre sem a fidelidade dos cristãos; os convertidos devem viver de acordo com os princípios do amor e normalmente devem ser batizados. Na teologia protestante, a morte de Jesus é considerada como uma [[Expiação (visão de substituição penal)|pena substitutiva]] carregada por Jesus, pela dívida que deve ser paga pela humanidade quando ela quebrou a lei moral de Deus.<ref>{{Harvnb|Grensted|1920|p=191}}</ref>

Os cristãos diferem em seus pontos de vista sobre até que ponto a salvação dos indivíduos é pré-ordenada por Deus. A teologia reformada coloca ênfase distinta na graça ao ensinar que os indivíduos são [[Depravação total|completamente incapazes de autorredenção]], mas que a [[Vocação eficaz|graça santificadora é irresistível]].<ref>{{Harvnb|Assembleia de Westminster|1646}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.spurgeon.org/calvinis.htm|título=A Defense of Calvinism|website=Spurgeon|wayb=20080410133140|urlmorta=sim}}</ref> Em contraste, [[Igreja Católica|católicos]], cristãos ortodoxos e protestantes [[Arminianismo|arminianos]] acreditam que o exercício do [[Livre-arbítrio|livre arbítrio]] é necessário para ter fé em Jesus.<ref>{{Citar web|url=https://www.vatican.va/archive/catechism/p3s1c3a2.htm|titulo=Grace and Justification|website=[[Catecismo da Igreja Católica]]|wayb=20100815001751|urlmorta=sim}}</ref>

=== Trindade ===
{{AP|Trindade (cristianismo)}}
[[Ficheiro:Escudo-Trinidade-Portugues.svg|miniaturadaimagem|A [[Trindade (cristianismo)|Trindade]] é a crença de que [[Deus no Cristianismo|Deus]] é um Deus em três pessoas: o [[Deus, o Pai|Pai]], o [[Deus, o Filho|Filho]] ([[Jesus]]) e o [[Espírito Santo]]. Na imagem, o [[Escudo da Trindade]].]]
''[[Trindade (cristianismo)|Trindade]]'' refere-se ao ensino de que o único Deus compreende três pessoas distintas e eternamente coexistentes: o ''[[Deus, o Pai|Pai]]'', o ''Filho'' (encarnado em [[Jesus|Jesus Cristo]]) e o ''[[Espírito Santo]]''. Juntas, essas três pessoas às vezes são chamadas de Divindade,<ref>{{Harvnb|Kelly|1958|pp=87–90}}</ref><ref>{{Harvnb|Alexander|Rosner|2001|p=514ff}}</ref><ref>{{Harvnb|McGrath|2012|p=61}}</ref> embora não haja um único termo usado nas Escrituras para denotar a Divindade unificada.<ref>{{Harvnb|Metzger|Coogan|1993|p=782}}</ref> Nas palavras do [[Credo de Atanásio|Credo Atanasiano]], uma declaração inicial da crença cristã, "o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus, e ainda não há três Deuses, mas um só Deus".<ref>{{Harvnb|Kelly|1964|}}</ref> Eles são distintos um do outro: o Pai não tem fonte, o Filho é gerado pelo Pai e o Espírito procede do Pai. Embora distintas, as três pessoas não podem ser separadas uma da outra. Embora alguns cristãos também acreditem que Deus apareceu como o Pai no [[Antigo Testamento]], concorda-se que ele apareceu como o Filho no [[Novo Testamento]] e continuará a se manifestar como o Espírito Santo no presente. Mas, ainda assim, Deus ainda existia como três pessoas em cada uma dessas épocas.<ref>{{Harvnb|Bowden|2005}}</ref> No entanto, tradicionalmente existe a crença de que foi o Filho que apareceu no Antigo Testamento.<ref>{{Harvnb|Hornik|Parsons|2003|pp=32–35}}</ref>

A [[Trindade (cristianismo)|Trindade]] é uma doutrina essencial do cristianismo tradicional. Desde antes dos tempos do Credo Niceno (325), o cristianismo defendia a natureza misterioza da Trindade de [[Deus no Cristianismo|Deus]] como uma profissão de fé normativa. De acordo com [[Roger E. Olson]] e Christopher Hall, por meio da oração, meditação, estudo e prática, a comunidade cristã concluiu "que Deus deve existir tanto como uma unidade quanto como uma trindade", codificando isso no concílio ecumênico no final do século IV.<ref>{{Harvnb|Olson|2002b|p=15}}</ref><ref>{{Harvnb|Fowler|1997|p=58}}</ref>

Segundo esta doutrina, Deus não está dividido no sentido de que cada pessoa tem um terço do todo; em vez disso, cada pessoa é considerada totalmente Deus (ver [[Perichoresis|pericorese]]). A distinção reside em suas relações, sendo o Pai não gerado; o Filho sendo gerado do Pai; e o Espírito Santo procedendo do Pai e (na teologia [[Cristianismo ocidental|cristã ocidental]]) [[Cláusula Filioque|do Filho]]. Independentemente dessa aparente diferença, as três "pessoas" são [[Eternidade|eternas]] e [[Omnipotência|onipotentes]]. Outras religiões cristãs, incluindo o [[Unitário-universalismo|universalismo unitário]], as [[testemunhas de Jeová]] e o [[Mórmon|mormonismo]], não compartilham dessas opiniões sobre a Trindade.

A palavra grega ''trias''<ref>{{LSJ|tria/s1|τριάς|ref}}.</ref> é vista pela primeira vez neste sentido nas obras de [[Teófilo de Antioquia]]; seu texto diz: "da Trindade, de Deus, e de Sua Palavra, e de Sua Sabedoria".<ref>{{Citar livro|título=Apologia ad Autolycum|ultimo=Theophilus of Antioch|series=[[Patrologiae Graecae|Patrologiae Graecae Cursus Completus]]|volume=6|língua=el, la|capitulo=Book II.15}}</ref> O termo pode ter sido usado antes dessa época; seu equivalente latino, ''trinitas'', aparece depois com uma referência explícita ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, na obra de [[Tertuliano]].<ref>{{Harvnb|McManners|1990|p=50}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Tertullian|título=De Pudicitia|url=https://www.tertullian.org/latin/de_pudicitia.htm|lingua=la|citação=Nam et ipsa ecclesia proprie et principaliter ipse est spiritus, in quo est trinitas unius diuinitatis, Pater et Filius et Spiritus sanctus.|notas=Capítulo 21}}</ref> No século seguinte, a palavra era de uso geral, sendo também encontrada em muitas passagens de [[Orígenes]].<ref>{{Harvnb|McManners|1990|p=53}}</ref>

==== Trinitarismo ====
{{AP|Trinitarismo}}
[[Ficheiro:Giotto._the-crucifix-_c.1317_Padua,_Museo_Civico.jpg|miniaturadaimagem|upright| ''O Crucifixo'', pintura de [[Giotto di Bondone|Giotto]], {{Circa|1304}}]]

O termo ''[[trinitarismo]]'' denota os cristãos que acreditam no conceito da [[Trindade (cristianismo)|Trindade]]. Quase todas as denominações e igrejas cristãs possuem crenças trinitárias. Embora as palavras "Trindade" e "Triúne" não apareçam na Bíblia, a partir do século III os teólogos desenvolveram o termo e o conceito para facilitar a apreensão dos ensinamentos do Novo Testamento de Deus como sendo Pai, Filho e Espírito Santo. Desde aquela época, os teólogos cristãos tiveram o cuidado de enfatizar que a Trindade não implica que existam três deuses (a heresia antitrinitária do [[triteísmo]]), nem que cada hipóstase da Trindade seja um terço de um Deus infinito ([[Simplicidade divina|parcialismo]]), nem que o Filho e o Espírito Santo são seres criados e subordinados ao Pai ([[arianismo]]). Em vez disso, a Trindade é definida como um Deus em três pessoas.<ref>{{Citar web|título=Trinity|url=http://www.oxforddictionaries.com/definition/english/trinity|obra=Oxford Dictionaries|acessadoem=2016-01-04|wayb=20160820174208|urlmorta=sim}}</ref><ref name="ccc253">{{citar web|título=Catechism of the Catholic Church, 253–267: The dogma of the Holy Trinity|url=http://www.vatican.va/archive/ENG0015/_P17.HTM#1FT|língua=en|wayb=20050428210525|urlmorta=sim}}</ref>

==== Antitrinitarismo ====
{{AP|Antitrinitarismo}}
O termo ''[[antitrinitarismo]]'' refere-se à teologia que rejeita a doutrina da Trindade. Várias visões não trinitárias, como o [[adocionismo]] ou o [[modalismo]], existiam no cristianismo primitivo, levando às disputas sobre a [[cristologia]].<ref>{{Harvnb|Harnack|1894}}</ref> O antitrinitarismo reapareceu no [[gnosticismo]] dos [[Catarismo|cátaros]] entre os séculos XI e XIII, entre grupos com teologia [[Unitarismo|unitária]] na [[Reforma Protestante]] do século XVI,<ref>{{Harvnb|Feldmeth|2008|p=135}}</ref> no [[Iluminismo]] do século XVIII, entre grupos [[Restauracionismo|restauracionistas]] surgidos durante o [[Segundo Grande Despertar]] do século XIX e, mais recentemente, nas igrejas [[Pentecostais do Nome de Jesus]].

=== Escatologia ===
{{AP|Escatologia cristã}}
O fim das coisas, seja o fim de uma vida individual, o [[fim dos tempos]] ou o [[fim do mundo]], em termos gerais, é a [[escatologia cristã]]; o estudo do destino dos humanos conforme revelado na Bíblia. As principais questões da escatologia cristã são a [[Grande Tribulação]], a morte e a [[vida após a morte]] (principalmente para grupos [[Evangelicalismo|evangélicos]]), o [[milenarismo]] e o [[Arrebatamento cristão (escatologia)|arrebatamento]] seguinte, a [[Segunda vinda de Cristo|Segunda Vinda]] de Jesus, a Ressurreição dos Mortos, o Céu (para ramos litúrgicos), o [[Purgatório]] e o [[Inferno]], o [[Juízo Final]], o fim do mundo e os [[Escatologia cristã|Novos Céus e Nova Terra]]. Os cristãos acreditam que a segunda vinda de Cristo ocorrerá no [[Escatologia|fim dos tempos]], após um período de severa perseguição (a [[Grande Tribulação]]). Todos os que morreram serão ressuscitados fisicamente dentre os mortos para o Juízo Final. Jesus estabelecerá plenamente o [[Reino de Deus]] em cumprimento das profecias das escrituras.<ref name="res">[[Thomas Aquinas]], {{citar web|url=https://www.newadvent.org/summa/5.htm|título=Summa Theologicum, Supplementum Tertiae Partis|notas=questions 69 through 99}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Calvin|primeiro=John|url=https://www.reformed.org/books/institutes/books/book3/bk3ch25.html|titulo=Institutes of the Christian Religion, Book Three, Ch. 25|acessodata=01-01-2008|publicado=reformed.org}}</ref>

==== Morte e vida após a morte ====
[[imagem:Omaha-beach-cemetery.jpg|thumb|esquerda|[[Cemitério]] com crucifixos em túmulos de soldados estadunidenses mortos durante a [[Segunda Guerra Mundial]] em [[Colleville-sur-Mer]], na [[França]]]]

A maioria dos cristãos acredita que os seres humanos experimentam o julgamento divino e são recompensados com a vida eterna ou com a [[Inferno|condenação eterna]]. Isso inclui o [[Juízo Final|julgamento geral]] na ressurreição dos mortos, bem como a crença (mantida por católicos,<ref name="CEParticularJudgement">{{citar web|url=https://www.newadvent.org/cathen/08550a.htm|título=Particular Judgment|obra=Catholic Encyclopedia}}</ref><ref name="Ott">{{Harvnb|Ott|1952|p=566}}</ref> ortodoxos<ref>{{citar web|url=https://www.orthodox.net/articles/about-prayer-for-the-dead.html|título=What the Orthodox believe concerning prayer for the dead|autor=David Moser}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Ken Collins|url=https://www.kencollins.com/question-45.htm|título=What Happens to Me When I Die?|wayb=20080928055816|urlmorta=sim}}''.</ref> e a maioria dos protestantes) em um [[Juízo particular|julgamento particular para a alma individual]] após a morte física.

No ramo católico do cristianismo, aqueles que morrem em 'estado de graça', ou seja, sem nenhum pecado mortal que os separe de Deus, mas ainda imperfeitamente purificados dos efeitos do pecado, passam pela purificação completa através do estado intermediário do [[purgatório]] para alcançar a santidade necessária para estar na presença de Deus.<ref>{{Citar web|url=https://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1999/documents/hf_jp-ii_aud_04081999_en.html|titulo=Audience of 4 de agosto de 1999|data=04-08-1999|acessodata=19-11-2010|publicado=Vatican.va}}</ref> Aqueles que atingirem esse objetivo são chamados de ''santos'' (latim ''sanctus'', "santo").<ref>{{Citar web|url=https://www.newadvent.org/cathen/04171a.htm|título=The Communion of Saints|obra=Catholic Encyclopedia}}</ref>

Alguns grupos cristãos, como os [[Adventistas do Sétimo Dia|adventistas do sétimo dia]], defendem o [[Mortalismo cristão|mortalismo]], a crença de que a alma humana não é naturalmente imortal e fica inconsciente durante o estado intermediário entre a morte corporal e a ressurreição. Esses cristãos também defendem o [[aniquilacionismo]], a crença de que, após o julgamento final, os ímpios deixarão de existir em vez de sofrer o tormento eterno. As Testemunhas de Jeová têm um ponto de vista semelhante.<ref>"The death that Adam brought into the world is spiritual as well as physical, and only those who gain entrance into the Kingdom of God will exist eternally. However, this division will not occur until Armageddon, when all people will be resurrected and given a chance to gain eternal life. In the meantime, "the dead are conscious of nothing." What is God's Purpose for the Earth?" Official Site of Jehovah's Witnesses. ''Watchtower'', 15 de julho de 2002.</ref>

== Práticas ==
{{Artigo principal|Culto cristão|Serviço (igreja)|Missa}}
[[Ficheiro:Complete-church-midnight-mass_(3135957575).jpg|miniaturadaimagem| Missa da meia-noite da [[véspera de Natal]] em uma igreja paroquial católica em [[Nova Iorque|Nova York]], [[Estados Unidos]]]]
[[Ficheiro:Old_Order_River_Brethren_women.jpg|miniaturadaimagem| As mulheres [[anabatista]]s da Velha Ordem e anabatistas conservadoras, por modéstia, usam vestidos de capa e [[Cobertura de cabeça cristã|coberturas na cabeça]], o último dos quais é ensinado como uma [[Ordenança (cristianismo)|ordenança da igreja]].<ref name="Hartzler2013a">{{Harvnb|Hartzler|2013|p=[https://www.google.com.br/books/edition/No_Strings_Attached/mFJJAwAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=1&dq=%22No+Strings+Attached%22+%22in+his+1970+book%22&pg=PT48&printsec=frontcover 48]}}</ref>]]
Dependendo da [[Denominação cristã|denominação específica do cristianismo]], as práticas podem incluir o [[batismo]], a [[Eucaristia]] (a Santa Ceia ou a Ceia do Senhor), a [[oração]] (incluindo a [[Pai-nosso|Oração do Senhor]]), a [[Confissão (sacramento)|confissão]], a [[crisma]], os ritos funerários, os ritos do [[Casamento religioso|casamento]] e a educação religiosa das crianças. A maioria das denominações tem [[Clero|clérigos]] ordenados que conduzem cultos [[wiktionary:communal|comunitários]] regulares.<ref name="White_71-82">{{Harvnb|White|2010|pp=71–82}}</ref>

Os ritos, rituais e cerimônias cristãs não são celebrados em uma única língua sagrada. Muitas igrejas cristãs ritualísticas fazem distinção entre [[Língua sagrada|linguagem sagrada]], [[linguagem litúrgica]] e [[Língua vernácula|linguagem vernacular]]. As três línguas importantes no [[Cristianismo primitivo|início da era cristã]] eram: [[latim]], [[Língua grega|grego]] e [[Língua siríaca|siríaco]].<ref>{{Harvnb|Buck|1999|p=6}}</ref><ref>{{Harvnb|Brock|Parker|p=135}}</ref>

=== Culto comunitário ===
Os [[Serviço (igreja)|cultos]] normalmente seguem um padrão ou forma conhecida como [[liturgia]].{{Nota de rodapé|Frequentemente, é feita uma distinção entre igrejas "litúrgicas" e "não litúrgicas" com base em quão elaborado ou antiquado é o culto; neste uso, as igrejas cujos serviços não são escritos ou improvisados são descritas como "não litúrgicas".<ref>{{Harvnb|Russell|2010|p=21}}</ref>}} [[Justino|Justino Mártir]] descreveu a liturgia cristã do século II em sua ''[[Primeira apologia de Justino Mártir|Primeira Apologia]]'' ({{Circa|150}}) ao imperador [[Antonino Pio]], e sua descrição permanece relevante para a estrutura básica do culto litúrgico cristão:
{{Quote|E no dia chamado domingo, todos os que vivem nas cidades ou nos campos se reúnem em um lugar, e as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos, enquanto o tempo permite; então, quando o leitor cessou, o [[Presbítero|presidente]] instrui verbalmente e exorta à imitação dessas boas coisas. Então todos nos levantamos juntos e oramos e, como dissemos antes, quando nossa oração termina, pão, vinho e água são trazidos, e o presidente da mesma maneira oferece orações e ações de graças, de acordo com sua capacidade, e o povo concorda. dizendo [[Amém]]; e há uma distribuição para cada um, e uma participação daquilo que foi dado graças, e para aqueles que estão ausentes, uma porção é enviada pelos diáconos. E aqueles que são bons e dispostos, dão o que cada um acha adequado; e o que é recolhido é depositado com o presidente, que socorre os órfãos e as viúvas e aqueles que, por doença ou qualquer outra causa, estão em necessidade, e aqueles que estão em cativeiro e os estrangeiros que peregrinam entre nós, e em uma palavra cuida de todos os que precisam.<ref name="justin">Justin Martyr, [https://www.earlychristianwritings.com/text/justinmartyr-firstapology.html ''First Apology''] §LXVII</ref>}}

Assim, como [[Justino]] descreveu, os cristãos se reúnem para o culto comunitário normalmente no domingo, o dia da ressurreição, embora outras práticas litúrgicas geralmente ocorram fora desse cenário. As leituras das Escrituras são extraídas do Antigo e do Novo Testamento, mas especialmente dos evangelhos.<ref>{{Harvnb|White|2010|p=36}}</ref> A instrução é dada com base nessas leituras, na forma de um [[sermão]] ou [[homilia]]. Há uma variedade de orações congregacionais, incluindo [[ação de graças]], confissão e intercessão, que ocorrem durante todo o serviço e assumem uma variedade de formas, incluindo recitadas, responsivas, silenciosas ou cantadas.<ref name="White_71-82">{{Harvnb|White|2010|pp=71–82}}</ref> [[Livro de Salmos|Salmos]], [[Hino (religião)|hinos]], canções de adoração e outras [[Música sacra|músicas da igreja]] podem ser cantadas.<ref>{{Harvnb|Witvliet|2007|p=11}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Wallwork|primeiro=Norman|url=https://jlg.org.uk/wp-content/uploads/2019/10/Hymns-Purpose.pdf|titulo=The Purpose of a Hymn Book|ano=2019|acessodata=24-06-2020|publicado=Joint Liturgical Group of Great Britain|wayb=20200626133718}}</ref> Os serviços podem ser variados para eventos especiais, como [[Calendário hagiológico|dias de festa]] importantes.<ref>{{Citar web|título=The Calendar|url=https://www.churchofengland.org/prayer-and-worship/worship-texts-and-resources/common-worship/prayer-and-worship/worship-texts-and-resources/common-worship/churchs-year/calendar|obra=Church of England|acessodata=25-06-2020}}</ref>

Quase todas as formas de culto incorporam a Eucaristia, que consiste em uma refeição. É reencenado de acordo com a instrução de Jesus na [[Última Ceia]] que seus seguidores fazem em memória dele, como quando ele deu [[Hóstia|pão]] aos seus discípulos, dizendo: "Este é o meu corpo", e deu-lhes [[Vinho litúrgico|vinho]] dizendo: "Este é o meu sangue".<ref>{{Harvnb|Silone|1937}}</ref> Na igreja primitiva, os cristãos e aqueles que ainda não completavam a iniciação se separavam para a parte eucarística do serviço religioso.<ref>{{Harvnb|Benz|2008|p=35}}</ref> Algumas denominações, como as igrejas luteranas confessionais, continuam a praticar a 'comunhão fechada'.<ref>{{Citar web|url=https://www.lordlife.org/site/dbpage.asp?page_id=140000871&sec_id=140000527|título=Understanding Closed Communion|wayb=20060812151753|urlmorta=sim}}</ref> Eles oferecem a comunhão àqueles que já estão unidos naquela denominação ou, às vezes, em uma igreja individual. Os católicos restringem ainda mais a participação a seus membros que não estejam em estado de [[pecado mortal]]. Muitas outras igrejas, como [[Comunhão Anglicana]] e a [[Igreja Metodista Unida]], praticam a 'comunhão aberta', uma vez que veem a comunhão como um meio para a unidade, e não como um fim, e convidam todos os cristãos crentes a participar.<ref>{{Citar web|url=https://www.umc.org/what-we-believe/an-open-table-how-united-methodists-understand-communion|titulo=An open table: How United Methodists understand communion – The United Methodist Church|acessodata=24-06-2020|publicado=[[Igreja Metodista Unida]]}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.churchofengland.org/more/policy-and-thinking/canons-church-england/section-b#b28|titulo=Canon B28 of the Church of England}}</ref>

=== Sacramentos ou ordenanças ===
{{quote box
| title = Descrição da [[Eucaristia]] (século II)
| quote = E esta comida é chamada entre nós ''Eukharistia'' [a Eucaristia], da qual ninguém pode participar, exceto o homem que acredita que as coisas que ensinamos são verdadeiras e que foi lavado com a lavagem que é para a remissão dos pecados e para a regeneração, e que está vivendo como Cristo ordenou. Pois não os recebemos como pão comum e bebida comum; mas assim como Jesus Cristo, nosso Salvador, tendo sido feito carne pela Palavra de Deus, teve carne e sangue para nossa salvação, assim também fomos ensinados que a comida que é abençoada pela oração de Sua palavra e de da qual nosso sangue e nossa carne por transmutação são nutridos, é a carne e o sangue daquele Jesus que se fez carne.
| source = [[Justino]]<ref name=justin />
| align = right
| width = 40%
| bgcolor = #BCF5A9
}}
{{AP|Sacramento|Ordenança (cristianismo)}}
{{VT|Sacramentos católicos|Sacramentos anglicanos|Sacramentos luteranos}}

A definição funcional mais convencional de um sacramento é que ele é um sinal externo, instituído por Cristo, que transmite uma graça interior e espiritual por meio de Cristo. Os dois sacramentos mais amplamente aceitos são o [[batismo]] e a [[eucaristia]]; no entanto, a maioria dos cristãos também reconhece cinco sacramentos adicionais: crisma, [[Ordem (sacramento)|ordenação]], [[penitência]], [[unção dos enfermos]] e [[Casamento religioso|matrimônio]].<ref name="ODCC1435">{{Harvnb|Cross|Livingstone|1997|p=1435ff}}</ref>

Juntos, esses são os [[Sacramentos católicos|Sete Sacramentos]] reconhecidos pelas igrejas na tradição da [[High Church|Alta Igreja]] — notavelmente [[Sacramentos católicos|católicos]], [[Ortodoxos orientais|cristãos orientais]], [[Igrejas ortodoxas orientais|ortodoxos orientais]], [[Catolicismo independente|católicos independentes]], [[Velha Igreja Católica|católicos antigos]], muitos [[Sacramentos anglicanos|anglicanos]] e alguns [[Luteranismo|luteranos]]. A maioria das outras denominações e tradições normalmente afirmam apenas o batismo e a eucaristia como sacramentos, enquanto alguns grupos protestantes, como os [[quaker]]s, rejeitam a teologia sacramental.<ref name="ODCC1435"/> Certas denominações do cristianismo, como os [[anabatista]]s, usam o termo "[[Ordenança (cristianismo)|ordenanças]]" para se referir a ritos instituídos por Jesus para os cristãos observarem.<ref>{{Citar web|url=https://gameo.org/index.php?title=Ordinances|título=Ordinances|ultimo=Krahn|primeiro=Cornelius|ultimo2=Rempel|primeiro2=John D.|ano=1989|website=Global Anabaptist Mennonite Encyclopedia}}</ref> Sete ordenanças foram ensinadas em muitas igrejas anabatistas [[menonitas]] conservadoras, que incluem "batismo, comunhão, lava-pés, casamento, unção com óleo, beijo sagrado e oração".<ref name="Hartzler2013b">{{Harvnb|Hartzler|2013|p=[https://www.google.com.br/books/edition/No_Strings_Attached/mFJJAwAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=1&dq=%22No+Strings+Attached%22+%22baptism,+communion,+footwashing,+marriage,+anointing+with+oil,+the+holy+kiss,+and+the+prayer+covering%22&pg=PT87&printsec=frontcover 87]}}</ref>

Além disso, a [[Igreja do Oriente]] tem dois sacramentos adicionais no lugar dos sacramentos tradicionais do matrimônio e da unção dos enfermos. Estes incluem o [[fermento sagrado]] (''Melka'') e o [[sinal da cruz]].<ref name="Holy Apostolic Catholic Assyrian Church of the East, Archdiocese of Australia, New Zealand and Lebanon">''Holy Apostolic Catholic Assyrian Church of the East, Archdiocese of Australia, New Zealand and Lebanon.''</ref>
{{clr}}
<center>
<gallery mode="packed" caption="Sacramentos cristãos" heights="100">
Исповедь берн собор.jpg|Um penitente [[Sacramento da Penitência|confessando]] seus pecados em uma [[Igreja Católica Grega Ucraniana]]
Methodistcommunion3.jpg|Um ministro [[metodista]] celebrando a [[Eucaristia]]
Anglican confirmation in Helsinki.jpg|[[Crisma]] sendo administrada em uma igreja da [[Comunhão Anglicana]]
Cheirotonia Presbyter 1.jpeg|[[Ordem (sacramento)|Ordenação]] de um padre na tradição [[Ortodoxa Oriental]]
Crowning in Syro-Malabar Nasrani Wedding by Mar Gregory Karotemprel.jpg|[[Mistério da Coroação]] durante [[Casamento religioso|Sagrado Matrimônio]] na [[Igreja Católica Siro-Malabar]]
2017-04-12--Service of the Sacrament of Holy Unction, on Holy Wednesday.jpg|Service of the Sacramento da [[Unção dos Enfermos|Santa Unção]] servido na Grande e [[Quarta-Feira Santa]]
</gallery>
</center>

=== Calendário litúrgico ===
{{AP|Ano litúrgico}}
{{VT|Calendário hagiológico}}
Católicos, cristãos orientais, luteranos, anglicanos e outras comunidades protestantes tradicionais enquadram o culto em torno do [[ano litúrgico]].<ref>{{Harvnb|Senn|2012|p=103}}</ref> O ciclo litúrgico divide o ano em uma série de [[Estação do ano|estações]], cada uma com suas ênfases teológicas e modos de oração, que podem ser significados por diferentes formas de decoração das igrejas, cores de paramentos e [[Veste litúrgica|paramentos]] para o clero,<ref name="calendar"/> leituras bíblicas, temas para pregação e até tradições e práticas diferentes, muitas vezes observadas pessoalmente ou em casa.

Os calendários litúrgicos cristãos ocidentais são baseados no ciclo do [[rito romano]] da Igreja Católica<ref name="calendar">{{Citar web|ultimo=Fortescue|primeiro=Adrian|url=https://www.newadvent.org/cathen/03158a.htm|titulo=Christian Calendar|acessodata=18-07-2014|website=The Catholic Encyclopedia|publicado=Robert Appleton Company|ano=1912}}</ref> e os cristãos orientais usam calendários análogos baseados no ciclo de seus respectivos ritos. Os calendários reservam dias santos, como [[solenidade]]s que comemoram um evento na vida de Jesus, Maria ou dos [[santo]]s, e períodos de [[jejum]], como [[quaresma]] e outros eventos piedosos ou festas menores comemorando santos. Grupos cristãos que não seguem uma tradição litúrgica costumam manter certas celebrações, como [[Natal]], [[Páscoa]] e [[Pentecostes]]: são as celebrações do nascimento de Cristo, ressurreição e descida do Espírito Santo sobre a Igreja, respectivamente. Algumas denominações, como os [[quaker]]s, não fazem uso de um calendário litúrgico.<ref>{{Harvnb|Hickman|White|Stookey|1986}}</ref>

=== Símbolos ===
{{Artigo principal|Cruz cristã|Chi Rho|Ichthys}}
[[Ficheiro:Ephesus_IchthysCrop.jpg|direita|miniaturadaimagem|Um antigo símbolo circular de [[ichthys]], criado pela combinação das letras gregas [[Ichthys|ΙΧΘΥΣ]] em uma roda em [[Éfeso]], Ásia Menor]]

[[imagem:Thebible33.jpg|thumb|Objetos religiosos cristãos: uma [[Bíblia]], um [[crucifixo]] e um [[Santo Rosário#Forma de rezar o Santo Ros.C3.A1rio de Nossa Senhora|rosário]]]]

A maioria das denominações cristãs geralmente não pratica o [[aniconismo]],<ref>{{Harvnb|Kitzinger|1954|pp=83–150}}</ref> a evitação ou proibição de imagens devocionais, mesmo que os primeiros [[Cristianismo judaico|cristãos judeus]], invocando a proibição da [[idolatria]] no [[Dez Mandamentos|Decálogo]], evitassem figuras em seus símbolos.<ref>{{Harvnb|Freedberg|1977|p=176}}</ref>

A [[Cruz cristã|cruz]], hoje um dos símbolos mais amplamente reconhecidos, foi usada pelos cristãos desde os primeiros tempos.<ref>{{Citar web|url=https://www.ccel.org/fathers2/ANF-04/anf04-34.htm|titulo=ANF04. Fathers of the Third Century: Tertullian, Part Fourth; Minucius Felix; Commodian; Origen, Parts First and Second|data=01-06-2005|acessodata=05-05-2009|publicado=Christian Classics Ethereal Library}}</ref>{{Nota de rodapé|Minucius Felix fala da cruz de Jesus em sua forma familiar, comparando-a a objetos com uma trave ou a um homem com os braços estendidos em oração.<ref>([https://ccel.org/ccel/schaff/anf04/anf04.iv.iii.xxix.html Octavius of Minucius Felix], chapter XXIX).</ref>}} [[Tertuliano]], em seu livro ''De Corona'', conta como já era tradição os cristãos traçarem o sinal da cruz na testa.<ref>Tertuliano, [https://www.ccel.org/ccel/schaff/anf03.iv.vi.iii.html ''De Corona'', capítulo 3]</ref> Embora a cruz fosse conhecida pelos primeiros cristãos, o [[crucifixo]] não apareceu em uso até o século V.<ref name="soc">{{Harvnb|Dilasser|1999|pp=18-21}}</ref>

Entre os primeiros símbolos cristãos, o do peixe ou [[ichthys]] parece ter ficado em primeiro lugar em importância, como visto em fontes monumentais como túmulos das primeiras décadas do século II. Sua popularidade aparentemente surgiu da palavra grega ''ichthys'' (peixe) formando um [[acróstico]] para a frase grega ''Iesous Christos Theou Yios Soter'' (Ἰησοῦς Χριστός, Θεοῦ Υἱός, Σωτήρ), (Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador), um resumo conciso da fé cristã.<ref name="cefish">{{Cite CE1913|wstitle=Symbolism of the Fish|first=Maurice M.|last=Hassett}}</ref>

Outros símbolos cristãos importantes incluem o [[Chi Rho|monograma chi-rho]], a pomba e o ramo de oliveira (símbolo do Espírito Santo), o cordeiro sacrificial (representando o sacrifício de Cristo), a [[Crescimento escandente|videira]] (simbolizando a conexão do cristão com Cristo) e muitos outros. Todos estes derivam de passagens do Novo Testamento.<ref name="soc"/>

=== Batismo ===
{{AP|Batismo}}
[[Ficheiro:Christening_celebration_-_Celebración_de_bautizo.JPG|thumb|[[Batismo infantil]] por efusão em uma [[Igreja Católica na Venezuela]]]][[Ficheiro:Baptism_at_Northolt_Park_Baptist_Church_(cropped).jpg|thumb|[[Batismo do crente]] adulto por imersão, Northolt Park Baptist Church, na [[Grande Londres]], [[União Batista da Grã-Bretanha]]]]
O [[batismo]] é o ato ritual, com uso de água, pelo qual uma pessoa é admitida como membro da [[Igreja]]. As crenças sobre o batismo variam entre as denominações. As diferenças ocorrem em primeiro lugar sobre se o ato tem algum significado espiritual. Algumas, como as igrejas católica e [[Igreja Ortodoxa|ortodoxa]], bem como luteranas e anglicanas, defendem a doutrina da regeneração batismal, que afirma que o batismo cria ou fortalece a fé de uma pessoa e está intimamente ligado à salvação. Os [[Igreja Batista|batistas]] e as [[Assembleias dos Irmãos]] veem o batismo como um ato puramente simbólico, uma declaração pública externa da mudança interior que ocorreu na pessoa, mas não como espiritualmente eficaz. Em segundo lugar, existem diferenças de opinião sobre a metodologia (ou modo) do ato. Esses modos são: por [[Batismo por imersão|imersão]]; se a imersão for total, por submersão; por [[Efusão|afusão]] (derramamento); e por [[aspersão]]. Aqueles que sustentam a primeira opinião também podem aderir à tradição do [[batismo infantil]];<ref>{{Citar web|url=https://anglicansonline.org/basics/catechism.html#Holy%20Baptism|título=Book of Common Prayer, 1979, Episcopal|url=http://anglicansonline.org/basics/catechism.html#Holy%20Baptism|wayb=20220219062846|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Harvnb|Felton|2006|p=21}}</ref> todas as Igrejas Ortodoxas praticam o batismo infantil e sempre batizam por imersão total repetida três vezes em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.<ref>{{Citar web|url=https://www.oca.org/OCchapter.asp?SID=2&ID=51|título=Baptism|obra=Orthodox Church in America|wayb=20101012021946|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.greekorthodox.org.au/general/faq/faqbaptism|título=Baptism|wayb=20140930002357|urlmorta=sim}}</ref> A Igreja Luterana e a Igreja Católica também praticam o batismo infantil,<ref name="Olson2017">{{Citar web|ultimo=Olson|primeiro=Karen Bates|url=https://www.livinglutheran.org/2017/01/why-infant-baptism/|titulo=Why infant baptism?|data=12-01-2017|acessodata=11-05-2022|publicado=Living Lutheran|lingua=en}}</ref> geralmente por afusão e utilizando a fórmula trinitária. Os [[Anabatista|cristãos anabatistas]] praticam o [[batismo do crente]], no qual um adulto escolhe receber a ordenança após tomar a decisão de seguir a Jesus.<ref name="Eby">{{Citar web|ultimo=Eby|primeiro=Edwin R.|url=https://www.pilgrimministry.org/literature/early-anabaptist-positions-on-believer%E2%80%99s-baptism-and-a-challenge-for-today|titulo=Early Anabaptist Positions on Believer's Baptism and a Challenge for Today|acessodata=11-05-2022|publicado=Pilgrim Mennonite Conference|lingua=en|wayb=20220511071751|urlmorta=sim}}</ref> As denominações anabatistas, como os [[menonitas]], [[amish]] e [[huteritas]], usam o [[Efusão|derramamento]] como modo de administrar o batismo do crente, enquanto os anabatistas das tradições dos [[dunkers]] e dos irmãos do rio batizam por [[Batismo por imersão|imersão]].<ref name="KurianDay2017">{{Harvnb|Kurian|Day|2017|p=292}}</ref><ref name="Kraybill2010">{{Harvnb|Kraybill|2010|p=23}}</ref><ref name="NoltLoewen2010">{{Harvnb|Nolt|Loewen|2010|p=198}}</ref><ref name="Brackney2012">{{Harvnb|Brackney|2012|p=279}}</ref>

=== Oração ===
{{VT|Oração do Senhor|Meditação cristã|Horas canônicas}}
</div>
{{quote box
| width = 30%
| align = right
| quote = "... ‘Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha o seu reino. Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o pão nosso de cada dia. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal'".
| source = — [[Oração do Senhor]], Mateus 6:9–13<ref>{{citar web|título=Matthew 6:9–13 Evangelical Heritage Version (EHV)|url=https://www.biblegateway.com/passage/?search=Matthew+6%3A9-13&version=EHV|acessodata=10-03-2020}}</ref>
}}
No [[Evangelho de São Mateus]], Jesus ensinou a [[Oração do Senhor]], que foi considerada um modelo para a oração cristã.<ref name="Jordan">{{Harvnb|Jordan|2000|p=102}}</ref> A liminar para os cristãos rezarem o Pai Nosso três vezes ao dia foi dada na ''[[Didache]]'' e passou a ser recitada pelos cristãos às 9h, 12h e 15h.<ref name="Milavec2003">{{Harvnb|Milavec|2003|p=242}}</ref><ref name="Beckwith2005">{{Harvnb|Beckwith|2005|p=193}}</ref>

Na ''[[Tradição Apostólica]]'' do século II, [[Hipólito de Roma]] instruiu os cristãos a orar em sete horários fixos de oração: "ao levantar, ao entardecer, ao deitar, à meia-noite" e "na terceira, sexta e nona horas do dia, sendo horas associadas à [[Paixão de Cristo]]".<ref name="Chadwick1993">{{Harvnb|Chadwick|1993|pp=357-358}}</ref> Posições de oração, incluindo ajoelhar-se, ficar de pé e [[Prostração|prostrar-se]] têm sido usadas para esses sete tempos fixos de oração desde os dias da Igreja primitiva.<ref name="Lössl2010">{{Harvnb|Lössl|2010|p=135}}</ref> [[Breviário]]s são usados pelos [[Cristianismo não-calcedoniano|cristãos ortodoxos orientais]] para rezar essas horas canônicas enquanto se voltam para a [[Direção de oração|direção leste da oração]].<ref name="Kurian2020">{{citar web|sobrenome=Kurian|nome=Jake|título="Seven Times a Day I Praise You" – The Shehimo Prayers|url=https://www.ds-wa.org/seven-times-a-day-i-praise-you-the-sheema-prayers.html|publicado=Diocese do Sudoeste da América da Igreja Síria Ortodoxa Malankara|acessodata=02-08-2020}}</ref><ref name="Amherst1906">{{Harvnb|Cecil|1906|p=399}}</ref>

A Tradição Apostólica determina que o [[sinal da cruz]] seja usado pelos cristãos durante exorcismos menores de batismos, durante as [[Ablução|abluções]] antes de rezar em horários fixos de oração e em momentos de [[tentação]].<ref name="Hippolytus">{{Harvnb|Hipólito|2009|pp=8, 16, 17}}</ref>

A oração de intercessão é a oração oferecida em benefício de outras pessoas. Existem muitas orações de intercessão registradas na [[Bíblia]], incluindo orações do [[apóstolo Pedro]] em favor de pessoas enfermas e de [[profeta]]s do Antigo Testamento em favor de outras pessoas. Na [[Epístola de Tiago]], nenhuma distinção é feita entre a oração de intercessão oferecida pelos crentes comuns e o proeminente profeta do Antigo Testamento, [[Elias]]. A eficácia da oração no cristianismo deriva do poder de Deus e não do estatuto daquele que ora.<ref name="NBDprayer">{{Harvnb|Alexander|Rosner|2001}}</ref>

A igreja antiga, tanto no [[cristianismo oriental]] quanto no [[Cristianismo ocidental|ocidental]], desenvolveu uma tradição de pedir a intercessão dos santos (falecidos), e esta continua sendo a prática da maioria das igrejas ortodoxas orientais, ortodoxas orientais, católicas e algumas igrejas luteranas e anglicanas.<ref name="ECCL2007">{{citar web|título=What We Believe|url=http://www.orgsites.com/pa/rac/index.html|publicado=[[Igreja Católica Anglo-luterana]]|acessodata=12-05-2022|wayb=20070518100544|urlmorta=sim|língua=en}}</ref> Além de certos setores dentro das duas últimas denominações, outras Igrejas da [[Reforma Protestante]], no entanto, rejeitaram a oração aos santos, em grande parte com base na única mediação de Cristo.<ref>{{Harvnb|Ferguson|Packer|1988}} capítulo: ''Saints''</ref> O reformador [[Huldrych Zwingli]] admitiu que havia oferecido orações aos santos até que sua leitura da Bíblia o convenceu de que isso era [[idolatria]].<ref>{{Harvnb|Gray|2003|p=140}}</ref>

Segundo o ''[[Catecismo da Igreja Católica]]'': "A oração é a elevação da mente e do coração a Deus ou o pedido de coisas boas a Deus". O ''[[Livro de Oração Comum]]'' na tradição anglicana é um guia que fornece uma ordem definida para os serviços, contendo orações definidas, leituras das escrituras e hinos ou salmos cantados.<ref>{{citar web|título=The Book of Common Prayer|url=https://www.churchofengland.org/prayer-and-worship/worship-texts-and-resources/book-common-prayer|publicado=[[Igreja da Inglaterra]]|acessodata=24-06-2020}}</ref>

== Escrituras ==
{{AP|Bíblia|Cânone bíblico}}
[[Ficheiro:Gutenberg Bible, Lenox Copy, New York Public Library, 2009. Pic 01.jpg|thumb|A [[Bíblia]] é o livro sagrado do cristianismo]]
O cristianismo, como outras religiões, tem adeptos cujas crenças e interpretações bíblicas variam. O cristianismo considera o [[cânone bíblico]], o [[Antigo Testamento]] e o [[Novo Testamento]], como a [[Inspiração (teologia)|palavra inspirada]] de Deus. A visão tradicional da inspiração é que Deus trabalhou por meio de autores humanos para que o que eles produzissem fosse o que Deus desejava comunicar. A palavra grega que se refere à inspiração em 2 Timóteo 3:16 é ''theopneustos'', que significa literalmente "inspirado por Deus".<ref>{{Harvnb|Virkler|Ayayo|2007|p=21}}</ref>

Alguns acreditam que a inspiração divina torna as Bíblias atuais [[Inerrância bíblica|inerrantes]]. Outros alegam inerrância para a Bíblia em seus manuscritos originais, embora nenhum deles exista. Outros ainda sustentam que apenas uma tradução específica é inerrante, como a [[Bíblia do Rei Jaime]].<ref>{{Citar web|título=Inspiration and Truth of Sacred Scripture|url=https://www.vatican.va/archive/catechism/p1s1c2a3.htm|website=[[Catecismo da Igreja Católica]]|wayb=20100909213651|urlmorta=sim}}(§&nbsp;105–108)</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.creeds.net/reformed/helvetic/c01.htm|título=Of the Holy Scripture Being the True Word of God|obra=Second Helvetic Confession|wayb=20071203120450}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.reformed.org/documents/icbi.html|título=Chicago Statement on Biblical Inerrancy|wayb=19980129093951|urlmorta=sim}}</ref> 

O cânone do Antigo Testamento aceito pelas igrejas protestantes, que é apenas o [[Tanaque]] (o cânone da [[Bíblia hebraica]]), é mais curto do que o aceito pelas igrejas ortodoxa e católica, que também incluem os livros [[deuterocanônico]]s que aparecem na [[Septuaginta]], sendo o cânone da Igreja Ortodoxa um pouco maior que o católico;<ref name="Kimbrough p. 23"/> os protestantes consideram o último como documentos históricos [[apócrifo]]s importantes que ajudam a informar a compreensão das palavras, gramática e sintaxe usadas no período histórico de sua concepção. Algumas versões da Bíblia incluem uma seção apócrifa separada entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento.<ref>{{Harvnb|Metzger|Coogan|1993|p=39}}</ref>

Algumas denominações têm escrituras sagradas canônicas adicionais além da Bíblia, incluindo as obras padrão do movimento dos [[Santos dos Últimos Dias]] e o ''[[Princípio Divino]]'' na [[Igreja da Unificação]].<ref>{{Harvnb|Bowker|2011|pp=13-14}}</ref>

== História ==
{{Principal|História do cristianismo}}
{{AP|vt=s|História da teologia cristã}}

=== Cristianismo primitivo ===
{{Principal|Cristianismo primitivo}}
[[Imagem:Good_shepherd_02b_close.jpg|thumb|upright|[[Jesus]] como o [[Bom Pastor]] em pintura do século III nas [[Catacumbas de Roma]]]]

==== Era apostólica ====
{{AP|Cristianismo judaico}}
O cristianismo se desenvolveu durante o século I como uma seita [[Cristianismo judaico|cristã judaica]] com influência [[Religião helenística|helenística]]<ref>{{Citar jornal|título=Evodius of Antioch → Antioch, Church of|acessodata=14-03-2022|website=Brill Encyclopedia of Early Christianity Online|doi=10.1163/2589-7993_eeco_dum_00001220}}</ref> do [[judaísmo do Segundo Templo]].<ref name="Cory2015">{{Harvnb|Cory|2015|pp=20 e as posteriores}}</ref><ref name="Benko1984">{{Harvnb|Benko|1984|pp=22 e as posteriores}}</ref> Uma comunidade cristã judaica primitiva foi fundada em [[Jerusalém]] sob a liderança dos Pilares da Igreja, ou seja, [[Tiago, o Justo]], irmão de Jesus, [[Pedro (apóstolo)|Pedro]] e [[João, o Evangelista|João]].<ref>{{Harvnb|McGrath|2006|p=174}}</ref>

O [[cristianismo judaico]] logo atraiu gentios tementes a Deus, criando um problema para sua [[Princípios de fé judaicos|perspectiva religiosa judaica]], que insistia na observância rigorosa dos mandamentos judaicos. O [[apóstolo Paulo]] resolveu isso insistindo que a salvação pela [[Nova Perspectiva sobre Paulo|fé em Cristo]] e a participação em sua morte e ressurreição pelo batismo eram suficientes.<ref>{{Harvnb|Seifrid|1992|pp=210–211, 246–247}}</ref> A princípio ele perseguiu os primeiros cristãos, mas depois de uma experiência de conversão, ele pregou aos gentios e é considerado como tendo tido um efeito formativo na emergente identidade cristã separada do [[judaísmo]]. Eventualmente, sua saída dos costumes judaicos resultaria no estabelecimento do cristianismo como uma religião independente.<ref>{{Harvnb|Wylen|1995|pp=190–192}}</ref><ref>{{Harvnb|Dunn|1999|pp=33–34}}</ref><ref>{{Harvnb|Boatwright|Gargola|Talbert|2004|p=426}}</ref>

==== Período pré-niceno ====
{{AP|Cristianismo no período pré-niceno|Grande Igreja}}
[[Imagem:P46.jpg|thumb|upright|Um fólio do [[Papiro 46]], uma coleção de [[epístolas paulinas]] do início do século III]]
Este período formativo foi seguido pelos primeiros [[bispo]]s, que os cristãos consideram os [[Sucessão apostólica|sucessores dos apóstolos]] de Cristo. A partir do ano 150, os mestres cristãos começaram a produzir obras [[teológica]]s e [[apologética]]s voltadas para a defesa da fé. Esses autores são conhecidos como os [[Pais da Igreja]]<ref>{{Citar web|url=http://www.newadvent.org/cathen/06001a.htm|título=Fathers of the Church|obra=New Advent, Catholic Encyclopedia}}</ref> e o estudo deles é chamado [[patrística]].<ref>{{citar web|url=http://www.veritatis.com.br/area/2|título=Patrística – Os Escritos dos Santos Padres da Igreja|acessodata=22-1-2010|obra=Veritatis Splendor|wayb=20060619062257|urlmorta=sim}}</ref> Os primeiros pais notáveis incluem [[Inácio de Antioquia]], [[Policarpo]], [[Justino Mártir]], [[Ireneu de Lyon|Irineu]], [[Tertuliano]], [[Clemente de Alexandria]] e [[Orígenes]].<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/Church-Father|título=Church Father (Christianity)|obra=[[Encyclopedia Britannica]]}}</ref>

A [[perseguição aos cristãos]] ocorreu de forma intermitente e em pequena escala pelas autoridades judaicas e romanas, com a [[Perseguição aos cristãos no Império Romano|ação romana]] começando na época do [[Grande Incêndio de Roma]] no ani 64. Exemplos de primeiras execuções sob autoridade judaica relatadas no [[Novo Testamento]] incluem as mortes de [[Santo Estêvão]] e [[Santiago Maior]]. A [[perseguição deciana]] foi o primeiro conflito em todo o império,<ref name=martin>{{Citar web|autor=Martin, D.|ano=2010|url=https://www.youtube.com/watch?v=v1Bh_SAEU90|título=The "Afterlife" of the New Testament and Postmodern Interpretation|wayb=20160608093412}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://cosmolearning.org/video-lectures/the-afterlife-of-the-new-testament-and-postmodern-interpretation-6819/|título=The "Afterlife" of the New Testament and Postmodern Interpretation|obra=Yale University|wayb=20160812141627|urlmorta=sim}}</ref> quando o édito de [[Décio]] no ano 250 exigia que todos no [[Império Romano]] (exceto os [[judeus]]) realizassem um sacrifício aos [[deuses romanos]]. A [[perseguição diocleciana]] que começou no ano 303 também foi particularmente severa. A perseguição romana aos cristãos terminou em 313 com o [[Édito de Milão]].<ref name="Opus">{{Citar web|url=http://opusdei.org.br/pt-br/article/o-que-foi-o-edito-de-milao/|título=O que foi o Edito de Milão?|publicado=Página oficial da [[Opus Dei]]|acessodata=28-04-2023}}</ref>

Enquanto o cristianismo proto-ortodoxo estava se tornando dominante, também existiam seitas heterodoxas ao mesmo tempo, que mantinham crenças radicalmente diferentes. O [[cristianismo gnóstico]] desenvolveu uma doutrina duoteísta baseada na ilusão e na iluminação, em vez do perdão dos pecados. Com apenas algumas escrituras se sobrepondo ao cânone ortodoxo em desenvolvimento, a maioria dos textos e [[Biblioteca de Nague Hamadi|evangelhos gnósticos]] foram eventualmente considerados heréticos e suprimidos pelos cristãos tradicionais. Uma divisão gradual do cristianismo [[gentio]] deixou os cristãos judeus continuando a seguir a [[Lei de Moisés]], incluindo práticas como a [[circuncisão]]. No século V, eles e os [[evangelhos judaico-cristãos]] seriam amplamente suprimidos pelas seitas dominantes tanto no judaísmo quanto no cristianismo.<ref>{{Harvnb|Ehrman|Pleše|2011|pp=197–216}}</ref>

==== Popularização e consolidação no Império Romano ====
{{Artigo principal|Declínio do politeísmo greco-romano|Cristianização|Constantino|Constantinismo|Reviravolta de Constantino|Édito de Tessalônica|Igreja estatal do Império Romano}}
[[imagem:Defaced bust of Augustus - Ephesus Museum.jpg|thumb|upright|esquerda|Busto de [[Augusto]] marcado com uma cruz, um tipo de [[vandalismo]] comum durante o [[declínio do politeísmo greco-romano]]]]

O cristianismo se espalhou para os povos de [[língua aramaica]] ao longo da costa do [[Mediterrâneo]] e também para as partes interiores do [[Império Romano]] e também do [[Império Parta]] e do posterior [[Império Sassânida]], incluindo a [[Mesopotâmia]], que foi dominada em diferentes épocas e em graus variados por esses impérios.<ref>{{Harvnb|Whitby|2006}}</ref> A presença do [[cristianismo na África]] começou em meados do século I no [[Egito romano|Egito]] e no final do século II na região de [[Cartago]]. Afirma-se que [[Marcos, o Evangelista]], iniciou a [[Igreja de Alexandria]] por volta do ano 43; várias igrejas posteriores reivindicam esse fato histórico como seu próprio legado, incluindo a [[Igreja Ortodoxa Copta]].<ref>{{Harvnb|Meinardus|2002|p=28}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.bethel.edu/~letnie/AfricanChristianity/WesternNorthAfricaHomepage.html|title=A History of the Christian Church in Western North Africa|nome=Neil|sobrenome=Lettinga|wayb=20010730174045|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.allaboutreligion.org/history-of-christianity-in-africa-faq.htm|título=History of Christianity in Africa|publicado=All About Religion|acessodata=19-11-2010|wayb=20101116113632|urlmorta=sim}}</ref> Africanos importantes que influenciaram o desenvolvimento inicial do cristianismo incluem [[Tertuliano]], [[Clemente de Alexandria]], [[Orígenes de Alexandria]], [[Cipriano de Cartago]], [[Atanásio]] e [[Agostinho de Hipona]].

O rei [[Tiridates III]] fez do cristianismo a [[religião oficial]] na [[Armênia]] entre os anos 301 e 314,<ref name="almanac">{{Harvnb|Brunner|2006|p=685}}</ref> que se tornou o primeiro [[Estado cristão|Estado oficialmente cristão]]. Essa religião não era inteiramente nova na Armênia, tendo penetrado no país pelo menos desde o século III, mas pode ter estado presente ainda antes na região.<ref name="maarten">{{Harvnb|Lint|2009|p=269}}</ref>

[[Constantino I]] foi exposto ao cristianismo em sua juventude e, ao longo de sua vida, seu apoio à religião cresceu, culminando no batismo em seu leito de morte.<ref>{{Harvnb|Harris|2017|p=38}}</ref> Durante seu reinado, a [[perseguição aos cristãos]] sancionada pelo Estado terminou com o [[Édito de Tolerância de Galério]] no ano 311 e o [[Édito de Milão]] em 313. Nesse ponto, o cristianismo ainda era uma crença minoritária, compreendendo talvez apenas cinco por cento da população romana.<ref>{{Harvnb|Chidester|2000|p=91}}</ref> Influenciado por seu conselheiro [[Mardônio]], o sobrinho de Constantino, [[Juliano (imperador)|Juliano]], tentou, sem sucesso, suprimir o cristianismo.<ref name="Ricciotti">{{harvnb|Ricciotti|1999}}</ref> Em 27 de fevereiro de 380, [[Teodósio I]], [[Graciano]] e [[Valentiniano II]] estabeleceram o [[cristianismo niceno]] como a [[Igreja Estatal do Império Romano]].<ref>{{Citar web|autor=Bettenson|url=https://www.fordham.edu/halsall/source/theodcodeXVI.html|título=Theodosian Code XVI.i.2|obra=Documents of the Christian Church|página=31}}</ref> Assim que se ligou ao Estado, o cristianismo enriqueceu; a Igreja solicitava doações dos ricos e agora podia possuir terras.<ref>{{Harvnb|Burbank|Copper|2010|p=64}}</ref>

[[imagem:Spread of Christianity to AD 600 (1).png|thumb|upright=1.2|{{legenda|#1F63A7|Propagação do cristianismo no [[Império Romano]] no ano [[325]]}} {{legenda|#6AB4FF|Propagação do cristianismo no Império Romano no ano [[600]]}}]]

Constantino também foi fundamental na convocação do [[Primeiro Concílio de Nicéia]] em 325, que procurou abordar o [[arianismo]] e formulou o [[Credo Niceno]], que ainda é usado pelo [[catolicismo]], [[ortodoxia oriental]], [[luteranismo]], [[anglicanismo]] e muitas outras [[igrejas protestantes]].<ref name="McTavish2010">{{Harvnb|McTavish|2010|p=126}}</ref><ref name="UMC—Our Common Heritage as Christians" /> Nicéia foi o primeiro de uma série de [[concílios ecumênicos]], que definiram formalmente elementos críticos da [[teologia]] da Igreja, notadamente no que diz respeito à [[cristologia]].<ref name="McManners37">{{Harvnb|McManners|1990|p=37ff}}</ref> A [[Igreja do Oriente]] não aceitou o terceiro e seguintes concílios ecumênicos e ainda hoje está separada por seus sucessores ([[Igreja Assíria do Oriente]]).<ref name=":0"/><ref>{{Harvnb|Leustean|2014|p=8}}</ref>

Em termos de prosperidade e vida cultural, o [[Império Bizantino]] foi um dos picos da [[história cristã]] e da [[civilização cristã]],<ref name="Cameron 2006 42">{{harvnb|Cameron|2006|p=42}}.</ref> e [[Constantinopla]] permaneceu como a cidade líder do [[mundo cristão]] em tamanho, riqueza e cultura.<ref>{{harvnb|Cameron|2006|p=47}}.</ref> Houve um interesse renovado na [[filosofia grega clássica]], bem como um aumento na produção literária em [[Grego medieval|grego vernacular]].<ref name="Browning-1992-190-218">{{harvnb|Browning|1992|pp=198–208}}.</ref> A [[Arte bizantina|arte]] e a [[literatura bizantina]] ocupavam um lugar de destaque na [[Europa]] e o impacto cultural da arte bizantina no [[mundo ocidental]] durante esse período foi enorme e de significado duradouro.<ref name="Browning-1992-218">{{harvnb|Browning|1992|p=218}}.</ref> A ascensão posterior do [[Islã]] no [[norte da África]] reduziu o tamanho e o número de congregações cristãs, deixando em grande número apenas a [[Igreja Copta]] no [[Egito]], a [[Igreja Ortodoxa Etíope]] no [[Chifre da África]] e a Igreja Núbia no [[Sudão]] ([[Nobácia]], [[Macúria]] e [[Alódia]]).<ref>{{citar web|url=http://www.worldlibrary.org/articles/oriental_orthodoxy|obra=World Heritage Encyclopedia|título=Oriental Orthodoxy|língua=en|acessodata=2020-04-24|wayb=20160408185812|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|obra=Patheos Library|url=http://www.patheos.com/Library/Oriental-Orthodoxy|título=Oriental Orthodoxy|língua=en|acessodata=2020-04-24|wayb=20100930185934|urlmorta=sim}}</ref>

=== Idade média ===
{{Principal|Idade das trevas|Idade Média|Cruzadas|Grande Cisma do Ocidente|Grande Cisma do Oriente|Inquisição}}

[[Imagem:Jesus-Christ-from-Hagia-Sophia.jpg|thumb|esquerda|upright|Um exemplo de [[arte bizantina]], um mosaico ''[[Deesis|deësis]]'' na [[Hagia Sophia]] em [[Constantinopla]]]]

Com o declínio e [[queda do Império Romano do Ocidente]], o [[papado]] tornou-se um ator político, visível pela primeira vez nas negociações diplomáticas do [[Papa Leão I]] com [[hunos]] e [[vândalos]].<ref name="Gonzalez-p238" /> A Igreja também entrou em um longo período de [[Missão cristã|atividade missionária]] e expansão entre as várias tribos. Enquanto os [[arianista]]s instituíam a pena de morte para os [[pagãos]] praticantes, o que mais tarde se tornaria o catolicismo também se espalhou entre os [[húngaros]], os [[Povos germânicos|germânicos]],] os [[celtas]], os [[bálticos]] e alguns [[povos eslavos]].<ref name="Gonzalez-p238">{{harvnb|González|1984|pp=238–242}}</ref>

Por volta de 500, o cristianismo foi completamente integrado à [[cultura bizantina]] e do [[Reino Ostrogótico]]<ref name=":0">{{Harvnb|Harari|2015|pp=243, 247}}</ref> e [[Bento de Núrsia]] estabeleceu [[Regra de São Bento|sua regra monástica]], criando um sistema de regulamentos para a fundação e administração de [[mosteiro]]s.<ref name="Gonzalez-p238" /> O [[monaquismo]] tornou-se uma força poderosa em toda a Europa<ref name="Gonzalez-p238" /> e deu origem a muitos dos primeiros centros de aprendizagem, mais notoriamente na [[Irlanda]], [[Escócia]] e [[Gália]], contribuindo para o [[Renascença carolíngia|Renascimento Carolíngio]] do século IX.<ref name="Gonzalez-p238" />

No século VII, os [[Conquista muçulmana da Síria|muçulmanos conquistaram a Síria]] (incluindo [[Jerusalém]]), o [[Conquista muçulmana do Magrebe|norte da África]] e a [[Invasão muçulmana da Península Ibérica|Espanha]], convertendo parte da população cristã ao islamismo e colocando o restante sob um estatuto legal separado. Parte do sucesso dos muçulmanos foi devido à exaustão do [[Império Bizantino]] em suas [[Guerras bizantino-sassânidas|décadas de conflito com a Pérsia]].{{sfn|Mullin|2008|p=88}} A partir do século VIII, com a ascensão dos [[Dinastia carolíngia|líderes carolíngios]], o papado buscou maior apoio político no [[Reino Franco]].{{sfn|Mullin|2008|pp=93–94}}

A [[Idade Média]] trouxe grandes mudanças dentro da igreja. O Papa [[Gregório Magno]] reformou dramaticamente a estrutura e administração eclesiástica.<ref>{{harvnb|González|1984|pp=244–47}}</ref> No início do século VIII, a [[iconoclastia]] tornou-se uma questão polêmica, quando foi patrocinada pelos imperadores bizantinos. O [[Segundo Concílio de Niceia]] (787) finalmente se pronunciou a favor dos ícones religiosos.<ref>{{harvnb|González|1984|p=260}}</ref> No início do século X, o monaquismo cristão ocidental foi ainda mais rejuvenescido pela liderança do grande mosteiro beneditino da [[Abadia de Cluny]].<ref>{{harvnb|González|1984|pp=278–281}}</ref>

No Ocidente, a partir do século XI, algumas escolas catedrais mais antigas [[Universidade medieval|tornaram-se universidades]] (ver, por exemplo, [[Universidade de Oxford]], [[Universidade de Paris]] e [[Universidade de Bolonha]]). Anteriormente, o [[ensino superior]] tinha sido o domínio das [[Escola catedral|escolas catedrais]] ou escolas monásticas (''Scholae monasticae'') cristãs, lideradas por [[monge]]s e [[freira]]s. Evidências de tais escolas datam do século VI.<ref>{{Harvnb|Riché|1978|pp=126–127, 282–298}}</ref> Essas novas universidades expandiram o currículo para incluir programas acadêmicos para [[clérigo]]s, [[advogado]]s, [[Servidor público|funcionários públicos]] e [[médico]]s.<ref>{{Harvnb|Rudy|1984|p=40}}</ref> A [[universidade]] é geralmente considerada como uma instituição que tem sua origem no cenário cristão medieval.<ref name=verger1999>{{Harvnb|Verger|1999}}</ref><ref>{{Harvnb|Verger|2007|p=257}}</ref><ref name="Rüegg, Walter 1992, pp. XIX">{{Harvnb|Rüegg|1992|pp=XIX–XX}}</ref>
[[imagem:CouncilofClermont.jpg|thumb|O [[Papa Urbano II]] no [[Concílio de Clermont]], onde ele pregou a [[Primeira Cruzada]]]]

Acompanhando o surgimento das "cidades novas" em toda a Europa, foram fundadas [[ordens mendicantes]], trazendo a vida religiosa consagrada do mosteiro para o novo ambiente urbano. Os dois principais movimentos mendicantes foram os [[franciscanos]]<ref>{{harvnb|González|1984|pp=303–307, 310ff., 384–386}}</ref> e os [[dominicanos]],<ref>{{harvnb|González|1984|pp=305, 310ff., 316ff}}</ref> fundados por [[Francisco de Assis]] e [[Domingos de Gusmão]], respectivamente. Ambas as ordens fizeram contribuições significativas para o desenvolvimento das grandes universidades da Europa. Outra nova ordem foram os [[cistercienses]], cujos grandes mosteiros isolados lideraram o assentamento de antigas áreas selvagens. Neste período, a construção de igrejas e a arquitetura eclesiástica atingiram novos patamares, culminando nas ordens de [[arquitetura românica]] e [[Arquitetura gótica|gótica]] e na construção das grandes [[Catedral|catedrais]] europeias.<ref>{{harvnb|González|1984|pp=321–323, 365ff}}</ref>

O [[nacionalismo cristão]] surgiu durante esta época em que os cristãos sentiram o impulso de recuperar terras nas quais o cristianismo havia florescido historicamente.<ref name="USE2005">{{Harvnb|Parole de l'Orient|2005|p=488}}</ref> Em 1095, sob o [[pontificado]] de [[Urbano II]], as [[Cruzadas]] foram lançadas.<ref>{{Harvnb|González|1984|pp=292–300}}</ref> Estas foram uma série de campanhas militares na [[Terra Santa]] e em outros lugares, iniciadas em resposta aos apelos do [[imperador bizantino]] [[Aleixo I Comneno]] contra a [[Império Otomano|expansão turca]]. As Cruzadas acabaram fracassando em abafar a agressão [[islâmica]] e até mesmo contribuiu para a inimizade cristã com o [[saque de Constantinopla]] durante a [[Quarta Cruzada]].<ref>{{Harvnb|Riley-Smith|1999}}</ref>

Durante um período que se estende do {{séc|VII}} ao XIII, a igreja cristã passou por uma [[alienação]] gradual, resultando em [[Grande Cisma do Oriente|um cisma]] que dividiu o cristianismo em um ramo chamado [[Cristianismo ocidental|latino ou ocidental]], a [[Igreja Católica Romana]],{{Nota de rodapé|A igreja ocidental foi chamado Latina na época pelos cristãos orientais e não cristãos, devido à sua realização de seus rituais e assuntos em língua latina.}} e [[Cristianismo oriental|um ramo oriental]], em grande parte grego, a [[Igreja Ortodoxa]]. Estas duas igrejas discordam sobre uma série de processos e questões administrativas, litúrgicas e doutrinais, principalmente a [[Primazia papal|primazia da jurisdição papal]].<ref name="Orthodox Information Centre-Great Schism">{{citar web|url=http://www.orthodoxinfo.com/general/greatschism.aspx|título=The Great Schism: The Estrangement of Eastern and Western Christendom|publicado=Orthodox Information Centre|acessodata=2007-05-26}}</ref><ref name="SandSp91">{{Harvnb|Duffy|1997|p=91}}</ref> O [[Segundo Concílio de Lyon]] (1274) e o [[Concílio de Florença]] (1439) tentaram reunir as igrejas, mas em ambos os casos, os ortodoxos orientais se recusaram a implementar as decisões e as duas principais igrejas permanecem em cisma até os dias atuais. No entanto, a Igreja Católica Romana tem alcançado união com [[Igrejas católicas orientais|várias pequenas igrejas orientais]].<ref name="OBrien1901">{{Harvnb|O'Brien|1901|p=70}}</ref>

No século XIII, uma nova ênfase no sofrimento de Jesus, exemplificada pela pregação dos franciscanos, teve como consequência voltar a atenção dos fiéis para os judeus, a quem os cristãos haviam colocado a culpa pela morte de Jesus. A tolerância limitada do cristianismo aos judeus não era nova — [[Agostinho de Hipona]] disse que os judeus não deveriam ter permissão para desfrutar da cidadania que os cristãos consideravam garantida — mas a crescente antipatia pelos judeus foi um fator que levou à expulsão dos judeus da Inglaterra em 1290, a primeira de muitas expulsões na Europa.<ref name="diarmaid">{{Harvnb|MacCulloch|2011|p=699}}</ref><ref name="telushkin">{{Harvnb|Telushkin|2008|pp=192–193}}</ref>

Começando por volta de 1184, após a cruzada contra a heresia dos [[cátaros]],<ref>{{Harvnb|González|1984|pp=300, 304–05}}</ref> várias instituições, amplamente referidas como a [[Inquisição]], foram estabelecidas com o objetivo de suprimir a [[heresia]] e assegurar a unidade religiosa e doutrinária dentro do cristianismo através da [[Conversão (religião)|conversão]] e repressão.<ref>{{Harvnb|González|1984|pp=310, 383, 385, 391}}</ref>

=== Reforma Protestante e Contrarreforma ===
{{Principal|Reforma Protestante|Contrarreforma|Protestantismo|Renascimento|Iluminismo}}
[[imagem:Beeldenstorm.jpg|thumb|esquerda|upright|[[Iconoclastia]] protestante: o ''[[beeldenstorm]]'' durante a [[Reforma Protestante]] holandesa]]

O [[Renascimento]] do {{séc|XV}} trouxe um renovado interesse em estudos antigos e clássicos. Outra grande cisma, a [[Reforma Protestante|Reforma]], resultou na divisão da cristandade ocidental em várias [[denominações cristãs]].<ref name="Simon-120-121">{{Harvnb|Simon|1966|p=7}}</ref> Em 1517, [[Martinho Lutero]] [[95 Teses|protestou]] contra a venda de [[indulgência]]s e logo passou a negar vários pontos-chave da doutrina católica romana. Outros, como [[Zwingli]] e [[Calvino]] ainda criticaram o ensino católico romano e adoração. Estes desafios desenvolveram no movimento chamado de protestantismo, que repudiou o [[Primazia papal|primado do papa]], o papel da Tradição, os [[sete sacramentos]] e outras doutrinas e práticas<ref name="Simon">{{Harvnb|Simon|1966|pp=39, 55–61}}</ref> (''ver: [[Cinco solas]]''). A [[Reforma Inglesa|Reforma na Inglaterra]] começou em 1534, quando o Rei [[Henrique VIII]] tinha se declarado chefe da [[Igreja da Inglaterra]]. No início em 1536, os [[mosteiro]]s por toda a [[Inglaterra]], [[País de Gales]] e [[Irlanda]] foram [[Dissolução dos Mosteiros|dissolvidos]].<ref name="Schama">{{Harvnb|Schama|2000|pp=306–10}}</ref>

Em parte como resposta à Reforma Protestante, a [[Igreja Católica Romana]] engajou-se em um processo significativo de reforma e renovação, conhecido como [[Contrarreforma]] ou Reforma Católica.<ref name="Bokenkotter242">{{Harvnb|Bokenkotter|2004|pp=242–44}}</ref> O [[Concílio de Trento]] reafirmou e clarificou a doutrina católica romana. Durante os séculos seguintes, a concorrência entre o [[catolicismo romano]] e o protestantismo tornou-se profundamente envolvida com as lutas políticas entre os [[Estado]]s [[Europa|europeus]].<ref name="Simon3">{{Harvnb|Simon|1966|pp=109–120}}</ref>

Enquanto isso, a descoberta da [[América]] por [[Cristóvão Colombo]] em 1492 provocou uma nova onda de atividade missionária. Em parte de zelo missionário, mas sob o impulso da expansão [[Colonialismo|colonial]] pelas [[Impérios coloniais|potências europeias]], o cristianismo se espalhou para a América, [[Oceania]], [[Ásia Oriental]] e [[África Subsaariana]].

Em toda a [[Europa]], as divisões causadas pela Reforma levou a surtos de [[violência religiosa]] e o estabelecimento de [[Separação Igreja-Estado|igrejas separadas do Estado]] na [[Europa Ocidental]]: o [[luteranismo]] em partes da [[Alemanha]] e na [[Escandinávia]] e o [[anglicanismo]] na [[Inglaterra]] em 1534. Em última instância, essas diferenças levaram à eclosão de conflitos em que a religião desempenhou um papel chave. A [[Guerra dos Trinta Anos]], a [[Guerra Civil Inglesa]] e as [[Guerras religiosas na França]] são exemplos proeminentes. Estes eventos intensificaram o debate sobre a perseguição cristã e [[tolerância religiosa]].<ref>{{Harvnb|Coffey|2004|pp=passim}}</ref>

No [[renascimento]] do [[neoplatonismo]], os [[Humanismo renascentista|humanistas renascentistas]] não rejeitaram o cristianismo; muito pelo contrário, muitas das maiores obras da [[Renascença]] foram dedicadas ao cristianismo e a [[Igreja Católica]] patrocinou muitas obras de [[arte renascentista]].<ref name="openuni">{{Citar web|url=https://www.open.ac.uk/Arts/renaissance2/religion.htm|título=Looking at the Renaissance: Religious Context in the Renaissance|obra=Open University|acessodata=20-05-2007}}</ref> Grande parte, se não a maior parte, da nova arte foi encomendada ou dedicada à Igreja.<ref name="openuni" /> Alguns estudiosos e historiadores atribuem ao cristianismo a contribuição para o surgimento da [[Revolução Científica]].<ref name="Gilley">{{Harvnb|Gilley|Stanley|2006|p=164}}</ref><ref>
*{{citar web|último=Harrison|primeiro=Peter|título=Christianity and the rise of western science|website=[[Australian Broadcasting Corporation]]|data=08-05-2012|url=https://www.abc.net.au/religion/articles/2012/05/08/3498202.htm|acessodata=28-08-2014|wayb=20120512022835|urlmorta=sim}}
*{{Harvnb|Noll|2009|p=4}}
*{{Harvnb|Lindberg|Numbers|1986|pp=5, 12}}
*{{Harvnb|Lindberg|1992|p=204}}</ref> Muitas figuras históricas conhecidas que influenciaram a [[Filosofia da ciência|ciência ocidental]] se consideravam cristãs, como [[Nicolau Copérnico]],<ref>{{Harvnb|Dobrzycki|Hajdukiewicz|1969|p=11}}</ref> [[Galileu Galilei]],<ref>{{Harvnb|Sharratt|1994|pp=17, 213}}</ref> [[Johannes Kepler]],<ref>''National Catholic Reporter'', 8 de outubro de 2004, p. 2a. A review of James A. Connor ''Kepler's Witch: An Astronomer's Discovery of Cosmic Order amid Religious War, Political Intrigue and Heresy Trial of His Mother'',  Harper San Francisco.</ref> [[Isaac Newton]]<ref name="Newton – 1">{{citar web|url=https://galileo.rice.edu/Catalog/NewFiles/newton.html|título=Newton, Isaac|obra=The Galileo Project|publicado=[[Rice University]]|acessodata=05-07-2008|wayb=20040827215315|urlmorta=sim}}</ref> e [[Robert Boyle]].<ref>{{citar web|url=https://www.stmarylebow.co.uk/?Boyle_Lecture|título=The Boyle Lecture|obra=St. Marylebow Church|acessodata=18-02-2022|wayb=20070518160708|urlmorta=sim}}</ref>

=== Pós-iluminismo ===
{{Principal|Relação entre religião e ciência|Separação Igreja-Estado}}
[[Imagem:Temple of Reason Strasbourg 1793-1794.jpg|thumb|upright|[[Catedral da Nossa Senhora de Estrasburgo]] transformada em [[Culto da Razão|Templo da Razão]] como parte da [[descristianização da França durante a Revolução Francesa|descristianização da França]] durante a [[Revolução Francesa]]]]

Na era conhecida como a [[Grande Divergência]], quando no [[Mundo ocidental|ocidente]] o [[Iluminismo]] e a [[revolução científica]] trouxeram grandes mudanças sociais, o cristianismo foi confrontado com várias formas de [[ceticismo]] e com certas [[ideologia]]s políticas modernas, como as versões do [[socialismo]] e do [[liberalismo]].<ref>{{Harvnb|Novak|1988|p=63}}</ref> Nessa época, eventos que variaram do mero [[anticlericalismo]] à explosões de violência contra o cristianismo, como a [[Descristianização da França durante a Revolução Francesa|descristianização durante a Revolução Francesa]],<ref>{{Harvnb|Chambers|1974}}, capítulo 21</ref> a [[Guerra Civil Espanhola]], e a hostilidade geral dos [[Marxismo|movimentos marxistas]], especialmente da [[Revolução Russa de 1917]] quando o [[ateísmo Marxista-leninista]] desencadeou a [[perseguição aos Cristãos na União Soviética]] e a posterior [[perseguição aos Cristãos no Bloco do Leste]] sob o [[ateísmo de Estado]].<ref>{{Harvnb|Marsh|2011|p=47}}</ref><ref name="Adappur2000">{{Harvnb|Adappur|2000|p=306}}</ref><ref>{{Harvnb|Blainey|2011|p=494}}</ref>

Especialmente premente na [[Europa]] foi a formação dos [[Estado-nação|Estados-nação]] após a [[era napoleônica]]. Em todos os países europeus, diferentes [[denominações cristãs]] encontraram-se em competição, em maior ou menor grau, umas com as outras e com o [[Estado]]. Variáveis são os tamanhos relativos das denominações e da orientação religiosa, política e ideológica do Estado. Urs Altermatt da [[Universidade de Friburgo]], olhando especificamente para o catolicismo na Europa, identifica quatro modelos para as [[nação|nações]] europeias. Em [[país]]es tradicionalmente católicos, como [[Bélgica]], [[Espanha]], e até certo ponto a [[Áustria]], comunidades religiosas e nacionais são mais ou menos idênticas. A simbiose cultural e a separação são encontradas na [[Polônia]], [[República da Irlanda|Irlanda]] e [[Suíça]], todos os países com denominações concorrentes. A competição é encontrada na [[Alemanha]], nos [[Países Baixos]] e novamente na [[Suíça]], todos os países com populações minoritárias católicas que, em maior ou menor grau, se identificam com a nação. Finalmente, a [[Separação Igreja-Estado|separação]] entre a [[religião]] (mais uma vez, especificamente o catolicismo) e do Estado é encontrada em grande parte na [[França]] e [[Itália]], países onde o Estado se opôs-se à autoridade da [[Igreja Católica]].<ref>{{Harvnb|Altermatt|2007|pp=15–34}}</ref> 

Os fatores combinados da formação dos [[Estado-nação|Estados-nação]] e do [[ultramontanismo]], especialmente na [[Alemanha]] e nos [[Países Baixos]], mas também na [[Inglaterra]] em um grau muito menor,<ref>{{Harvnb|Heimann|1995|pp=165–73}}</ref> muitas vezes forçaram as igrejas, organizações e crentes católicos a escolher entre as demandas nacionais do estado e a autoridade da Igreja, especificamente do papado. Este conflito atingiu o ápice no [[Concílio Vaticano I]], e na Alemanha levaria diretamente ao ''[[Kulturkampf]]''.<ref>{{Harvnb|Smith|2011|p=360}}</ref> 

O compromisso cristão na Europa caiu à medida que a [[modernidade]] e o [[secularismo]] se firmaram,<ref>{{citar web|url=https://www.bbc.co.uk/news/science-environment-12811197|obra=BBC News|título=Religion may become extinct in nine nations, study says|data=22-03-2011}}</ref> particularmente na [[República Tcheca]] e na [[Estônia]],<ref>{{citar web|url=https://www2.ttcn.ne.jp/~honkawa/9460.html|título=図録▽世界各国の宗教|publicado=.ttcn.ne.jp|acessodata=17-08-2012|wayb=20120818064540|urlmorta=sim}}</ref> enquanto os compromissos religiosos na [[América]] têm sido geralmente altos em comparação com a Europa. As mudanças no cristianismo mundial no último século foram significativas, desde 1900, o Cristianismo se espalhou rapidamente nos países do [[Sul Global]] e do [[Terceiro Mundo]].<ref>{{Harvnb|Jenkins|2011|pp=101–133}}</ref> O final do século XX mostrou a mudança da adesão cristã ao Terceiro Mundo e ao [[Hemisfério Sul]] em geral,<ref>{{Harvnb|Kim|Kirsteen|2008|p=2}}</ref><ref name="Hanciles2008">{{Harvnb|Hanciles|2008}}</ref> com o Ocidente não mais sendo o principal polo do cristianismo. Aproximadamente 7 a 10% dos [[árabes]] são cristãos, mais prevalentes no [[Egito]], [[Síria]] e [[Líbano]].<ref name=Pacini>{{Harvnb|Fargues|1998}}</ref>

== Demografia ==
{{panorama|Christianity percent population in each nation World Map Christian data by Pew Research.svg|600px|Porcentagem de cristãos por país}}

Com cerca de 2,3 bilhões de adeptos,<ref name="World">{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/xx.html|título=World|publicado=CIA world facts|wayb=20131210172608|urlmorta=sim|notas=33,39% de uma população de 7 bilhões}}</ref><ref name="foreignpolicy.com">{{citar web|url=http://www.foreignpolicy.com/story/cms.php?story_id=3835|título=The List: The World’s Fastest-Growing Religions|publicado=foreignpolicy.com|data=05-2007|acessodata=2010-01-04|wayb=20070521093323|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Major Religions Ranked by Size">{{citar web|url=http://www.adherents.com/Religions_By_Adherents.html|título=Major Religions Ranked by Size|publicado=Adherents.com|acessodata=2009-05-05|wayb=20090207135522|urlmorta=sim}}</ref> dividida em três ramos principais de [[Igreja Católica|católicos]], [[Protestantismo|protestantes]] e [[Igreja Ortodoxa|ortodoxos]], o cristianismo é a [[Principais grupos religiosos|maior religião do mundo]].<ref name="Major Religions Ranked by Size" /> A parte cristã da população mundial representa cerca de 33% da humanidade nos últimos cem anos, o que significa que uma em cada três pessoas no mundo são cristãs. Isso mascara uma grande mudança na demografia do cristianismo; grandes aumentos no [[País em desenvolvimento|mundo em desenvolvimento]] (cerca de 23 000/dia) têm sido acompanhados por reduções substanciais no [[País desenvolvido|mundo desenvolvido]], principalmente na [[Europa]] e [[América do Norte]] (cerca de {{Fmtn|7600}}/dia).<ref>{{Harvnb|Ustorf|2003|pp=219–20}}</ref> O cristianismo ainda é a [[religião]] predominante na [[Europa]], [[América]] e [[África Austral]]. Na [[Ásia]], é a religião dominante na [[Geórgia]], [[Armênia]], [[Timor-Leste]] e [[Filipinas]].<ref>{{Citar web|url=http://www.britannica.com/eb/table?tocId=9394911|título=Table of religions, by region|publicado=Encyclopædia Britannica}}</ref> 

No entanto, o cristianismo está em declínio em muitas áreas, incluindo o norte e o oeste dos [[Estados Unidos]],<ref>{{citar web|autor=ARIS 2008 Report: Part IA – Belonging|url=http://b27.cc.trincoll.edu/weblogs/AmericanReligionSurvey-ARIS/reports/p1a_belong.html|título=American Religious Identification Survey 2008|publicado=B27.cc.trincoll.edu|acessodata=19-11-2010|wayb=20110518163841|urlmorta=sim}}</ref> [[Oceania]] ([[Austrália]] e [[Nova Zelândia]]), no [[norte da Europa]] (incluindo o [[Reino Unido]],<ref>{{citar web|url=http://www.ekklesia.co.uk/news/uk/061223/christendom|título=New UK opinion poll shows continuing collapse of 'Christendom'|publicado=Ekklesia|data=23-12-2006|acessodata=19-11-2010}}</ref> [[Escandinávia]] e outros lugares), [[França]], [[Alemanha]], as [[Províncias do Canadá|províncias]] [[Canadá|canadenses]] de [[Ontário]], [[Colúmbia Britânica]] e [[Quebec]], e partes da Ásia (especialmente no [[Oriente Médio]],<ref>{{Harvnb|Barrett|Kurian|Johnson|p=139 (Reino Unido), 281 (França), 299 (Alemanha)}}</ref><ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/4499668.stm|título=Christians in the Middle East|publicado=BBC News|data=15-12-2005|acessodata=19-11-2010}}</ref><ref>{{citar web|último=Katz|primeiro=Gregory|url=http://www.chron.com/disp/story.mpl/world/4425100.html|título=Is Christianity dying in the birthplace of Jesus?|publicado=Chron|data=25-12-2006|acessodata=19-11-2010}}</ref> [[Coreia do Sul]],<ref>{{citar web|url=http://www.omf.org/omf/uk/about_asia/countries/korea/south_korea_profile|título=Number of Christians among young Koreans decreases by 5% per year|publicado=Omf|acessodata=19-11-2010|wayb=20070223170413|urlmorta=sim}}</ref> [[Taiwan]],<ref>{{citar web|url=http://americanbuddhist.net/christianity-fading-taiwan|título=Christianity fading in Taiwan|publicado=American Buddhist Net|data=10-11-2007|acessodata=05-05-2009|wayb=20090224112858|urlmorta=sim}}</ref> e [[Macau]]<ref>{{citar web|último=Greenlees|primeiro=Donald|url=http://www.nytimes.com/2007/12/26/world/asia/26macao.html?_r=1&oref=slogin|título=A Gambling-Fueled Boom Adds to a Church’s Bane|local=Macao|publicado=New York Times|data=26-12-2007|acessodata=30-06-2011}}</ref>). A população cristã não está diminuindo no [[Brasil]], no [[sul dos Estados Unidos]]<ref name=ARIS2008>{{citar web|url=http://b27.cc.trincoll.edu/weblogs/AmericanReligionSurvey-ARIS/reports/ARIS_Report_2008.pdf|título=AMERICAN RELIGIOUS IDENTIFICATION SURVEY (ARIS) 2008|autor=Barry A. Kosmin and Ariela Keysar|ano=2009|publicado=Trinity College|local=Hartford, Connecticut, USA|acessodata=01-04-2009|wayb=20090407053149|urlmorta=sim}}</ref> e na província de [[Alberta]], no [[Canadá]],<ref name="census2001">{{citar web|url=http://www12.statcan.ca/english/census01/products/standard/themes/RetrieveProductTable.cfm?Temporal=2001&PID=55822&APATH=3&GID=431515&METH=1&PTYPE=55440&THEME=56&FOCUS=0&AID=0&PLACENAME=0&PROVINCE=0&SEARCH=0&GC=99&GK=NA&VID=0&VNAMEE=&VNAMEF=&FL=0&RL=0&FREE=0|título=Religions in Canada|publicado=Census 2001|data=09-03-2010|acessodata=19-11-2010|wayb=20070228090744}}</ref> mas o percentual está diminuindo. Em países como a Austrália<ref>{{citar web|url=http://www.censusdata.abs.gov.au/ABSNavigation/prenav/PopularAreas?&collection=Census&period=2006&&navmapdisplayed=true&textversion=false|título=Australian 2006 census – Religion|publicado=Census Data|acessodata=19-11-2010}}</ref> e a Nova Zelândia,<ref name="2006table28">{{Citar web|url=http://www.stats.govt.nz/~/media/Statistics/Publications/Census/2006-reports/quickstats-subject/Culture-Identity/quickstats-about-culture-and-identity-tables.ashx|título=Table 28 – QuickStats About Culture and Identity – Tables|publicado=2006 Census Data|wayb=20110724200044|urlmorta=sim}}.</ref> a população cristã está em declínio tanto em números quanto em percentual. Na maioria dos [[País desenvolvido|países desenvolvidos]] a frequência à igreja do mundo entre as pessoas que continuam a identificar-se como cristãs vem caindo ao longo das últimas décadas.<ref>{{Harvnb|Putnam|2002|p=408}}</ref> Algumas fontes visualizam isto simplesmente como parte de um distanciamento dos membros das instituições tradicionais,<ref>{{Harvnb|McGrath|2006|p=xvi}}</ref> enquanto outros apontam para sinais de um declínio na crença e na importância da [[religião]] em geral.<ref>{{Harvnb|Marber|2003|p=99}}</ref>

Há muitos movimentos carismáticos que se tornaram bem estabelecidos em grandes partes do mundo, especialmente na [[África]], [[América Latina]] e [[Ásia]].<ref>{{Harvnb|Stoll|1990}}</ref><ref>{{citar web|url=http://religiousmovements.lib.virginia.edu/nrms/penta.html|título=Pentecostalism|autor=Jeff Hadden|ano=1997|acessodata=24-09-2008|wayb=20060427204250|urlmorta=sim}}</ref><ref name=movedbythespirit >{{citar web|url=http://pewforum.org/events/?EventID=109|título=Moved by the Spirit: Pentecostal Power and Politics after 100 Years|autor=Pew Forum on Religion and Public Life|data=24-04-2006|acessodata=24-09-2008}}</ref><ref name=britannica>{{citar enciclopédia|título=Pentecostalism|enciclopédia=Britannica Concise Encyclopedia|ano=2007|url=http://www.encyclopedia.com/doc/1B1-374862.html|acessodata=21-12-2008|wayb=20090112143456}}</ref><ref name=CTReview>{{citar web|url=http://www.christianitytoday.com/ct/2000/november13/36.107.html|título=The CT Review: Pie-in-the-Sky Now|autor=Ed Gitre|data=13-11-2000|obra=Christianity Today Magazine}}</ref> O líder [[muçulmano]] da [[Arábia Saudita]], Sheikh Ahmad al Qatanni, informou para a [[Aljazeera]] que todos os dias 16 mil muçulmanos africanos se convertem ao cristianismo. Ele alegou que o [[islã]] estava perdendo 6 milhões de muçulmanos africanos que tornam-se cristãos por ano,<ref>{{citar web|url=http://www.aljazeera.net/programs/shareea/articles/2000/12/12-12-6.htm|título=التنصير في إفريقيا|publicado=Al Jazeera|acessodata=19-11-2010|wayb=20010211114929|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.orthodoxytoday.org/articles6/AlJazeerahAfrica.php|título=Six Million African Muslims Convert to Christianity Each Year|publicado=OrthodoxyToday.org|acessodata=19-11-2010|wayb=20060716004009|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.americanthinker.com/blog/2006/05/six_million_african_muslims_le.html|título=Six million African Muslims leave Islam per year|publicado=American Thinker|acessodata=19-11-2010}}</ref><ref>{{citar web|url=http://mensnewsdaily.com/2006/12/31/over-a-million-muslim-converts-to-christianity/|título=Over a Million Muslim Converts to Christianity|publicado=Mens News Daily|data=31-12-2006|acessodata=19-11-2010|wayb=20080319022055|urlmorta=sim}}</ref> incluindo os muçulmanos na [[Argélia]], [[França]], [[Índia]], [[Marrocos]], [[Rússia]] e na [[Turquia]].<ref>{{citar web|url=http://www.chowk.com/ilogs/74358/51514|título=35,000 Moslems convert into Christianity each year in Turkey|publicado=Chowk|data=30-10-2009|acessodata=19-11-2010|wayb=20110525095644|urlmorta=sim}}</ref> Também é relatado que o cristianismo é popular entre pessoas de diferentes origens na Índia ([[hindus]] principalmente), [[Malásia]],<ref>{{citar web|url=http://www.christianaggression.org/item_display.php?id=1116227550&type=news|título=160,000 Have Converted Out of Hinduism in Malaysia in 25 Years|publicado=Christianaggression.org|data=16-05-2005|acessodata=19-11-2010|wayb=20071123035716|urlmorta=sim}}</ref> [[Mongólia]],<ref>{{citar web|url=http://www.mongolia-attractions.com/religions-in-mongolia.html|título=Religions in Mongolia|publicado=Mongolia-attractions.com|acessodata=19-11-2010|wayb=20110513073925|urlmorta=sim}}</ref> [[Nigéria]],<ref name="Religious Demographic Profiles">{{Citar web|url=http://pewforum.org/world-affairs/countries/?countryID=150|titulo=Religious Demographic Profiles – Pew Forum|acessodata=04-12-2009|wayb=20091204051956|urlmorta=sim}}</ref> [[Coreia do Norte]] e [[Vietnã]].<ref name="liberty">{{citar web|título=Annual Report on International Religious Freedom for 2005 – Vietnam|obra=U.S. Department of State|data=30-06-2005|url=http://www.unhcr.org/cgi-bin/texis/vtx/rsd/rsddocview.html?tbl=RSDCOI&id=437c9cdd2&count=0|acessodata=11-03-2007|wayb=20060324011902|urlmorta=sim}}</ref>

O cristianismo, de uma forma ou de outra, é a única [[Estado confessional|religião estatal]] das nações seguintes: [[Costa Rica]] ([[Catolicismo romano|católica romana]]),<ref name="Encyclopædia Britannica-Costa Rica">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/139528/Costa-Rica|título=Costa Rica|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=11-05-2008}}</ref> [[Dinamarca]] ([[Luteranismo|Igreja Luterana]]),<ref name="Encyclopædia Britannica-Denmark">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/157748/Denmark|título=Denmark|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=11-05-2008}}</ref> [[El Salvador]] (Católica Romana),<ref name="Encyclopædia Britannica-El Salvador">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/181798/El-Salvador|título=El Salvador|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=11-05-2008}}</ref> [[Inglaterra]] (Igreja [[Anglicana]]),<ref name="Centre for Citizenship-England">{{citar web|url=http://www.centreforcitizenship.org/church1.html|título=Church and State in Britain: The Church of privilege|publicado=Centre for Citizenship|acessodata=11-05-2008|wayb=20020609003753|urlmorta=sim}}</ref> [[Finlândia]] (Igreja Luterana e Ortodoxa),<ref name="Finish Tourist Board-Finland">{{citar web|url=http://www.visitfinland.com/w5/index.nsf/(Pages)/Religion|título=Official Religions of Finland|publicado=Finish Tourist Board|acessodata=11-05-2008|wayb=20060512042222|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Euresis-Finland">{{citar web|url=http://www.euresisnet.eu/Pages/ReligionAndState/FINLAND.aspx|título=State and Church in Finland|publicado=Euresis|acessodata=11-05-2008|wayb=20110720161135|urlmorta=sim}}</ref> [[Geórgia]] (Igreja Ortodoxa da Geórgia),<ref name="Beliefnet-Georgia">{{citar web|url=http://blog.beliefnet.com/stevenwaldman/2008/08/mccain-praises-georgia-for-ado.html|título=McCain Praises Georgia For Adopting Christianity As Official State Religion|publicado=BeliefNet|acessodata=11-04-2009}}</ref> [[Grécia]] ([[Igreja Ortodoxa Grega]]),<ref name="Encyclopædia Britannica-El Salvador"/> [[Islândia]] (Igreja Luterana),<ref name="Encyclopædia Britannica-Iceland">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/281235/Iceland|título=Iceland|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=11-05-2008}}</ref> [[Liechtenstein]] (Católica Romana),<ref name="U.S. Department of State-Liechtenstein">{{citar web|url=http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2003/24418.htm|título=Liechtenstein|publicado=U.S. Department of State|acessodata=11-05-2008|wayb=20031223130420|urlmorta=sim}}</ref> [[Malta]] (Católica Romana),<ref name="Encyclopædia Britannica-Malta">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/360532/Malta|título=Malta|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=11-05-2008}}</ref> [[Mônaco]] (Católica Romana),<ref name="Encyclopædia Britannica-Monaco">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/388747/Monaco|título=Monaco|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=11-05-2008}}</ref> [[Noruega]] (Igreja Luterana),<ref name="Encyclopædia Britannica-Norway">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/420178/Norway|título=Norway|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=11-05-2008}}</ref> e [[Vaticano]] (católica romana).<ref name="Encyclopædia Britannica-Vatican City">{{citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/623972/Vatican-City|título=Vatican|publicado=Encyclopædia Britannica|acessodata=11-05-2008}}</ref> Existem inúmeros outros países, como o [[Chipre]], que apesar de não terem uma [[Estado confessional|igreja estabelecida]], continuam a dar reconhecimento oficial a uma [[denominação cristã]] específica.<ref name="U.S. Department of State-Cyprus">{{citar web|url=http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2003/27433.htm|título=Cyprus|publicado=U.S. Department of State|acessodata=11-05-2008|wayb=20031223130751|urlmorta=sim}}</ref>

<gallery mode="packed" heights="60">
Ficheiro:Christian world map.png|Países com uma população cristã igual ou acima de 50% (roxo) e entre 10 a 49% (rosa)
Ficheiro:Catholic population.svg|Distribuição de católicos romanos
Ficheiro:Eastern Orthodoxy by country.png|Distribuição de ortodoxos ocidentais
Ficheiro:Oriental Orthodoxy by country.png|Distribuição de ortodoxos orientais
Ficheiro:Other Christians by country.png|Outras distribuições cristãs: preto — mais de 10 milhões; vermelho — mais de 1 milhão
Ficheiro:Lutheranism by country.png|Distribuição de Luteranos pelo mundo.
</gallery>

== Denominações ==
{{Principal|Denominação cristã}}
{{Anexo|Lista de denominações cristãs}}

As três divisões principais do cristianismo são o [[Igreja Católica|catolicismo]], a [[Igreja Ortodoxa|ortodoxia]] e o protestantismo:<ref>{{Harvnb|Rhodes|2005|p=14}}</ref><ref name="North Virgina College—Four Sects">{{citar web|url=http://www.nvcc.edu/home/lshulman/Rel232/resource/Xiandivision.htm|título=Divisions of Christianity|publicado=North Virginia College|acessodata=31-12-2007|wayb=20030520005110|urlmorta=sim}}</ref> Existem outros grupos cristãos que não se encaixam perfeitamente em uma destas categorias primárias.<ref name="Religious Tolerance—Four Sects">{{citar web|url=http://www.religioustolerance.org/ldswho.htm|título=The LDS Restorationist movement, including Mormon denominations|publicado=Religious Tolerance|acessodata=31-12-2007|wayb=20050410092328|urlmorta=sim}}</ref> O [[Credo Niceno]] é "aceito como autorizado pela Igreja Católica Romana, Ortodoxa, Anglicana e as principais igrejas protestantes".<ref>{{citar web|título=Nicene Creed|obra=Encyclopædia Britannica Online|ano=2007|url=http://www.britannica.com/eb/article-9055702|acessodata=31-12-2007|wayb=20060319230141|urlmorta=sim}}</ref> Há uma diversidade de doutrinas e práticas entre os grupos que se autodenominam cristãos. Estes grupos são por vezes classificados sob denominações, embora por razões teológicas muitos grupos rejeitam este sistema de classificação.<ref>{{Harvnb|Ahlstrom|2004|p=381}}</ref><ref name="Nash2020">{{Citar web|autor=Nash, Donald|url=http://www.crownhillchurch.com/Why_the_Churches_of_Christ_Are_Not_A_Denomination.pdf|título=Why the Churches of Christ are not a Denomination|wayb=20040716122209|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Wendell Winkler|url=http://www.thebible.net/introchurch/ch4.html|título=Christ's Church is not a Denomination}}</ref><ref>{{Citar web|autor=David E. Pratt|url=http://www.biblestudylessons.com/cgi-bin/gospel_way/denominations.php|título=What does God think about many Christian denominations?|wayb=20080828195721|urlmorta=sim}}</ref> Outra distinção que às vezes é traçada é entre o [[cristianismo oriental]] e o [[cristianismo ocidental]].

{{Denominações cristãs}}

=== Catolicismo ===
{{Principal|Igreja Católica}}
[[imagem:Vatican_City_and_St._Peter_Square_evening_twilight_aerial_view.jpg|thumb|esquerda|[[Basílica de São Pedro]], na [[Praça de São Pedro]], o centro da [[Igreja Católica]]]]

A [[Igreja Católica]] compreende as [[Igreja particular|igrejas particulares]], liderada por [[bispo]]s, em comunhão com o Papa, o Bispo de Roma, como sua mais alta autoridade em matéria de moral, fé e governança da Igreja.<ref name="LumenG">[[Segundo Concílio Vaticano]], ''[http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_en.html Lumen Gentium]''.</ref><ref name="SandSp1">{{Harvnb|Duffy|1997|p=1}}</ref> Como a [[Igreja Ortodoxa]], o [[Igreja Católica Romana]], através da sucessão apostólica, traça suas origens à comunidade cristã fundada por [[Jesus Cristo]].<ref name="NatGeographic281">{{Harvnb|Hitchcock|2004|p=281}}</ref><ref name="Norman11">{{Harvnb|Norman|2007a|p=11, 14}}</ref>

Os católicos defendem que o "[[Quatro marcas da Igreja|una, santa, católica e apostólica]]" fundada por [[Jesus]] subsiste plenamente na Igreja Católica Romana, mas também reconhece outras igrejas e comunidades cristãs<ref name="LumenG"/><ref>{{Citar web|url=http://www.vatican.va/archive/catechism/p123a9p3.htm#IV|título=Paragraph 865|publicado=[[Catecismo da Igreja Católica]]|wayb=20010129013200|urlmorta=sim}}</ref> e trabalha no sentido da [[Ecumenismo|reconciliação]] entre todos os cristãos.<ref name="LumenG"/> A fé católica é detalhada no [[catecismo da Igreja Católica]].<ref name="cat">{{Harvnb|Marthaler|1994}}, prefácio</ref><ref>{{citar web|último=John Paul II|primeiro=Pope|título=Laetamur Magnopere|publicado=Vatican|ano=1997|url=http://www.usccb.org/catechism/text/laetamurmagnopere.htm|wayb=20080211121910|acessodata=2008-03-09|urlmorta=sim}}</ref>

As {{formatnum:2782}} [[Sé episcopal|sé episcopais]]<ref>''[[Annuario Pontificio]]'' (2007), p. 1172.</ref> são agrupadas em [[Igreja particular sui iuris|23 ritos particulares]], sendo o maior do [[Igreja Católica de Rito Latino|rito latino]], cada um com tradições distintas em relação à [[liturgia]] e à administração dos [[Sacramentos católicos|sacramentos]].<ref name="OneFaith71">{{Harvnb|Barry|2001|p=71}}</ref>

Com mais de 1,1 bilhão de membros [[Batismo|batizados]], a Igreja Católica é a maior igreja cristã, representando mais da metade de todos os cristãos e um sexto da [[população mundial]].<ref name="Major Religions Ranked by Size"/><ref>{{Citar web|url=http://www.zenit.org/article-18894?l=english|título=Number of Catholics and Priests Rises|data=12-02-2007|obra=Zenit.org|wayb=20080225194908|urlmorta=sim}}</ref><ref name="CIA">{{Citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/xx.html|título=CIA World Factbook|publicado=[[Central Intelligence Agency]]|ano=2007|wayb=20070612212614|urlmorta=sim}}</ref>

=== Igreja Ortodoxa ===
{{Principal|Igreja Ortodoxa}}
[[imagem:Church of St. George, Istanbul (August 2010).jpg|thumb|[[Catedral de São Jorge (Istambul)|Catedral de São Jorge]] em [[Istambul]]: a sede do [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla]], cujo líder é considerado o ''[[primus inter pares]]'' na [[Igreja Ortodoxa]]]]

A [[Igreja Ortodoxa]], ou ortodoxia bizantina, compreende as igrejas em comunhão com a Sé Patriarcal do Oriente, como o [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla]]. Como a [[Igreja Católica Romana]], a [[Igreja Ortodoxa]] também tem sua herança à fundação do cristianismo através da [[sucessão apostólica]] e tem uma estrutura episcopal, embora a autonomia do indivíduo, principalmente nas igrejas nacionais, seja enfatizada.<ref name="ODCC1199">{{Harvnb|Cross|Livingstone|1997|p=1199}}</ref>

Uma série de conflitos com o [[cristianismo ocidental]] sobre questões de doutrina e autoridade culminou com o [[Grande Cisma do Oriente|Grande Cisma]]. A orotodoxia bizantina é a segunda maior denominação única no Cristianismo, com mais de 200 milhões de adeptos, embora os [[protestantes]], coletivamente, os superem substancialmente.<ref name=aboutWeb>{{citar web|último1=Fairchild|primeiro1=Mary|titulo=Eastern Orthodox Denomination|publicado=Learn Religions|url=https://www.learnreligions.com/eastern-orthodox-church-denomination-700624|acessodata=22-05-2014}}</ref> Como uma das instituições religiosas mais antigas do mundo, a [[Igreja Ortodoxa]] desempenhou um papel proeminente na história e na cultura da [[Europa Oriental]] e do [[Sudeste europeu]], do [[Cáucaso]] e do [[Oriente Próximo]].<ref name="Ware1993">{{Harvnb|Ware|1993|p=8}}</ref>

=== Ortodoxia oriental ===
{{AP|Cristianismo oriental|Ortodoxia oriental}}
[[Imagem:Addis_abeba,_chiesa_della_trinità,_esterno_02.jpg|esquerda|thumb|[[Catedral da Santíssima Trindade (Adis Abeba)|Catedral da Santíssima Trindade]] em [[Addis Ababa]], a sede da [[Igreja Ortodoxa Etíope]].]]
As [[Igrejas Ortodoxas Orientais]] (também chamadas de igrejas "Antigas Orientais") são aquelas igrejas orientais que reconhecem os três primeiros concílios ecumênicos — [[Primeiro Concílio de Niceia|Niceia]], [[Primeiro Concílio de Constantinopla|Constantinopla]] e [[Primeiro Concílio de Éfeso|Éfeso]] — mas rejeitam as definições dogmáticas do [[Concílio de Calcedônia]] e, em vez disso, defendem uma [[cristologia]] [[Miafisismo|miafisisma]].

A comunhão Ortodoxa Oriental consiste em seis grupos: [[Igreja Ortodoxa Síria]], [[Igreja Ortodoxa Copta]], [[Igreja Ortodoxa Etíope]], [[Igreja Ortodoxa Eritreia]], [[Igreja Ortodoxa Siríaca Malankara]] (Índia) e [[Igreja Apostólica Armênia]].<ref>{{citar web|url=http://www.wcc-coe.org/wcc/what/ecumenical/ooc-e.html|titulo=Oriental Orthodox Churches|publicado=World Council of Churches|acessodata=19-11-2010|wayb=20100406014259|urlmorta=sim}}</ref> Estas seis igrejas, embora estejam em [[comunhão]] umas com as outras, são completamente independentes hierarquicamente.<ref>{{citar web|url=http://www.pluralism.org/affiliates/student/allen/Oriental-Orthodox/Home.html|titulo=An Introduction to the Oriental Orthodox Churches|publicado=Pluralism.org|data=15-03-2005|acessodata=19-11-2010|wayb=20081119161139|urlmorta=sim}}</ref> Essas igrejas geralmente não estão em comunhão com a Igreja Ortodoxa Oriental, com a qual estão em diálogo para erigir uma comunhão.<ref name="sor.cua.edu">{{citar web|autor=OONS|url=http://sor.cua.edu/Ecumenism/20010317oomtg4.html|titulo=Middle Eastern Oriental Orthodox Common Declaration|publicado=Syrian Orthodox Resources|acessodata=19-11-2010|wayb=20100626020037|urlmorta=sim}}</ref> E, juntas, têm cerca de 62 milhões de membros em todo o mundo.<ref>{{Harvnb|Lamport|2018|p=601}}</ref><ref>{{citar periódico|titulo=Orthodox Christianity in the 21st Century|periódico=Pew Research Center's Religion & Public Life Project|data=08-11-2017|url=https://www.pewforum.org/2017/11/08/orthodox-christianity-in-the-21st-century/}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.oikoumene.org/en/church-families/orthodox-churches-oriental|titulo=Orthodox churches (Oriental)|website=World Council of Churches|língua=en}}</ref>

Como algumas das instituições religiosas mais antigas do mundo, as Igrejas Ortodoxas Orientais têm desempenhado um papel proeminente na história e cultura da [[Armênia]], [[Egito]], [[Turquia]], [[Eritreia]], [[Etiópia]], [[Sudão]] e partes do [[Oriente Médio]] e da [[Índia]].<ref>{{Harvnb|Betts|1978}}</ref><ref>{{Harvnb|Meyendorff|1989}}</ref> Como a parte cristã oriental das denominações cristãs, seus bispos são iguais em virtude da ordenação episcopal e suas doutrinas podem ser resumidas no fato de que as igrejas reconhecem a validade de apenas os três primeiros [[concílios ecumênicos]].<ref>{{Harvnb|Hindson|Mitchell|2013|p=108}}</ref>

=== Igreja Assíria do Oriente ===
{{AP|Igreja Assíria do Oriente}}
[[Imagem:Church_of_Saint_John_the_Arab.jpg|thumb|Uma [[igreja nestoriana]] do século VI na aldeia [[Assírios|assíria]] de [[Geramon]] em [[Hakkari]], sudeste da [[Turquia]].]]

A [[Igreja Assíria do Oriente]], com um patriarcado ininterrupto estabelecido no século XVII, é uma denominação [[Cristianismo oriental|cristã oriental]] independente que reivindica a continuidade da [[Igreja do Oriente]] — em paralelo ao patriarcado católico estabelecido no século XVI que evoluiu para a [[Igreja Católica Caldeia]], uma [[Igrejas católicas orientais|igreja católica oriental]] em [[comunhão plena]] com o [[Papa]]. É uma igreja cristã oriental que segue a tradicional cristologia e eclesiologia da Igreja histórica do Oriente. Em grande parte anicônica e não em [[Koinonia|comunhão]] com qualquer outra igreja, pertence ao ramo oriental do cristianismo [[siríaco]] e usa o [[rito siríaco oriental]] em sua [[liturgia]].<ref>{{Harvnb|Baumer|2006}}</ref>

Sua principal língua falada é o [[Língua siríaca|siríaco]], um dialeto do [[aramaico]] oriental, e a maioria de seus adeptos são [[assírios]] étnicos. Está oficialmente sediada na cidade de [[Erbil]], no norte do [[Curdistão iraquiano]], e sua área original também se espalha pelo sudeste da [[Turquia]] e noroeste do [[Irã]], correspondendo à antiga [[Assíria]]. Sua hierarquia é composta por bispos metropolitanos e bispos diocesanos, enquanto o baixo clero consiste em padres e diáconos, que servem em dioceses (eparquias) e paróquias em todo o [[Oriente Médio]], [[Índia]], [[América do Norte]], [[Oceania]] e [[Europa]] (incluindo o [[Cáucaso]] e a [[Rússia]]).<ref>{{Harvnb|Hunter|2014|pp=601–620}}</ref>

=== Protestantismo ===
{{Principal|Reforma Protestante|Protestantismo}}
[[Imagem:Protestantbranches_pt.svg|thumb|esquerda|upright=1.8|Principais ramos protestantes]]

No {{séc|XVI}}, [[Martinho Lutero]], [[Ulrico Zuínglio]] e [[João Calvino]] inauguraram o que veio a ser chamado de protestantismo. Os herdeiros teológicos primários de Lutero são conhecidos como [[Luteranismo|luteranos]]. Os herdeiros de Zwingli e Calvino são muito mais amplas denominalmente e são amplamente referidos como a [[Igrejas Reformadas|Tradição Reformada]].<ref name="McManners251">{{Harvnb|McManners|1990|pp=251–59}}</ref>

A maioria das tradições protestantes se ramificam a partir da Tradição Reformada, de alguma forma. Além dos ramos luteranos e reformados da Reforma, há o [[anglicanismo]] após a [[Reforma Inglesa]]. A tradição [[anabatista]] foi amplamente condenada ao [[ostracismo]] por parte dos outros protestantes na época, mas conseguiu uma medida de afirmação na história mais recente. Alguns (mas não a maioria) dos [[batistas]] preferem não ser chamados de protestantes, alegando uma linha direta ancestral que remonta aos apóstolos, no {{séc|I}}.<ref name="Carroll">{{Harvnb|Carroll|2004|pp=20-24}}</ref>

Os mais antigos grupos protestantes se separaram da [[Igreja Católica]] no {{séc|XVI}} durante a [[Reforma Protestante]], seguido em muitos casos, por novas divisões.<ref name="McManners251"/> Por exemplo, a [[Igreja Metodista]] surgiu do ministro anglicano [[John Wesley]] e do movimento [[Evangelismo|evangélico]] de [[Movimento de Santidade|renovação]] na [[Igreja Anglicana]].<ref name="Methodist Central Hall Westminster—Methodism">{{citar web|url=http://www.methodist-central-hall.org.uk/history/WhatisMethodism.htm|título=About The Methodist Church|publicado=Methodist Central Hall Westminster|acessodata=2007-12-31|wayb=20070121041402|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Public Service Projects—Holiness Movement">{{citar web|url=http://mb-soft.com/believe/text/holiness.htm|título=American Holiness Movement|publicado=Finding Your Way, Inc|acessodata=2007-12-31}}</ref> Várias igrejas [[pentecostais]] e não denominacionais, que enfatizam o poder purificador do [[Espírito Santo]], por sua vez, cresceram a partir da Igreja Metodista.<ref name="Public Service Projects—Holiness Movement" /><ref name="FYW—Pentecostalism">{{citar web|url=http://www.findingyourwayinc.org/christianity.htm|título=Christianity: Pentecostal Churches|publicado=Finding Your Way, Inc.|acessodata=2007-12-31|wayb=20040519155617|urlmorta=sim}}</ref>
{{imagem dupla|left|Lutheran Cathedral in Helsinki Ralf.jpg|180|Lakewood worship.jpg|200|[[Catedral de Helsinque|Catedral Luterana de Helsinque]] na [[Finlândia]]|[[Megaigreja]] [[Evangelicalismo|evangélica]] [[Lakewood Church]] em [[Houston]], [[Estados Unidos]]}}

Devido ao fato de que [[metodistas]], [[pentecostais]], [[evangélicos]] e outros enfatizarem que "aceitam Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal",<ref name="CUMC Accepting Christ">{{citar web|url=http://www.cambridgechristumc.com/statementofbelief.htm|título=Statement of Belief|publicado=Cambridge Christ United Methodist Church|acessodata=2007-12-31|wayb=20070928101604|urlmorta=sim}}</ref> o que vem da ênfase dos Irmãos Morávios e de [[John Wesley]] no [[Novo nascimento|Novo Nascimento]],<ref name="UMC GBGM-The New Birth">{{citar web|url=http://new.gbgm-umc.org/umhistory/wesley/sermons/45/|título=The New Birth by John Wesley (Sermon 45)|publicado=The United Methodist Church GBGM|acessodata=2007-12-31|wayb=20070913232442|urlmorta=sim}}</ref> muitas vezes eles se referem a si mesmos como pessoas nascidas de novo, constituindo o movimento do [[evangelicalismo]].<ref name="UMC GBGM-Grace">{{citar web|url=http://gbgm-umc.org/umw/wesley/walk.stm|título=God's Preparing, Accepting, and Sustaining Grace|publicado=The United Methodist Church GBGM|acessodata=2007-12-31|wayb=20080109013416|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Warren Wilson College—Total Experience of the Spirit">{{citar web|url=http://www.warren-wilson.edu/~religion/newifo/religions/christianity/index/pentecostal/essay.shtml|título=Total Experience of the Spirit|publicado=Warren Wilson College|acessodata=2007-12-31|wayb=20060903030820|urlmorta=sim}}</ref>

As estimativas do número total de protestantes são muito incertas, em parte devido à dificuldade em determinar quais as denominações devem ser colocadas nesta categoria, mas parece claro que o protestantismo seja o segundo maior grande grupo de cristãos após o catolicismo em número de seguidores. Todavia, a [[Igreja Ortodoxa]] é maior do que qualquer denominação protestante única.<ref name="Major Religions Ranked by Size"/>

Um grupo especial são as igrejas anglicanas descendentes da [[Igreja da Inglaterra]] e que organizaram na [[Comunhão Anglicana]]. Algumas igrejas anglicanas se consideram tanto protestantes quanto católicas.<ref>{{Harvnb|Sykes|Booty|Knight|1998|p=219}}</ref> Alguns anglicanos consideram sua igreja um ramo da "Santa Igreja Católica" ao lado da Igreja Católica Romana e das Igrejas Ortodoxas Orientais, um conceito rejeitado pela Igreja Católica Romana e algumas Ortodoxas Orientais.<ref>{{Citar web|autor=Gregory Hallam|url=http://www.orthodoxresearchinstitute.org/articles/ecumenical/hallam_orthodoxy_ecumenism.htm|título=Orthodoxy and Ecumenism}}</ref><ref>{{Citar periódico|autor=Gregory Mathewes-Green|url=http://www.westernorthodox.com/branch.html|título=Whither the Branch Theory?|wayb=20120519104645|periódico=Anglican Orthodox Pilgrim|volume=2|número=4|wayb=20060323123736|urlmorta=sim}}</ref>

Alguns grupos de indivíduos que possuem princípios básicos protestantes se identificam simplesmente como "cristãos" ou "cristãos renascidos". Eles normalmente se distanciam da [[confessionalismo]] de outras comunidades cristãs,{{Nota de rodapé|Confessionalismo é um termo empregado pelos historiadores para descrever "a criação de identidades fixas e sistemas de crenças para as igrejas separadas que anteriormente tinha sido mais fluido em sua auto-compreensão, e que não tinha começado, buscando identidades separadas por si mesmos, eles queriam ser verdadeiramente católica e reformada."<ref>{{Harvnb|MacCulloch|2004|p=xxiv}}</ref>}} chamando a si mesmos de "não confessionais". Muitas vezes fundada por pastores individuais, eles têm pouca afiliação com denominações históricas.<ref name="Pew Forum on Religion & Public Life / U.S. Religious Landscape Survey">{{citar web|url=http://religions.pewforum.org/pdf/report2religious-landscape-study-appendix3.pdf|título=Classification of Protestant Denominations|publicado=Pew Forum on Religion & Public Life / U.S. Religious Landscape Survey|acessodata=2009-09-27|wayb=20080704020138|urlmorta=sim}}</ref>

=== Restauracionismo ===
{{AP|Restauracionismo}}
[[Imagem:Salt Lake Temple, Utah - Sept 2004-2.jpg|thumb|O Templo de Salt Lake, é hoje uma das imagens mais icônicas da [[Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias]].<ref name="Templo de Salt Lake">{{Citar web|url=http://www.lds.org/temples/main/0,11204,1912-1-40-0,00.html|título=Salt Lake Temple|publicado=LDS|acessodata=14-09-2010|wayb=20020214012202|urlmorta=sim}}</ref>]]

O [[Segundo Grande Despertar]], um período de renascimento religioso que ocorreu nos [[Estados Unidos]] durante o início dos anos 1800, viu o desenvolvimento de um número de igrejas independentes. Elas geralmente se viam como a restauração da igreja original de [[Jesus Cristo]], em vez de reformar uma das igrejas existentes.<ref>{{Harvnb|McManners|1990|p=91f}}</ref> A crença ordinária detida pelos restauradores era que as outras divisões do cristianismo tinha introduzido defeitos doutrinários no cristianismo, que era conhecido como a [[Restauracionismo#Grande Apostasia|Grande Apostasia]]<ref name="Religious Tolerance—Restorationism">{{citar web|url=http://www.religioustolerance.org/chrrest.htm|título=The Restorationist Movements|publicado=Religious Tolerance|acessodata=31-12-2007|wayb=20061212202036|urlmorta=sim}}</ref><ref name="Got Questions Ministries—Restorationism">{{citar web|url=http://www.gotquestions.org/restorationism.html|título=What is Restorationism?|publicado=Got Questions Ministries|acessodata=31-12-2007}}</ref> (''ver: [[Constantinismo]] e [[Reviravolta de Constantino]]'')

Algumas das igrejas que tiveram origem durante este período são historicamente ligadas à reuniões em acampamento no centro-oeste e norte de Nova York no início de {{séc|XIX}}. O [[milenarismo]] e o [[adventismo]] estadunidenses, que surgiu do protestantismo evangélico, influenciou o movimento das [[Testemunhas de Jeová]] (com 7 milhões de membros),<ref>{{Citar web|url=http://www.jw-media.org/people/statistics.htm#Jehovah%Witness%Membership%2005|título=Membership 2005|publicado=JW-Media.org|wayb=20090210030220|urlmorta=sim}}</ref> e, como uma reação especificamente para [[William Miller]], os [[Adventistas do Sétimo Dia]]. Outros, incluindo os [[Discípulos de Cristo]]<ref>{{Harvnb|Ahlstrom|2004}}</ref> e as [[Igrejas de Cristo]], têm suas raízes no [[Movimento da Restauração]] contemporânea de Stone-Campbell, que foi centrada em [[Kentucky]] e no [[Tennessee]].

Outros grupos originários deste período incluem o [[cristadelfianos]] e [[A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias]], a maior denominação do movimento [[Santo dos Últimos Dias]], com mais de 15 milhões de membros.<ref name=autogenerated2>{{citar web|url=http://lds.org/conference/talk/display/0,5232,23-1-1032-10,00.html|título=Statistical Report 2008|publicado=Lds.org|data=2008-12-31|acessodata=2010-11-19|wayb=20090414115902|urlmorta=sim}}</ref><ref name = SLT13>{{Citar web|url=https://www.religionnewsblog.com/18573/mormon-church-3|título=LDS Church says membership now 13 million worldwide||obra=Salt Lake Tribune|data=25-06-2007}}</ref><ref name = LDS13>{{Citar web|url=http://www.lds.org/ldsnewsroom/v/index.jsp?vgnextoid=80fc110c00c53110VgnVCM100000176f620aRCRD&vgnextchannel=9ae411154963d010VgnVCM1000004e94610aRCRD|título=One Million Missionaries, Thirteen Million Members|data=25-06-2007|publicado=LDS Church|wayb=20070702171225|urlmorta=sim}}</ref>{{Nota de rodapé|A igreja conta todos os membros que já foram batizados, que não foram excomungados nem tiveram seus nomes removidos dos registros da igreja. Pesquisas independentes estimam que cerca de 50% das pessoas nas listas da Igreja SUD não se identificam com a religião. <ref>{{citar web|autor=John Dart|url=http://findarticles.com/p/articles/mi_m1058/is_17_124/ai_n20525201/|título=Counting Mormons: study says LDS numbers inflated, Christian Century|data=21-08-2007|wayb=20080125164445|urlmorta=sim}}</ref>}}<ref>{{Citar web|ultimo=Hales|primeiro=Brook P.|url=https://www.churchofjesuschrist.org/study/general-conference/2014/04/statistical-report-2013?lang=por&country=br|titulo=Relatório Estatístico de 2013|acessodata=2021-02-27|website=Church of Jesus Christ}}</ref> Enquanto as igrejas originários do Segunda Grande Despertar têm algumas semelhanças superficiais, sua doutrina e as práticas variam significativamente.

=== Outros ===
{{Principal|Cristianismo esotérico}}
{{Vertambém|Doutrina espírita}}

O [[antitrinitarismo]] inclui todos os sistemas de [[Teologia cristã|crença cristã]] de que rejeitam, total ou parcialmente, a doutrina da [[Trindade (cristianismo)|Trindade]], isto é, o ensinamento de que [[Deus]] é três [[hipóstase]]s distintas e ainda coeternamente iguais e que estão indissoluvelmente unidas em uma essência.<ref name="devil">{{citar web|título=Do You Believe in a Devil?|url=http://www.thechristadelphian.com/pamphlets/standardseries/doyoubelieve.html|publicado=CMPA|local=Birmingham|acessodata=08-12-2009|wayb=20100830151849|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Kevin Knight|url=http://www.newadvent.org/cathen/15047a.htm|título=The dogma of the Trinity|obra=Catholic Encyclopedia}}</ref> Na antiguidade, esporadicamente, na [[Idade Média]], e novamente após a Reforma e até hoje, existiram pontos de vista diferentes sobre a divindade dos da Trindade e da [[cristologia]] tradicionais. Embora diversas, essas visões podem ser geralmente classificadas nos que mantêm [[Cristo]] apenas divino e não diferindo-o do [[Deus, o Pai|Pai]], aqueles que detêm Cristo como um Deus menor do que o Pai; em outras formas de ser completamente humano e um mensageiro como o humano criado perfeito.<ref>John 6:14 Jesus identified as a prophet. The greater Moses.</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.uua.org/re/reach/fall01/curriculum/unitarian_views_of_jesus.html|título=Unitarian Views of Jesus|publicado=UUA.org|wayb=20070315181008|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.sullivan-county.com/nf0/nov_2000/unitarian1.htm|título=Socinianism: Unitarianism in 16th-17th century Poland and Its Influence|obra=sullivan-county.com}}</ref>
[[Ficheiro:Sint-Gertrudiskathedraal.JPG|thumb|esquerda|upright|Catedral Vétero de [[Utrecht]], nos [[Países Baixos]], um templo da [[Velha Igreja Católica]]]]

Na [[Itália]], [[Polônia]], [[Lituânia]], [[Transilvânia]], [[Hungria]], [[Romênia]] e [[Reino Unido]], as [[Igrejas Unitárias]] surgiram da tradição da [[Reforma Protestante]] no século XVI;<ref>{{Harvnb|Melton|2005|p=543}}</ref> a [[Igreja Unitária da Transilvânia]] é um exemplo de denominação que surgiu nesta era.<ref>{{Harvnb|Fahlbusch|Bromiley|Lochman|Mbiti|2008|p=603}}</ref> Eles adotaram a [[doutrina anabatista]] de [[credobatismo]].<ref name="Bochenski2013">{{Harvnb|Bochenski|2013}}</ref>

Várias comunidades menores, como o [[Velha Igreja Católica]] e as [[Igrejas Católicas Independentes]], incluem a palavra católica em seu título e têm muito em comum com o [[catolicismo romano]], mas já não estão em comunhão com a [[Sé de Roma]]. A Igreja Católica Velha está em comunhão com a [[Comunhão Anglicana]].<ref>{{Citar web|url=http://www.churchofthebeatitudes.org/id19.html|título=Old Catholic Church of the Beatitudes|wayb=20111011042003|urlmorta=sim}}</ref>

[[Cristianismo espiritual|Cristãos espirituais]], como os [[doukhobors]] e os [[molokans]], romperam com a [[Igreja Ortodoxa Russa]] e mantêm estreita associação com [[menonitas]] e [[quakers]] devido a práticas religiosas semelhantes; todos esses grupos são, além disso, considerados coletivamente como igrejas da paz devido à sua crença no [[pacifismo]].<ref name="Fahlbusch2008">{{Harvnb|Fahlbusch|2008|p=208}}</ref><ref name="FlemingRowan2004">{{Harvnb|Fleming|Rowan|Chambers|2004|p=4}}</ref>

O [[judaísmo messiânico]] (ou [[movimento messiânico]]) é o nome de um movimento cristão composto por várias correntes, cujos membros podem se considerar [[judeus]]. O movimento se originou nas décadas de 1960 e 1970 e combina elementos da [[Judaísmo|prática religiosa judaica]] com o [[cristianismo evangélico]]. O judaísmo messiânico afirma os credos cristãos, como o messianismo e a divindade de "[[Yeshua]]" (o nome hebraico de Jesus) e a [[natureza trina de Deus]], ao mesmo tempo que adere a algumas leis e costumes dietéticos judaicos.<ref name=Ariel2006p208>{{Harvnb|Ariel|2006|p=208}}</ref>

Os [[cristãos esotéricos]] consideram o cristianismo uma [[religião de mistério]]<ref name="Besant 2001">{{Harvnb|Besant|2001}}</ref> e professam a existência e a posse de certas doutrinas ou práticas [[Esoterismo|esotéricas]],<ref>{{Harvnb|Hanegraaff|Faivre|Broek|Brach|2005}}</ref> escondidas do público, mas acessíveis apenas a um estreito círculo de "iluminados", pessoas "iniciadas" ou altamente educadas.<ref>{{citar web|url=http://www.webster.com/dictionary/esotericism|titulo=Esotericism|publicado=Merriam-Webster Online Dictionary|data=13-08-2010|acessodata=19-11-2010|wayb=20081202062757|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.webster.com/dictionary/esoteric|titulo=Esoteric|publicado=Merriam-Webster Online Dictionary|acessodata=19-11-2010|wayb=20080907075009|urlmorta=sim}}</ref> Algumas das instituições cristãs esotéricas incluem a [[Fraternidade Rosacruz]], a [[Sociedade Antroposófica]] e o [[Martinismo]].

O [[cristianismo não denominacional]] consiste em igrejas que tipicamente se distanciam do [[confessionalismo]] ou credo de outras comunidades cristãs por não se alinharem formalmente com uma denominação cristã específica.<ref name="Hughes1997"/> O cristianismo não denominacional surgiu no século XVIII através do [[Restauracionismo|Movimento de Restauração]], com seguidores se organizando simplesmente como "cristãos" e "discípulos de Cristo",<ref name="Hughes1997">{{Harvnb|Journal of American History|1997|p=1400}}</ref><ref name="Barnett2020">{{citar web|último1=Barnett|primeiro1=Joe R.|titulo=Who are the Churches of Christ|url=https://www.southsidehopkinsville.com/who-are-the-churches-of-christ/|publicado=Southside Church of Christ|acessodata=07-12-2020|língua=en|wayb=20150429161302|urlmorta=sim}}</ref> mas muitos tipicamente aderem ao [[cristianismo evangélico]].<ref name="Nash2020"/><ref name="HughesRoberts2001">{{Harvnb|Hughes|Roberts|2001|p=63}}</ref><ref name="Cherok2011">{{Harvnb|Cherok|2011|p=47}}</ref>

== Legado ==
=== Influência na cultura ocidental ===
{{AP|Impacto do cristianismo na civilização}}
{{multiple image
 | align       = right
 | total_width = 300
 | perrow      = 1/2/2
 | image1      = La volta della Cappella Sistina (Michelangelo Buonarroti 1508-1512) - panoramio.jpg
 | image2      = Hollfeld Krippe P1340403.jpg
 | image3      = NotreDameDeParis.jpg
 | image4      = Christ the Redeemer - Cristo Redentor.jpg
 | image5      = Svatba (2).jpg
 | footer      = ''No sentido horário a partir do topo'': teto da [[Capela Sistina]], no [[Vaticano]]; [[Catedral de Notre-Dame de Paris]]; casamento [[Igreja Ortodoxa|ortodoxo]]; estátua do [[Cristo Redentor]], no [[Rio de Janeiro]]; [[presépio]]
}}

A [[cultura ocidental]], ao longo da maior parte de sua história, foi quase equivalente à cultura cristã, e uma grande parte da população do [[hemisfério ocidental]] pode ser descrita como praticante ou cristão nominal. A noção de "Europa" e de "[[Mundo Ocidental]]" está intimamente ligada ao conceito de "Cristianismo e [[Cristandade]]". Muitos até atribuem o cristianismo por ser o elo que criou uma identidade europeia unificada.<ref>{{Harvnb|Dawson|Olsen|1961|p=108}}</ref>

Embora a cultura ocidental contivesse várias [[religiões politeístas]] durante seus primeiros anos sob a [[civilização greco-romana]], à medida que o [[Queda do Império Romano do Ocidente|poder romano centralizado diminuía]], o domínio da [[Igreja Católica]] era a única força consistente na [[Europa Ocidental]].<ref name="autogenerated1994">{{Harvnb|Koch|1994}}</ref> Até o [[Iluminismo]],<ref name="autogenerated1994"/> a cultura cristã guiou o curso da [[filosofia]], [[literatura]], [[arte]], [[música]] e [[ciência]] ocidentais.<ref name="autogenerated1994"/><ref>{{Harvnb|Dawson|Olsen|1961}}</ref>

O cristianismo teve um impacto significativo na educação, pois a igreja criou as bases do sistema ocidental de educação<ref>{{Citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/115240/Christianity/67592/Forms-of-Christian-education|título=Forms of Christian education|publicado=Encyclopædia Britannica|wayb=20130926080746|urlmorta=sim}}</ref> e foi o patrocinador da [[Universidade medieval|fundação de universidades]] no mundo ocidental, visto que a universidade é geralmente considerada como uma instituição que tem sua origem no cenário cristão medieval. Historicamente, o cristianismo sempre foi um patrono da ciência e da [[medicina]]; muitos clérigos [[católicos]],<ref name="Hough p68">{{Harvnb|Hough|2007|p=68}}</ref> [[jesuítas]] em particular,{{Sfn|Woods|2005|p=109}}<ref>{{Citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/302999/Jesuit|título=Jesuit|publicado=Encyclopædia Britannica}}</ref> foram ativos nas ciências ao longo da história e deram contribuições significativas para o desenvolvimento da ciência.<ref>{{Harvnb|Wallace|1984}}</ref>

O protestantismo também teve uma influência importante na ciência. De acordo com a [[Tese de Merton]], houve uma correlação positiva entre o surgimento do [[puritanismo]] inglês e do [[pietismo]] alemão, por um lado, e as primeiras ciências experimentais, por outro. A influência civilizadora do cristianismo inclui [[Bem-estar|bem-estar social]],<ref name="church and the social welfare">{{Citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/115240/Christianity/67594/Church-and-social-welfare|título=Church and social welfare|publicado=Encyclopædia Britannica}}</ref> fundação de hospitais,<ref name="church and the social welfare"/> economia (como a [[ética protestante do trabalho]]),<ref name="church and the social welfare"/><ref name="J. Hillerbrand ">{{Harvnb|Hillerbrand|2016|p=174}}</ref> arquitetura,<ref name="BF">{{Harvnb|Fletcher|1931|pp=113-126}}</ref> política,<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/church-and-state|título=Church and state|publicado=Encyclopædia Britannica}}</ref> literatura,<ref>{{Harvnb|Buringh|van Zanden|2009|pp=409–445}}</ref> higiene pessoal ([[ablução]]),<ref>{{Harvnb|Gariepy|2009|p=16}}</ref><ref name=" Warsh ">{{Harvnb|Warsh|Strong-Boag|2006|p=315}}</ref> e vida familiar.<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/Christianity/Church-and-family#ref67603|título=The tendency to spiritualize and individualize marriage|publicado=Encyclopædia Britannica}}</ref><ref>{{Harvnb|Rawson|2010|p=111}}</ref>

[[Cristianismo oriental|Cristãos orientais]] (particularmente [[cristãos nestorianos]]) contribuíram para a [[Idade de ouro islâmica|civilização islâmica árabe]] durante o reinado [[Califado Omíada|Omíada]] e do [[Califado Abássida|Abássida]], traduzindo obras de [[filósofos gregos]] para o [[Língua siríaca|siríaco]] e, posteriormente, para o [[Língua árabe|árabe]].<ref>{{Harvnb|Hill|1993|p=4}}</ref><ref>{{Harvnb|Brague|2009|p=164}}</ref><ref>{{Harvnb|Ferguson|2011|p=100}}</ref> Eles também se destacaram em filosofia, ciência, teologia e medicina.<ref>{{Harvnb|Kaser|2011|p=135}}</ref><ref>{{Citar web|autor=Rémi Brague|url=http://www.christiansofiraq.com/assyriancontributionstotheislamiccivilization.htm|título=Assyrians contributions to the Islamic civilization|wayb=20100317114250|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/409819/Nestorian|título=Nestorian|publicado=Britannica}}</ref>

Os cristãos têm feito uma miríade de contribuições para o progresso humano em uma ampla e diversa gama de campos,<ref>{{citar web|url=http://www.adherents.com/adh_influ.html|titulo=Religion of History's 100 Most Influential People|wayb=19991128185243|urlmorta=sim}}</ref> incluindo filosofia<ref>{{citar web|url=http://www.adherents.com/adh_phil.html|titulo=Religion of Great Philosophers|wayb=20000118210213|urlmorta=sim}}</ref><ref name=" A. Spinello ">{{Harvnb|Spinello|2012|p=147}}</ref> ciência e tecnologia,<ref name="Gilley"/><ref name=" Steane ">{{Harvnb|Steane|2014|p=179}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.rae.org/influsci.html|titulo=Christian Influences in the Sciences|website=rae.org|wayb=20150924084347|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://creationsafaris.com/wgcs_1.htm|titulo=World's Greatest Creation Scientists from Y1K to Y2K|website=Creation Safaris|wayb=20160115053801|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.adherents.com/people/100_scientists.html|titulo=100 Scientists Who Shaped World History|wayb=20051119123204|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.adherents.com/people/100_Nobel.html|titulo=50 Nobel Laureates and Other Great Scientists Who Believe in God|wayb=20070524041145|urlmorta=sim}}</ref> [[belas artes]] e [[arquitetura]],<ref>{{citar web|url=http://www.adherents.com/people/adh_art.html|titulo=Religious Affiliation of the World's Greatest Artists|wayb=20051211024930|urlmorta=sim}}</ref> política, literatura, [[Música cristã|música]] e negócios.<ref>{{citar web|url=http://www.adherents.com/people/100_business.html|titulo=Wealthy 100 and the 100 Most Influential in Business|wayb=20051119112115|urlmorta=sim}}</ref> Em 100 anos de [[prêmios Nobel]], entre 1901 e 2000, 65,4% dos ganhadores [[Lista de cristãos laureados com o Nobel|identificaram o cristianismo]], em suas várias formas, como sua preferência religiosa.<ref name="Nobel Prize">{{Harvnb|Shalev|2003|p=57}}</ref>

[[Pós-cristianismo]] é o termo para o declínio do cristianismo, particularmente na [[Europa]], [[Canadá]], [[Austrália]] e, em menor grau, no [[Cone Sul]], nos séculos XX e XXI, considerado em termos de [[pós-modernismo]]. Refere-se à perda do monopólio do cristianismo sobre os valores e a visão de mundo nas sociedades historicamente cristãs.<ref>{{Harvnb|Oosthuizen|1968}}</ref>

Os cristãos culturais são pessoas [[Secularismo|seculares]] com uma herança cristã que podem não acreditar nas reivindicações religiosas do cristianismo, mas que mantêm uma afinidade pela cultura popular, arte, música e assim por diante relacionadas à religião.<ref>{{Harvnb|Mallory|Baldwin|1973|p=64}}</ref>

=== Ecumenismo ===
{{AP|Ecumenismo}}
[[Imagem:Christian_flag.svg|esquerda|thumb|A [[Bandeira Cristã]] é uma bandeira ecumênica projetada no início do século XX para representar todo o cristianismo e a [[cristandade]].<ref name=CA2014>{{citar periódico|ano=1942|titulo=Resolution|periódico=Federal Council Bulletin|publicado=Religious Publicity Service of the Federal Council of the Churches of Christ in America|volume=25-27}}</ref>]]

Grupos e denominações cristãs há muito expressam ideais de reconciliação e, no século XX, o [[ecumenismo]] cristão avançou de duas maneiras.<ref name="McManners581">{{Harvnb|McManners|1990|pp=581–584}}</ref> Uma maneira era uma maior cooperação entre grupos, como a [[Aliança Evangélica Mundial]] fundada em 1846 em [[Londres]] ou a Conferência Missionária de Protestantes de Edimburgo em 1910, a Comissão de Justiça, Paz e Criação do [[Conselho Mundial de Igrejas]] fundada em 1948 por igrejas protestantes e ortodoxas, e conselhos nacionais semelhantes, como o Conselho Nacional de Igrejas da Austrália, que inclui os católicos.<ref name="McManners581"/>

A outra forma era uma união institucional com igrejas unidas, uma prática que pode ser rastreada até as uniões entre [[luteranos]] e [[calvinistas]] no início do século XIX na Alemanha. Igrejas congregacionalistas, metodistas e presbiterianas uniram-se em 1925 para formar a [[Igreja Unida do Canadá]],<ref>{{Harvnb|McManners|1990|p=413ff}}</ref> e em 1977 para formar a [[Igreja Unida na Austrália]]. A [[Igreja do Sul da Índia]] foi formada em 1947 pela união de igrejas [[anglicanas]], [[batistas]], [[metodistas]], [[congregacionalistas]] e [[presbiterianas]].<ref>{{Harvnb|McManners|1990|p=498}}</ref>

A [[Bandeira Cristã]] é uma bandeira ecumênica projetada no início do século XX para representar todo o cristianismo e a cristandade.<ref name="CA2014"/>

A [[Comunidade de Taizé]] destaca-se por ser composta por mais de cem irmãos de tradição protestante e católica.<ref name="taize">{{Harvnb|Oxford|2000|p=694}}</ref> A comunidade destaca a reconciliação de todas as denominações e a sua igreja matriz, situada em [[Taizé (Saône-et-Loire)|Taizé]], [[Saône-et-Loire]], [[França]], é denominada "Igreja da Reconciliação".<ref name="taize" /> A comunidade é conhecida internacionalmente, atraindo mais de 100 mil jovens peregrinos anualmente.<ref>{{Harvnb|Bowden|2005|p=307}}</ref>

Passos para a reconciliação em nível global foram dados em 1965 pelas igrejas católica e ortodoxa, revogando mutuamente as excomunhões que marcaram seu [[Grande Cisma]] em 1054;<ref>{{Harvnb|McManners|1990|p=373}}</ref> a Comissão Católica Anglicana Internacional (ARCIC) trabalhando pela plena comunhão entre essas igrejas desde 1970;<ref>{{Harvnb|McManners|1990|p=583}}</ref> e algumas [[Federação Luterana Mundial|igrejas luteranas]] e católica que assinaram a [[Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação]] em 1999 para lidar com os conflitos que estão na origem da [[Reforma Protestante]]. Em 2006, o [[Concílio Metodista Mundial]], representando todas as denominações metodistas, adotou a declaração.<ref>{{citar web|url=http://www.lutheranworld.org/What_We_Do/OEA/Methodist-Statement-2006-EN.pdf|titulo=Methodist Statement|acessodata=19-11-2010|wayb=20100116215437|urlmorta=sim}}</ref>

== Críticas, perseguição e apologética ==
=== Críticas ===
{{AP|Crítica ao cristianismo}}
{{VT|Anticristianismo|Anticlericalismo}}
{{Artigo principal|Visões cristãs sobre a Antiga Aliança|Predições cristãs não cumpridas|Manuscritologia bíblica|Crítica histórico-literária da Bíblia|Cristianismo e violência|Relação entre religião e ciência}}
[[Imagem:SummaTheologiae.jpg|thumb|Uma cópia da ''[[Summa Theologica]]'' de [[Tomás de Aquino]], uma famosa obra [[apologética cristã]].]]

As [[críticas ao cristianismo]] e aos cristãos remontam à [[Era Apostólica]], com o [[Novo Testamento]] registrando atritos entre os seguidores de [[Jesus]] e os [[fariseus]] e [[escribas]] (por exemplo, Mateus 15: 1–20 e Marcos 7: 1–23).<ref>{{Harvnb|Bromiley|1982|p=175}}</ref> No século II, o cristianismo foi criticado pelos [[judeus]] por vários motivos, por ex. que as profecias da [[Bíblia Hebraica]] não poderiam ter sido cumpridas por Jesus, visto que ele não teve uma vida de sucesso.<ref>{{Harvnb|Dunn|1999|pp=112–113}}</ref> Além disso, um sacrifício para remover pecados antecipadamente, para todos ou como um ser humano, não se encaixava no ritual de sacrifício judaico; além disso, diz-se que Deus julga as pessoas por seus atos e não por suas crenças.<ref>{{Harvnb|Norman|2007b|p=11}}</ref><ref>{{Harvnb|Akers|2000|p=103}}</ref> Um dos primeiros ataques abrangentes ao cristianismo veio do filósofo grego [[Celso (filósofo)|Celso]], que escreveu ''A Verdadeira Palavra'', uma polêmica criticando os cristãos como membros não lucrativos da sociedade.<ref>{{Harvnb|Ferguson|1993|pp=562–564}}</ref><ref>{{Harvnb|Thomas|2004|pp=72–73}}</ref><ref name="Olson1999"/> Em resposta, o [[padre gegro]] [[Orígenes]] publicou seu tratado ''[[Contra Celsum]]'', uma obra seminal da [[apologética cristã]], que sistematicamente abordou as críticas de Celso e ajudou a trazer ao cristianismo um nível de respeitabilidade acadêmica.<ref name="Olson1999">{{Harvnb|Olson|1999|p=101}}</ref><ref>{{Harvnb|McGuckin|2004|pp=32–34}}</ref>

No século III, as críticas ao cristianismo aumentaram. Rumores selvagens sobre os cristãos foram amplamente divulgados, alegando que eles eram [[Ateísmo|ateus]] e que, como parte de seus rituais, devoravam crianças e se engajavam em [[orgia]]s [[Incesto|incestuosas]].<ref>{{Harvnb|Ferguson|1993|pp=556–561}}</ref><ref>{{Harvnb|Sherwin-White|1964|pp=23–27}}</ref> O filósofo [[neoplatonista]] [[Porfírio]] escreveu o ''Adversus Christianos'', de quinze volumes, como um ataque abrangente ao cristianismo, em parte com base nos ensinamentos de [[Plotino]].<ref>{{Harvnb|Kurian|Smith|2010|p=527}}</ref><ref>{{Harvnb|Kannaday|2005|pp=32–33}}</ref>

Por volta do século XII, a [[Mishné Torá]] (por [[Maimônides]]) estava criticando o cristianismo com base na [[adoração de ídolos]], em que os cristãos atribuíam divindade a [[Jesus]], que tinha um corpo físico.<ref>{{Harvnb|Kessler|Wenborn|2005|p=168}}</ref> No século XIX, [[Nietzsche]] começou a escrever uma série de polêmicas sobre os ensinamentos "não naturais" do cristianismo (por exemplo, [[abstinência sexual]]), e continuou sua crítica ao cristianismo até o fim de sua vida.<ref>{{Harvnb|Magnus|Higgins|1996|pp=90–93}}</ref> No século XX, o filósofo [[Bertrand Russell]] expressou sua crítica ao cristianismo em ''[[Why I Am Not a Christian]]'', formulando sua rejeição do cristianismo no cenário de argumentos lógicos.<ref>{{Harvnb|Russell|1999|pp=77–87}}</ref>

A crítica ao cristianismo continua até hoje, por exemplo, teólogos judeus e [[muçulmanos]] criticam a doutrina da [[Trindade (cristianismo)|Trindade]] sustentada pela maioria dos cristãos, afirmando que esta doutrina em vigor assume que existem três deuses, indo contra o princípio básico do [[monoteísmo]].<ref>{{Harvnb|McGrath|2006|pp=125–126}}</ref> O erudito do [[Novo Testamento]], [[Robert M. Price]], esboçou a possibilidade de que algumas histórias da [[Bíblia]] sejam baseadas parcialmente em mitos.<ref>{{Harvnb|Price|2011}}</ref>

=== Perseguição ===
{{AP|Perseguição aos cristãos}}
[[Imagem:Kharput_Christian_refugees_-_C.D.Morris_-_National_Geographic,_Nov._1925.jpg|thumb|Cristãos fugindo de suas casas no [[Império Otomano]], por volta de 1922. Muitos [[cristãos]] foram perseguidos e/ou mortos durante o [[Genocídio Armênio]], o [[Genocídio Grego]] e o [[Genocídio Assírio]].<ref>{{Harvnb|Barton|1998}}.</ref>]]

Os cristãos são um dos grupos religiosos mais perseguidos do mundo, especialmente no [[Oriente Médio]], [[Norte da África]] e Sul e Leste da Ásia.<ref>{{Harvnb|Kaplan|2005|pp=665–676}}</ref> Em 2017, o [[Portas Abertas]] estimou que aproximadamente 260 milhões de cristãos são submetidos anualmente a "perseguição alta, muito alta ou extrema",<ref name="Weber 2017 CT">{{Citar web|autor=Weber, Jeremy|url=https://www.christianitytoday.com/news/2017/january/top-50-countries-christian-persecution-world-watch-list.html|título='Worst year yet’: the top 50 countries where it’s hardest to be a Christian|obra=[[Christianity Today]]|data=11-01-2017|acessodata=07-10-2019}}</ref> sendo que a [[Coreia do Norte]] é considerada a nação mais perigosa para os cristãos.<ref name="Enos 2017 NK">{{Citar web|url=https://www.forbes.com/sites/oliviaenos/2017/01/25/north-korea-is-the-worlds-worst-persecutor-of-christians/#36250678318e|autor=Enos, Olivia|título=North Korea is the world's worst persecutor of Christians|obra=[[Forbes]]|data=25-01-2017|acessodata=07-10-2019}}</ref>

Em 2019, um relatório<ref name="Mounstephen 2019 FCO interim rep">{{Citar web|autor=Mounstephen, Philip|url=https://christianpersecutionreview.org.uk/storage/2019/05/interim-report.pdf|título=Interim report|obra=Bishop of Truro’s Independent Review for the Foreign Secretary of FCO Support for Persecuted Christians|data=04-2019|acessodata=07-10-2019}}</ref><ref name="Mounstephen 2019 FCO final rep"/> encomendado pelo governo britânico para investigar a perseguição global de cristãos descobriu que a perseguição aumentou e é maior no Oriente Médio, Norte da África, Índia, China, Coreia do Norte e América Latina, entre outros,<ref name="Kay 2019 NP">{{Citar web|autor=Kay, Barbara|url=https://nationalpost.com/opinion/barbara-kay-our-politicians-may-not-care-but-christians-are-under-siege-across-the-world|título=Our politicians may not care, but Christians are under siege across the world|obra=[[National Post]]|data=08-05-2019|acessodata=07-10-2019}}</ref> e que é global e não se limita aos [[Mundo islâmico|Estados islâmicos]].<ref name="Mounstephen 2019 FCO final rep">{{Citar web|autor=Mounstephen, Philip|url=https://christianpersecutionreview.org.uk/storage/2019/07/final-report-and-recommendations.pdf|título=Final Report and Recommendations|obra=Bishop of Truro’s Independent Review for the Foreign Secretary of FCO Support for Persecuted Christians|data=07-2019|acessodata=07-10-2019}}</ref> Esta investigação descobriu que aproximadamente 80% dos crentes perseguidos em todo o mundo são cristãos.<ref name="Wintour 2019 Guardian">{{Citar web|url=https://www.theguardian.com/world/2019/may/02/persecution-driving-christians-out-of-middle-east-report|autor=Wintour, Patrick|título=Persecution of Christians coming close to genocide' in Middle East - report|obra=[[The Guardian]]|data=02-05-2019|acessodata=07-10-2019}}</ref>

=== Apologética ===
{{AP|Apologética cristã}}
A [[apologética cristã]] visa apresentar uma base racional para o cristianismo. A palavra "apologética" (grego: ἀπολογητικός apologētikos) vem do verbo grego ἀπολογέομαι, ''apologeomai'', que significa "(eu) falo em defesa de". A apologética cristã assumiu muitas formas ao longo dos séculos, começando com o apóstolo Paulo. O filósofo Tomás de Aquino apresentou cinco argumentos para a [[existência de Deus]] na ''[[Summa Theologica]]'', enquanto sua ''[[Summa contra Gentiles]]'' foi uma importante obra apologética.<ref>{{Harvnb|Dulles|2005|p=120}}</ref><ref>{{Harvnb|Bush|1983|p=275}}</ref> Outro famoso apologista, [[G. K. Chesterton]], escreveu no início do século XX sobre os benefícios da religião e, especificamente, do cristianismo. Famoso por usar o [[paradoxo]], Chesterton explicou que, embora o cristianismo tivesse mais mistérios, era a religião mais prática.<ref name="chesterton.org">{{citar web|url=http://www.chesterton.org/why-i-believe-in-christianity/|titulo=Why I Believe in Christianity|obra=Society of Gilbert Keith Chesterton}}</ref><ref>{{Harvnb|Hauser|2011|pp=16–20}}</ref> Ele apontou o avanço das civilizações cristãs como prova de sua praticidade.<ref name="chesterton.org"/> O físico e sacerdote [[John Polkinghorne]], em sua obra ''Questions of Truth'', discute o assunto [[Relação entre religião e ciência|religião e ciência]], um tema que outros apologistas cristãos, como [[Ravi Zacharias]], [[John Lennox]] e [[William Lane Craig]] se envolveram, com os dois últimos homens opinando que o modelo do [[Big Bang]] é uma evidência da existência de Deus.<ref name="Howson2011">{{Harvnb|Howson|2011|p=92}}</ref>

== Ver também ==
{{dividir em colunas}}
* [[Apologética]]
* [[Cristianismo e antissemitismo]]
* [[Cristianismo e Paganismo]]
* [[Cristianismo céltico]]
* [[Fundamentalismo cristão]]
* [[Igreja Evangélica]]
* [[Judaísmo e cristianismo]]
* [[Lei contra o cristianismo]]
* [[Marcionismo]]
* [[O Livro Negro do Cristianismo]]
* [[Paulinismo]]
* [[Religião organizada]]
* [[Testimonium Flavianum]] - passagens do historiador judeu Flávio Josefo.
* [[Visão de mundo cristã]]
{{dividir em colunas fim}}

{{Notas}}
{{Referências}}
{{Bibliografia sobre o cristianismo}}

== Ligações externas ==
{{correlatos
|wikiquote=Cristianismo
|commons=Jesus
}}
* {{Link|pt|2=http://www.afn.org/~afn52344/wic-portuguese.html|3=O que é o cristianismo?}}

{{Cristianismo2}}
{{Religiões}}
{{Portal3|Religião|3=Cristianismo}}
{{controle de autoridade}}

[[Categoria:Cristianismo| ]]