Yes, Nós Temos Braguinha: diferenças entre revisões
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* Melhor passista masculino (César Augusto da Graça, o "Índio") |
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* Destaque feminino (Maria Helena Abraão Vieira) |
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== Supercampeonato == |
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No sábado seguinte ao carnaval, a Mangueira participou do Supercampeonato, também realizado no sambódromo. A escola foi a décima, e última, a desfilar, iniciando sua apresentação por volta das nove horas da manhã de domingo, sob forte sol. A escola foi saudada pelo público com gritos de "campeã" e repetiu a meia-volta na pista realizada no desfile de segunda-feira.<ref name="campeas84">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/1984/03/12/01-primeiro_caderno/ge120384008RIO1-1234_g.jpg?Expires%3D1565197767%26Signature%3Dh~JEVmeF4z37up1VCvBRGgv0AvnfK~uO18tV43QHQ8Eh~wOPa5-45XikkA-CJNQ2KW7wKG44xbqXofeOrI95QmCu55E09~yfXqr3VPz7mC7msSnERKUd4jUUpI9LDO1q2nnH4DAUrfHNl72TXLMB95MdQ~LSijdCvL1bLwAOSm49NylG0hXttQHWYKdHMwcBNEs3apXo2yHJJdoLy7BQmHO1ewt6L95-~bF7dDpr0mtzn6LtMo2qNj0jRD6tPLlp3DH~74cjoD-up~-TEYgqAJ3n-tpYvr3-sAZFoFuKj1Ac4yke9WAs0Fvxr2~ixMuwW9aXZaeYO2c6vwiM0thzXA__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Campeãs: Escolas fazem desfile disputando carnaval|data=12/03/1984|acessodata=07/08/2019|jornal=[[O Globo]]|page=8|arquivourl=https://archive.ph/4tOdq|arquivodata=07/08/2019|urlmorta=yes}}</ref><ref name="84balao">{{citar periódico |url=https://news.google.com/newspapers?id=93E0AAAAIBAJ&sjid=x8sEAAAAIBAJ&hl=pt-BR&pg=2305,2642621 |titulo=Mangueira: Um balão verde e rosa numa manhã nublada |data=12/03/1984 |acessodata=26/10/2020 |periódico=[[Jornal do Brasil]] |página=1 |arquivourl=https://archive.vn/luC1n |arquivodata=26/10/2020 |urlmorta=no}}</ref> Confirmando o favoritismo, a Mangueira se sagrou supercampeã, conquistando seu 14.º título no carnaval. A apuração das notas foi realizada na noite de domingo, dia 11 de março de 1984, no Maracanãzinho. De acordo com o regulamento, os julgadores podiam distribuir notas de cinco à dez. Os quesitos Alegorias e Adereços, Enredo e Fantasias não foram avaliados. A escola perdeu apenas um ponto, no quesito Bateria, vencendo com dois pontos de vantagem sobre a vice-campeã, Portela.<ref name="84super">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/Acervo/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/1984/03/12/01-primeiro_caderno/ge120384009RIO1-1234_g.jpg?Expires%3D1565197769%26Signature%3DfZgO8T5Eq0ZkPWv8X8tF~Rz6vv5~fnm-y4wxtn50bG77KAnUdSGnBXQ66JrYWM6TsUO217-~K-k~kojhBfI3PRuyqwyL08ya9Pk072pezTT65iO2eKps9-je~nF5by~adfbssqdAHFeZK6jNCapbkJwTeXdtzwMUHkDwghx9lE1AHQBNzzaVQgDkeNJ1z1HSzxFQPiCF8-yZaUkPzLcqrIjGixVQIlGy8R-aTOEJmZUE2~pQtdQwHkgPxinjfo3Y2DHV0Lst-FpD6PNLYsLfImMVzXbcv3zcALWg7R~WyRne-3S1ARJp~Y3Oirb3ZmaWL0wz4stxID2-A78qSNpRcQ__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Mangueira confirma favoritismo e é campeã das campeãs|data=12/03/1984|acessodata=07/08/2019|jornal=[[O Globo]]|page=9|arquivourl=http://archive.fo/RdV8L|arquivodata=07/08/2019|urlmorta=yes}}</ref><ref name="84derrota">{{citar periódico |url=https://news.google.com/newspapers?id=93E0AAAAIBAJ&sjid=x8sEAAAAIBAJ&hl=pt-BR&pg=1587,2555832 |titulo=Mangueira derrota Portela no desfile das campeãs |data=12/03/1984 |acessodata=26/10/2020 |periódico=[[Jornal do Brasil]] |página=7 |arquivourl=https://archive.vn/Gv6vY |arquivodata=26/10/2020 |urlmorta=no}}</ref> Abaixo, as notas recebidas pela Mangueira no Supercampeonato: |
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==Reedição== |
==Reedição== |
Revisão das 20h10min de 2 de outubro de 2024
Yes, Nós Temos Braguinha | ||||
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Mangueira 1984 | ||||
Braguinha no desfile da Mangueira em 1984. | ||||
Ficha técnica | ||||
Componentes | 3.800 | |||
Alas | 45 | |||
Presidente | Djalma dos Santos | |||
Carnavalesco e Autor do enredo |
Max Lopes | |||
Direção de harmonia | Xangô e Alberto Salles | |||
Mestre-sala e porta-bandeira | Delegado e Mocinha | |||
Compositores do samba-enredo | Jurandir, Hélio Turco, Comprido, Arroz e Jajá | |||
Intérprete | Jamelão | |||
Diretores de bateria | Ximbico e Taranta | |||
Rainha de bateria | Ednéia de Oliveira | |||
Cronologia | ||||
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Yes, Nós Temos Braguinha foi o enredo apresentado pela Estação Primeira de Mangueira no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro de 1984, o primeiro realizado na Passarela do Samba projetada por Oscar Niemeyer. A escola, a sétima a desfilar no dia 4 de março, tornou-se campeã do carnaval carioca pela 13ª vez, encerrando um jejum de títulos que durava desde 1973[1][2][3].
Antecedentes
Retrospecto
A Estação Primeira de Mangueira chegou ao carnaval de 1984 enfrentando um jejum de dez anos sem vitórias. O último título conquistado pela escola foi no carnaval de 1973, com "Lendas do Abaeté". A Mangueira ainda foi vice-campeã nos carnavais de 1975, 1976 e 1978. Nesse período, houve a ascensão de escolas de samba patrocinadas por bicheiros (contraventores do jogo do bicho), como Beija-Flor com Anísio Abraão David, Mocidade Independente com Castor de Andrade, e Imperatriz Leopoldinense com Luizinho Drummond; além de Portela com Carlinhos Maracanã e Salgueiro com Osmar Valença. Sem patrono, a Mangueira parecia não conseguir competir com o poderio econômico das escolas patrocinadas. Até que, em abril de 1983, a Mangueira elegeu Djalma dos Santos (Djalma Preto) para a presidência da escola. Ele já havia presidido a escola entre 1970 e 1974.[4] Fora do carnaval, Djalma trabalhava para dois bicheiros: Manoel Nunes Areas (Manola) e José Petrus Kalil (Zinho). Djalma levou os dois para a Mangueira. Manola assumiu a vice-presidência da escola e Zinho foi o presidente do Conselho Deliberativo.[5][6] Além de patrocinar o desfile de 1984, Manola e Zinho financiaram um filme sobre a escola (Fala Mangueira), levaram a agremiação para fazer uma série de shows, e fizeram a disputa de samba-enredo para 1984 no Maracanãzinho. Segundo Zinho, o desfile de 1984 custou entre 350 e 400 milhões de cruzeiros. Desse total a escola teria investido apenas 20 milhões. 9 milhões seriam de subvenção da Riotur e 11 milhões da venda de direito de transmissão para a televisão. Uma pequena parte dos custos foi doada pelos próprios integrantes da Mangueira. A maior quantia, cerca de 270 milhões de cruzeiros, foi financiada por Zinho e Manola.[7]
"Nós estamos fazendo um trabalho diferente na Mangueira. Nós não nascemos no morro, apenas somos mangueirenses e estávamos afastados da escola por causa das brigas internas e da violência que havia nos ensaios. O pessoal de lá chamou o Djalma, que impôs como condição ser chapa única e nos levar. Eles aceitaram, não por bom gosto, mas porque não tinham outra solução, estavam nas cinzas. Mas nós resolvemos respeitar o trabalho do morro e decidimos não entrar 'de sola', não 'sair mandando', dando ordens. Quem entende de samba são eles. Nós resolvemos trabalhar por fora, para ganhar a confiança de todos. E deu certo."
- — Zinho, sobre sua chegada à Mangueira junto com Manola.[7]
Construção do sambódromo
No dia 11 de setembro de 1983, o então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, anunciou a construção de um local definitivo para os desfiles, o que acabaria com as montagens e desmontagens das arquibancadas de ferro, que causavam prejuízos financeiro e ao trânsito da cidade. O projeto foi executado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e concluído em cinco meses, sendo inaugurado no dia 2 de março de 1984. Inicialmente denominado Avenida dos Desfiles, o local ficou popularmente conhecido como "sambódromo", termo criado pelo então vice-governador do Rio, Darcy Ribeiro, idealizador da obra. O sambódromo foi construído na Rua Marquês de Sapucaí, onde desde 1978 eram realizados os desfiles das escolas de samba. Ao final da pista de desfile foi construída a Praça da Apoteose, onde as agremiações deveriam apresentar uma evolução especial para o público. A ideia causou polêmica entre os sambistas, que alegaram não ter sido consultados quando o projeto estava sendo idealizado, e que a tradição das escolas de samba era evoluir de maneira contínua até a dispersão, sem o "espetáculo" final proposto pelos idealizadores do sambódromo.[8][9][10]
Pela primeira vez, o desfile da primeira divisão do carnaval carioca foi dividido em duas noites. A ideia, sugerida pela AESCRJ, foi acatada pela Riotur devido a grande quantidade de escolas de samba. Ficou definido que uma escola seria campeã da primeira noite de desfiles (iniciada no domingo) e outra escola venceria a segunda noite (iniciada na segunda-feira), sendo que os dois desfiles teriam comissões julgadoras diferentes.[11] Cada agremiação teve 85 minutos para se apresentar, sendo quinze minutos para evoluir na Praça da Apoteose.[12] No sábado seguinte aos desfiles seria realizada uma nova apresentação, valendo o título de supercampeã, disputada pelas três primeiras colocadas do desfile de domingo mais as três melhores classificadas do desfile de segunda-feira e as duas primeiras colocadas do Grupo 1-B (a segunda a divisão do carnaval).[13]
O enredo
O enredo homenageou o compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, conhecido como Braguinha ou João de Barro. O título do enredo ("Yes, Nós Temos Braguinha") faz referência a uma marchinha carnavalesca de Braguinha, "Yes, Nós Temos Bananas". O enredo foi criado pelo carnavalesco Max Lopes, que assinava seu segundo carnaval consecutivo na Mangueira. A ideia de homenagear Braguinha surgiu após Max "perder" um enredo sobre o compositor Lamartine Babo. Em meados de 1979, o Salgueiro contratou Max Lopes, que sugeriu um enredo sobre Lamartine. Max chegou a desenvolver o enredo e desenhar as fantasias e alegorias. Porém, durante a preparação para o desfile, o presidente Osmar Valença reassumiu o Salgueiro e demitiu o carnavalesco. O enredo foi considerado fraco por Osmar, e também foi trocado. No carnaval de 1981, Arlindo Rodrigues desenvolveu um enredo sobre Lamartine na Imperatriz Leopoldinense e a escola foi campeã.[14] Max começou a pesquisar sobre Braguinha que, segundo o carnavalesco, "tinha uma história linda e relativamente parecida com o Lamartine".[15]
O enredo foi dividido em três setores, que fazem referência aos estilos de composições de Braguinha: músicas românticas, de festas juninas e de carnaval.[16]
- Setor 1: "Romântico"
Com referência a Belle Époque brasileira, período em que Braguinha nasceu, o primeiro setor do enredo remete às músicas românticas do compositor, como "Laura", "Carinhoso" e "A Saudade Mata a Gente".
- Setor 2: "Festa Junina"
O segundo setor faz referência às músicas de festas juninas como "Mané Fogueteiro", "Noites de Junho" e "Capelinha de Melão".
- Setor 3: "Carnaval"
O terceiro e último setor do enredo faz referência às marchinhas de carnaval compostas por Braguinha, como "Chiquita Bacana", "Balancê" e "Tem Gato na Tuba e termina lembrando de carnavais de outros tempos, rememorando, com saudosismo, de figuras como Arlequim, Pierrot e Colombina.
O samba-enredo
O samba-enredo do desfile foi composto por Jurandir, Hélio Turco, Comprido, Arroz e Jajá. Álvaro Caetano, o Alvinho, também compôs o samba, mas não pôde assinar a obra porque tinha apenas dois anos como integrante da ala de compositores da escola.[17] O samba foi oficialmente lançado no álbum Sambas de Enredo das Escolas de Samba do Grupo 1A - Carnaval 84, com interpretação de Jurandir, um dos compositores da obra. Na época, o intérprete oficial da Mangueira, Jamelão, não gravava os sambas da escola.
Letra
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A letra do samba faz diversas referências à composições de Braguinha, como "As Pastorinhas" e "Yes, Nós Temos Banana" ("Vem... Ouvir de novo o meu cantar / Vem... Ouvir as pastorinhas / À luz de um pássaro cantor / Yes, nós temos Braguinha"); "Primavera no Rio" ("Bela época / Quando o poeta floresceu / Oh! meu Rio / Então cantando amanheceu"); "Fim de Semana em Paquetá", "Carinhoso", "Laura" e "A Saudade Mata a Gente" ("Num fim de semana em Paquetá / Ouvi Carinhoso / Amei ao luar / Laura... que não sai da minha mente / Morena a saudade mata a gente"). O refrão do meio remete às composições de festejos juninos como "Mané Fogueteiro" ("Hoje tem fogueira / Viva São João! / Mané Fogueteiro / Vai soltar balão"). A seguir, o samba faz alusão às composições carnavalescas de Braguinha ("Carnaval! / O povo vibra de alegria / Ao cantar a tua poesia") e lembra de figuras de carnavais antigos, como Arlequim, Pierrot e Colombina, contemplando a parte final do enredo ("Será que hoje tudo já mudou? / Onde andará o Arlequim tão sonhador? / Chora Pierrot, chora! / Se a tua Colombina foi embora"). Em seguida, o samba faz referência às marchinhas "A Mulata É a Tal" e "Linda Lourinha" ("Canta! / A mulata é a tal / Salve a lourinha / Dos olhos claros de cristal"). O refrão principal do samba-enredo cita a música "Balancê" ("É no balancê, balancê / Eu quero ver balançar / É no balanço que a Mangueira vai passar").[16]
O desfile
A Mangueira participou da primeira noite de desfiles (segunda-feira), competindo com Beija-Flor, Mocidade Independente, Imperatriz, Vila Isabel, Estácio de Sá e Unidos da Ponte. A Mangueira foi a sétima, e última, agremiação a se apresentar, iniciando seu desfile com o dia claro, na manhã da terça-feira de carnaval.
Setor 1: "Romântico"
O desfile foi aberto por José Antônio, com fantasia em verde e rosa, carregando um estandarte com o nome do enredo. Em seguida, o tripé "Mangueira" com Braguinha sentado num banco de praça, ao lado de uma escultura de mangueira (árvore) com tronco em forma de mulher, representando a casa do João-de-barro, ave que apelida Braguinha. Atrás do tripé, desfilou a Comissão de Frente, formada por sete casais com figurinos inspirados na Belle Époque, em referência ao período em que Braguinha nasceu. Homens vestiam fraque verde e bengala e mulheres figurino rosa e sombrinha. Logo atrás, desfilou a primeira alegoria, que tinha uma grande escultura de gramofone, ladeada por quatro quadripés com mulheres em cima. Desfilaram na alegoria e nos quadripes: Tânia Scher, Abenaide, Maria Solange, Maria Ramos, Vanda Ferreira, Nádia Richa, Maria Helena Vieira, Margarida e Lídia. A seguir, desfilaram alas com fantasias em tons de rosa, simbolizando as músicas "Primavera no Rio", "Seu Libório", "Fim de Semana em Paquetá", "Laura", "Carinhoso", e "A Saudade Mata a Gente". O primeiro setor foi finalizado com o quadripé "O Jardim", com inspiração na arquitetura da Belle Époque brasileira. Desfilaram no quadripé cinco crianças e as destaques de luxo Marlene Arruda, Tânia Índio do Brasil e Vanusa.
A histórica meia-volta
Ao chegar á Praça da Apoteose, onde deveria acontecer a dispersão, a escola deu meia-volta e retornou para a concentração, levando todos os carros e somando três horas de apresentação[18][19][20]. Segundo Álvaro Luiz Caetano, que integrava a ala de compositores e mais tarde seria presidente da Mangueira, o retorno aconteceu porque a escola não tinha dinheiro para contratar pessoas para empurrar os carros alegóricos, então optou pelo caminho mais curto de volta para o barracão, próximo ao início da passarela[21].
Julgamento oficial
A Mangueira foi a campeã do desfile de segunda-feira, conquistando seu 13.º título no carnaval, quebrando o jejum de dez anos sem conquistas. A apuração das notas foi realizada na quarta-feira de cinzas, dia 7 de março de 1984, no Maracanãzinho. De acordo com o regulamento, os julgadores podiam distribuir notas de cinco à dez.[22] Dos vinte jurados, apenas dois não deram nota máxima (dez) à escola. A Mangueira perdeu apenas dois pontos: um em Conjunto e outro em Comissão de Frente; vencendo com sete pontos de vantagem sobre a vice-campeã, Mocidade.[23][24] Abaixo, as notas recebidas pelo desfile da Mangueira:
Legenda: J1 Julgador 1 J2 Julgador 2 |
Cron. | Conc. | Total | ||||||||||||||||||||
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Bateria | Samba-Enredo | Harmonia | Evolução | Conjunto | Enredo | Fantasias | Comissão de Frente | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Alegorias e Adereços | |||||||||||||
J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | |||
10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 9 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 9 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 5 | 5 | 208 |
Premiações
A Mangueira foi a agremiação mais premiada do Estandarte de Ouro de 1984, recebendo quatro prêmios, incluindo o principal, de melhor escola.[25][26]
- Melhor escola
- Melhor porta-bandeira (Mocinha)
- Melhor passista masculino (César Augusto da Graça, o "Índio")
- Destaque feminino (Maria Helena Abraão Vieira)
Supercampeonato
No sábado seguinte ao carnaval, a Mangueira participou do Supercampeonato, também realizado no sambódromo. A escola foi a décima, e última, a desfilar, iniciando sua apresentação por volta das nove horas da manhã de domingo, sob forte sol. A escola foi saudada pelo público com gritos de "campeã" e repetiu a meia-volta na pista realizada no desfile de segunda-feira.[27][28] Confirmando o favoritismo, a Mangueira se sagrou supercampeã, conquistando seu 14.º título no carnaval. A apuração das notas foi realizada na noite de domingo, dia 11 de março de 1984, no Maracanãzinho. De acordo com o regulamento, os julgadores podiam distribuir notas de cinco à dez. Os quesitos Alegorias e Adereços, Enredo e Fantasias não foram avaliados. A escola perdeu apenas um ponto, no quesito Bateria, vencendo com dois pontos de vantagem sobre a vice-campeã, Portela.[29][30] Abaixo, as notas recebidas pela Mangueira no Supercampeonato:
Total | ||||||||||||||
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Bateria | Samba-Enredo | Harmonia | Evolução | Conjunto | Comissão de Frente | Mestre-Sala e Porta-Bandeira | ||||||||
J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | J1 | J2 | |
9 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 10 | 139 |
Reedição
O enredo foi reeditado pela escola de samba mirim Mangueira do Amanhã no carnaval de 2007, como forma de homenagear mais uma vez o compositor Braguinha, morto em 24 de dezembro de 2006.[31][32]
Referências
- ↑ Mangueira - 1984. Galeria do Samba
- ↑ Yes, Nós Temos Braguinha. SRZD, 4 de setembro de 2011
- ↑ CABRAL, Sérgio. Escolas de samba do Rio de Janeiro. Lazuli, 2016. P. LXXIV
- ↑ Oliveira, Marcelo (23 de fevereiro de 2024). «Djalma (Preto) dos Santos e sua maior joia: a Mangueira». Memória Verde Rosa. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2024
- ↑ Os Porões da Contravenção: Jogo do Bicho e Ditadura Militar [1ª ed.] 9788501106445. [S.l.: s.n.] Cópia arquivada em 1 de outubro de 2024
- ↑ «Manoel N. Areas (Manola), banqueiro do jogo do bicho, vice-presidente da escola de samba Mangueira». O Explorador. 12 de novembro de 2009. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2024
- ↑ a b «Enfim, a Mangueira ganha seus bicheiros». O Globo. 11 de março de 1984. p. 22. Consultado em 7 de agosto de 2019. Arquivado do original em 7 de agosto de 2019
- ↑ «Sambódromo completa 30 anos em 2014: relembre momentos marcantes». O Dia. Consultado em 6 de maio de 2018. Cópia arquivada em 12 de agosto de 2018
- ↑ «Títulos, polêmicas e histórias: lembre os 30 anos do Sambódromo do Rio». Portal G1. Consultado em 16 de junho de 2018. Cópia arquivada em 3 de março de 2016
- ↑ «Mangueira é campeã na inauguração do Sambódromo, palco definitivo do carnaval». O Globo. Consultado em 16 de junho de 2018. Cópia arquivada em 4 de janeiro de 2018
- ↑ «Prefeito: Desfile das escolas de samba será mesmo em dois dias». acervo.oglobo.globo.com. O Globo. 17 de novembro de 1983. Consultado em 21 de junho de 2021. Arquivado do original em 21 de junho de 2021
- ↑ «O que mudou no regulamento dos desfiles». O Globo. 4 de março de 1984. p. 2. Consultado em 31 de julho de 2019. Arquivado do original em 31 de julho de 2019
- ↑ «Resultado 1984». Site Academia do Samba. Consultado em 17 de abril de 2018. Cópia arquivada em 27 de março de 2016
- ↑ Guireli, Marcelo. «O Grande Desfile de 1980». www.sambariocarnaval.com. Cópia arquivada em 16 de março de 2015
- ↑ «Especial 30 anos do Sambódromo: personagens contam detalhes do desfile da Mangueira de 84». Site Carnavalesco. Consultado em 25 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2018
- ↑ a b Revista da Estação Primeira de Mangueira 1984 (PDF). [S.l.: s.n.] 1984. Cópia arquivada (PDF) em 3 de outubro de 2024
- ↑ Mendonça, Alba Valéria; Cunha, Milton (19 de fevereiro de 2019). «'Inesquecível Sapucaí': Alvinho fala como foi o supercampeonato da Mangueira em 1984». G1. Cópia arquivada em 19 de fevereiro de 2019
- ↑ Doc "Mangueira, 90 anos de histórias" celebra a Verde e Rosa. EBC, 9 de outubro de 2018
- ↑ FABATO, Fábio. As matriarcas da avenida: Quatro grandes escolas que revolucionaram o maior show da Terra. Novaterra, 2019
- ↑ Mangueira, a escola da emoção, faz 89 anos com história cheia de glórias. Mestre carnaval
- ↑ O mágico mistério da meia-volta da Mangueira na Marquês de Sapucaí. O Globo, 23 de fevereiro de 2014
- ↑ Gomyde Brasil 2015, p. 118.
- ↑ «Mangueira e Portela festejam vitória no carnaval/84». Jornal do Brasil: 5. 8 de março de 1984. Consultado em 26 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2020
- ↑ «Mangueira e Portela, as campeãs dos desfile do Grupo 1-A». O Globo. 8 de março de 1984. p. 13. Consultado em 31 de julho de 2019. Arquivado do original em 31 de julho de 2019
- ↑ «Para Mangueira, 4 troféus». O Globo. 7 de março de 1984. p. 2. Consultado em 30 de julho de 2019. Arquivado do original em 30 de julho de 2019
- ↑ «Dona Neuma: 'Festejamos o prêmio como um bom sinal'». O Globo. 7 de março de 1984. p. 3. Consultado em 30 de julho de 2019. Arquivado do original em 30 de julho de 2019
- ↑ «Campeãs: Escolas fazem desfile disputando carnaval». O Globo. 12 de março de 1984. p. 8. Consultado em 7 de agosto de 2019. Arquivado do original em 7 de agosto de 2019
- ↑ «Mangueira: Um balão verde e rosa numa manhã nublada». Jornal do Brasil: 1. 12 de março de 1984. Consultado em 26 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2020
- ↑ «Mangueira confirma favoritismo e é campeã das campeãs». O Globo. 12 de março de 1984. p. 9. Consultado em 7 de agosto de 2019. Arquivado do original em 7 de agosto de 2019
- ↑ «Mangueira derrota Portela no desfile das campeãs». Jornal do Brasil: 7. 12 de março de 1984. Consultado em 26 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 26 de outubro de 2020
- ↑ Estação Primeira de Mangueira lamenta morte de Braguinha. Terra, 24 de dezembro de 2006
- ↑ Mangueira do Amanhã vai reeditar "Yes, nós temos Braguinha". Galeria do samba, 3 de maio de 2006
Bibliografia
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- Bastos, João (2010). Acadêmicos, unidos e tantas mais - Entendendo os desfiles e como tudo começou 1.ª ed. Rio de Janeiro: Folha Seca. ISBN 978-85-87199-17-1
- Cabral, Sérgio (1998). Mangueira, a nação verde-e-rosa 1.ª ed. São Paulo: Prêmio Editorial Ltda. 168 páginas
- Cabral, Sérgio (2011). Escolas de Samba do Rio de Janeiro 1.ª ed. São Paulo: Lazuli; Companhia Editora Nacional. 495 páginas. ISBN 978-85-7865-039-1
- Diniz, André (2012). Almanaque do Samba - A história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir 1.ª ed. Rio de Janeiro: Zahar. ISBN 978-85-37808-73-3
- Diniz, André; Cunha, Diogo (2014). Na Passarela do Samba - O Esplendor das Escolas em 30 anos de desfiles de carnaval no Sambódromo 1.ª ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra. ISBN 978-85-7734-445-1
- Fabato, Fábio; Gasparini, Gustavo; Melo, João Gustavo; Magalhães, Luis Carlos; Simas, Luiz Antonio (2016). As Matriarcas da Avenida: Quatro grandes escolas que revolucionaram o maior show da Terra 1.ª ed. Rio de Janeiro: Novaterra Editora e Distribuidora Ltda. 265 páginas. ISBN 978-85-61893-61-3
- Fernandes, Nélson da Nóbrega (2001). Escolas de Samba: Sujeitos Celebrantes e Objetos Celebrados (PDF). Col: Memória Carioca. vol. 3; 1.ª ed. Rio de Janeiro: Prefeitura do Rio de Janeiro. 153 páginas
- Gomyde Brasil, Pérsio (2015). Da Candelária à Apoteose - Quatro décadas de paixão 3.ª ed. Rio de Janeiro: Multifoco. ISBN 978-85-7961-102-5
- Silva, Marília T. Barboza; Cachaça, Carlos; Filho, Arthur L. de Oliveira (1980). Fala, Mangueira! 1.ª ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editoria. 165 páginas
Ver também
- Carnaval do Rio de Janeiro
- Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro
- Lista de campeãs do carnaval do Rio de Janeiro
- Carnavalescos campeões do carnaval do Rio de Janeiro
Precedido por A Grande Constelação das Estrelas Negras Beija-Flor 1983 |
Desfiles campeões Mangueira 1984 |
Sucedido por Ziriguidum 2001 - Carnaval nas Estrelas Mocidade 1985 |