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Psicomotricidade: diferenças entre revisões

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'''Psicomotricidade''' é a [[ciência]] que tem como objeto de estudo o [[Homem de Ferro (filme)|homem]] através do seu corpo em [[movimento]] e em relação ao seu mundo interno e externo.
'''Psicomotricidade''' é a [[ciência]] que tem como objeto de estudo o [[ser humano]] através do seu corpo em [[movimento]] e em relação ao seu mundo interno e externo.


Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições [[cognição|cognitivas]], [[afeto|afetivas]] e [[organismo|orgânicas]]. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o [[intelecto]] e o afeto.
Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições [[cognição|cognitivas]], [[afeto|afetivas]] e [[organismo|orgânicas]]. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o [[intelecto]] e o afeto.

Edição atual tal como às 23h29min de 22 de julho de 2024

Uma sessão de psicomotricidade. Imagem do filme de Fernand Melgar "À l'école des Philosophes".

Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o ser humano através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.

Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.

Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade)

“A Psicomotricidade baseia-se em uma concepção unificada da pessoa, que inclui as interações cognitivas, sensoriomotoras e psíquicas na compreensão das capacidades de ser e de expressar-se, a partir do movimento, em um contexto psicossocial. Ela se constitui por um conjunto de conhecimentos psicológicos, fisiológicos, antropológicos e relacionais que permitem, utilizando o corpo como mediador, abordar o ato motor humano com o intento de favorecer a integração deste sujeito consigo e com o mundo dos objetos e outros sujeitos.” (Costa,2002)

“Em razão de seu próprio objeto de estudo, isto é, o indivíduo humano e suas relações com o corpo, a Psicomotricidade é uma ciência encruzilhada... que utiliza as aquisições de numerosas ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise, sociologia, linguística...) Em sua prática empenha-se em deslocar a problemática cartesiana e reformular as relações entre alma e corpo: O homem é seu corpo e NÃO - O homem e seu corpo”. (Jean-Claude Coste, 1981)

A psicomotricidade pode também ser definida como o campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e sistémicas entre o psiquismo e a motricidade.

Baseada numa visão holística do ser humano, a psicomotricidade encara de forma integrada as funções cognitivas, sócio-emocionais, simbólicas, psicolinguísticas e motoras, promovendo a capacidade de ser e agir num contexto psicossocial. A psicomotricidade possui as linhas de atuação educativa, reeducativa, terapêutica, relacional, aquática e ramain.

No início do século XX, o neurologista Ernest Dupré destacou as relações entre anormalidades neurológicas e psíquicas com anormalidades motoras. Esse médico foi o primeiro a usar o termo "psicomotricidade" e a descrever distúrbios do desenvolvimento psicomotor como fraqueza motora. Mais tarde, na neuropsiquiatria infantil, suas ideias se desenvolveram com grande profusão.

O psicólogo e pesquisador francês Henri Wallon observou as habilidades psicomotoras como a conexão entre o psíquico e o motor. Levantou a importância do movimento para o desenvolvimento da psique infantil e, portanto, para a construção de seu esquema e imagem corporal. De acordo com Wallon as habilidades psíquicas e motoras representam a expressão das relações do sujeito com o meio ambiente, e até mesmo diz:

"Nada na criança mais que seu corpo como uma expressão de sua psique." H. Wallon, Obra

Julian de Ajuriaguerra e sua escola psicomotora desenvolvida no Hospital Henri Rousselle representam uma abordagem que enfatiza a relação do tônus ​​muscular com habilidades motoras. Segundo seus estudos, a análise dos processos de interação na família, na escola e na sociedade permitiria compreender que a doença mental, apesar das condições biológicas, é um processo que encontra seu significado no contexto das relações.[1]

Quanto à incidência:

A psicomotricidade relacional foi criada em França por André e Anne Lapierre, trata-se de uma ferramenta que investe não em dificuldades e sintomas, mas em possibilidades de crescimento e de aperfeiçoamento em que o sujeito potencializa a capacidade de desenvolver globalmente sua personalidade. No Brasil esta prática é amplamente divulgada por Leopoldo Vieira, Isabel Bellaguarda, Ibrahim Danyalgil Junior entre outros profissionais.

As linhas reeducativa e terapêutica, que nem sempre se distinguem facilmente, têm constituído, entre nós, as mais relevantes aplicações dos princípios psicomotores que vêm a ser estudados através da licenciatura na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, na Universidade de Évora e na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real).

Estão ainda disponíveis formações na área no nível de Mestrado em Reabilitação Psicomotora da Faculdade de Motricidade Humana e Mestrado em Psicomotricidade da Universidade de Évora, entre outros cursos pós-graduados existentes nos três estabelecimentos de ensino.

A linha educativa foi a primeira direcção histórica do método Psico-Cinético de Educação pelo Movimento, de Jean Le Boulch, constituindo a génese da psicomotricidade, e tem sido menosprezada mesmo na sua dimensão de propedêutica das primeiras aprendizagens escolares, apesar de ter sido consagrada no ensino primário em Portugal, como disciplina curricular, entre 1974 e 1980, com as designações, primeiro, de Trabalhos Preparatórios Iniciais e, depois, de Actividades Iniciais.

Na década de 1970 a Psicomotricidade, que já tinha sido introduzida no Brasil através dos profissionais que traziam informações da Europa, desde o final da década de 1960, eclode definitivamente. As práticas se voltavam para a 'Reeducação' e 'Educação' Psicomotora.

Em 1976, com a estada de Françoise Désobeau, introduziu-se uma nova ótica, denominada 'Terapia Psicomotora'que propunha a substituição das técnicas instrumentais por atividades livres, valorizando o jogo e o brincar.

Em 1980 é fundada a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, com apoio de Françoise Désobeau, presidente da Sociedade Internacional de Terapia Psicomotora, nesta época. Com os variados encontros e congressos, a SBP proporcionou a disseminação da Psicomotricidade e o surgimento de um curso de graduação e vários de pós-graduação.

A partir daí surgem linhas originais, desenvolvidas por profissionais brasileiros: GACT (Beatriz Saboya); Terapia Psicomotora (Regina Morizot); Psicomotricidade Sistêmica (Rosa Prista); Sociopsicomotricidade Ramain-Thiers (Solange Thiers);Psicomotricidade Relacional (Leopoldo Vieira); Psicomotricidade Relacional Somática (Daniel Benchimol e Marina Sá); Transpsicomotricidade Educacional e Clínica (Eduardo Costa); Psicomotricidade Aquática (Jocian Bueno); Psicomotricidade Agathon (Ethelvina França e Vânia Belli); Psicomotricidade Heurística Educacional e Clínica (Martha Lovisaro, também fundadora da Transpsimotricidade); Curumim - Formação em Educação Psicomotora (Ricardo CLS. Alves e Sabrina Toledo), Formação AIÓN de Psicomotricidade Educacional e Clínica( Marcelo Antunes), quernaram formações.

Em abril de 2012, na XXXVI AGOE da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP), foi instituído o Dia do Psicomotricista no Brasil, 19 de abril, data da fundação da SBP.

Referências

  1. www.efdeportes.com. «Psicomotricidad vivenciada». Consultado em 28 de setembro de 2008 
  • Jacques Richard (2004). Patología psicomotriz. [S.l.]: Dossat 2000. ISBN 84-89656-37-1 
  • Pilar Arnáiz Sánchez (2001). La psicomotricidad en la escuela: una práctica preventiva y educativa. [S.l.]: Ediciones Aljibe. ISBN 84-9700-016-1 
  • Aucouturier, Darrault, Empinet (1985). La práctica psicomotriz. Reeducación y terapia. [S.l.]: Científico Médica. ISBN 84-224-0810-4 
  • Aucouturier, Lapierre (1980). El cuerpo y el inconsciente en educación y terapia. [S.l.]: Científico Médica. ISBN 84-224-0756-6 
  • Lina Rubio, Carolina Zori (2008). La psicomotricidad en la escuela. [S.l.]: Dossat 2000. ISBN 978-84-96437-43-2 
  • Rodolfo Rodríguez (2005). Terapia psicomotriz. Casos de los 3 a los 11 años. [S.l.]: CIE Dossat 2000. ISBN 84-89656-67-3 
  • Lapierre, Aucouturier (1977). Simbología del movimiento. [S.l.]: Científico Médica. ISBN 84-224-0686-1 
  • Aucouturier, Lapierre (1978). La educación psicomotriz como terapia "Bruno". [S.l.]: Médica y Técnica, S.A. 
  • Lapierre (1977). Educación psicomotriz en la escuela maternal. [S.l.]: Científico Médica. ISBN 84-224-0687-X 
  • Aucouturier. Los fantasmas de acción y la práctica psicomotriz. [S.l.]: Graó. ISBN 978-84-7827-351-5 
  • Josefina Sánchez Rodríguez y Miguel Llorca Llinares (2008). Recursos y estrategias en psicomotricidad. [S.l.]: Ediciones Aljibe. ISBN 978-84-9700-442-8 
  • Rigal Robert (2006). Educación motriz y educación psicomotriz en preescolar y primaria. [S.l.: s.n.] ISBN 84-9729-071-2 

Ligações externas

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