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A Liga dos Camponeses Pobres (LCP) é uma organização campesina comunista brasileira.[1][2][3] Assim como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), atua principalmente na mobilização de posseiros e camponeses sem-terra para a ocupação de latifúndios considerados improdutivos.[4] Também como o MST, organiza a produção agrícola das famílias nas ocupações de forma cooperativa, além de fornecer educação e outros serviços aos assentados. A LCP, porém, é muito mais radical que outros movimentos campesinos no Brasil, reivindicando não a reforma agrária, mas sim o que chama de “revolução agrária.”[5]

A LCP tem sua origem em 1995, no Massacre de Corumbiara (chamado pelo grupo de "Batalha de Santa Elina"), um massacre de camponeses por policiais militares e pistoleiros em Rondônia.[6][7] Desde sua fundação, expandiu sua atuação para todas as regiões do Brasil. A LCP foi acusada diversas vezes de ser uma organização guerrilheira, inclusive pelo então presidente do país, Jair Messias Bolsonaro, em 2021.[8][9] Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, em 2016 a LCP organizava 653 famílias em 8 ocupações.[10] <- dado antigo, mudar dps

História

A LCP surgiu como uma dissidência do Movimento Camponês Corumbiara (MCC). Este, por sua vez, surgiu como resposta ao Massacre do Corumbiara.

Massacre de Corumbiara

Ver artigo principal: Massacre de Corumbiara

O Massacre do Corumbiara foi uma matança de camponeses durante uma operação de reintegração de posse da ocupação em um lote da Fazenda de Santa Elina, em Rondônia. A operação foi realizada pela Polícia Militar e pelo Exército Brasileiro, supostamente com a colaboração de jagunços, na madrugada de 9 de Agosto de 1995. O evento ficou famoso por envolver uma série de inconstitucionalidades (como ferir o Princípio de Inviolabilidade Domiciliar ao realizar a desocupação durante a madrugada) e pela violência da polícia (incluindo a execução de camponeses rendidos e o uso de mulheres como escudos humanos).

Devido à resposta armada de alguns camponeses à operação, atacando policiais com espingardas de caça e instrumentos como facões e foices, o evento também é chamado de Batalha de Santa Elina. Oficialmente, onze mortes foram registradas (incluindo dois policiais militares e uma criança de nove anos).

Os camponeses sobreviventes do massacre, liderados por dissidências do MST, se uniram em uma nova organização que veio a se chamar Movimento Camponês Corumbiara (MCC). O MCC recebeu ajuda de diversos sindicatos rurais e organizações de esquerda em sua fundação, mas marcadamente teve seu surgimento facilitado pela Liga Operária. Além de apoio político, a Liga Operária chegou a enviar fundos e alguns de seus próprios militantes para auxiliar na estruturação do novo movimento.

Cisão com o MCC

Parte dos membros e organizadores do MCC, insatisfeitos com os métodos empregados pela organização (incluindo a colaboração com partidos políticos), propondo uma radicalização da luta pela reforma agrária e ideologicamente se aproximando da Liga Operária, abandonaram o movimento. Esses militantes viriam a formar as Comissões Camponesas de Luta que, posteriormente, se consolidariam como Liga dos Camponeses Pobres.

A partir das Comissões Camponesas de Luta, a LCP realizou seu primeiro congresso em 1999 e foi fundada oficialmente em abril de 2000. Logo ao surgir, a LCP foi dividida em cinco braços regionais, cada um atuando de maneira autônoma. Já em 1999, descarta o modelo de reforma agrária defendido por outras organizações campesinas em favor da chamada "Revolução Agrária." Em 2006, é escrita a primeira versão da cartilha Nosso Caminho, que apresenta a orientação teórica e ideológica da organização.

Atuação

Em consonância com outros movimentos sociais sem-terra no Brasil, a LCP atua principalmente a partir da ocupação (muitas vezes descrita como "invasão") de latifúndios privados, terras de propriedade pública ou terrenos grilados considerados improdutivos.[11]

A LCP, porém, diverge profundamente de organizações como o MST, MLT e o próprio MCC em questões táticas.[12] Enquanto esses movimentos acampam nas propriedades ocupadas, esperando a realização do processo de desapropriação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a LCP opta por realizar expropriações diretamente desde 2001.[6] Assim, logo ao ocupar um terreno improdutivo, a LCP o divide em lotes, sorteia os lotes entre as famílias presentes na ocupação e imediatamente inicia a produção. Internamente, a LCP se refere a essa tática como ocupação de Corte Popular.[13]

Estrutura da LCP

Como base, cada assentamento liderado pela LCP é administrado segundo um princípio de autogestão, conforme descrito na cartilha Nosso Caminho.[1] Ainda que a estrutura possa variar dependendo do contexto da ocupação, todas possuem uma Assembleia do Poder Popular: Uma assembleia realizada pelos próprios camponeses operando sob princípios de democracia direta. Essa assembleia elege um Comitê de Defesa da Revolução Agrária, responsável por pôr em prática as decisões votadas. O comitê em si também se divide em diferentes áreas de atuação, como saúde, segurança, produção, etc...

Outra função da Assembleia do Poder Popular é eleger representantes para cada assentamento, que posteriormente se reúnem no Encontro de Delegados de cada região. Ainda que tenha presença por todo o país, a LCP se organiza de forma regional, e é através dos Encontros de Delegados que uma Coordenação Regional é eleita. Estas duas estruturas operam segundo as propostas do Centralismo Democrático, e podem convocar congressos quando necessário.

Nos assentamentos (ou "Áreas Revolucionárias," como são chamados pela LCP), uma das prioridades das Assembleias é a construção das chamadas Escolas Populares. As Escolas Populares da LCP, de forma similar às escolas construídas em assentamentos do MST, atualmente têm como foco a alfabetização dos alunos, acolhendo estudantes de todas as faixas etárias e, a depender do assentamento, oferecendo ensino fundamental, médio e cursos técnicos. A educação fornecida também é abertamente politizada e de viés marxista.

Além das Escolas Populares, o estabelecimento de um assentamento da LCP envolve a construção de estradas, pequenos postos de saúde, igrejas e áreas de lazer. As construções, especialmente em ocupações não regularizadas, tendem a ser precárias.

Acusações de guerrilha

A Liga dos Camponeses Pobres foi acusada em diversas ocasiões de ser uma organização guerrilheira,[14][15][16] terrorista[17][18] ou mesmo facção criminosa[19].

A primeira dessas acusações foi feita em 2008 na revista IstoÉ, em uma matéria intitulada "O Brasil Tem Guerrilha."[20][21] Na matéria, a LCP era comparada à Guerrilha do Araguaia e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, e acusada, entre outros crimes, de colaborar com o narcotráfico e de executar 18 pessoas ao longo de 2007. Ao tentar contatar membros da LCP em um acampamento da organização, a equipe da revista encontrou hostilidade e não teve permissão para entrar na área ocupada. Acusações semelhantes também foram direcionadas, anos antes, à Liga Operária, que mantinha uma grande proximidade à LCP.[22]

Um mês depois, a IstoÉ publicou em uma matéria fotos de dentro de um acampamento da LCP, obtidas através de um relatório da ABIN, que mostrariam membros da organização em treinamento militar.[23] A repercussão da reportagem levou à realização de uma audiência pública, na qual uma liderança da LCP, Nilo Hallack, afirmou que as imagens "são fotos tiradas num salão, numa escola em Machadinho d'Oeste, de uma peça de teatro comemorativa dos 30 anos da morte de Che Guevara," e que mostrariam armas de brinquedo usadas como adereço.[24][25]

Outro acusador da LCP é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Suas acusações tiveram impacto.

A LCP afirma sofrer com terrorismo de estado.

Relações com o Poder Público

Rejeição ao INCRA e ao IBAMA e à FUNAI. Antiestatismo.

Ideologia

Assim como o MST, tem inspiração Marxista. Porém, é mais radical que o MST.

A LCP defende em seu documento Nosso Caminho a revoluçao agrária e não a reforma agrária. Combatividade e não dependencia do estado para a questão da terra.

A LCP defende que o Brasil precisa de uma revolução de Nova Democracia.

A LCP é efetivamente maoista. MEPR, MFP.

Apoio à LPC

Nacional

Várias organizações e partidos. ABRAPO. PCB-FV.

Internacional

Várias pessoas (Chomsky, etc). Várias organizações maoistas. Comite do Novo Brasil.

Ver Também

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Referências

  1. a b Liga dos Camponeses Pobres (2018) [2000]. «Nosso Caminho». marxists.org (Cartilha) 3 ed. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  2. «League of Poor Peasants (LCP) Liga dos Camponeses Pobres». Global Security (em inglês). Consultado em 23 de outubro de 2022 
  3. Nunes, Ana Lúcia (1 de agosto de 2007). «O caminho da libertação dos camponeses pobres». A Nova Democracia. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  4. Holanda, Diêgo (14 de abril de 2021). «Entenda a disputa por terras no Sul de RO que levanta temor por nova tragédia 25 anos depois do 'massacre de Corumbiara'». G1. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  5. Agência Folha em Porto Velho (4 de abril de 2005). «Liga camponesa prega "revolução agrária"». Folha de São Paulo. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  6. a b Plans, Josep Iborra (10 de agosto de 2020). «25 anos do Massacre de Corumbiara (RO)». Comissão Pastoral da Terra. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  7. Comissão Nacional das LCP (12 de dezembro de 2021). «Companheiro Pelé, PRESENTE NA LUTA!». Resistência Camponesa. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  8. Florentino, José (24 de abril de 2021). «40 homens armados invadem fazenda, torturam funcionários e roubam tratores em RO». Canal Rural. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  9. Fuhrmann, Leonardo (10 de novembro de 2021). «Bolsonaro inventou "guerrilha terrorista" em RO para justificar ação da Força Nacional, diz procurador». De Olho nos Ruralistas. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  10. Boff, Leonardo (2017). «Conflitos no Campo 2016». Comissão Pastoral da Terra. Conflitos no Campo (33): 52-68. ISSN 1676-661X. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  11. Veloso, Valdivan (15 de janeiro de 2016). «Em MG, membros da Liga Camponesa ocupam fazenda onde líder foi morto». g1. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  12. «Massacre de Pau D'Arco: Liga dos Camponeses diz que fazenda fica em terra pública». Instituto Humanitas Unisinos. 26 de maio de 2017. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  13. Comissão Nacional das LCP (10 de outubro de 2020). «Abaixo a grosseira montagem do governo de RO e sua PM de demonização dos camponeses em luta pela terra para fazer despejos, prisões e massacres». Resistência Camponesa. Consultado em 23 de outubro de 2022 
  14. Woloszyn, André Luiz (19 de janeiro de 2022). «LIGA dos CAMPONESES POBRES (LCP): Uma nova guerrilha ou fato para desestabilização política». DefesaNet. Consultado em 6 de junho de 2023 
  15. Cunha, Circe (8 de maio de 2021). «Visto, lido e ouvido — Nova Corumbiara». Correio Braziliense. Consultado em 6 de junho de 2023 
  16. «Policiais militares são atacados por membros da LCP com armas de guerrilha em Chupinguaia». Diário da Amazônia. 15 de maio de 2021. Consultado em 6 de junho de 2023 
  17. «Invasão de terras: criminosos usam táticas de terrorismo, diz governador de RO». Canal Rural. 28 de abril de 2021. Consultado em 6 de junho de 2023 
  18. «Depois de causar terrorismo e sair impune, LCP deixa fazenda totalmente destruída em Seringueiras». Tudo Rondônia. 29 de julho de 2016. Consultado em 6 de junho de 2023 
  19. «Conheça a facção criminosa 'Liga dos Camponeses Pobres' (LCP) que saqueiam e torturam trabalhadores de fazendas em Rondônia». O Madeira. 29 de abril de 2021. Consultado em 6 de junho de 2023 
  20. Rodrigues, Alan (26 de março de 2008). «O Brasil Tem Guerrilha». IstoÉ. Consultado em 6 de junho de 2023 
  21. Redação (26 de março de 2008). «Revista Istoé diz que Rondônia é cenário de guerrilha». Tudo Rondônia. Consultado em 6 de junho de 2023 
  22. Rodrigues, Alan; Villaméa, Luiza (12 de maio de 1999). «Era só o que faltava!». Istoé. Consultado em 6 de junho de 2023 
  23. Rodrigues, Alan (23 de abril de 2008). «As fotos secretas da guerrilha». IstoÉ. Consultado em 6 de junho de 2023 
  24. «Sessão: 0514/08». Câmara dos Deputados. 24 de abril de 2008. Consultado em 6 de junho de 2023 
  25. Agência Câmara (24 de abril de 2008). «Liga camponesa nega que seja um grupo paramilitar». Gente de Opinião. Consultado em 6 de junho de 2023