Antônio da Silva Jardim
Antônio da Silva Jardim | |
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Autorretrato de Silva Jardim | |
Nascimento | 18 de agosto de 1860 Capivari, Rio de Janeiro |
Morte | 1 de julho de 1891 (30 anos) Nápoles, Itália |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | advogado |
Parte da série sobre |
Liberalismo no Brasil |
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Antônio da Silva Jardim (Capivari, 18 de agosto de 1860 — Nápoles, 1 de julho de 1891) foi um advogado, jornalista e ativista político brasileiro, formado na Faculdade de Direito de São Paulo.
Teve grande atuação nos movimentos abolicionista e republicano, particularmente no Rio de Janeiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu na vila de Nossa Senhora da Lapa de Capivari, atual sede do município que hoje leva o seu nome. Foi filho de Gabriel da Silva Jardim e de D. Felismina Leopoldina de Mendonça, neto paterno de Antonio da Silva Jardim e de sua mulher D. Luciana Maria e materno de Leandro Freire Ribeiro e de sua mulher, D. Lauriana Leopoldina do Amor Divino. Seu pai foi um modesto professor em Capivari e lecionava em seu próprio sítio. Enviado para Niterói para que pudesse estudar, foi aluno inicialmente no colégio Silva Pontes. Mais tarde, matriculou-se no Colégio de São Bento, tendo estudado português, francês, geografia e latim. Nessa época, ajudou a fundar um jornal estudantil denominado O laboro literário, onde iniciou sua vida política e sua luta pela liberdade.[1]
Estudando com dificuldades financeiras, já que seu pai não possuía muitos recursos para sustentá-lo, mudou de residência e de escola, matriculando-se no externato Jasper. Procurou trabalho para poder pagar seus estudos e, depois de alguns empregos menores, foi chamado para trabalhar no próprio externato.
Partiu para São Paulo e foi estudar na Faculdade de Direito de São Paulo. Logo entrou no clima político da faculdade onde as ideias republicanas e a campanha abolicionista já faziam parte de debates no parlamento.
Ainda em sua juventude conhece a família do Conselheiro Martim Francisco de Andrada, figuras de grande destaque na sociedade paulistana. E é na família liberal de Martim Francisco que Silva Jardim vai encontrar a que seria sua esposa casou-se com Ana Margarida filha do politico brasileiro conselheiro Martin Francisco Ribeiro de Andrada (neto de José Bonifácio de Andrada e Silva) e filha de Ana Benvinda Bueno de Andrada (sexta-neta de Amador Bueno capitão-mor). com quem teve 4 filhos, sendo um deles homenageado com seu nome.
Envolveu-se completamente na campanha pela república, chegando a vender sua banca de advogado e dissolver sua sociedade com Martim Francisco. Sua vida se dirigiu para os comícios em prol da república e viagens constantes entre os estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Em sua militância, foi aclamado, apedrejado, perseguido e elogiado. Sua saúde - desde a infância frágil por causa do impaludismo - se ressentia dessa vida agitada, mas não impedia sua constante atividade política. Com a proclamação da república, o exército, deixou-o de lado.
Candidatou-se ao congresso no Distrito Federal e foi derrotado. Decidiu, então, retirar-se da política e viajar para o exterior para descansar, clarear as ideias e conhecer gente nova e novos lugares.
Aos 30 anos de idade, visitou Pompeia, na Itália e, curioso por conhecer o vulcão Vesúvio, mesmo tendo sido avisado de que ele poderia entrar em erupção a qualquer momento, foi tragado por uma fenda que se abriu na cratera da montanha - não se sabendo se foi um acidente ou um ato voluntário.[2]
De acordo com reportagem do jornal "A Pátria Mineira", de 30 de julho de 1891, da cidade de São João del Rei, acessível por meio do sítio do Arquivo Público Mineiro, a morte de Silva Jardim teria sido um acidente, testemunhado por um guia e seu amigo Joaquim Carneiro de Mendonça. Segundo o relato, o jornalista teria sido engolido por uma fenda junto ao Vesúvio, do que se salvou, ferindo-se, Carneiro de Mendonça, que fora auxiliado pelo guia local. O jornal menciona a fonte das informações como a "Carta Parisiense", de Xavier de Carvalho, dirigida ao "Paiz".
Em homenagem ao jornalista morto, foi determinado que o município fluminense de Capivari, vizinho a Araruama e Rio Bonito, passaria a ter o atual nome de Silva Jardim.
Homenagens
[editar | editar código-fonte]O município de Silva Jardim no Rio de Janeiro recebe este nome em homenagem ao jornalista.
Além deste, outro município a ter em seu nome uma homenagem ao republicano é o de Jardinópolis, no interior paulista, assim denominado em 1896. O atual município de Palmácia também teria o nome de Silva Jardim, caso não tivesse sido extinto em 1897. No bairro do Tucuruvi, na Zona Norte de São Paulo, há uma escola estadual que o homenageia.
Referências
- ↑ GUZZO, Maria Auxiliadora (2017). Silva Jardim: política, economia, questão social, abolicionismo e racismo. Rio de Janeiro: Ícone. 128 páginas. ISBN 978-8527407069
- ↑ Resumo biográfico in: revista Nossa História, ano 2, nº 13, novembro de 2004