Saltar para o conteúdo

Capitania do Grão-Pará

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Grão-Pará.


O Brasil em 1822

A Capitania do Grão-Pará (região inicialmente chamada pa'ra, do tupi: "rio-mar") foi uma das unidades administrativas do Brasil Colônia (na América Portuguesa), criada em 1621 junto com o Estado do Maranhão,[1] com a evolução da Conquista do Pará (ou Império das Amazonas)[2][3] um território colonial português criado em 1616 por Alexandre de Moura[1] na Capitania do Maranhão.[2][3]

A etimologia do nome da antiga unidade administrativa decorre do rio Pará, derivado do tupi "pa'ra" que significa "rio do tamanho do mar" ou "grande rio", devido sua grande extensão parecida ao mar, que corta a região e antigamente acreditava-se um prolongamento direto do rio Amazonas.

A Capitania do Grão-Pará, ou apenas Pará, tem sua origem no contexto da conquista do rio das Amazonas e da Amazônia Oriental em 1580, período de conflito com forças estrangeiras que disputavam as drogas do sertão.[1][4][5] Primeiramente a região foi denominada com a terminologia Conquista do Pará, também conhecida como Império das Amazonas.[1][4][5] contendo como "capital" a villa colonial Feliz Lusitânia (em homenagem à Portugal).[6][7] O documento mais antigo que faz menção ao termo capitania, para denominar a região da conquista, é posterior ao ano de 1620. Tendo a legitimação do território como Capitania ocorre em paralelo a criação do Estado do Maranhão, no ano de 1621.[8]

Ver artigo principal: História do Pará
Ano Evento(s)
1534
Ver artigo principal: Capitanias Hereditárias
1572
1615
  • Território indígena pa'ra é transformado no território colonial português Conquista do Pará na Capitania do Maranhão por Alexandre de Moura, iniciando a colonização da Amazônia
1616
  • Fundação do Forte do Presépio, na baía de Guajará, originando o povoado colonial Feliz Lusitânia (atual Belém, capital do Estado do Pará) na Conquista do Pará, a primeira fortificação deste modelo e mais importante no território amazônico, a fim de se proteger de incursões de Holandeses e Ingleses em busca de especiarias.[11][12]
1621
1637
1639
  • Conquista foi transformada na então Capitania do Grão-Pará (junto a criação do Estado do Maranhão, com sede em São Luiz)[1][15]
  • Povoado Feliz Lusitânia foi elevado à categoria de município com denominação de "Santa Maria de Belém do Pará" ou "Nossa Senhora de Belém do Grão Pará"[4][6][16][17]
  • Abertura das primeiras ruas do município,[18] originando o histórico bairro da Cidade Velha.   
1654
1680
1718
1751
1755
  • Criação da Capitania do Rio Negro (atual Estado do Amazonas), com sede estabelecida na vila de Mariuá (atual Barcelos), desmembrada da Capitania do Grão-Pará mas permanece integrada ao Estado do Grão-Pará e Maranhão, que passou a compreender quatro Capitanias: São José do Rio Negro; Grão-Pará; Maranhão, e; Piauí.[23][24]
1772

Assim, a América Portuguesa passou a compreender três unidades administrativas autônomas.

1774
  • A fim de centralizar e aumentar o controle, os Estados do Grão-Pará e Rio Negro e do Maranhão e Piauí passam à condição de Capitania e foram unificados ao Estado do Brasil, subordinados ao vice-rei do Brasil, com sede no Rio de Janeiro.[22][25]
1780
  • Criação de pequenas indústrias: tecidos de algodão, cerâmicas e velas, manufatura de cordoalhas, manteiga de tartaruga e outras agriculturas como: tabaco, milho, mandioca, cacau, arroz, algodão, cana-de-açúcar e a pecuária no vale do rio Branco.[26]
1783
1822
  • Ocorre a Independência do Reino do Brasil e as Capitanias são denominadas de Províncias. O Grão-Pará vive período de incerteza, se a Capitania se tornaria um país independente, se uniria ao Brasil ou continuaria com Portugal. Criada a 1ª Junta do Pará Independente.[28] Eclodiram levantes das tropas fiéis a Portugal, conhecidos como "Guerras da Independência", envolveram as Províncias: Pará, Maranhão e Bahia.[29]
1823
  • Capitania do Grão-Pará se uniu ao Império do Brasil independente, que estivera separado no período colonial, episódio conhecido como "Adesão do Pará" proclamada por D. Romualdo Coelho, assim a Capitania foi incorporada ao Império como a Província do Grão-Pará.[30]
1832
  • Devido ter pequena população e uma produção medíocre a Província do Rio Negro foi rebaixada administrativamente, sendo nomeada de Comarca do Alto Amazonas e subordinada a Província do Grão-Pará.
1835
  • Inicia a revolução popular Cabanagem, tomou Belém e espalhou-se por toda a Amazônia. Um governo do povo foi instalado e vigorou até 1838.[31]
1850
  • Província do Grão-Pará foi extinta e desmembrada em duas unidades, formando as Província do Pará e a Província do Amazonas (elevação da Comarca do Alto Amazonas com sede na cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, atual Manaus).[32][33][34]
1879
1889
  • Após a proclamação da República as Províncias passam a ser denominadas de Estados, e a "Província do Pará" mudou para "Estado do Pará" e a Província do Amazonas mudou para "Estado do Amazonas".[36]
1943
1970

Referências

  1. a b c d e f «Capitania do Grão-Pará». Atlas Digital da América Lusa. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  2. a b «PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL 2019 - 2023» (PDF). Faculdade Metropolitana do Pará - FAMETRO. 2019. Consultado em 26 de janeiro de 2022 
  3. a b de Lacerda, Joaquim Maria (1911). Pequena História do Brasil (PDF). [S.l.]: Bertrand 
  4. a b c «Brasil, Pará, Belém, História». Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Consultado em 8 de março de 2018 
  5. a b Pereira, Carlos Simões (28 de outubro de 2020). «Das origens da Belém seiscentista e sua herança Tupinambá». Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento (10): 146–160. ISSN 2448-0959. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  6. a b Brönstrup,, Silvestrin, Celsi; Gisele,, Noll,; Nilda,, Jacks, (2016). Capitais brasileiras : dados históricos, demográficos, culturais e midiáticos. Col: Ciências da comunicação. Curitiba, PR: Appris. ISBN 9788547302917. OCLC 1003295058. Consultado em 30 de abril de 2017. Resumo divulgativo 
  7. Bol Listas (8 de janeiro de 2018). «Açaí, jambu e a Amazônia: 10 curiosidades sobre o Pará». Portal UOL. Consultado em 7 de março de 2018 
  8. «Capitania do Grão-Pará». Atlas Digital da América Lusa. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  9. «Administração no Brasil Colonial». Conhecimentos Gerais. Consultado em 20 de outubro de 2015 
  10. «Administração no Brasil Colonial». Super Zap. Consultado em 20 de outubro de 2015 
  11. «História do Pará». Info Escola. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  12. a b «O Estado do Pará» (PDF). Itamaraty Ministério das Relações exteriores. Revista Textos do Brasil. Edição 01: 2. 1997. Consultado em 22 de outubro de 2015 
  13. a b «No tempo das fábricas». Arquivo Nacional. Consultado em 19 de outubro de 2015 
  14. «A formação territorial do espaço paraense: dos fortes à criação de municípios» 
  15. «A formação territorial do espaço paraense: dos fortes à criação de municípios» 
  16. «Pesquisa e exploração dos aromas amazônicos». Com Ciência. Consultado em 21 de abril de 2012 
  17. «Histórico Belém do Pará». Ferramenta Cidades. IBGE. 2015. Consultado em 4 de maio de 2016 
  18. «I DECLARAÇÃO AOS POVOS SOBRE O TERRITÓRIO MURUCUTU TUPINAMBÁ». Idade Mídia. 7 de janeiro de 2022 
  19. A escrita jesuítica da história das missões no Estado do Maranhão e Grão-Pará (século XVII), p. 4.
  20. O modelo pombalino de colonização da amazónia, p. 5.
  21. «Pará também nasceu de uma divisão». Diário do Pará 
  22. a b «A formação territorial do espaço paraense: dos fortes à criação de municípios». Consultado em 20 de outubro de 2015 
  23. «O Brasil no Século 18». Guia Geográfico Historia do Brasil. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  24. «A pesca da baleira na colonia». Arquivo Nacional. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  25. «A Administração Pombalina». Multirio. Consultado em 20 de outubro de 2015 
  26. «Amazoniade A a Z - Drogas do Sertão». Portal Amazônia. Consultado em 23 de outubro de 2015 
  27. FERREIRA, A. R. Diário da viagem filosófica pela capitania de São José do Rio Negro com a informação do estado presente. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
  28. «Pará também nasceu de uma divisão». Diário do Pará. Consultado em 20 de outubro de 2015 
  29. «A Construção da Nação: O Estado Imperial». Museu Historico Nacional. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  30. «Adesão do Pará é ilustre desconhecida». ORM News. 14 de agosto de 2014. Consultado em 20 de outubro de 2015 
  31. «O Pará - História». Governo do pará. Consultado em 23 de outubro de 2015 
  32. «Datas Históricas de Manaus». Prefeitura de Manaus. Consultado em 22 de outubro de 2015 
  33. Guerra, Amanda Estela. «Breve histórico da configuração político-administrativa brasileira» (PDF). IBGE. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  34. «Pará também nasceu de uma divisão». FAU UFPA. 5 de agosto de 2011. Consultado em 21 de novembro de 2015 
  35. «Ciclo da borracha - A Paris ttropical». Diário do Pará. Consultado em 22 de outubro de 2015 
  36. «Pará também nasceu de uma divisão». Diário do Pará. 28 agosto de 2011. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  37. «Estado do Amapá». IPPA UFPA. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  • CERQUEIRA E SILVA, Ignácio Accioli de. Corografia Paraense ou Descripção Física, Histórica e Política da Províoncia do Gram-Pará. Bahia: Typografia do Diário, 1833.
  • BOSCHI, Caio C. (org.). Catálogo de Documentos Manuscritos Avulsos da Capitania do Pará existentes no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Belém: SECULT, Arquivo Público do Pará, 2002, 3 vols.

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Precedido por: História do Pará Sucedido por:
Conquista do Pará

1616 – 1621

Capitania do Grão-Pará

1621–1822

Província do Grão-Pará

1821 – 1889