Chiharu Shiota
Chiharu Shiota (塩田 千春 Shiota Chiharu?) é uma artista plástica japonesa nascida em 1972, em Osaka. Atualmente, mora e trabalha em Berlim. Seus trabalhos são geralmente voltados para as instalações.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Shiota estudou artes na Universidade Seika em Quioto, formando-se em 1996. No mesmo ano, mudou-se para Brunsvique, na Alemanha, para estudar na Hochschule für Bíldende Künste, sob a tutela de Marina Abramovic.[2] Segundo Shiota, na verdade ela queria estudar com a escultora polonesa Magdalena Abakanowicz, mas teria acidentalmente trocado o nome das duas quando se matriculou.[3] A artista também foi aluna de Rebecca Horn, considerada uma das mais importantes artistas mulheres da Alemanha.[4]
Posteriomente, Chiharu Shiota se estabeleceu na Universität der Künste de Berlim, onde se tornou professora.[5] De volta ao Japão entre 2010 e 2013, foi professora na Universidade Seika, e por um breve período no California College of the Arts, na Califórnia, Estados Unidos.[6]
A artista sofreu de câncer em sua juventude. A doença impactou profundamente sua arte, influenciando instalações como "During Sleep" (2007), onde mulheres se deitam sobre camas de hospital feitas de lã, e "Flowing Water" (2009), onde as camas de hospital surgem vazias e constantemente atingidas por uma chuva artificial.[1][7]
Trabalho
[editar | editar código-fonte]A obra de Chiharu Shiota captura diversos aspectos das práticas da performance e da instalação,[5] mesmo em outros meios — videoarte, desenhos, pinturas — refletindo sua plural formação acadêmica, influenciada por Abramovic, Lygia Clark e Ana Mendieta.[3] Conhecida por suas vastas teias de mangueiras ou fios,[7] cujas proporções chegam a cobrir cômodos inteiros, a artista conecta essas redes abstratas com objetos do cotidiano como chaves, janelas, sapatos, botas e maletas em seus trabalhos.[8] O constante uso de fios é justificado por Shiota: "vejo o fio simbolicamente como relações humanas. Na maioria de minhas instalações, os fios formam teias tridimensionais, e no fim, tudo se conecta. Um fio pode ir reto entre dois pontos, conectando-os; ele também pode se enroscar [...] e quebrar."[3]
Assim como os materiais, temas também são recorrentes em seu trabalho: a ideia da memória, de espaço pessoal, de identidade e de dor. O sangue é constantemente representado em suas peças, com o simbolismo da família e da ancestralidade;[3] isso também se relaciona com o choque de cultura que Shiota sofreu ao se mudar do Japão para a Alemanha. Esse, por sua vez, surge em sua obra representado por portas e janelas: "Portas e janelas são sempre fronteiras entre espaços e, quando você passa por eles, você se encontra em um novo ambiente, um novo mundo. O outro lado sempre parece diferente [...] e quando eu volto para o Japão ele sempre parece diferente de como eu o imaginava na Alemanha."[9]
Além de suas obras visuais, ela também colabora com coreógrafos e compositores, como Toshio Hosokawa, Sasha Waltz[10] e Stefan Goldmann[11] para projetos de ópera, concertos e dança.
A primeira exposição solo da artista se deu em Munique, em 2000; no mesmo ano, participou de cinco exposições em grupo na Alemanha. Desde então, a artista já expôs seu trabalho em diversos países, como a Inglaterra, Israel, Itália e Brasil, em exposições individuais e em grupo.[12][13]
Prêmios e indicações
[editar | editar código-fonte]- 2014: Selecionada pela Fundação Japão para representar o Japão na 56ª Bienal de Veneza[14]
- 2008:
- 2005: Agência de Assuntos Culturais (Bunka-cho), Japão[16]
- 2004: Bolsa de estudos de Artes Visuais do Departamento de Senado de Ciência, Pesquisa e Cultura (Arbeitsstipendium Bildende Kunst der Senatsverwaltung für Wissenschaft, Forschung, Kultur), Berlim, Alemanha[17]
- 2002:
- Philip Morris K.K Art Award 2002, Nova Iorque, Estados Unidos[18]
Exposições individuais
[editar | editar código-fonte]- 2015:
- 2014:
- 2013: House, Galerie Daniel Templon, Bruxelas, Bélgica[21]
- 2012:
- 2011: Home of memory, La Maison Rouge, Paris, França[25]
- 2010:Trauma, NF Galeria, Madrid[22]
- 2009:
- 2008:
- 2007: From in silence, Kanagawa Arts Foundation, Japão[33]
- 2006: Dialogue from DNA, Wildnis + Kunst, Sarrebruck, Alemanha[34]
- 2005:
- During Sleep, Museum Moderner Kunst, Klagenfurt, Áustria[35]
- Raum, Haus am Lützowplatz, Berlim, Alemanha[36]
- 2004:
- 2003:
- 2002:
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- 2014:
- Las líneas de la mano. Actar, Barcelona. ISBN 9781940291369
- Presence in the absence. Rochester Art Center, Rochester. ISBN 9780991458622
- 2012: Where are we going?. Marugame Genichiro-Inokuma, Kagawa.
- 2011: Chiharu Shiota. Hatje Cantz Verlag, Stuttgart. ISBN 9783775731560
- 2009:
- Unconscious anxiety. Galerie Christophe Gaillard, Paris. ISBN 9782918423003
- Chiharu Shiota - When mind takes shape. Kobe Design University. Shinjuku Shobo, Tóquio. ISBN 9784880083957
- 2008:
- Zustand des Seins. Verlag für Moderne Kunst Nürnberg, Bienna. ISBN 9783940748447
- Breath of the spirit. Museu Nacional de Arte de Osaka, Osaka.[41]
- 2005: Raum. Haus am Lützowplatz, Berlim. ISBN 3934833179
- 2003:
- / a-i-r- laboratory / Centre for Contemporary Art, Varsóvia. ISBN 8385142878
- The way into silence. Verlag Das Wunderhorn, Stuttgart. ISBN 3884232118
Referências
- ↑ a b «ARNDT - CHIHARU SHIOTA». www.arndtfineart.com. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «Chiharu Shiota». NASTY Magazine. Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ a b c d «Chiharu Shiota: Dialogues» [Diálogos] (em inglês). Studio International. Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ Shiota, Chiharu; Nakano, Hitoshi (2015). Chiharu Shiota: The Key in the Hand. Berlim: Distanz
- ↑ a b «Biography» [Biografia] (em inglês). Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ «Visiting Faculty/Artists | California College of the Arts». www.cca.edu. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ a b Elliott, David (2013). Chiharu Shiota: Other side (em inglês). Eastbourne: Towner
- ↑ «Chiharu Shiota». Mattress Factory
- ↑ «Interview: Chiharu Shiota, other side» [Entrevista: Chiharu Shiota, o outro lado] (em inglês). Fad Magazine. Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ «Vento, der in den Kiefern tanzt» [O vento, dançando nos pinheiros] (em alemão). Die Welt. Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ «ALIF: split in the wall» (em alemão). Kulturstiftung des Bundes. Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ «Piranesi/Shiota: Prisons of the Imagination - Tel Aviv Museum of Art». www.tamuseum.org.il. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «Chiharu Shiota – Em busca do destino». www.sescsp.org.br. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ a b c «The Key in the Hand - Japan Pavillion at the 56th International Art exhibition - Biennale di Venezia» (em inglês). Biennale di Venezia
- ↑ «Chiharu Shiota: Breath of the Spilit». NMAO: The National Museu of Art, Osaka (em inglês). 2008. Consultado em 21 de novembro de 2016.
Last year [2008] she also received the Sakuya Konohana Award and the Japanese Education, Science, and Technology Minister's Art Encouragement Prize for Best New Artist.
- ↑ «新進芸術家の海外研修|文化庁». www.bunka.go.jp. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «ARBEITSSTIPENDIEN 2004 FÜR BILDENDE KUNST VERGEBEN». www.berlin.de. 4 de dezembro de 2013. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «Philip Morris K.K. Art Award 2002: The First Move Exhibition | Asia Art Archive». www.aaa.org.hk. Consultado em 20 de novembro de 2016. Arquivado do original em 21 de novembro de 2016
- ↑ «'In the beginning was...' Chiharu Shiota | Planta». www.plantaproject.org. Consultado em 20 de novembro de 2016. Arquivado do original em 20 de novembro de 2016
- ↑ Pérez, Asun (7 de dezembro de 2014). «Las 'Cartas de agradecimiento' de Chiharu Shiota atrapan al Espai d'Art Contemporani». nomepierdoniuna (em espanhol). Consultado em 21 de novembro de 2016
- ↑ a b c «Galerie Daniel Templon - Artist-Chiharu Shiota». www.danieltemplon.com. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ a b c «NF Galería - Chiharu Shiota». NF Galería
- ↑ «Chiharu Shiota tisse sa toile à Paris» [Chiharu Shiota tece sua teia em Paris] (em francês). Libération. Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ «Chiharu Shiota―Where Are We Going?». MIMOCA (em inglês). The MIMOCA Foundation. 2012. Consultado em 21 de novembro de 2016
- ↑ «Chiharu Shiota - La maison rouge - fondation antoine de galbert». archives.lamaisonrouge.org. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ a b «Archive - Kenji Taki Gallery». Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ Matsura, Naomi (30 de maio de 2009). «Shiota Chiharu: Flowing Water». ART iT (em inglês). Consultado em 21 de novembro de 2016.
[...] in the installation Flowing Water (2009) [...]
- ↑ Ulmer, Brigitte (2009). «Chiharu Shiota - A Long Day». Rotwand. Consultado em 21 de novembro de 2009.
Chiharu Shiota - A Long Day, 27 August 2009 – 17 October 2009
- ↑ «Chiharu SHIOTA». www.galeriegaillard.com. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ Wolff, Rachel (7 de fevereiro de 2008). «The Annotated Artwork: 'Waiting'». New York Magazine (em inglês). New York Media LLC. Consultado em 21 de novembro de 2016
- ↑ «Chiharu Shiota - Zustand des Seins». CentrePasquArt Kunsthaus (em alemão). 2008. Consultado em 21 de novembro de 2008
- ↑ «Chiharu Shiota: Breath of the Spirit». Sweet Station (em inglês). 6 de agosto de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2016.
“Breath of the Spirit” by Chiharu Shiota showcased at the National Museum of Art / Osaka, Japan, 2008.
- ↑ em colaboração com Dorkypark,Constanza Macras, Toshi Ichiyanagi, Leipziger Streichquartett, Yoko Tawada + Aki Takase e Valery Afanassiev.
- ↑ a b c «Spreading Threads of Experience, Chiharu Shiota Ensnares Gallery Spaces | The Creators Project». The Creators Project
- ↑ «Chiharu Shiota "during sleep"». Museum Moderner Kunst Kärnten (em alemão). Consultado em 21 de novembro de 2016
- ↑ «Chiharu Shiota: Raum». Haus am Lützowplatz (em alemão). Fördererkreis Kulturzentrum Berlin e.V. 2005. Consultado em 21 de novembro de 2016
- ↑ «Chiharu SHIOTA». VR d'Affaux (em inglês). Virtual Reality of Arts. Consultado em 21 de novembro de 2016.
2004 : Du côté de chez, installation dans l’église Sainte Marie Madeleine, Lille, France
- ↑ a b «Detached Cultural Organisation - Art, Science, Health». www.detached.com.au. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «2000 | Works | Chiharu Shiota». www.chiharu-shiota.com. Consultado em 20 de novembro de 2016
- ↑ «Chiharu Shiota». Blain|Southern (em inglês). Consultado em 21 de novembro de 2016.
2002 [...] Uncertain Daily Life, Kenji Taki Gallery, Tokyo, JP
- ↑ Kasuya, Akiko, ed. (2008). «Chiharu Shiota: Breath of the Spirit». Asia Art Archive (em inglês). Arquivado do original em 22 de novembro de 2016
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]«Sítio oficial» (em inglês)