Saltar para o conteúdo

Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Se procura pela "polícia religiosa" saudita, consulte Mutaween; diversos outros países também contam com um Comitê para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício.

O Comitê para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício (CPVPV; em árabe: هيئه الأمر بالمعروف و النهي عن المنكر; anteriormente Comitê para a Propagação da Virtude e Eliminação do Pecado, CPVEP) é a divisão da burocracia governamental da Arábia Saudita que se utiliza da "polícia religiosa" (مطوعين, mutaween) para a aplicação da charia (código de leis islâmico) dentro daquela nação.

Possui aproximadamente 3500 membros e diversos outros voluntários, que patrulham as ruas do país aplicando as códigos de vestimenta locais, a rígida separação entre homens e mulheres, o respeito às orações do Salá e outros comportamentos tidos como obrigatórios pelo islã.

A polícia religiosa da Arábia Saudita é empregada seguindo ordens diretas do rei Abdullah, e tem a missão de aplicar a charia tal como é definida na Arábia Saudita. Além de ter o poder de prender qualquer pessoa envolvida em contatos inapropriados entre os sexos, fornicação ou proselitismo de religiões não-islâmicas, também pode aplicar códigos de vestimenta e ordenar o fechamento de lojas durante os horários de oração, proibir o consumo ou a venda de bebidas alcóolicas; além disso, previnem ativamente as práticas religiosas de outras fés dentro da Arábia Saudita.[1][2]

Os mutaween sauditas frequentemente estão acompanhados da polícia regular do país, porém também patrulham sem escolta. Recentemente lançaram um site no qual qualquer comportamento considerado "não-islâmico" pode ser denunciado.[3][4]

Entre as práticas ocidentais reprimidas pelos mutaween está a comemoração do Dia de São Valentim (o Dia dos Namorados no hemisfério norte); condenada como uma "festa pagã", os mutaween inspecionam hotéis, restaurantes, cafés e lojas de suvenir no período que antecede e durante o próprio dia 14 de fevereiro, para impedir que casais muçulmanos se deem cartões comemorativos e outros presentes. A venda de rosas vermelhas, bichos de pelúcia, cartões e quaisquer outros produtos de cor vermelha é banida, de acordo com proprietários de lojas; os produtos são confiscados, e aqueles que forem pegos vendendo-os estão sujeitos a ações judiciais.[5][6]

Recentemente a polícia decretou o banimento da venda de cães e gatos de estimação, prática vista também como um sinal de influência ocidental. O decreto, que se aplica à cidade portuária de Jidá, no mar Vermelho, e na cidade santa de Meca, justificou a proibição porque "alguns jovens estavam comprando estes animais e desfilando com eles em público", de acordo com uma nota do Ministério de Assuntos Municipais para o governo da cidade de Jidá.[7]

Referências

  1. "Catholic priest arrested and expelled from Riyadh" Arquivado em 23 de março de 2015, no Wayback Machine., Asia News, 10 de abril de 2006.
  2. "Saudi minister rebukes religious police", BBC News Online, 4 de novembro de 2002.
  3. Judicial flogging in Saudi Arabia, World Corporal Punishment Research.
  4. Saudi Arabia: Gross human rights abuses against women Arquivado em 11 de julho de 2003, no Wayback Machine., Anistia Internacional.
  5. Stephen Schwartz & Irfan al-Alawi, "Valentine's Day in Saudi Arabia: Portents of change from the desert kingdom", The Weekly Standard, 5 de março de 2007.
  6. "200 Arrested in Mina for Celebrating Valentine's Day", Arab News, 18 de fevereiro de 2004.
  7. "Cats and dogs banned by Saudi religious police", MSNBC, 18 de dezembro de 2006.

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]