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Cultura do Paquistão

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O Paquistão possui uma rica e singular cultura que preserva tradições estabelecidas ao longo da história. Muitos hábitos, alimentos, monumentos e santuários são herança dos impérios mogol e afegão. O traje nacional, chamado shalwar qamiz, é proveniente de invasores nômades turco-iranianos da Ásia Central. Nos centros urbanos os trajes ocidentais são populares entre a juventude e os empresários.

A sociedade paquistanesa é multilinguística e predominantemente muçulmana, que tem em alta conta os valores familiares tradicionais, embora as famílias urbanas tenham adotado o sistema do núcleo familiar, devido às restrições sócio-econômicas impostas pelo sistema tradicional. As últimas décadas assistiram ao surgimento de uma classe média em cidades como Carachi, Laore, Raualpindi, Hiderabade, Faiçalabade e Pexauar, cujos integrantes são considerados liberais,[1] por oposição às regiões a noroeste, na fronteira com o Afeganistão, que permanecem conservadoras e dominadas por costumes tribais centenários. A globalização aumentou a influência da cultura ocidental no país. Cerca de quatro milhões de paquistaneses vivem no exterior,[2] dos quais quase meio milhão residem nos Estados Unidos[3] e cerca de uma milhão, na Arábia Saudita.[4] Aproximadamente um milhão de descendentes de paquistaneses vivem no Reino Unido.[5]

A música paquistanesa vai de melodias folclóricas provinciais e estilos tradicionais até formas modernas que fundem música ocidental e tradicional. A chegada de refugiados afegãos nas províncias ocidentais reavivou a música pastó e persa e transformou Pexauar num foco para músicos afegãos e num centro de distribuição da música do Afeganistão.

A arquitetura da região correspondente ao atual Paquistão passou por quatro períodos históricos distintos, o pré-islâmico, o islâmico, o colonial e o pós-colonial. A civilização do Vale do Indo, surgida em meados do terceiro milênio a.C., permitiu o desenvolvimento de uma cultura urbana avançada pela primeira vez na área, com grandes instalações estruturais que, em alguns casos, ainda existem. Moenjodaro, Harapa e Cote Diji pertencem à era de assentamentos pré-islâmicos. A chegada do budismo e a influência persa e grega levou ao desenvolvimento do estilo greco-budista a partir do século I. O zênite desta época foi o estilo Gandara. As ruínas do mosteiro budista de Takht-i-Bahi, na Província de Caiber Paquetuncuá, são um exemplo da arquitetura budista.

A chegada do Islã na região provocou o fim súbito da arquitetura budista. Ocorreu então uma transição para uma arquitetura islâmica sem representação de imagens. O edifício mais importante do estilo persa é a tumba do Rukn-i-Alam, em Multan. Durante a era mogol, elementos artísticos da arquitetura islâmico-persa produziram formas freqüentemente alegres da arquitetura hindustani. Laore, residência episódica dos governantes mogóis, contém um bom número de edifícios importantes da era mogol, como a mesquita Badshahi, a fortaleza de Laore e a mesquita de Uazir Cã, dentre outros. A era colonial britânica assistiu à construção de edifícios do estilo indo-europeu, com uma mescla de elementos europeus e indo-islâmicos. A identidade nacional pós-colonial é expressa por estruturas modernas como a mesquita de Faiçal, o Minar-e-Pakistan e o Mazar-e-Quaid.

A atual literatura paquistanesa é composta em urdu, sindi, panjabi, pastó, balúchi e inglês. No passado, também era expressa em persa. Antes do século XI, constituía-se de poesia lírica e material religioso, místico e popular. Atualmente, o gênero de contos é particularmente popular. O poeta nacional paquistanês, Muhammad Iqbal, escreveu principalmente em persa, além de urdu, tratando de temas da filosofia islâmica.

O expoente mais conhecido da literatura urdu contemporânea é Faiz Ahmed Faiz. Mirza Kalich Beg é considerado o pai da prosa sindi moderna. A tradição literária pastó contém poesia lírica e poemas épicos. Na língua balúchi, canções e baladas são populares.

Feriados
Data Nome em português Nome local Observações

Referências

  1. Beinart, Peter. "Understate". The New Republic Online. July 01, 2002. Arquivado em 9 de outubro de 2007, no Wayback Machine.
  2. Aslam, S.M., Expatriates to Build Better Pakistan, Pakistan & Gulf Economist, 11–17 December 2000, URL accessed March 17, 2006
  3. Ahmed, Faish. "U.S. Rules Give Pakistan a Windfall". Wall Street Journal. New York, New York. October 22, 2003. Page A18.
  4. Hussain, Shaiq. Musharraf to focus on Palestine in Saudia visit from today Arquivado em 23 de março de 2008, no Wayback Machine.. The Nation. June 25, 2005. URL accessed March 17, 2006
  5. Howells, Kim. Kim Howells arrives in Pakistan Arquivado em 14 de março de 2008, no Wayback Machine.. Foreign and Commonwealth Office (National). September 6, 2006. URL accessed October 22, 2006