Saltar para o conteúdo

Ediouro Publicações

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Ediouro ou Ediouro Publicações (antigas Edições de Ouro[1] e Editora Tecnoprint)[2] é uma editora brasileira, que foi proprietária da rede de livrarias Curió. Funciona como um grupo editoral (“Empresas Ediouro Publicações”).

Enquanto o mundo caminhava para uma de suas mais traumáticas experiências, a 2.ª Guerra Mundial, os irmãos Jorge e Antonio Gertum Carneiro chegavam ao Rio de Janeiro, vindos de Porto Alegre, e fundavam a Publicações Pan Americanas, importadora de livros e papel vegetal e agenciadora de assinaturas de revistas estrangeiras. Pouco tempo depois, juntou-se a eles Fritz Israel Mannheimer, que havia imigrado da Alemanha.

Como a guerra tornava difícil as importações para a empresa, sócios-fundadores apontaram para uma solução vitoriosa: a tradução e edição de livros técnicos. Com a ampliação das atividades e novos investimentos, a Publicações Pan Americanas passou a se chamar Editora Gertum Carneiro S.A. Nessa época surgiram os livros de bolso, as vendas por reembolso postal e a revista Coquetel. A expansão do parque gráfico trouxe tanto sucesso que, em 1961, houve a fusão da editora com a gráfica. O crescimento, aliado à qualidade editorial, gerou a Edições de Ouro.

Subsidiárias

[editar | editar código-fonte]

Livrarias Curió

[editar | editar código-fonte]

Eram uma rede de livrarias pertencente à Ediouro, que possuía mais de 20 lojas no Rio, São Paulo, Belo Horizonte. Seguindo uma orientação dada por uma empresa de auditoria em focar apenas no negócio editorial, quando foi adquirida pelo empresário Jack London encerrou suas atividades em 1997 e seus pontos de venda em shopping centers foram transformadas nas livrarias Booknet.[3]

Ediouro Livros

[editar | editar código-fonte]

A Ediouro tem um catálogo de vários títulos formada sobretudo clássicos estrangeiros como Ivanhoé, O Barão de Munchausen e coletâneas de contos de Edgar Allan Poe.

Em 2002, a Ediouro adquiriu a Editora Agir, uma das mais tradicionais do país. Assim, agregou a seus 3.500 títulos ao catálogo, dos quais 600 clássicos, importantes obras. Dentre elas estão livros de grandes autores brasileiros, como Ariano Suassuna e Lygia Bojunga Nunes. A Ediouro Livros atingiu a marca de mais de 2 milhões de livros de ficção e não-ficção vendidos em 2001, posicionando-se entre as maiores editoras do país. O ritmo dos lançamentos também é dinâmico: são mais de 10 títulos novos lançados por mês.

Revistas Passatempos

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Revistas Coquetel

A Ediouro possui uma subdivisão dedicada exclusivamente à produção de passatempos. Desde 1948 publica palavras cruzadas, caça-palavras, entre outros. Possui mais de 60 títulos mensais do gênero, com diferentes tipos de dificuldade. As revistas da divisão Coquetel são vistas por especialistas como um grande incentivo ao exercício da inteligência.

A Divisão atua como syndicate, distribuindo passatempos para mais de 600 jornais brasileiros.[4][5]

HarperCollins Brasil

[editar | editar código-fonte]

Em 2006, a Thomas Nelson passou a atuar no Brasil através de uma joint venture com a Ediouro, em 2015. Essa parceria deu origem à HarperCollins Brasil,[6] desfeita em 2017, quando a HarperCollins passou a atuar sozinha no país.[7]

Ediouro Quadrinhos

[editar | editar código-fonte]

Embora já tivesse publicado séries de quadrinhos com a Coleção Assombração de 1995, organizada pelo cartunista Ota, contendo trabalhos de artistas consagrados dos quadrinhos brasileiros tais como Flavio Colin, Mozart Couto, Júlio Shimamoto entre outros[8]

Em Abril de 2005, a Editora criou o selo "Ediouro Quadrinhos",[9] pelo selo foram lançados Star Wars (histórias criadas pela Dark Horse),[10] o italiano Nathan Never, os franco-belgas Aquablue[11] e Arthur - Uma epopeia celta[12] e mangá holandês Quark,[9] o editor responsável era Rodrigo Fonseca que escrevia sobre quadrinhos no Jornal do Brasil.[10] O selo não foi pra frente e acabou sendo cancelado,[12] em 2009 os Quadrinhos de Star Wars voltaram a ser publicados no Brasil, desta vez pela On Line Editora.[13]

Em Fevereiro de 2006, a Futuro Comunicação (criada pelo jornalista André Forastieri, ex-Conrad Editora)[12] se uniu a Ediouro num novo selo de Quadrinhos: "Pixel Media".[14] A Pixel publicou Corto Maltese, Spawn,[15] Vertigo, Wildstorm, America's Best Comics entre outros.[12] Em Setembro de 2006, a Ediouro cogitou retirar da Panini o licenciamento da DC Comics, afinal já possuia os direitos de publicação de 3 selos da editora (Vetigo, Wildstorm e America's Best Comics)[15] A Futuro Comunicação de André Forastieri desfaz a parceira com a Ediouro e a Pixel passar pertencer apenas a Ediouro.[16]

Em Julho de 2008 demonstrou interesse em compra a Conrad Editora, porém desistiu da negociação três meses depois.[16] Ainda em 2008, a Pixel Media recebe o Troféu HQ Mix como editora de quadrinhos do ano. Em Abril de 2009, a Ediouro cancela seu contrato com a DC Comics[12] Os títulos dos selos Vertigo e Wildstorm que voltariam as bancas pela Panini em Outubro do mesmo ano.[17]

Com o sucesso de Turma da Mônica Jovem, o selo contrata o estúdio Labareda Design,[18] o roteirista Renato Fagundes,[19] e as estilistas Glória Kalil e Daniela Conolly[20] para criarem uma versão mangá/adolescente da Turma da Luluzinha, então em junho de 2009 surge o título Luluzinha Teen e sua Turma.[21]

A Editora usa o nome Ediouro em títulos adultos, como álbum "Chico Xavier em Quadrinhos" publicado em 2009, escrito por Franco de Rosa e ilustrado por Rodolfo Zalla.[22]

Em Março de 2011, a editora publicou uma nova revista, trazendo as histórias originais da Luluzinha.[23] Em Março de 2012, lança uma revista mix em formatinho do Recruta Zero de Mort Walker, a revista é composta de tiras do Recruta Zero, Hagar, o Horrível de Dik Browne, entre outras criações de ambos os autores (incluindo até mesmo uma tira criada em conjunto Zezé e Cia).[24] Em Agosto de 2012, durante a Bienal do Livro de São Paulo, foram lançadas revistas dos personagens Popeye, Gasparzinho e Riquinho.[25]

Em janeiro de 2013, continuando com a publicação de clássicos, a Pixel trouxe de volta às bancas a revista do Brasinha.

Em 2015, publica a graphic novel Jungle Tales of Tarzan com o título "Tarzan: Contos da Selva"[26] e Flash Gordon no Planeta Mongo, baseada na edição da Titan Books.[27]

Editoras do grupo

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Portal Ediouro». web.archive.org. 25 de março de 2014. Consultado em 23 de maio de 2021 
  2. Roberto de Sousa Causo (10 de Dezembro de 2003). «Perry Rhodan no Brasil». Omelete. Consultado em 1 de maio de 2010 
  3. Museu da Pessoa (10 de janeiro de 2008). «História de Vida - História de: Jack London». Consultado em 1 de dezembro de 2017 
  4. Josué Machado (2011). «Palavras Cruzadas». Revista Língua Portuguesa (72) 
  5. Gonçalo Junior (2004). A Guerra dos Gibis - a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-1964. [S.l.]: Companhia das Letras. 116 páginas. ISBN 8535905820 
  6. HarperCollins e Ediouro se unem e criam HarperCollins Brasil
  7. HarperCollins Brasil se separa da Ediouro e agora pertence totalmente à HarperCollins Publishers
  8. Marcus Ramone (11 de setembro de 2015). «A trajetória das HQs de terror no Brasil». Universo HQ 
  9. a b Érico Borgo (20 de Julho de 2005). «Quark: Mangá futurista nas bancas». Omelete 
  10. a b Fabrício Grellet (23 de Março de 2005). «Quadrinhos de Star Wars no Brasil pela Ediouro». Omelete 
  11. Marcelo Naranjo, sobre o press release (25 de abril de 2005). «Star Wars: Obsessão, da Ediouro, nas bancas». Universo HQ 
  12. a b c d e Sidney Gusman (27 de abril de 2009). «Oficial: Ediouro rescindiu contrato com a DC Comics» 
  13. André Craveiro. «Star Wars #1». Universo HQ 
  14. «Aqui Dentro - Os lançamentos de HQs no Brasil». Omelete. 27 de Fevereiro de 2006 
  15. a b Érico Borgo (14 de Setembro de 2006). «DC Comics vai mudar de editora no Brasil». Omelete 
  16. a b Sidney Gusman (22 de setembro de 2008). «Ediouro desiste de comprar a Conrad». Universo HQ 
  17. Marcelo Naranjo (24 de agosto de 2009). «Panini anuncia que publicará os selos Vertigo e Wildstorm». Universo HQ 
  18. Marcelo Naranjo (1 de junho de 2009). «Confira a capa do primeiro número de Luluzinha Teen». Universo HQ 
  19. Érico Assis (10 de Junho de 2009). «Blogs dos EUA criticam Luluzinha Teen». Omelete 
  20. «Nova temporada de Luluzinha Teen e sua Turma chega às lojas». R7. 8 de outubro de 2009 
  21. «Lançamentos de Junho de 2009». Universo HQ 
  22. Andréa Pereira (29 de junho de 2009). «Chico Xavier em quadrinhos pela Ediouro». HQManiacs. Arquivado do original em 22 de maio de 2014 
  23. Marcus Ramone (1 de fevereiro de 2011). [httphttp://www.universohq.com/noticias/luluzinha-classica-de-volta-aos-gibis-mensais-coloridos/ «Luluzinha clássica de volta aos gibis mensais coloridos»]. Universo HQ 
  24. Marcelo Naranjo (28 de fevereiro de 2012). «Revista da Pixel com Recruta Zero e outras tiras clássicas está nas bancas». Universo HQ 
  25. Carlos Costa sobre release (7 de agosto de 2012). «Popeye, Riquinho e Gasparzinho pela Pixel». HQManiacs. Arquivado do original em 6 de julho de 2015 
  26. Passado de Tarzan inspira histórias de nova HQ sobre o rei da selva
  27. Pixel Media lança coleção histórica de Flash Gordon, da Titan Books

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
  • [www.ediouro.com.br «Sítio oficial»] Verifique valor |url= (ajuda)