Hedarebes
Hedarebes T’bdawe | |||
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População total | |||
202.000 (2009)[1] | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Beja Tigre | |||
Religiões | |||
A maioria é muçulmana |
Os hedarebes, também conhecido como T’bdawe, é um grupo étnico da região noroeste e nordeste da Eritreia, e da região de fronteira com o Sudão. São uma divisão dos Beni-Amer, que é um subgrupo dos Bejas. Falam a língua Beja, com dialeto Hedarebe, e falam Tigre como segunda língua.[2][3][4]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Os hedarebes se autodenominam T’bdawe. Eram chamados de Blemmyes pelos romanos e bizantinos, e chamados de Bega ou Bougaeiton pelos axumitas. Pode ser encontrado ortograficamente como Hadareb, Hadaareb, Hidareb, Hidarib, e To Bedawie ou To Bedawiat.[3]
Organização social
[editar | editar código-fonte]Os hedarebes que são nômades, residem em tendas temporárias, feitas de estruturas de madeira e cobertura de esteira de palha. Os hedarebes seminômades, residem em casas com paredes de barro e algumas mobílias.[3]
Os hedarebes formam clãs e subclãs, de organização patrilinear. Os clãs são divididos em linhagens (bedana) e sub-linhagens (hissa), e cada linhagem possui um líder (sheikh) baseado no consentimento do grupo. Casamentos poligâmicos tradicionalmente são aceitos, mas a prática vem diminuindo. E a preferência é por casamentos entre primos de primeiro grau. O casamento é arranjado pelos pais, mas essa tradição vem mudando com as novas gerações. Se paga a "riqueza da noiva", que irá agregar aos bens dos recém-casados; geralmente é gado. A família do noivo presenteia o casal com Tsegad (dois camelos ou oito vacas) e a família da noiva presenteia o casal com Betara (um camelo ou quatro vacas). [3][4][5]
Divisão de trabalho
[editar | editar código-fonte]Mulheres e meninas fazem tarefas domésticas dentro da tenda e ao redor dela, cozinhando; coletando lenha e água; e fazendo artesanatos. As mães são as responsáveis por cuidar de seus filhos pequenos e, quando precisam coletar água e lenha, seus filhos mais velhos cuidam das crianças menores. Os homens e meninos são responsáveis pelo pastoreio e criação dos animais; comercialização do gado; construção das tendas; e tomadas de decisões da comunidade. Ultimamente, estão ocorrendo mudanças na divisão de trabalho, onde as mulheres passaram a participar do pastoreio de pequenos rebanhos.[3][5]
Economia
[editar | editar código-fonte]São um povo nômade sazonal, sua economia é baseada em pastorícia, com criação de camelos, gado, cabras, ovinos e burros. A maior renda é proveniente do comércio de camelos. Alguns hedarebes fazem troca de tapetes e lenha por comida em mercados.[3][4][5]
Referências
- ↑ About Eritreaː People. Honorary Consulate of Eritrea in Lebanon.
- ↑ «Our Culture». Eritrean Embassy (em inglês). Consultado em 15 de novembro de 2022
- ↑ a b c d e f «Beja Hidareb». Visit Eritrea (em inglês). Consultado em 15 de novembro de 2022
- ↑ a b c Tesfagiorgis, Mussie (2010). Africa in Focusː Eritrea (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. ISBN 9781598842319
- ↑ a b c Kahsaye, Woldetensae Tewolde. (2002). The cultural ecology of pastoralism in Eritrea: a geographical inquiry. (em inglês). Louisiana State University (LSU).