Mamude Ialavache
Mamude Ialavache (em mongol: Махмуд Ялавач; romaniz.: Makhmud Ialavatch) foi um turcomano muçulmano do século XIII ativo no Império Mongol. Foi celebrado nas fontes muçulmanas por suas habilidades administrativas.[1] Foi fundador de uma família de administradores que esteve ativa por três gerações no Império Mongol.[2]
Vida
[editar | editar código-fonte]Mamude foi um turcomano muçulmano oriundo da Corásmia. Nada se sabe sobre sua vida antes de entrar no serviço dos cãs mongóis, salvo que era caravaneiro.[3] Em 1218, entrou no serviço de Gêngis Cã (r. 1206–1227) com outros mercadores muçulmanos que foram enviados ao xá Maomé II (r. 1200–1220). Após entregar a mensagem, retornou à corte mongol. Na invasão subsequente ao Império Corásmio, Mamude, à época chamado "o Corásmio" (Alcuarismi) ou "o Mensageiro" (Ialavache), foi nomeado supervisor (darugachi) dos habitantes de Gásni, no atual Afeganistão. Em 1229, Oguedai Cã (r. 1229–1241) nomeou-o como primeiro governador (saíbe da xurta) da Transoxiana, Turquestão e Uiguristão. Na posição, liberou as famílias de civis de pagaram as taxas militares e as contribuições comutadas (cubechiri) e os taxou só com um imposto fixo de prata. Ao mesmo tempo, ganhou o favor de Oguedai ao dar-lhe entretenimentos luxuosos e cultivar seu amor por histórias de generosidade heroica.[4]
Em 1238-39, conseguiu impedir que os exércitos mongóis exterminassem os habitantes de Bucara após uma revolta. Em 1240, quando o cã viu a chance de ganhar mais tributo do norte da China, substituiu Ielu Chucai por Mamude, que recebeu o título de grão juiz (ieque jarguchi), enquanto nomeou o filho dele, Maçude Begue, à antiga função do pai. Quando Oguedai morreu em 1241, a viúva Toreguene tentou prendê-lo, cuja influência ressentia, mas ele fugiu para junto de Cotém, filho de Oguedai, no noroeste da China. O filho e sucessor de Toreguene, Guiuque Cã (r. 1246–1248), o apoiou e restaurou como governador no norte da China com sede em Pequim. Apesar da morte prematura de Guiuque em 1248, manteve sua posição ao apoiar a eleição de Mangu Cã (r. 1251–1259). Embora muito bem recebido nos círculos muçulmanos, não era popular na China, pois além de estrangeiro, utilizou métodos administrativos de matriz turco-islâmica como os impostos agrícolas, pagamentos de impostos em prata e parcerias comerciante-oficial. Em 1252, Cublai criticou-o por sua execução de suspeitos durante uma revisão judicial. À época, quando Chao Bi, um protegido de Cublai, acusou-o por sua atitude presunçosa, Mangu o dispensou e aparentemente Mamude faleceu logo depois.[1]
Referências
- ↑ a b Atwood 2004, p. 341.
- ↑ Allsen 1978, p. 374.
- ↑ Atwood 2004, p. 340.
- ↑ Atwood 2004, p. 340-341.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Atwood, Christopher P. (2004). Encyclopedia of Mongolia and the Mongol Empire. Nova Iorque: Facts On File, Inc.
- Allsen, Thomas (1978). «The rise of the Mongolian empire and Mongolian rule in north China». In: Franke, Herbert; Twitchett, Denis. The Cambridge History of China. Volume 6 - Alien Regimes and Border States, 907-1368. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia