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María Eugenia Vaz Ferreira

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María Eugenia Vaz Ferreira
María Eugenia Vaz Ferreira
Nascimento 13 de julho de 1875
Montevideu, Uruguai
Morte 20 de maio de 1924 (48 anos)
Montevideu, Uruguai
Nacionalidade uruguaia
Ocupação Professora, poeta
Género literário Poesia
Movimento literário Modernismo

María Eugenia Vaz Ferreira (Montevideu, 13 de julho de 1875 — Montevideu, 20 de maio de 1924) foi uma professora e poeta uruguaia.[1] Tornou-se a primeira mulher uruguaia a consagrar-se como poeta, sendo considerada, ao lado de Delmira Agustini e Juana de Ibarbourou, uma das principais poetas do país.[2]

María Eugenia provém de uma das famílias mais ilustres do Uruguai.[3] Foi filha de Manuel Vaz Ferreira, um comerciante português e Belén Ribeiro, sendo a única irmã do filósofo Carlos Vaz Ferreira. Na sua infância recebeu lições de professores particulares e não seguiu nenhum tipo de curso de estudos regulares. Estudou piano com seu tio, o músico León Ribeiro e participou em alguns eventos públicos como concertista entre 1895 e 1910. Também realizou composições musicais das quais não foram conservadas em nenhum registo. Seus compositores favoritos eram Wagner e Chopin.[4] Ela também estudou pintura com outro tio, Julio Freira. Não tinha formação na literatura e lia muito pouco na juventude, por isso que seus versos nasceram de um impulso natural.[5] María tinha um carácter individualista e consideravam-na estranha, produto da sua instabilidade psíquica, acredita-se que ela tinha fobias. Isto se intensificou durante seus últimos anos, quando vagava pelas ruas de Montevideu.[2]

Como professora

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Quando foi criada a Universidade das Mulheres em Montevideu, María foi designada para exercer as funções na secretaria, trabalho que começou em 1905. Em 1917 assumiu o cargo de professora na Cátedra de Literatura. O seu trabalho administrativo parecia-lhe rotineiro e desagradável, no entanto, o cargo de professora ela desempenhou com muita dedicação. Apesar de tratar-se de uma classe do ensino secundário, María ditava como se fosse uma classe de faculdade, com interpretação própria e leitura dos autores. Seu estado de saúde obrigou-a a abandonar a universidade em 1922, abrigando-se à Lei da Reforma.[5]

Carreira literária

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María foi membro da Geração dos 900 e participou do auge do modernismo, também foi a contemporânea de Delmira Agustini e de Julio Herrera y Reissig. Começou a fazer seus poemas aos dezoito anos, e os publicou em 1894.[3] Desde a juventude, María desejava publicar um livro com seus poemas. No entanto, seu carácter tímido e distante na publicidade, a impediu de fazê-lo. Em contrapartida, ela dava cópias dos seus poemas aos seus amigos ou a quem a solicitasse para publicação em jornais ou revistas.[6] Algumas das suas poesias foram publicadas em jornais e revistas de Montevideu, como Rojo y Blanco, dirigido por Samuel Blixen, La Revista Nacional de Literatura y Ciencias Sociales, dirigida por José Enrique Rodó, Víctor Pérez Petit e pelos irmãos Carlos e Daniel Martínez Vigil e La Revista, editada e dirigida por Julio Herrera y Reissig. Finalmente, fez uma seleção dos quarenta e um poemas, que primeiro pensou em publicá-los com o nome Fuego y Mármol ou Las Islas de Oro, mas acabou por escolher La isla de los cánticos. No entanto, não pode terminar a edição antes de falecer e a mesma acabou sendo completada pelo seu irmão Carlos Vaz Ferreira. Os dois volumes recompilatórios, La isla de los cánticos e La otra isla de los cánticos (com os manuscritos inéditos, editados por Emilio Oribe), foram publicados em 1924 (primeira página ou 1925; em capa) e em 1959.[3] Escreveu três peças teatrais, que estrearam no Teatro Solís. «La piedra filosofal» em 1908, «Los peregrinos» em 1909 e «Resurrexit» em 1913.

Significância da sua obra

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Na sua poesia encontram-se características do romantismo, da metafísica e do simbolismo, mas essencialmente foi uma modernista tardia.[2] Sua carreira poética pode ser dividida em três etapas. Na primeira desenrola-se uma poesia com características neorromânticas. Na segunda etapa, ela é influenciada por outros poetas contemporâneos, como Armando Vasseur, com influência modernista. Na terceira etapa, desenrola-se uma poesia mais pessoal e metafísica que exalta a vida e o sofrimento com a vivacidade.[3][5] Ela predomina nos seus poemas a solidão, a desolação e a tragédia. O amor é tratado como um desejo em vão e o amante é sempre um ideal, impossível de alcançar.[2] María Eugenia era fascinada pela poesia germânica, foi assim que aprendeu a língua alemã para ler os poemas, de poetas como Heinrich Heine, nas suas versões originais.[7]

Compilações póstumas

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  • La isla de los cánticos, 1924 (primeira página), 1925 (em capa).[4]
  • La otra isla de los cánticos. Prólogo de Emilio Oribe, Impresora Uruguaya. Montevideu. 1959

Referências

  1. «María Eugenia Vaz Ferreira» (em espanhol). Ministério da Educação e Cultura do Uruguai. Consultado em 5 de abril de 2016 
  2. a b c d Skledar-Matijević, Ana (2007). «La tradición de la voz literaria (poética) femenina hispanoamericana: un hilo ininterrumpido». Hieronymus I (PDF) (em espanhol). [S.l.: s.n.] p. 119-132 
  3. a b c d Kirkpatrick, Gwen (julho–dezembro de 1988). «Reseña de María Eugenia Vaz Ferreira» (PDF). Pitsburgo. Revista Iberoamericana (em espanhol). LIV (144-145): 1056-1058 
  4. a b Visca, Arturo Sergio (1979). La mirada crítica y otros ensayos (PDF) (em espanhol). Montevideu: Academia Nacional de Letras do Uruguai 
  5. a b c «María eugenia Vaz Ferreira. Apuntes» (PDF). Montevideu. Revista Pegaso (em espanhol). VIII (72). Junho de 1924 
  6. Ercasty, Carlos Sabat (1954). «Biografía» (PDF). Comisión de Homenaje a María Eugenia Vaz Ferreira (em espanhol) 
  7. «Suplemento de El Día sobre María Eugenia Vaz Ferreira» (PDF). El Día (em espanhol). 2 (24). 16 de julho de 1933 

Ligações externas

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