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Ole von Beust

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Ole von Beust
Ole von Beust
Hamburgo, Alemanha
Prefeito de Hamburgo
Período 31 de outubro de 2001-25 de agosto de 2010
Antecessor(a) Ortwin Runde
Sucessor(a) Christoph Ahlhaus
Presidente do Bundesrat
Período 1 de novembro de 2007- 31 de outubro de 2008
Antecessor(a) Harald Ringstorff
Sucessor(a) Peter Müller
Dados pessoais
Nome completo Carl-Friedrich Arp Ole von Beust
Nascimento 13 de abril de 1955 (69 anos)
Hamburgo, Alemanha
Nacionalidade alemão
Alma mater Universidade de Hamburgo
Partido União Democrata-Cristã
Assinatura Assinatura de Ole von Beust

Ole von Beust, pseudônimo de Carl-Friedrich Arp Freiherr von Beust (Hamburgo, 13 de abril de 1955) é um político alemão da União Democrata-Cristã (CDU). Ole von Beust foi o prefeito de Hamburgo de 31 de outubro de 2001 até 25 de agosto de 2010, atuando como presidente do Bundesrat de 1 de novembro de 2007 até 31 de outubro de 2008.[1]

Ole é filho do político Achim Helge Freiherr von Beust e de Hanna Freiin von Beust. Sua mãe é metade judia. É ascendente, através de seu pai, do conde Friedrich Ferdinand von Beust, ministro-presidente da Áustria de 7 de fevereiro a 30 de dezembro de 1867.

Em 1971 Ole tornou-se membro do partido político conservador União Democrata Cristã (CDU).

Em 1973, após terminar o ensino médio, foi eleito deputado do Parlamento da cidade-estado de Hamburgo, cargo que manteve até que ingressou no curso de direito da Universidade de Hamburgo em 1975.

De 1977 a 1983 foi presidente da organização juvenil do partido. Desde 1978 é membro ininterrupto do parlamento. Em 1983 completou os estudos e virou um advogado independente.

Ole é membro do conselho dirigente do CDU em Hamburgo desde 1992, e do conselho nacional do CDU desde 1998.

Prefeito de Hamburgo (2001-2010)

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Em 31 de outubro de 2001, Ole von Beust foi eleito prefeito de Hamburgo, acabando com uma predominância do Partido Social-Democrata (SPD) no cargo que durava desde 4 de dezembro de 1957.

Em agosto de 2003, um escândalo envolvendo a sua vida privada tornou-se manchete nos jornais de toda a Alemanha, logo após a demissão do vice-prefeito Ronald Schill. Ole havia demitido Walter Wellinghausen, conselheiro do interior e funcionário mais importante de Schill, por má administração sem ter consultado o vice-prefeito. Schill teve uma conversa íntima com Ole, utilizando-se de ameaças para fazer com que o prefeito contratasse de volta o funcionário. Ole decidiu então demitir Schill também. Numa conferência para a imprensa minutos após sua demissão, Schill alegou que o prefeito mantinha "relações homossexuais" em um "flat em um infame distrito de prostituição". Ele também acusou o prefeito de manter "atos de amor" entre Ole e Roger Kusch, ministro (ou senador nas cidades-estados alemãs) de justiça.[2]

Ole, por sua vez, disse que Schill ameaçou-o para contratar Wellinghausen de volta, dizendo que caso não o fizesse iria alegar à imprensa que ele e Kusch eram amantes, insinuando que o prefeito confundia as vidas pública e privada. Ole também afirmou que nunca manteve relações sexuais com Kusch; os dois eram apenas amigos por mais de 25 anos e Ole era o senhorio de Kusch. "Isto é tudo. Absolutamente tudo", disse o prefeito.[2]

Suas declarações rapidamente fizeram Schill ganhar a reputação de homofóbico. Uma popular estação de rádio associou a ele a canção "Mega-Proll" (mega-caipira) e associações pró-LGBT fizeram protestos contra ele. Mais tarde, Schill declarou não ter "nada contra homossexuais". Em seguida, Achim von Beust deu uma entrevista confirmando que o filho é, de fato, homossexual. Quando indagado sobre sua orientação sexual, Ole declarou que sua vida sexual é um assunto privado, mas o fez de forma irônica, de modo a confirmar a declaração do pai.

Nas eleições de Hamburgo de 29 de fevereiro de 2004, Ole obteve uma imprecedente maioria absoluta dos votos. O CDU conquistou a maioria absoluta das cadeiras no Parlamento municipal. Com 47,2% dos votos, 21 a mais do que as últimas eleições, o CDU repetiu o feito do SPD em 1993, se tornando o primeiro partido desde então a governar a cidade sozinho.[3]

Nas eleições de 24 de fevereiro de 2008, apesar dos 42,6% dos votos, o CDU, apesar de continuar sendo o maior partido da cidade, precisou formar uma coalizão governamental com o Partido Verde. Naquela época, a cooperação entre esses dois partidos foi amplamente vista como um teste para uma possível coalizão em nível nacional.[4]

Em 18 de julho de 2010, Ole von Beust anunciou a sua renúncia, que teria efeito em 25 de agosto.[4][5][6] Karin von Welck, que era a ministra da cultura de Hamburgo, e Volkmar Schoen, que estava na chancelaria do senado, deixaram os seus cargos junto com von Beust.[6]

Referências

  1. «Präsidenten des Bundesrates seit 1949». Bundesrat. Consultado em 18 de janeiro de 2019. Arquivado do original em 25 de junho de 2008 
  2. a b «A scandal in Germany». BBC. European press review (em inglês). 21 de agosto de 2003. Consultado em 18 de julho de 2009 
  3. Welle, Deutsche (29 de fevereiro de 2004). «Mayor von Beust to govern alone after victory in Hamburg election». www.citymayors.com (em inglês). City Mayors. Consultado em 18 de julho de 2009 
  4. a b Roundup, A. Wall Street Journal (19 de julho de 2010). «Mayor Resigns, In Blow to Merkel». Wall Street Journal (em inglês). ISSN 0099-9660. Consultado em 18 de janeiro de 2019 
  5. «"Alles hat seine Zeit" - Ole von Beust tritt zurück» (em alemão). NDR Online. 18 de julho de 2010. Consultado em 18 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 19 de julho de 2010 
  6. a b «Hamburg mayor and Merkel ally Ole von Beust steps down». DW.COM (em inglês). Deutsche Welle. 18 de julho de 2010. Consultado em 18 de janeiro de 2019 

Ligações externas

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