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Organização Revolucionária Interna da Macedônia

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Símbolo da Organização Revolucionária Interna da Macedônia

A Organização Revolucionária Interna da Macedônia (Вътрешна македонска революционна организация, em macedônio: Внатрешна Македонска Револуционерна Организација, abreviado como ORIM no português) foi uma organização política e revolucionária búlgara que operava na região da Macedônia, Trácia, e assim como na Bulgária, Sérvia e, mais tarde, no Reino da Iugoslávia. Na primeira metade do século XX foi descrito como um grupo terrorista.[1] Criada em 1893, a ORIM visava a unidade nacional lutando contra os turcos, em seguida, após as Guerras Balcânicas de 1912-1913, contra a Grécia Bulgária e Sérvia que haviam dividido a região entre si.

Esta organização foi fundada em 1893, em Salónica, como Comitê Búlgaro Revolutionário da Macedónia e Adrianópolis, por um pequeno número de revolucionários búlgaros contra o domínio do Império Otomano sobre a região da Macedônia.[2] Os membros fundadores desta organização foram Hristo Tatarchev, Dame Gruev, Petar Poparsov, Andon Dimitrov, Hristo Batandzhiev e Ivan Hadzhinikolov. O principal objetivo desta organização era conseguir a independência de Adrianópolis e da região da Macedônia,[3] e o reconhecimento dos habitantes deste último como "macedônios", sem importar sua religião ou etnia.[4] Em 1895, Gotse Delchev se juntou à organização e logo se tornou um de seus principais líderes.[5]

Revolucionários da ORIM em Florina.

A ORIM, em 1902, mudou seu nome para Organização Revolucionária Interna da Macedônia e Adrianópolis. Após a morte de Gotse Delchev em maio 1903, a organização, em 2 de agosto daquele ano, liderou a Revolta de Ilinden contra o domínio otomano na região da Macedônia e Adrianópolis (atualmente Edirne). O sucesso inicial da revolta levou à criação da República de Krusevo, que foi completamente independente do Império Otomano, em uma localidade de mesmo nome (agora no centro da República da Macedônia) até que o exército otomano derrotou os separatistas em 12 de agosto do mesmo ano.[6]

O fracasso da insurreição resultou em duas posições dentro da organização. A primeira posição era de tendência federalista e apoiou a criação de uma Federação dos Balcãs, ao contrário da segunda posição de apoio ao nacionalismo búlgaro e a anexação do território da Macedônia à Bulgária.[7]

O Tratado de paz de Neuilly-sur-Seine proibiu a Bulgária de exercer reivindicações na Macedônia e Trácia. Então, a "Organização Revolucionária Interna da Macedônia e Adrianópolis" foi dividida em duas organizações distintas: a "Organização Revolucionária Interna da Trácia" e "Organização Interna Revlucionaria da Macedónia". A primeira organização era ativa, mas apenas nas regiões gregas da Macedônia e da Trácia entre 1922 e 1934.

No período entre-guerras, a ORIM enviou um pequeno grupo armado chamados чети (transliterado: cheti) à Macedônia grega, Trácia e a Iugoslávia com o objetivo de assassinar oficiais e políticos. Os assassinatos mais relevantes cometidos pela ORIM foi o do Rei Alexandre da Iugoslávia, em cooperação com o grupo nacionalista croata Ustaše[8] e o do primeiro-ministro búlgaro Aleksandar Stamboliysky.[3] Os haiduks, guerreiros da ORIM, eram unidos por uma lei do silêncio sem falha; organizavam sublevações locais e atentados com eficácia, enquanto os comitadjis se encarregavam de fazer reinar uma justiça paralela sem piedade para com os traidores e de recolher fundos. Os Ustashes se beneficiariam do apoio da ORIM, bem como do devotamento de seus membros. O próprio fundador dos Ustashes Ante Pavelic defendeu a causa macedônia diversas vezes. Após a Segunda Guerra Mundial, não houve intenção do ORIM em retomar suas atividade na Bulgária e na Iugoslávia.

Referências

  1. Brown, Keith. «Terrorist Transformations: IMRO and the Politics of Violence». Watson Institute for International Studies (em inglês). Consultado em 21 de fevereiro de 2009. Arquivado do original em 4 de setembro de 2007 
  2. Shaw, Stanford J. History of the Ottoman Empire and Modern Turkey (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. 209 páginas. ISBN 0521291666 
  3. a b Encyclopædia Britannica. «Internal Macedonian Revolutionary Organization» (em inglês). Consultado em 21 de fevereiro de 2009 
  4. Hupchik, Dennis P (2002). The Balkans. From Constantinople to Communism (em inglês). [S.l.]: Palgrave. 299 páginas. ISBN 0312299133 
  5. Peio Yavorov. «Гоце Делчев» (em búlgaro). Consultado em 21 de fevereiro de 2009  «Traducción automática de Google a español». translate.google.co.ve 
  6. Opfer, Björn (2005). Im Schatten des Krieges. Besatzung oder Anschluss. Befreiung oder Unterdrückung? Eine komparative Untersuchung über die bulgarische Herrschaft in Vardar-Makedonien 1915-1918 und 1941-1944 (em alemão). [S.l.]: Verlag Berlin-Hamburg-Münster. 373 páginas. ISBN 3825879976 
  7. Hacısalihoğlu, Mehmet (2003). Die Jungtürken und die mazedonische Frage (1890-1918) (em alemão). [S.l.]: Oldenbourg Wissenschaftsverlag. 445 páginas. ISBN 3486567454 
  8. Chaliand, Gérard (2007). The History of Terrorism (em inglês). [S.l.]: University of California Press. 191 páginas. ISBN 0520247094