Quicuios
Quicuio Agĩkũyũ | |||
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População total | |||
5.347.000 pessoas no Quénia[1] | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Quicuio, Suaíli e Inglês. | |||
Religiões | |||
Cristianismo, Islão, Ngai | |||
Etnia | |||
Bantos | |||
Grupos étnicos relacionados | |||
Embus, Merus, Ambeeres, Cambas, Sonjos, Dhaisos |
Quicuios[2][3][4] (ou Kĩkũyũ pronunciado Gĩkũyũ na língua quicuia ou como se autonomeiam Agĩkũyũ) são o grupo étnico mais populoso do Quénia.
Com cerca de 5.347.000 pessoas só no Quénia (1994 I. Larsen BTL)[1] representam cerca de 22% da população total queniana.[5] Cultivam as férteis áreas nas montanhas centrais e são o grupo étnico mais economicamente ativo do Quénia.
História
[editar | editar código-fonte]Origem
[editar | editar código-fonte]Apesar de incerta, há etnológos e historiadores, como William Ochieng, que acreditam que os Quicuios, que seriam descendentes dos Mogikoyo[6], vieram para o Quénia vindos do oeste africano juntamente com outros grupos bantos[7]. Ao alcançarem a atual Tanzânia, passaram para leste do Quilimanjaro e instalaram-se no Quénia em torno do Monte Quénia, enquanto o resto do grupo continuou a migração para o sul do continente[8]. Eram originalmente caçadores-recolectores, diferindo das tribos Nilotas, que eram pastoralistas, tendo começado a cultivar o fértil solo vulcânico ao redor do Monte Quénia e das demais montanhas quenianas.[9][10]
Há mitos etiológicos sobre a origem dos Quicuios, que dizem que um homem chamado Quicuio e a sua "ajudante" ou esposa chamada Mireia (Mũmbi) foram colocados em Mũkũrwe wa Nyagathanga (atualmente Distrito de Muranga) pelo deus Mwene Nyaga or Ngai. Dizia-se, nessas lendas, que foram colocados próximo a um mugumo ou figueira sobre as encostas da montanha, onde Mireia deu à luz a nove filhas, que foram chamadas: Wanjikũ, Wanjirũ, Njeri, Wambũi, Wangari, Wacera, Waithera, Wairimũ e Wangũi. Quando cresceram, encontraram nove homens jovens de uma terra distante (plausivelmente Masai, com quem os quicuios têm uma longa relação amor-ódio), com quem se casaram e de quem o povo Quicuio surgiu. Há outro mito popular que afirma que, quando as filhas de Quicuio estavam na idade de casar, Quicuio rezou para Mwene Nyaga para que este as provesse de maridos, ao que o deus respondeu provendo-as com uma figueira.
De acordo com o relato do coronel Richard Meinertzhagen, em 26 de Novembro de 1902, foi-lhe dado a conhecer, pelo chefe Karri wa Gakure, outra lenda etiológica dos Quicuios, que rezava que os mesmos provinham do lago Rodolfo.[11]
História
[editar | editar código-fonte]Os Quicuios mantinham boas relações com os Masais, seus vizinhos, com quem realizavam amplos negócios. O colonialismo, no entanto, abalou essa situação. A partir de 1880, a Grã-Bretanha instalou-se primeiro na costa e, ulteriormente, em Nairobi, enquanto construíam a ferrovia da costa até ao Lago Vitória, que passava pelo território vizinho, no Uganda. As terras dos Quicuios foram-lhes confiscadas, tendo ficado confinados a uma pequena reserva, impedidos de cultivar as suas antigas terras.
Referências
- ↑ a b http://www.ethnologue.com/show_language.asp?code=kik Accessed 2007/07/09
- ↑ Lopes 2017.
- ↑ Infopédia. «Quicuio | Definição ou significado de Quicuio no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022
- ↑ CIA Factbook medida em 16 de Outubro de 2007
- ↑ Ochieng, William (1992). «Review of THEMES IN KENYAN HISTORY». Transafrican Journal of History: 182–186. ISSN 0251-0391. Consultado em 26 de novembro de 2021
- ↑ Ogot, Bethwell A; Ehret, Christopher (1976). Kenya before 1900 (em inglês). Nairobi: East African Publishing House. OCLC 906246953
- ↑ Fletcher, Matt (2015). Lonely Planet Kenya (travel guide). Franklin, Tennessee, USA: Lonely Planet. p. 35. 416 páginas. ISBN 9781742207827
- ↑ [1] KENYA'S ETHNIC COMMUNITIES no Wayback Machine (arquivado em 13 agosto 2011)
- ↑ Arnold Curtis, Kenya: a visitor's guide, (Evans Brothers: 1985), p.7.
- ↑ Ng'ang'a, Wanguhu (2006). KENYA'S ETHNIC COMMUNITIES. Nairobi, Kenya: Primex Printers Ltd. p. 38. 241 páginas. ISBN 9966-9757-0-5
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Lopes, Nei Bras; Macedo, José Rivair (2017). «Quicuios». Dicionário de História da África: Séculos VII a XVI. Belo Horizonte: Autêntica Editora