Rio Uruguai
Continente | |
---|---|
País | |
Localização | |
Altitude |
200 m ou 433 m |
Coordenadas |
Comprimento |
1770 km |
---|
Tipo | |
---|---|
Bacia hidrográfica | |
Área da bacia |
365 000 km2 |
Países da bacia hidrográfica | |
Nascente | |
Afluente principal | |
Caudal médio |
5 m3/s |
Foz | |
Altitude da foz |
0 m |
O rio Uruguai é um curso de água sul-americano que nasce na serra Geral e que forma-se pela junção dos rios Canoas e Pelotas,[1] em altitude de 440 m, na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A nascente do rio é o rio Pelotas, que nasce cerca de 65 quilômetros a oeste da costa do oceano Atlântico. A foz do rio Uruguai é no rio da Prata. É um dos rios mais importantes na hidrografia do sul do Brasil, servindo de fronteira entre esse país e a Argentina e entre a Argentina e o Uruguai. Uruguaiana é a principal cidade gaúcha banhada por suas águas.
Somente após receber as águas do rio Canoas, passa a se chamar rio Uruguai, indo na direção geral leste-oeste até receber, pela margem direita, as águas do rio Peperi-Guaçu. Então, começa a infletir para sudoeste, servindo de fronteira inicialmente entre Brasil e Argentina, até receber o rio Quaraí, afluente da margem esquerda que atua como fronteira entre o Brasil e o Uruguai.
Depois de receber as águas do rio Quaraí, o rio Uruguai continua para o sul até a localidade de Nueva Palmira, onde deságua no rio da Prata. Sua extensão total é de 1 770 quilômetros. Note que, desde a junção de seus formadores até a foz do rio Quaraí, são um total de 1 262 quilômetros, ficando os restantes 508 quilômetros do rio Uruguai correndo inteiramente entre terras uruguaias e argentinas. Se for considerada a extensão do rio Pelotas, sua extensão chega aos 2 150 quilômetros. Seu desnível total é de 24 centímetros por quilômetro.
Significado do nome
[editar | editar código-fonte]Segundo Eduardo Navarro, "Uruguai" é um termo proveniente do guarani antigo: significa "rio dos uruguás", pela junção de uruguá (uruguá, um tipo de caracol de água doce) e 'y (rio).[2]
Principais afluentes
[editar | editar código-fonte]Margem Direita - Rio do Peixe, rio Chapecó, rio Peperi-Guaçu.
Margem Esquerda - Rio Camaquã, rio Forquilha, rio Apuaê, rio Passo Fundo, rio da Várzea, rio Ijuí, rio Ibicuí, rio Quaraí, rio Negro
Características físicas
[editar | editar código-fonte]Segundo estudiosos da hidrografia, o rio Uruguai pode ser considerado, fisicamente, de três formas, superior, médio e inferior.
- # Superior- No trecho entre a junção dos rios Pelotas e Canoas, até a foz do rio Piratini, aí neste percurso com uma extensão total de 816 km e um desnível de 43 cm/km.
- # Médio - No trecho entre a foz do Piratini até a cidade de Salto, já no Uruguai, aí neste percurso com uma extensão de 606 km e um desnível de 9 cm/km.
- # Inferior- No trecho entre a cidade de Salto até a cidade de Nueva Palmira, agora um percurso ainda menor, num total de 348 km com desnível de 3 cm/km.
Após receber o rio Peperi-Guaçu e mudar a direção para o sul, o rio Uruguai apresenta o salto do Yucumã, o maior salto longitudinal do mundo, com extensão aproximada de 1,8 Km com altura máxima de 20 metros.
A navegação do rio Uruguai só é amplamente utilizada em seu trecho inferior, na bacia do rio da Prata, da foz a Concepción del Uruguay, na Argentina. Aí neste trecho podem ser vistos diversos navios de cabotagem. À medida que se sobe o rio, a navegação torna-se cada vez mais difícil, até se tornar completamente inviável.
Até a cidade de Salto, no Uruguai, a navegação pode ser feita por pequenas embarcações. Acima de Salto, a navegação é dificultada pela existência de rápidos e corredeiras, agravando-se a situação em direção a montante. Um pouco mais acima, nos 210 quilômetros entre São Borja e Uruguaiana, também efetua-se navegação, porém com embarcações de pequeno porte.
Existe uma discussão sobre a verdadeira nascente do rio Uruguai, uma vez que, através de fontes históricas, o rio nasceria com a junção entre o rio Pelotas e o rio do Peixe. Tal teoria estaria embasada em documentações de propriedades de terras emanadas pelo governo, que apontariam, como nascedouro, a junção entre o rio do Peixe e o rio Pelotas (entre os municípios de Marcelino Ramos (Rio Grande do Sul) e Alto Bela Vista (Santa Catarina).
Aspectos econômicos
[editar | editar código-fonte]Tem-se efetuado a navegação por embarcações de pequeno porte nos 210 quilômetros entre São Borja, Itaqui e Uruguaiana. Durante décadas seguidas, substanciais incentivos governamentais foram destinados à atividade agrícola, dando importante impulso à economia.
Usinas
[editar | editar código-fonte]- Usina Hidrelétrica de Itá - Rio Uruguai, 1.450 MW - Entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
- Usina Hidrelétrica Machadinho - Rio Uruguai - 1.150 MW - Entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
- Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó - Rio Uruguai - 855 MW (potência máxima instalada). Entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
- Represa de Salto Grande - Rio Uruguai - 1890 MW - binacional entre Argentina e Uruguai.
Degradação
[editar | editar código-fonte]Embora drenando águas puras de importante região agroindustrial, permanece um tanto ignorada pela ciência, e pelo sistema de fiscalização ambiental, apresentando avançado estado de degradação.[carece de fontes]
Houve a quase extinção das reservas naturais de matas, resultando na exposição dos recursos hídricos à ação dos fenômenos climáticos. As enxurradas subsequentes geraram erosão, e a consequente turbidez, o envenenamento e o assoreamento dos leitos.[carece de fontes]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ MARCUZZO, Francisco F.N., Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai: Altimetria e Áreas. XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Florianópolis. 2017.
- ↑ NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 606.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Mapa do rio Uruguai, de Yapeyu até a Fazenda de São Gregório a partir de 1784
- Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai: Altimetria e Áreas, Francisco F. N. Marcuzzo, XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Florianópolis, Brasil, 2017