Sexo a seco
Sexo a seco é a prática sexual de se manter relações sexuais sem lubrificação vaginal ou anal. A lubrificação vaginal pode ser removida usando afrodisíacos herbais, detergentes caseiros, antissépticos,[1] limpando a vagina,[2] ou colocando folhas na vagina[2] entre outros métodos.[3] A prática do sexo a seco está associada ao aumento dos riscos de saúde e contração de doenças infectocontagiosas.
Remover ou impedir a lubrificação vaginal através de práticas associadas ao sexo a seco aumenta a fricção durante a relação sexual, o que popularmente se crê que aumente a sensação de aperto vaginal, maior prazer sexual para quem penetra.[4] Alguns indivíduos insistem com o sexo a seco ao considerar que quem não o pratica possui castidade.[5] O sexo a seco pode ser doloroso tanto para quem penetra,[6][7] quanto para a pessoa penetrada.[1] A prática é comum na África Subsaariana[1][2] e há relatos de sua prática no Suriname entre mulheres afro-surinamesas.[8]
Práticas como usar saliva e lubrificantes íntimos são usadas.[9]
Riscos à saúde
[editar | editar código-fonte]A prática do sexo a seco tem sido ligada à alta incidência de infecção pelo VIH na África Subsaariana,[1] por aumentar o risco de contágio por infeções sexualmente transmissíveis (ISTs) para a pessoa que toma o papel sexual ativo e o passivo, incluso o VIH[1][3] de várias formas. O aumento da fricção durante a relação sexual pode causar lacerações na mucosa vaginal.[10] Secar a vagina também remove os lactobacilos da flora vaginal, cuja natureza antisséptica ajuda a combater as infeções sexualmente transmissíveis. Além disso, o sexo a seco aumenta o risco de rompimento do preservativo em função do aumento da fricção. Pode causar inflamação vaginal ou lesões traumáticas que por elas mesmas aumentam o risco de transmissão de doenças.
Referências
- ↑ a b c d e «Concern voiced over "dry sex" practices in South Africa». Cirp.org. Consultado em 5 de julho de 2011
- ↑ a b c Sandala, L; Lurie, P; Sunkutu, M. R.; Chani, E. M.; Hudes, E. S.; Hearst, N (1995). «'Dry sex' and HIV infection among women attending a sexually transmitted diseases clinic in Lusaka, Zambia». AIDS (London, England). 9 Suppl 1: S61–8. PMID 8562002
- ↑ a b International Family Planning Perspectives, Volume 24, Number 2, June 1998, Vaginal Drying Agents and HIV Transmission Arquivado em 2011-02-24 no Wayback Machine by Karen E. Kun.
- ↑ Ray, Sunanda; Gumbo, Nyasha; Mbizvo, Michael (Maio de 1996). «Local Voices: What Some Harare Men Say about Preparation for Sex». JSTOR 3775349
- ↑ Sunanda Ray; Nyasha Gumbo; Michael Mbizvo (Maio de 1996). «Local Voices: What Some Harare Men Say about Preparation for Sex». Reproductive Health Matters. Reproductive Health Matters. 4 (7): 34–45. JSTOR 3775349. doi:10.1016/S0968-8080(96)90004-X
- ↑ January 2001 edition of "Parade": Page 45: "Dry sex is painful for both men and women and may expose one to infection."
- ↑ "Women in Action" published 2001 by Isis International Page 11: "there is nothing pleasant about dry sex because both the man and woman feel pain and they experience cuts"
- ↑ van Andel T, de Korte S, Koopmans D, Behari-Ramdas J, Ruysschaert S (Fevereiro de 2008). «Dry sex in Suriname». J Ethnopharmacol. 116 (1): 84–8. PMID 18083316. doi:10.1016/j.jep.2007.11.003
- ↑ «A saliva é um bom lubrificante? Os 5 mitos sobre sexo refutados pela ciência». O Globo. 13 de maio de 2023. Consultado em 12 de setembro de 2023
- ↑ Hyena, Hank (10 de dezembro de 1999). «"Dry sex" worsens AIDS numbers in southern Africa». Salon.com. Consultado em 23 de maio de 2012
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Beksinska ME, Rees HV, Kleinschmidt I, McIntyre J (Junho de 1999). «The practice and prevalence of dry sex among men and women in South Africa: a risk factor for sexually transmitted infections?». Sex Transm Infect. 75 (3): 178–80. PMC 1758205. PMID 10448396. doi:10.1136/sti.75.3.178
- Civic D, Wilson D (Janeiro de 1996). «Dry sex in Zimbabwe and implications for condom use». Soc Sci Med. 42 (1): 91–8. PMID 8745110. doi:10.1016/0277-9536(95)00081-X