Universo construível
Em matemática, o Universo construtível (ou Universo construtível de Gödel ou Hierarquia construtível), denotado por L, é uma classe de conjuntos definida por recursão transfinita. na qual, a diferença do Universo de von Neumann, o sucessor de uma classe não toma todos os subconjuntos, mas somente aquelas que são definíveis, num sentido específico desse termo.[1] Podemos definir também, no âmbito filosofico, L como sendo o universo praticável fisicamente, não apenas de maneira abstrata. Por exemplo, um carro voador é algo que existe em potencia, porém não se encontra no Universo construtível.
Definição de L
[editar | editar código-fonte]L é definido numa hierarquia de níveis que são função dos ordinais, de maneira análoga ao Universo de von Neumann. A única diferença é que no passo sucessor, em lugar de tomar todos os subconjuntos, toma somente os "definíveis". Mas especificamente, dado um conjunto x e um subconjunto y de x, y⊆x, diz-se que y é x-definível, denotado por Def(x), se e somente se existe uma fórmula de primeira ordem φ satisfeita por todos e somente por os elementos de y em x (considerado como universo da interpretação).[2] Dessa maneira, Def(x) ⊆ P(x).
- O primeiro nível é o conjunto vazio:
- .
- Para um número ordinal:
- Para um limite ordinal:
- .
- Finalmente, sendo L a união de todos os Lα:
- .
O uso do símbolo de união na última linha constitui, como na definição de
,
um abuso da linguagem, de modo que
deve ser interpretado como "existe um ordinal
tal que
".
O Axioma de construtibilidade
[editar | editar código-fonte]O enunciado "todo conjunto é construível", abreviado é verdadeiro no Universo Construível. Esse axioma, somado aos habituas de Zermelo-Fraenkel, implica o Axioma da escolha, hipótese do continuo generalizada, a negação da hipótese de Suslin e a existência de um conjunto de números reais não mensurável.
Referências