Urnair
Urnair | |
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Urnair (coroado à direita) e Sapor II (coroado à esquerda) cavalgando juntos em iluminura de manuscrito armênio do século XVI | |
Rei da Albânia | |
Reinado | 350-375 |
Antecessor(a) | Vache I |
Sucessor(a) | Vachagã II |
Morte | 375 |
Cônjuge | Filha de Sapor II |
Descendência | Arsvalém |
Dinastia | arsácida |
Mãe | Princesa sassânida |
Urnair (em armênio: Ուռնայր; romaniz.: Uṙnayr) foi o terceiro rei da arsácida da Albânia de cerca de 350 a 375. Foi o sucessor de Vache I (r. 336–350).[1]
Nome
[editar | editar código-fonte]O nome Urnair é composto pelas palavras armênias urn, "machado, machado de guerra", e ayr, "homem".[2]
Vida
[editar | editar código-fonte]O Tratado de Nísibis em 299 entre o xainxá Narses I (r. 293–303) e o imperador romano Diocleciano (r. 284–310) terminou de forma desastrosa para os sassânidas, que lhes cedeu grandes porções de seu território, incluindo os reinos caucasianos da Armênia e Ibéria. Os sassânidas não tomariam parte nos assuntos políticos do Cáucaso por quase 40 anos. O historiador moderno Murtazali Gadjiev argumenta que foi durante este período que os arsácidas ganharam a realeza da Albânia, sendo nomeados como procuradores pelos romanos, a fim de obter o controle completo sobre o Cáucaso. Na década de 330, uma Pérsia revigorada voltou a entrar no cenário político do Cáucaso, forçando o rei albanês arsácida Vachagã I (ou Vache I) a reconhecer a suserania sassânida.[3]
Urnair, cuja mãe era uma princesa sassânida, tinha boas relações com o xainxá Sapor II (r. 309–379), cuja filha lhe foi dada em casamento.[4] O posterior rei albanês arsácida Arsvalém (r. 415–440) era provavelmente o filho deles.[5] Sem citá-lo nominalmente, Amiano Marcelino comenta que o rei albanês esteve presente no Cerco de Amida de 359 conduzido por Sapor II.[6] Lutou ao lado de Sapor II na Batalha de Vagabanta em 370/1, onde foi ferido pelo general armênio Musel I, que o poupou.[7][8] Quando Urnair retornou à Albânia, enviou uma mensagem a Musel agradecendo por ter poupado sua vida, e também o informou sobre um ataque surpresa planejado por Sapor II.[9] Urnair foi sucedido por Vachagã II em c. 375.[1]
Conversão ao cristianismo
[editar | editar código-fonte]Segundo uma lenda, Urnair aceitou o cristianismo como religião oficial da Albânia em 313, graças aos esforços do rei Tiridates III da Armênia e de Gregório, o Iluminador. No entanto, os investigadores Wolfgang Schulze, Zaza Alexidze e Jost Gippert argumentaram que isto é improvável dada a carreira política de Urnair, bem como a sua contemporaneidade com Papa da Armênia. É provavelmente uma adição posterior à tradição.[10]
Referências
- ↑ a b Gadjiev 2020, p. 33.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 417.
- ↑ Gadjiev 2020, p. 31.
- ↑ Gadjiev 2020, p. 32–33.
- ↑ Gadjiev 2020, p. 32.
- ↑ Mahé 2019, p. 216.
- ↑ Gadjiev 2020, p. 30.
- ↑ Chaumont 1985, p. 806–810.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 194-196.
- ↑ Wolfgang 2008–2010, p. xiii–xv.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Chaumont, M. L. (1985). «Albania». Enciclopédia Irânica. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia
- Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard
- Gadjiev, Murtazali (2020). «The Chronology of the Arsacid Albanians». In: Hoyland, Robert. From Albania to Arrān - The East Caucasus between the Ancient and Islamic Worlds (ca. 330 BCE–1000 CE). Berlim: De Gruyter. pp. 29–35
- Mahé, Jean-Pierre (2019). «The Lettre de Giwt à Vačʻē (464): hellénisme et arts libéraux en Arménie dans la second mitié du Ve siècle». In: Outtier, Bernard; Horn, Cornelia B.; Lourié, Basil; Ostrovski, Alexei. Armenia between Byzantium and the Orient: Celebrating the Memory of Karen Yuzbashian (1927–2009). Leida: Brill
- Wolfgang, Schulze; Gippert, Jost; Alexidze, Zaza; Mahé, Jean-Pierre (2008-2010). The Caucasian Albanian palimpsests of Mt. Sinai. Turnhout: Brepols. ISBN 978-2-503-53116-8