Saltar para o conteúdo

Campo de Provas Brigadeiro Velloso

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Base Aérea do Cachimbo
Base aérea
Campo de Provas Brigadeiro Velloso
ICAO: SBCC
Características
Tipo Militar
Administração Força Aérea Brasileira
Localização Novo Progresso, PA Brasil Brasil
Inauguração 1954 (70 anos)
Coordenadas 9° 20′ 00″ S, 54° 57′ 53″ O
Altitude 537 m (1 762 ft)
Website oficial Página oficial
Mapa
SBCC está localizado em: Brasil
SBCC
Localização da base no Brasil
Pistas
Cabeceira(s)
Comprimento
Superfície
12 / 30
2 599  m (8 527 ft)
Notas
Dados do DECEA[1]

O Campo de Provas Brigadeiro Velloso é uma base da Força Aérea Brasileira (FAB), localizada na Serra do Cachimbo, em Novo Progresso no Pará, com área de 21,6 mil km² e perímetro de 653 km, sendo comparável, em tamanho, ao estado de Sergipe. Fica localizado bem próximo da BR-163 (Rodovia Cuiabá-Santarém), com entrada na altura do km 16,9.

Escudo do CPBV

A unidade foi criada com o objetivo principal de servir de base de apoio para a operação de aeronaves no tráfego de ligação entre a região norte e a região sudeste, pelo interior. Anteriormente, o trajeto só podia ser realizado de maneira segura seguindo pelo litoral, em um percurso muito mais longo. A inauguração oficial foi em 20 de janeiro de 1954, com a presença do presidente da república Getúlio Vargas e do ministro da aeronáutica Nero Moura.

Posteriormente, o decreto nº 83.240, de 7 de março de 1979 destinou as glebas Cachimbo, Gorotire e Curuaés para constituírem uma área destinada ao desenvolvimento de ensaios de armamentos, artefatos bélicos, experimentos, testes, treinamentos e outras manobras de interesse das Forças Armadas do Brasil.

Em 18 de agosto de 1979 foi inaugurado o novo Aeroporto do Cachimbo, com pista de 2.602 metros de comprimento.

O Campo de Provas de Cachimbo foi criado em 7 de março de 1983, sendo subordinado ao Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA).

À partir de 1984, iniciou-se, em total sigilo, a construção no local de uma base subterrânea com o objetivo de desenvolver testes nucleares. O sigilo foi necessário pois havia o medo de que a publicidade da informação provocasse uma corrida armamentista no continente, haja vistas que a Argentina também desenvolvia pesquisas nesse sentido.[2] Em 1986 o governo admitiu a utilização do local para o testes nucleares mas negou veementemente a produção de armas.[3]

Em 1990 o então presidente Fernando Collor de Mello simbolicamente joga uma pá de cal no local de testes e o governo isenta a aeronáutica de toda a responsabilidade em relação às pesquisas nucleares[4].

O nome da unidade foi alterado para Campo de Provas Brigadeiro-do-Ar Haroldo Coimbra Velloso em 17 de janeiro de 1995, para homenagear o primeiro responsável pela implantação da base.

Em 30 de julho de 1997 o nome foi alterado novamente para a sua forma atual, Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV).

Presença no noticiário

[editar | editar código-fonte]

O campo de provas esteve presente no noticiário nacional e internacional nas seguintes ocasiões:

  • Em 8 de agosto de 1986 o jornal Folha de S.Paulo tornou pública a intenção do governo brasileiro em utilizar a área base como local de testes nucleares.[5] Em desenvolvimentos seguintes, o governo admite a realização de testes, mas afirma não ter feito a bomba.[6] Dando continuiade a cobertura, dois repórteres do jornal Folha de S.Paulo foram retidos na base, sob a acusação de invadirem local proibido.[3]
  • Em 19 de setembro de 1990, quando o presidente Collor lançou uma pá de cal simbólica num poço que, supostamente, serviria para testes de artefatos nucleares[4].
  • Em 29 de setembro de 2006, quando um jato executivo Embraer Legacy avariado fez um pouso de emergência na base, após uma colisão em pleno ar com um Boeing 737-800 da companhia brasileira Gol que acabou por cortar a asa do jato comercial que cumpria o voo Gol 1907 que, por sua vez caiu na selva causando a morte de todos os 154 ocupantes.

Referências

  1. «Publicação Auxiliar de Rotas Aéreas (ROTAER)» (PDF). Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). 2016. Consultado em 1 de outubro de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 1 de outubro de 2016 
  2. Pages, Digital. «Folha de S.Paulo - Edição de 10/08/1986». acervo.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de abril de 2017 
  3. a b Pages, Digital. «Folha de S.Paulo - Edição de 11/08/1986». acervo.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de abril de 2017 
  4. a b Pages, Digital. «Folha de S.Paulo - Edição de 19/09/1990». acervo.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de abril de 2017 
  5. Pages, Digital. «Folha de S.Paulo - Edição de 08/08/1986». acervo.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de abril de 2017 
  6. Pages, Digital. «Folha de S.Paulo - Edição de 09/08/1986». acervo.folha.uol.com.br. Consultado em 2 de abril de 2017 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]