Chlamydophila psittaci
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Chlamydophila psittaci é uma bactéria intracelular obrigatória que pode ser altamente contagiosa e gerar Clamidiose tanto em animais como em humanos.
Na Classe Aves, C. psittaci foi detectada, ou ao menos os anticorpos contra a mesma, em pelo menos 469 espécies de vida livre ou de companhia (KALETA & TADAY, 2003). A família Psittacidae compõe o maior reservatório de C. psittaci, particularmente em grupos sob condições de cativeiro, mas também quando os indivíduos são mantidos como aves de companhia (HARKINEZHAD et al., 2009a).
Chlamydophila psittaci | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Chlamydophila psittaci (Lillie 1930) Everett et al. 1999 |
Em aves, produz uma infecção de caráter sistêmico, incluindo alterações como conjuntivite, enterite, aerossaculite, pneumonia e hepatoesplenomegalia. A sua importância em saúde pública se dá pelo convívio humano com aves ou com o ambiente contaminado por seus excrementos. A infecção em seres humanos pode variar desde uma pneumonia intersticial a encefalite, tendo, portanto, a infecção aviária, grande relevância sanitária (Tassia Cristina Bello de Vasconcelos, Denise Monnerat Nogueira, et al., 2013).
Hospedeiros e sua relação com Chlamydophila psittaci
[editar | editar código-fonte]Para o gênero Chlamydophila, todas as linhagens aviárias conhecidas são oriundas da espécie C. psittaci (HARKINEZHAD et al., 2009a) e dentre todas as 30 ordens aviárias envolvidas, Psittaciformes apresenta o maior percentual de espécies positivas, 45%, ou seja, 153 de suas 342 espécies (KALETA & TADAY, 2003). Nesta ordem, a prevalência de clamidiose está entre 16 e 81%, com uma taxa de mortalidade igual ou maior a 50% (HARKINEZHAD et al., 2009a).
Transmissão
[editar | editar código-fonte]A transmissão de C. psittaci entre aves ocorre por contato com um indivíduo infectado, principalmente por meio de inalação e algumas vezes por ingestão de material contaminado. O agente é eliminado nas fezes e descargas nasais, onde pode ser encontrado grande número de células bacterianas (HARKINEZHAD et al., 2009a). A bactéria pode permanecer com capacidade infectante no ambiente por meses (TELFER et al., 2005; MITCHELL et al., 2009).
A transmissão de C. psittaci no ninho é possível, seja por regurgitação, quando da alimentação dos pais ao filhote, como ocorre com Columbiformes, seja pela contaminação do ninho com exsudatos e fezes. Pode ainda ser transmitida entre aves por meio de ectoparasitas sugadores de sangue, como piolhos, ácaros ou moscas, ou menos comumente por meio de bicadas ou feridas.
Diagnóstico
[editar | editar código-fonte]Os métodos diagnósticos de Clamidiose animal, tanto em aves como em mamíferos, são baseados ou na detecção direta do agente ou por detecção de anticorpos contra o mesmo (SACHSE et al., 2009). Por ser uma bactéria Gramnegativa intracelular (HARKINEZHAD et al., 2009a) obrigatória (GERLACH, 1994; EVERETT et al., 1999), o isolamento em cultura de células ou ovos embrionados é utilizado para verificar a viabilidade da linhagem de campo e facilita a caracterização, seja pela técnica molecular, seja por métodos bioquímicos (SACHSE et al., 2009).
Tratamento e prevenção
[editar | editar código-fonte]O tratamento é baseado no uso do antibiótico tetraciclina. Não possui vacinas contra C. pisittaci, porém está em fase de estudos.
A pisitacose em seres humanos é controlada pela restrição à importação de pássaros psitacídios ( arara, periquito, papagaio, etc.), pela eliminação de pássaros doentes e pela adição de tetraciclina ao alimento dos pássaros. Criações domésticas de perus e de patos são inspecionadas para a verificação da presença de C. pisittaci (LEVINSON, Warren, 2005).
Referências
[editar | editar código-fonte]HARKINEZHAD, T. et al. Chlamydophila psittaci infections in birds: a review with emphasis on zoonotic consequences. Vet. Microbiol., v. 135, p.68-77, 2009a.
KALETA, E.F.; TADAY, E.M. Avian host range of Chlamydophila spp. based on isolation, antigen detection and serology. Avian Pathol., v. 32, p.435-461, 2003.
MITCHELL, S.L. et al. Genotyping of Chlamydophila psittaci by real-time PCR and high-resolution melt analysis. J. Clin. Microbiol., v.47, p. 175-181, 2009.
GERLACH, H. Chlamydia. Capítulo 34, p.984–996. In: RITCHIE, B.W. et al. Avian Medicine: Principles and Application. Florida: Wingers, 1994.
LEVINSON, Warren, Microbiologia medica e imunologia, capítulo 25, p. 173, San Francisco, 2005.
TELFER, B.L. et al. Probable Psittacosis Outbreak Linked to Wild Birds. Emerg. Infect. Dis., v.11, n.3, p. 391-397, 2005.
SACHSE, K. et al. Recent developments in the laboratory diagnosis of chlamydial infections. Vet. Microbiol., v.135, p. 2 – 21, 2009.